sexta-feira, 30 de julho de 2010

Como Tomar Decisões Sábias, Dentro da

VONTADE DE DEUS

(título em inglês: How To Make Wise Decisions In God’s Will)






David Cloud


         Muitas pessoas têm desperdiçado suas vidas cristãs ao tomarem decisões erradas, fora da vontade de Deus (como por exemplo, quando assumem um emprego, um casamento e uma educação errados, além dos erros cometidos na mudança de um lugar para o outro). E não é somente a juventude que toma decisões erradas; muitos adultos, e até pessoas idosas, têm cometido sérios erros.


         Daremos a seguir alguns princípios fundamentais para se tomarem decisões segundo a vontade de Deus:

1. - “Não se estribe no seu próprio entendimento”  (Provérbios 3:5; 28:26; Jeremias 17:9).

A pessoa que confia no seu próprio entendimento não segue a vontade de Deus; por isso, em geral, ela toma decisões erradas. Por causa dos nossos corações decaídos, não temos a capacidade de tomar, por nós mesmos, decisões sábias. Portanto, devemos sempre buscar Deus e confiar exclusivamente nEle.

Para consegui-lo, devemos ser diligentes estudiosos da Bíblia, pois somente através desta conhecemos a mente do Senhor (1 Coríntios 2:16), Sua vontade (Salmo 119:105) e conseguimos fé (Romanos 10:17). Precisamos manter um estudo diário e efetivo da Bíblia. Devemos ser fiéis [atendentes] ao ministério da pregação e do ensino entregue numa igreja [realmente] crente na Bíblia. Devemos aproveitar cada oportunidade para crescer na graça e no conhecimento da santa Palavra de Deus, a fim de podermos conhecer e seguir a Sua vontade.




2. - Confie no Senhor e Lhe peça mais sabedoria (Provérbios 3:5-6). 

Em vez de confiar em nosso próprio entendimento, devemos nos lançar ao Senhor, implorando-Lhe sabedoria e direção em cada decisão importante. Ele prometeu guiar o Seu povo, mas devemos buscar a Sua orientação e não apenas presumi-la. Devemos reconhecê-Lo em todos os nossos caminhos. É uma tentação pensar: “Bem, o Senhor já sabe que necessito de Sua sabedoria e auxílio. Certamente, Ele vai mos dar, automaticamente”. De fato, Deus nos ensinou em Sua Palavra a orar específica e decididamente sobre todos os assuntos. Deixar de fazê-lo é dar um passo para se tomarem decisões erradas.




3. - Andar na luz (1 João 1:5-6). 

Viver em pecado é andar nas trevas, sendo isto um empecilho ao pensamento e à vida espiritual (1 Pedro 2:11).

         Quando um crente é desobediente e cínico em relação aos pais; grosseiro, crítico ou amargo, ao exercer autoridade sobre a esposa; e quando esta deixa de demonstrar a devida honra ao marido, mentindo, furtando e amando as coisas malignas do mundo, suas orações são interrompidas e eles não terão sabedoria para tomar decisões sábias.

Tomar decisões importantes, num estado espiritual decaído, é uma receita para o desastre. Muitos crentes que estavam com os seus corações afastados do Senhor contraíram matrimônio, assumiram um emprego ou um campo errado de educação e desenvolveram amizades sobre as quais irão se lamentar, profundamente, no futuro. Cuidado!




4. - “Deleite-se no Senhor” (Salmo 37:4)  

A melhor maneira de se conhecer a vontade é Deus é colocá-Lo no centro das afeições.  Sua vontade não é conhecida por quem assume a vida cristã através de um simples “fazer” ou “não fazer”. Ela é encontrada pelos que conhecem Deus e nEle se deleitam. Quando assim agimos, Ele coloca os desejos corretos em nosso coração e, em seguida, realiza esses desejos. [N.T. - Quanto mais você estuda a Palavra de Deus, menos desejo de praticar o mal você acalenta no coração]. Por outro lado, os cristãos mundanos, ou nominais, vivem dominados por desejos fúteis, contrários à vontade de Deus, e se sentem frustrados, quando tais desejos não são realizados.




5. - Nunca tome uma decisão que o leve a desobedecer ao ensino da Bíblia (João 8:31-32).

