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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Mudança de comportamento: E a Bíblia com isso?

 Mudança de comportamento: E a Bíblia com isso?

correndo-atras-dinheiro                                                                                        Milton Jr.

1. O problema aparente

Thiago é um adolescente cristão, filho de um pastor evangélico. Foi criado segundo os princípios bíblicos e teve uma excelente formação cristã. Sempre foi atuante na igreja, e em seu lar estava acostumado com a rotina dos cultos domésticos. Costumava ser frequentemente citado por aqueles que o conheciam como um bom modelo a ser imitado, contudo, nos últimos tempos, depois de mudar de escola e fazer uma nova turma de amigos, Thiago não parecia mais o mesmo. Aquele que sempre foi um moço bem-educado agora vivia xingando. Os palavrões saiam de seus lábios com tanta naturalidade e frequência que era impossível não ficar incomodado e, tudo isso, já estava começando a “pegar mal” para o seu pai, afinal, filho de pastor não xinga.

Jair é diácono da igreja. Sempre foi muito responsável com o seu trabalho e, geralmente, era bastante polido no seu modo de falar. Porém, algumas pessoas da igreja já tiveram o desprazer de vê-lo irritado e, quando isso acontecia, aquela linguagem polida dava lugar aos mais terríveis palavrões. Em casa, sua esposa e filhos eram também, muitas vezes, insultados com xingamentos, o que levava a brigas ainda maiores.

O pastor Enoque, que já vinha se sentindo envergonhado por causa do linguajar do seu filho Thiago, começou a receber reclamações por parte dos membros ofendidos pelo diácono Jair. Além disso, a esposa do diácono também procurou o pastor para queixar-se do modo como o marido muitas vezes a tratava e de como estavam brigando em decorrência disso, estavam a ponto de separar-se.

Aparentemente o problema era o mesmo, um adolescente e um diácono que pecavam falando palavrões, e foi com esse entendimento que o pastor Enoque tentou tratar os dois casos.

2. Deus não é um mero extintor de incêndio

Primeiro o pastor chamou o filho e falou que por causa do seu linguajar, ele, como pastor da igreja, estava sendo envergonhado e sendo motivo de chacotas: “o pastor não sabe cuidar nem do filho...”. Abriu a Bíblia e, citando os textos de Efésios 4.29 e Tito 2.8, afirmou que dizer palavras torpes é pecado e que Deus puniria o seu pecado. Não haveria como fugir do juízo de Deus porque o homem colhe o que planta, esbravejou citando Gálatas 6.7. Se não quisesse experimentar o peso da mão do Senhor, Thiago deveria imediatamente parar de falar palavrões.

Com o “sermão” pronto, ficou fácil. O pastor convocou o diácono Jair, repetiu as mesmas palavras, incluiu alguns versículos que falam sobre o cuidado do marido em relação à esposa e afirmou que, caso acontecesse o divórcio, a culpa seria toda do diácono. Se não quisesse sentir o peso da mão do Senhor e perder a esposa, Jair deveria parar de xingar as pessoas.

Isso me faz lembrar de um programa a que assisti com o “Dr. Pet”, adestrador de animais. Nesse programa ele foi chamado para resolver um problema com alguns cachorros que viviam brigando. Eram uns cinco ou seis cachorros de porte grande que, ao serem soltos pelo dono, começavam a se morder, mesmo com o dono gritando para que parassem. A solução do Dr. Pet foi fantástica. Instruiu o dono dos animais de que, munido de um extintor de incêndios, se aproximasse dos cachorros no momento da briga. Ele teria de dar a ordem: pare!, e em seguida acionar o extintor em direção aos cães que dispersariam com medo daquele jato de pó. Isso deveria se repetir algumas vezes, até que os cães cessassem a briga simplesmente ouvindo o comando para parar. E foi o que, de fato, aconteceu. Ao ouvir a ordem “pare!”, os cães associavam ao extintor e, por medo de levar mais um jato, obedeciam.

Apesar de os personagens citados nos exemplos acima serem fictícios, as situações descritas não são diferentes daquelas que podemos perceber todos os dias no cotidiano de muitos cristãos. Pior ainda é saber que a forma como têm sido tratadas essas questões assemelha-se mais ao método do Dr. Pet para adestrar os cães que com a perspectiva bíblica para a mudança de comportamento. Muitos crentes têm evitado o pecado somente por medo da consequência e não por causa do entendimento de que devem viver para a glória de Deus (1Co 10.31; Rm 11.36). Para eles, a ideia de Deus é simplesmente a de um extintor de incêndio pronto para ser acionado. O pecado é então evitado por causa da consequência que se sofre e não por causa da ofensa ao Senhor.