         Qual é a vontade  de Deus? Como sabemos encontrá-la? Basicamente, a vontade de Deus é que obedeçamos a Sua Palavra. Jesus descreveu isto como “andar na minha palavra”. Qualquer decisão que nos leve a desobedecer a Bíblia é contrária à vontade de Deus, sem exceção alguma. Isto é que significa “viver pela fé”. Viver pela fé é simplesmente crer em Deus e obedecer a Sua Palavra (Romanos 10:17); significa tomar decisões embasadas na Bíblia, em vez de embasadas nos sentimentos, pensamentos e circunstâncias. Em seguida, devemos confiar em Deus, pois Ele abrirá as portas certas e proverá as necessidades.

         Vamos considerar alguns exemplos e como estes se relacionam com o fato de tomar decisões sábias, conforme a vontade Deus:

         A Bíblia diz para não nos associarmos com o mal nem com a idolatria. (1 Coríntios 15:33; 2 Coríntios 6:14-18; Romanos 12:2; Efésios 5:11).

         Viver pela fé significa que não me associarei com estas coisas. Desse modo, não é a vontade de Deus que eu freqüente baladas, uma escola pagã ou consiga emprego num lugar que me exija participação na malignidade (como vender bebidas alcoólicas, usar roupas indecentes, assistir a filmes indecentes, tocar música maligna ou sensual), participar de rituais pagãos, desfiles de modas, etc. Lembro-me de uma adolescente numa igreja, a qual conseguiu emprego numa casa de exibição de filmes. Ela ficou saturada de ver filmes indecentes e pretendia sair, mas foi aconselhada a não fazê-lo, pelo mundano pastor de sua igreja. O resultado foi que, eventualmente, ela caiu num grave pecado. 

         Lembro-me de um homem empregado num bar-restaurante, o qual era responsável pela supervisão das festas mundanas que incluíam bebidas alcoólicas e dança. Ele não cresceu espiritualmente nem conseguiu tomar decisões sábias, enquanto não abandonou aquele emprego.

         A Bíblia ensina a não abandonar a congregação (Hebreus 10:25). A igreja é  “a casa de Deus” (1 Timóteo 3:15). Portanto, não devemos tomar qualquer decisão que nos leve a abandonar a congregação, como a mudança para um lugar onde não exista uma boa igreja ou arranjar um emprego que nos afaste dos cultos. Lembro-me de um jovem em nossa igreja, que havia sido salvo do estilo de vida nas drogas. Ele prometia e estava crescendo no Senhor, até que os pais exigiram que ele voltasse a morar em sua [pequena] vila [onde não havia nenhuma boa igreja de que ele pudesse se tornar membro]. Contrariando o nosso conselho, ele foi; e, a partir daquele dia, ele retrocedeu na vida cristã. Temos visto acontecer isto muitas vezes.

         A verdade é que uma das principais razões para as pessoas abandonarem a igreja é que elas desobedecem a Deus, assumindo um emprego que as afasta dos cultos e, por isso, acabam retrocedendo. Consideremos as duas admoestações seguintes:




“Perdemos cerca de 20% dos nossos jovens, depois do 7º. grau; isto porque eles conseguem empregos que os afastam da igreja, por serem obrigados a trabalhar aos domingos. Quando conseguem tais empregos, fica mais fácil para se justificarem quanto à falta aos cultos dominicais, o que geralmente eles fazem”.

“Temos observado que muitos crentes que abandonam [a igreja] têm a ideia de que se Deus lhes dá um emprego que exige a falta aos cultos, então está tudo bem. E se Deus lhes dá um emprego que exija o uso de roupas indecentes, tudo OK, pois eles acham que são bastante fortes para exercer empregos desse tipo e, ao mesmo tempo, continuar frequentando a igreja. Como diretor dos jovens solteiros, tenho acentuado o fato de que Deus tem o emprego perfeito para nós e que Satanás tem também o dele. Contudo, a maioria dos garotos não espera pelo emprego que Deus vai lhe dar.”


Quando uma pessoa vive pela fé, ela não aceita um emprego que a leve a desobedecer a Palavra de Deus, afastando-se da igreja. A Bíblia ensina para “não nos prendermos a um jugo desigual com os infiéis” (2 Coríntios 6:14). Desse modo, nunca é a vontade de Deus que um crente se case com um incrédulo, se associe em negócio com um incrédulo, ou coisas assim. Lembro-me de um homem, que foi um dos primeiros convertidos numa igreja nova. Ele ia bem, crescendo espiritualmente, até que entrou numa sociedade com um incrédulo, o qual costumava realizar negócios desonestos. Por causa disso, ele acabou na prisão e o seu testemunho foi corrompido.

A Bíblia diz para não nos associarmos com a falsa doutrina (Romanos 16:17; 2 João 10-11). Isto significa não ser a vontade de Deus que o crente freqüente um estudo bíblico ou uma igreja onde seja ensinada [alguma] falsa doutrina, onde ele leia livros, escute sermões de falsos mestres, ou mantenha relações de amizade com alguém que promova a falsa doutrina. Lembro-me de dois jovens de nossa igreja que muito prometiam e pareciam estar crescendo no Senhor, até que começaram a frequentar um estudo bíblico conduzido por um falso mestre, e acabaram abandonando a igreja.

Tomar decisões sábias significa que um filho de Deus não fará coisa alguma contrária à Palavra de Deus. Quando desobedecemos a Bíblia, não podemos esperar a bênção de Deus. O que muitos cristãos fazem é organizar os seus próprios planos e, em seguida, pedir que Deus os abençoe; porém isto é um retrocesso [espiritual] . Primeiro devemos ter certeza de que os nossos planos estão de acordo com a vontade de Deus, para, em seguida, com razão, pedir e esperar a bênção de Deus.




6. - Não tema o homem; tema a Deus (Provérbios 29:25)

         Jesus nos comandou a que O amemos mais do que  amamos nossos parentes mais amados.  Vejam Lucas 14:26. O que Jesus quis dizer, quando ensinou que devemos odiar os nossos entes mais próximos e mais amados? Entendemos isto comparando Escritura com Escritura. Consideremos uma passagem paralela em Mateus 10:37. Quando Jesus disse que devemos odiar nosso pai, mãe, esposa, filhos, irmãos e irmãs, Ele estava dizendo que não devemos amá-los mais do que O amamos e amamos a Sua vontade. O Senhor exige que O coloquemos absolutamente em primeiro lugar, acima de tudo o mais. As relações familiares são importantes e a Palavra de Deus nos ensina a cuidar dos nossos amados (1 Timóteo 5:8; Colossenses 3:18-21). Ao mesmo tempo, o chamado para a obra de Deus tem precedência sobre os nossos relacionamentos humanos. Através dos séculos, muitos têm resistido ao chamado divino por causa dos laços de família. Existem forças poderosas em ação. Lembro-me do homem que me levou a Cristo. Quando Deus o chamou para pregar, sua esposa deu-lhe um ultimato, avisando que iria abandoná-lo, se ele não deixasse de pregar. Ele implorou que ela ficasse, porém recusou-se a abandonar a pregação. Eventualmente, ela o abandonou e levou o filho com ela. O homem ficou de coração partido, mas recusou-se a deixar de pregar, obedecendo, assim, ao comando de pregar a Palavra de Deus. Muitos que encaram uma escolha assim têm preferido abandonar a vocação [o chamado por Deus], dando as costas a Deus.

         Se alguém deseja tomar uma decisão sábia, conforme a vontade de Deus, deve temê-Lo e servi-Lo mais do que ao homem. Se precisar escolher entre obedecer aos amigos ou parentes e obedecer e agradar a Deus, deve preferir agradar a Deus.

         É um pecado grave temer os parentes e amigos mais do que temer a Deus. Muitos incrédulos cometem este pecado e acabam caindo no inferno, por terem sido “tímidos”. (Apocalipse 21:8). Muitos dos que estão no inferno diriam que ali estão porque temeram o que os outros iriam pensar. Muitos crentes também cometem este pecado. Devemos nos lembrar que “fomos comprados por bom preço e já não somos de nós mesmos”. (1 Coríntios 6:19-20). É isto que o batismo significa. O crente morre para a vida velha e, simbolicamente, renasce para uma nova vida, na qual Cristo é o Senhor de tudo. (Romanos 6:34).

         Os jovens sempre cometem o pecado de temer a opinião dos homens. Eles sabem que Deus os está chamando para uma vida de piedade e serviço, mas não querem sair da multidão e, por isso, deixam de fazer a vontade de Deus. Como novo cristão, precisei encarar este dilema, quando soube que Deus queria que eu cortasse meus cabelos compridos, tendo hesitado bastante em fazê-lo, sabendo que não iria mais parecer “legal”. Muitas  moças cristãs recusam se vestir decentemente e de maneira feminina, porque temem os outros mais do que temem a Deus. São tolas. Jesus nos admoestou: “Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos”. (Marcos 8:38).