O problema na abordagem descrita é que ela se limita a “tratar” os sintomas sem descobrir a causa. É como alguém que constantemente sente dor de cabeça e simplesmente toma um analgésico. Várias são as causas que podem levar alguém a sofrer com isso, mas, somente como exemplo, pense na hipertensão. Alguém que tenha “pressão alta” pode frequentemente sentir dor de cabeça e o analgésico será um simples paliativo, servindo para mascarar o verdadeiro problema, pois, se não há dores não há o que se verificar e o problema continuará lá até o momento de se manifestar de forma mais grave, como um AVC.

Conquanto os princípios bíblicos citados pelo pastor Enoque sejam verdadeiros, para que a mudança de comportamento honre ao Senhor ela deve ir além de regras cumpridas por medo da punição. Não é simplesmente parar de xingar, mas fazer isso por causa de uma motivação correta. Como então proceder de forma bíblica a fim de que a mudança seja duradoura e honre ao Senhor?

3. Um caminho bíblico: tratando o problema na raiz

A perspectiva bíblica quanto à mudança de comportamento está ligada à santificação. Como afirma Booth: “A Santificação é um processo contínuo pelo qual Deus, por sua misericórdia, muda os hábitos e o comportamento do crente, levando-o a praticar obras piedosas.”[1] Sabendo que “a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta par discernir os pensamentos e propósitos do coração (Hb 4.12), precisamos recorrer a ela para entender não só como agimos, mas por que agimos como agimos.

É muito importante entender que, na dinâmica da igreja, somos responsáveis por “admoestar uns aos outros” (cf. Rm 15.14). Como indica o excelente livro do Dr. Paul Tripp, somos “Instrumentos nas mãos do Redentor – pessoas que precisam ser transformadas ajudando pessoas que precisam de transformação”[2]. Para isso precisamos entender três princípios:

1. O homem é governado pelo coração – Ao advertir os discípulos que não procurassem ajuntar tesouros na terra, mas no céu, Jesus afirmou: “porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.19-21). O ensino aqui é evidente. Buscamos aquilo ao qual damos maior valor em nosso coração. Se os discípulos tivessem como “tesouro” os bens, era isso que governaria seus corações e motivaria as suas ações, mas se o “tesouro” fosse o Reino de Deus e sua justiça, agiriam em conformidade com a justiça do Senhor. Foi também o Senhor Jesus quem afirmou que do coração procedem os maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, falsos testemunhos, blasfêmias (Mt 15.19) e que a boca fala do que está cheio o coração (Mt 12.34).

Por causa de tudo isso é que o livro de Provérbios orienta: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23).

Se o pastor Enoque tivesse esse entendimento conseguiria verificar que o problema do seu filho e do diácono não era simplesmente o linguajar torpe, mas aquilo que estava governando seus corações em lugar do Senhor. No caso do filho o desejo de ser aceito no novo grupo de amigos, no caso do diácono, o desejo de ser ouvido e respeitado.

Mas como o pastor Enoque chegaria a essa conclusão? Observando o próximo princípio.

2. Pessoas e circunstâncias revelam o nosso coração – De um modo geral a tendência do homem, ao pecar, é colocar a culpa em outras pessoas ou nas circunstâncias. Porém, diante da verdade bíblica de que somos dirigidos pelo nosso coração, devemos entender que pessoas e circunstâncias simplesmente revelam o que está em nosso coração, elas servem como a antiga pomada de basilicão, usada em pessoas com furúnculos. Ao ser aplicada a pomada “trazia para fora” o carnegão[3] e, é lógico, isso só acontecia porque ele já estava lá. A pomada não produzia o carnegão, simplesmente o revelava.

Ao analisar os casos sob essa ótica, o pastor veria que a razão de o seu filho estar xingando constantemente era o medo de ser rejeitado pelo novo grupo de amigos. Ser aceito era tão “importante e necessário” que, nessa ânsia, ele deixava de lado todos os princípios bíblicos aprendidos outrora demonstrando, ao contrário da atitude dos discípulos em Atos 5.29, que importava obedecer aos homens que a Deus.