7. - Honrar a autoridade

         Outro princípio importante para se tomarem decisões sábias é honrar a autoridade constituída por Deus. A Bíblia fala muito sobre isto. (Ver Romanos 13:1);1 Coríntios 11:3; Efésios 5:22; 6:1-3; 1 Timóteo 5:17; Tito 3:1; Hebreus 13:17; 1 Pedro 2:13-15).


         Tenho visto muitos crentes tomando decisões erradas, que os levam para longe de Deus, quando deixam de honrar e obedecer as autoridades que Deus colocou sobre eles. Muitas pessoas jovens têm cometido o erro de não honrar os pais e, por causa disso, fizerem maus casamentos, adquiriram amizades perigosas, freqüentaram escolas erradas, uniram-se a igrejas erradas, mudaram-se para lugares errados e tomaram outras decisões erradas, as quais poderiam ter sido evitadas, se tivessem, simplesmente, honrados os seus pais. 

         O mesmo erro tem sido cometido pelas esposas, que desobedeceram e não honraram seus maridos. Nossa mãe Eva é um exemplo disto.

         Este erro tem sido também cometido pelos membros da igreja que desobedecem e desonram os seus líderes. Se você se zangar ou ficar aborrecido com os seus líderes, não tomará decisões sábias. Não é errado questioná-los, porém é errado tomar uma atitude errônea em relação a eles. Tenho visto muitas pessoas abandonarem boas igrejas e retrocederem [espiritualmente] , por terem se aborrecido com os seus líderes, tendo se recusado a buscar o arrependimento. Devemos nos lembrar que os líderes da igreja são apenas homens, longe de serem perfeitos. Esta não é uma desculpa, mas um fato. Eles não estão acima da Palavra de Deus e, quando pecam, devem ser disciplinados, de acordo com maneira bíblica (1 Timóteo 5:19-20). Mas a um líder devemos sempre dar o benefício da dúvida. Existe um motivo para se abandonar uma igreja, quando ela não está ligada à Palavra de Deus, mas devemos ter o cuidado de abandoná-la de maneira correta, mudando para uma igreja mais forte e não para uma mais fraca na Bíblia.

         As autoridades devem ser testadas pela Palavra de Deus. Não devemos prestar cega obediência a figuras da autoridade, porque vivemos num mundo decaído e autoridade maior é Deus. Toda autoridade deve ser testada pela Palavra de Deus. Comparar Atos 5:29; 17:11.

         Às autoridades deve ser dado o benefício da dúvida. Na maioria das vezes, quando as pessoas discordam das autoridades, elas não o fazem na base da Escritura, mas dos seus próprios pensamentos e opiniões. Quando eu achar que uma autoridade não está agindo corretamente, devo perguntar a mim mesmo: “Será que eu tenho uma Escritura para me comprovar que este líder está agindo de modo incorreto, ou apenas estou enganado neste ponto?” À luz de muitos mandamentos da Escritura de obedecer os que governam sobre nós, é perigoso rejeitar as autoridades constituídas numa base que não esteja na Escritura corretamente dividida (2 Timóteo 2:15).

8. - Busque um conselho sábio (Provérbios 12:15; 19:20).

Uma das maneiras mais importantes para se tomarem decisões sábias, segundo a vontade de Deus, é buscar um conselho piedoso, de pessoas sábias e maduras (Provérbio 24:6). O caso clássico na Escritura de alguém que deixou de fazê-lo é o de Roboão, filho de Salomão (1 Reis 12:1-6). Logo após ter subido ao trono, ele foi confrontado pelos súditos que lhe pediram para ser tratados compassivamente. Antes de tomar uma decisão sobre o assunto, ele consultou os homens idosos que haviam aconselhado o seu pai e estes, sabiamente, o aconselharam a atender ao pedido do seu povo.  Em seguida, ele consultou os seus próprios camaradas, os quais o aconselharam a tratar as pessoas da maneira que bem entendesse. Por ter seguido este último conselho, Roboão perdeu a metade do reino.




Busque o conselho dos mais próximos (Provérbio 27:10). Muitas vezes buscamos conselhos das pessoas que estão afastadas, em vez de buscá-lo nas que se encontram mais próximas. Uma porção de estranhos tem-me escrito, durante anos, pedindo opinião sobre situações de suas famílias e igrejas, o que sempre achei estranho e despropositado. Muitas vezes as pessoas buscam conselhos dos que estão longe, porque não os conhecem nem conhecem a sua situação; mas, exatamente por esta razão é que deveriam buscar conselhos dos mais próximos. Para um jovem a primeira busca de conselho deveria ser com os próprios pais, especialmente se estes forem crentes. Em seguida, ele poderia buscar os líderes da igreja. Deus dá líderes à igreja para que estes possam ajudar as pessoas, como o pastor às ovelhas, o qual deve zelar pelas suas almas (Hebreus 13:7). Os líderes escutam os membros da igreja e oram por eles, pedindo que Deus lhes dê sabedoria.


Em nossa igreja, incentivamos as pessoas jovens, que estão pensando em casamento, a que conversem com os  seus pais e, em seguida, com os líderes da igreja. Quando um rapaz está interessado numa jovem, nós o aconselhamos a não prosseguir no assunto, sem antes ter conversado com os líderes da igreja. Estes sabem de coisas que os jovens não conhecem, podendo, assim, dar-lhes bons conselhos, sobre se é prudente prosseguir ou não com aquele relacionamento. Os que ignoram este procedimento, invariavelmente têm se confundido no assunto.




Busque os conselhos das pessoas encarregadas de cuidar dos jovens.  Estas não apenas o conhecem como se importam com você, interessando- se pelo seu bem estar, particularmente por não estarem envolvidas de algum modo em sua vida.


Confira o conselho pela Palavra de Deus. Conforme foi dito no parágrafo anterior, sobre honrar as autoridades constituídas, não devemos prestar cega obediência aos líderes deste mundo decaído. Sejamos como os bereanos, checando cada assunto pela Palavra de Deus (Atos 17:11).

9. - Olhe para o futuro (Hebreus 11:24-27).

         Em algum tempo de sua vida, Moisés tomou uma importante decisão, “quando estava farto de anos”. Ele fora adotado como filho do faraó, que era o mais rico e poderoso monarca, naquele tempo. Moisés poderia ter preferido receber sua parte nas riquezas e no poder do faraó, buscando os prazeres; mas, em vez disso, ele escolheu sua parte com os desprezados escravos judeus. Ele tomou esta sábia decisão, olhando para o futuro, conforme a Palavra de Deus.  Ele contemplou a vida futura e viu que se seguisse o Deus de Israel, sofreria o vitupério de Cristo, mas também as riquezas de Cristo, no reino eterno. Contudo, se seguisse o faraó, teria “por um pouco de tempo  o gozo do pecado”, porém, depois, uma eternidade inteira para se lamentar. (Hebreus 11:24-27).




        Todo jovem cristão deve seguir o exemplo de Moisés, indagando a si mesmo: “Se eu tomar esta decisão, o que vai me acontecer no caminho? Quais serão as consequências eternas, se eu desposar esta pessoa; se eu assumir este emprego, se eu buscar uma educação determinada [por mim, teimosamente, escolhida]; se eu me mudar para aquele país; seu eu for àquela festa; se eu continuar com esta amizade; se eu comprar aquela TV; se eu cantar aquela música; se eu for descuidado com o que vejo na Internet; se eu deixar meu coração se prender ao amor por este mundo...”







        Os incrédulos não podem prever o futuro, porque andam nas trevas e não crêem na Bíblia. Embasam suas decisões inteiramente no que os seus olhos vêem.  Levam em conta apenas as coisas transitórias, como dinheiro, prazer, prestígio, etc. O crente tem uma luz que o incrédulo não tem. E, assim, pode tomar decisões sábias, embasadas no que ele aprendeu na Palavra de Deus.  (1 Coríntios 3:11-15).

10. - Espere em Deus (Salmo 27:14).



        Quando um crente estiver se esforçando para tomar uma decisão segundo a vontade de Deus, é muito importante evitar pressa. Quando estamos apressados, é fácil tomar uma decisão errada. Devemos esperar até que tenhamos a certeza de que conhecemos a mente do Senhor e que Ele cuidará de nós.

         Josué e Israel estavam cheios de pressa, quando concordaram numa aliança com os gibeonitas, confiando em seus olhos, sem buscar a face do Senhor sobre o assunto. (Josué 9:14-15).

         Existem dois princípios bíblicos aos quais devemos atentar, quando esperamos pelo Senhor: estar em paz e não em confusão. Encontramos estes princípios na 1 Coríntios 14:33. Se estivermos confusos, nunca devemos tomar qualquer decisão particular, pois...

         “A sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia” (Tiago 3:17). 