No caso do diácono, o pastor Enoque perceberia que o xingamento era a forma de “punir” aqueles que não o respeitavam como ele achava que merecia. Como diácono da igreja, entendia que não podia ser contestado e como chefe do lar, nunca questionado. Seu desejo por respeito passou a ser uma “necessidade” que ele agora exigia e qualquer um que o privasse daquilo que ele tanto queria logo era julgado e punido, no caso, com xingamentos.

Ao observar o princípio de que as pessoas e circunstâncias revelam o coração, o pastor Enoque teria condições de avaliar também a postura da esposa do diácono. Ao ameaçar deixá-lo, o que ela tentava fazer era manipulá-lo para que ele a tratasse melhor. Ela também, por causa do seu desejo, tentava mudar o comportamento do marido infligindo medo.

Mais ainda, o pastor poderia avaliar seu próprio coração e descobrir que sua motivação para corrigir o filho não estava sendo a glória de Deus, mas a vergonha a que ele estava sendo submetido por causa do seu mau comportamento.

Pessoas e circunstâncias são usadas por Deus para revelar o que controla o nosso coração e, com os desejos do coração expostos, podemos, com o auxílio do Espírito do Senhor, abandonar a nossa vontade e nos submeter à vontade do Senhor. Isso nos leva ao terceiro princípio.

3. Os ídolos do coração devem ser abandonados – No primeiro mandamento o Senhor ordena: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Costumamos pensar em idolatria somente no que diz respeito a imagens de escultura, mas a Bíblia nos adverte contra os “ídolos do coração” (Ez 14.1-9). Incorremos em idolatria todas as vezes que buscamos alegria, prazer, satisfação e realização fora do Senhor. Se pecamos para conseguir o que desejamos, ou pecamos quando não conseguimos o que desejamos, é porque esse desejo já se tornou um ídolo, um falso deus que faz promessas vãs acerca daquilo que achamos que nos trará satisfação.

O caminho bíblico é o de identificar a idolatria, arrepender-se por confiar em falsos deuses e voltar-se de todo o coração ao Senhor (Ez 14.6) buscando de coração fazer a sua vontade.

O adolescente Thiago deve rejeitar o ídolo da “aprovação dos homens” e entender que a alegria não é encontrada num grupo de amigos, mas no Senhor e, por isso, é a ele que precisamos agradar. O diácono Jair tem de abandonar o ídolo do “respeito” e entender que o pecado de outros ao não respeitá-lo não autoriza o seu pecado ao revidar as afrontas. Ao invés de revidar ele deve entregar tudo àquele que julga retamente (1Pe 2.23). De igual modo a sua esposa deveria abandonar o ídolo do “controle” e, ao invés de tentar mudar o marido manipulando-o pelo medo, deveria ganhá-lo sem palavra alguma, por meio de um honesto comportamento. Por último, o Pastor Enoque deveria entender que a motivação para corrigir o filho deveria ser exclusivamente a glória de Deus, abandonando o ídolo da “reputação”.

Conclusão

Entender os motivos do coração é essencial para uma mudança de comportamento que seja duradoura. Qualquer mudança externa, que não leve em conta a raiz do problema, será mero paliativo e servirá unicamente para produzir fariseus que não se preocupam com a glória do Senhor, mas com seus próprios desejos.

É bom salientar que os desejos não são maus em si mesmos. Pensando nos casos citados, não há mal em querer ser aprovado, ser respeitado ou ter uma boa reputação. O problema é quando essas coisas tomam uma importância tão grande que passam a governar o coração e nos levam a pecar.

Que o governo de nossa vida seja exclusivamente de Cristo Jesus, aquele que já nos redimiu e nos santificará para ele mesmo, até o dia final. Vivamos para sua glória e louvor.



[1] A. Booth. Somente pela graça. São Paulo, PES, 1986, p. 44-45.

[2] A obra do Dr. Tripp foi publicada no Brasil pela Ed. NUTRA e é um excelente livro-texto para aqueles que se interessam por aconselhamento bíblico.

[3] Regionalismo para “carnicão”, a parte central dos furúnculos e tumores (Dicionário eletrônico Houaiss).


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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Pureza e Propósito no Namoro

 Pureza e Propósito no Namoro

-por Dennis Allan

Querer namorar é natural na vida dos solteiros. Durante os séculos recentes, a prática do namoro para conhecer e escolher um parceiro para o casamento se tornou comum na nossa sociedade. Podemos nos admirar ao notar que a Bíblia fala muito pouco a respeito do namoro, mas precisamos lembrar que o namoro não era a maneira comum de caminhar para o casamento na época bíblica. Os pais freqüentemente arranjaram os casamentos dos filhos, como ainda é o costume em muitas culturas. O amor romântico e as emoções da paixão não eram destacados como são hoje.