         Quando estou buscando a vontade do Senhor, devo buscar a paz. Se me sinto inclinado a fazer alguma coisa, preciso descobrir se minha paz cresce ou a minha dúvida aumenta. Quando algo procede de Deus, a paz e a fé aumentam; mas se houver confusão e dúvida, isto não será da vontade de Deus, visto como estou em dúvida e não em paz. 

Vimos dez chaves para se tomarem sábias decisões, segundo a vontade de Deus. Depois do dom da salvação, nada é mais importante nesta vida  do que aprender a tomar decisões sábias.







Traduzido por Mary Schultze, em 22/07/2010.

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Os Mistérios da Cabala

O misticismo – a busca da verdade suprema através de rituais misteriosos e experiências subjetivas – há séculos exerce fascínio sobre a humanidade. Sob a alegação de proporcionar uma compreensão mais profunda dos segredos complexos e enigmáticos do Universo, o misticismo promete aos interessados a sua inclusão num grupo de elite, seduz ao oferecer garantias de elucidar o sentido da vida e fascina com a promessa de levar a pessoa a uma relação mais íntima com Deus.

Durante toda a história humana, as culturas têm produzido suas versões do misticismo. O povo judeu não é exceção. A forma mais influente e expressiva de misticismo judaico se desenvolveu em Israel, na Babilônia e em certas regiões da Europa, entre os séculos X e XVIII d.C. Em grande parte, originou-se de uma reação contra o judaísmo estéril e filosófico daqueles dias. Ela ficou conhecida como Cabala (“Tradição”). O rabino Meyer Waxman descreveu a Cabala como “uma síntese desordenada de todos os elementos do misticismo que sempre achou expressão no judaísmo”.[1]

Na verdade existem duas correntes de pensamento na Cabala: a prática e a especulativa.

A Cabala prática enfoca o uso de fórmulas místicas para realizar milagres ou obras sobrenaturais. Através da manipulação dos nomes de Deus, de anjos e das próprias letras de palavras da Torah [a Lei ou Pentateuco], a Cabala prática alega que certas combinações podem ser feitas para produzir qualquer feitiço, encantamento ou resultado que se deseje, seja a cura de um doente, seja o sucesso nos negócios.
As dez sephiroth juntas são simbolicamente representadas pela figura de um corpo humano, ou pela árvore da vida, ou por círculos concêntricos, ou ainda, pela luz em suas diversas gradações.


A Cabala especulativa, que incorpora e se impõe sobre a Cabala prática, é mais teórica.


Ela lida com certas questões, tais como, a maneira pela qual um Deus infinito pode criar e se relacionar com um mundo físico e finito. Segundo a Cabala, a resposta para tal questão é: através da mediação.

A mediação é efetuada por intermédio de anjos, bem como por intermédio das dez emanações de Deus, denominadas sephiroth.
Essas sephiroth, conforme escreveu o rabino Waxman, “são manifestações tanto da essência [de Deus] quanto dos agentes de Sua vontade” na terra. É por meio dessas manifestações que o mundo não apenas veio a existir, como também tem sido preservado, organizado e governado”.[2] As dez sephiroth juntas são simbolicamente representadas pela figura de um corpo humano, ou pela árvore da vida, ou por círculos concêntricos, ou ainda, pela luz em suas diversas gradações.

Outra influente doutrina da Cabala é a concepção de que tudo possui dois poderes ou energias inerentes: a ativa e a passiva; simbolizadas por macho e fêmea. A Cabala apregoa que a própria alma humana constitui-se tanto de uma parte masculina, quanto de outra parte feminina. [Os adeptos crêem que] a alma preexistente, ao descer dos mundos superiores, se subdivide nessas duas partes – a parte masculina entra num homem e a parte feminina entra numa mulher. Se um homem vive uma vida justa, ele se casará com aquela mulher que possui a outra parte de sua alma, ou seja, a sua “alma gêmea”.

A principal obra escrita da Cabala é o Zohar (“Esplendor”), um enigmático comentário da Torah, cuja ênfase recai na busca de um significado oculto ou místico que esteja além do sentido normal e literal do texto bíblico.

O povo judeu já estuda a Cabala há muito tempo, contudo, nas últimas quatro décadas o interesse por ela cresceu significativamente, especialmente entre certos artistas de Hollywood, como Madonna, por exemplo, que assumiu publicamente ser praticante da Cabala. O estilo “pop” da Cabala dessas celebridades, defendido por uma organização sem fins lucrativos sediada em Los Angeles denominada The Kabbalah Centre [Centro da Cabala], tem sido censurado pelos cabalistas tradicionais pelo fato de franquear os ensinos secretos da Cabala aos que não são judeus e por banalizar suas doutrinas. Os tradicionalistas também criticam o Kabbalah Centre por sua visão comercial e busca de lucros (por exemplo, por vender amuletos da sorte, tais como o popular cordão vermelho que está na última moda, ou a pulseira dobrável que se ajusta ao pulso para proteger do “mau-olhado”; e por fazer propaganda de uma nova bebida energética cabalística).

O Kabbalah Centre em Los Angeles, na Califórnia (EUA).

A Cabala contraria totalmente os ensinos da Bíblia. No que se refere à mediação, a Palavra de Deus declara: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Tm 2.5). No que diz respeito aos segredos, o apóstolo Paulo lembra aos crentes em Cristo de Colossos que nenhum segredo místico pode ter a pretensão de se comparar ao segredo revelado por Deus, a saber, Jesus, o Messias, “em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Cl 2.3).

Moisés declarou: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt 29.29). Há certas coisas que Deus reservou para Si e não revelou. Entretanto, não temos necessidade de nos preocupar com elas. Pelo contrário, nossa atenção e obediência devem estar voltadas para aquilo que Ele revelou em Sua Palavra escrita. Deus planejou para nós o ensino claro das Escrituras, não esse amontoado de bobagens sutis reservado a poucos de uma “elite” (1 Tm 6.20; 2 Tm 1.13).



(Bruce Scott - Israel My Glory 

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Avatar e a vindoura religião mundial única

O filme Avatar*, de James Cameron, é um fascinante e arrebatador sucesso nos cinemas. Seus efeitos especiais são tão tremendos que transportam a audiência vividamente para um outro mundo, no qual adorar uma árvore e ter comunhão com espíritos não são apenas aceitáveis, mas atraentes. Avatar é também marcadamente panteísta e essencialmente o evangelho segundo James Cameron. Esse tema panteísta, que iguala Deus às forças e leis do Universo, é apresentado claramente pelos heróis e heroínas do filme: todos adoram Eywa, a deusa “Mãe de Tudo”, que é descrita como “uma rede de energia” que “flui através de todas as coisas viventes”.

Sobretudo, o filme é repleto de mágica ritualística, comunhão com espíritos, xamanismo, e descarada idolatria, de forma que condiciona os espectadores a acreditarem nessas mentiras do ocultismo pagão. Além disso, a platéia é levada a simpatizar com o Avatar e termina torcendo por ele quando é iniciado nos rituais pagãos. No final, até mesmo a cientista-chefe torna-se pagã, proclamando que está “com Eywa, ela é real” e que ficará com Eywa após sua morte.

Enquanto a representação fictícia de James Cameron a respeito da religião da natureza presta-se muito bem à mentira da Nova Era de que as religiões dos nativos americanos [indígenas] eram favoráveis à vida e inofensivas, a representação dos sacerdotes maias em Apocalypto (de Mel Gibson), devedores de divindades sedentas por sangue, que exigiam o sangue de suas vítimas sacrificiais, estava muito mais perto da verdade. A maneira adocicada e romântica com que James Cameron mostra os selvagens e os antigos cultos à natureza em Avatar é oposta aos fatos encontrados em antigos códices e achados arqueológicos: estes revelam que os astecas, os maias e os incas estavam todos envolvidos em sacrifícios humanos em massa, inclusive tomando a vida de criancinhas inocentes para apaziguar seus deuses demoníacos.

O tema panteísta, que iguala Deus às forças e leis do Universo, é apresentado claramente pelos heróis e heroínas De Avatar: todos adoram Eywa, a deusa “Mãe de Tudo”, que é descrita como “uma rede de energia” que “flui através de Todas as coisas viventes”.

Conhecendo o histórico das obras de James Cameron em atacar o cristianismo, e especialmente a ressurreição de Cristo no documentário absolutamente desacreditado The Lost Tomb of Jesus [exibido no Brasil como “O Sepulcro Esquecido de Jesus” e lançado em DVD como “O Sepulcro Secreto de Jesus”], não deveria nos surpreender que ele escrevesse e dirigisse uma propaganda de 300 milhões de dólares para promover o culto à natureza e aos espíritos.

Claramente, Hollywood tem tido uma influência persistente em arrancar os EUA [e o Ocidente] de suas raízes cristãs conservadoras e levá-los a crenças e práticas do ocultismo da Nova Era. O panteísmo atrai a turma de Hollywood porque ensina que todos somos Deus e que não precisamos nos preocupar em sermos obedientes ou em prestarmos conta diante de um Deus pessoal que criou o Universo. Entretanto, não são apenas os diretores [de cinema] que rejeitam a Cristo que estão buscando fazer com que o mundo abrace a adoração à Terra sob a máscara de sua imaginária Deusa-Mãe Terra; é também o próprio líder do movimento do aquecimento global, Al Gore.

Em seu livro Earth in the Balance, Gore sugere que voltemos à adoração da natureza e eleva várias seitas de adoradores da natureza e religiões dos nativos americanos ao status de modelo para nós:

Essa perspectiva religiosa pan** poderá mostrar-se especialmente importante no que se refere à nossa responsabilidade pela terra como civilização global. (...) As religiões dos nativos americanos, por exemplo, oferecem um rico conjunto de idéias sobre nosso relacionamento com a terra. (...) Todas as coisas estão interligadas como o sangue que nos une a todos.[1]

Buscando uma síntese da Nova Era que combine várias tradições do ocultismo, Gore cita e favorece o ensinamento hinduísta, dizendo: “A Terra é nossa mãe, e nós todos somos seus filhos”.[2] Incrivelmente, mais adiante Gore afirma que deveríamos buscar novas revelações a partir dessa adoração da deusa do passado e culpa o cristianismo pela quase total eliminação da mesma:

O sentido espiritual de nosso lugar na natureza... pode ser traçado de volta às origens da civilização humana. Um crescente número de antropólogos e de arqueomitólogos. .. argumenta que a ideologia da crença prevalecente na Europa pré-histórica e em grande parte do mundo estava baseada na adoração de uma única deusa da terra, que se supunha ser a fonte de toda a vida e irradiadora de harmonia em meio a todas as coisas viventes. (...) O último vestígio de culto organizado à deusa foi eliminado pelo cristianismo. (...) Parece óbvio que um melhor entendimento de uma herança religiosa que precede a nossa própria por tantos milhares de anos poderia nos oferecer novas revelações.[3]

Não são apenas os diretores [de cinema] que rejeitam a cristo que estão buscando fazer com que o mundo abrace a adoração à terra sob a máscara de sua imaginária deusa-mãe terra; É também o próprio líder do movimento do aquecimento global, Al Gore [ex-vice-presidente dos EUA].

Gore prossegue declarando que precisamos encontrar uma nova religião baseada na natureza e cita Teilhard de Chardin, o teólogo da Nova Era, em apoio à “nova fé” do futuro:

Esse ponto foi sustentado pelo teólogo católico Teilhard de Chardin, quando ele disse: “O destino da humanidade, assim como o da religião, depende do surgimento de uma nova fé no futuro”. Munidos de tal fé, poderemos achar possível ressantificar a terra.[4]

Com os diretores de vanguarda de Hollywood e as figuras políticas de Washington na liderança, os EUA [e o Ocidente] estão rapidamente voltando ao paganismo que envolveu o mundo em trevas espirituais durante milênios. Que Deus nos ajude a prestar mais atenção à admoestação do apóstolo Paulo, encontrada nas Sagradas Escrituras. Ele nos ensinou que a adoração à natureza nos tempos da Antigüidade era resultado do afastamento da adoração ao único e verdadeiro Deus que, para começar, foi quem criou a natureza:


“Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém” (Rm 1.21-25). (Joe Schimmel – www.goodfight. org - http://www.chamada. com.br)

* Segundo o hinduísmo, avatar é uma manifestação corporal de um ser imortal. Deriva do sânscrito Avatara, que significa “descida”, normalmente denotando uma encarnação de Vishnu (tais como Krishna), que muitos hinduístas reverenciam como divindade. Por extensão, muitos não-hindus usam o termo para denotar as encarnações de divindades em outras religiões.

** Pan: palavra de origem grega que significa “tudo, todas as coisas”.


Notas:
  1. Al Gore, Earth in the Balance – Ecology and the Human Spirit [A Terra em Equilíbrio – A Ecologia e o Espírito Humano], 1992, p. 258-259).
  2. Ibid. p. 161.
  3. Ibid. p. 260.
  4. Ibid. p. 263.
Publicado anteriormente
março de 2010.


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