Algumas pessoas citam a falta de orientação específica nas Escrituras para justificar a aceitação dos padrões do mundo em relação ao namoro. Até jovens que se dizem cristãos, às vezes, começam a namorar sem pensar nos princípios bíblicos que devem governar o seu comportamento. Despreparados, facilmente caem nas ciladas que o Diabo armou. Alguns cometem imoralidade, enquanto outros namoram de olhos fechados e escolhem mal os seus parceiros. Em ambos os casos, as conseqüências podem ser desastrosas.

Embora a Bíblia não apresente uma lista de regras para o namoro, encontramos nas suas páginas muitos princípios que podemos e devemos seguir para ter namoros puros que caminhem para casamentos bons e felizes.

Fatos e princípios importantes

Trate a sua namorada como se fosse sua irmã. O homem cristão deve tratar "às moças, como a irmãs, com toda a pureza" (1 Timóteo 5:2). Tal atitude certamente se aplica ao namoro. A sua namorada não é um objeto feito para seu prazer, e sim uma pessoa feita à imagem de Deus. Respeite-a.

Evite o egoísmo, pois é pecado (2 Timóteo 3:2). Muitas pessoas namoram e até se casam por motivos egoístas. O amor verdadeiro "não procura os seus interesses" (1 Coríntios 13:5), e sim procura o bem-estar do amado. O amor de Jesus para a igreja não é egoísta. Ele se sacrificou por ela, e pede a mesma coisa do homem em relação à esposa (Efésios 5:25-33). Este amor puro e verdadeiro deve começar no namoro.

Estimule o amor e as boas obras (Hebreus 10:24). Os dois devem crescer no namoro, um ajudando ao outro a realizar seu potencial, especialmente no sentido espiritual. Um namoro que ocupa todo o tempo livre da pessoa, e que dificulta o seu serviço a outros, não ajuda o desenvolvimento pessoal.

Seja criterioso (Tito 2:6). Diz-se que o amor é cego, mas que o casamento abre os olhos! Deve se namorar com os olhos abertos, observando o comportamento e o caráter da outra pessoa. Ele a traiu durante o namoro? Será que se mostrará fiel no casamento? Ela mente aos outros? Será que sempre lhe dirá a verdade? Ele é explosivo e fisicamente violento agora? Acha que vai controlar esses impulsos depois de se casar? Em muitas conversas com casais que enfrentam problemas no casamento, eu pergunto se as atitudes erradas se apresentaram no namoro. Na maioria dos casos, a resposta é sim. Mas, quase sempre, acrescenta-se um fato: "Mas eu não me incomodava com aquilo, porque eu estava apaixonado e queria casar". Precisa-se namorar de olhos abertos!

Evite pecados de sensualidade. A sociedade decadente atual perverte muito o sentido do namoro. Programas de televisão fazem concursos de beijos sensuais. O "Dia dos Namorados" é conhecido por aumentos de vendas de lingerie e propaganda de motéis. Para muitos, a prática sensual de "ficar" vem antes de conhecer o nome da pessoa, e sem nenhum compromisso pessoal. Em muitas escolas, relações sexuais ilícitas são consideradas normais, e até incentivadas pelas conversas entre alunos e professores. A vontade de Deus é outra. Independente das atitudes liberais da sociedade, Deus considera errada qualquer relação sexual fora do casamento. Relações íntimas fazem parte do casamento conforme o plano de Deus, porém "Deus julgará os impuros e adúlteros" (Hebreus 13:4). O servo de Deus precisa fugir da impureza, porque a imoralidade é pecado contra o próprio corpo, que é o santuário do Espírito Santo (1 Coríntios 6:18-20; veja também Gálatas 5:16,19; 1 Coríntios 7:9).

Não é só o ato sexual em si que é pecaminoso. Devemos evitar, também, as atividades e as conversas que alimentam desejos sexuais. Pessoas do mundo podem considerar passeios à praia, noites numa danceteria ou horas a fio agarrados no portão da casa atividades normais para os namorados, mas os cristãos não seguem o padrão sensual do mundo. Algumas perguntas podem ajudar a evitar a imoralidade. O seu nível de contato físico os aproxima de Deus, ou os afasta dele? A sua roupa aumenta o respeito que seu namorado tem por você, ou cria nele desejos que podem ser difíceis de controlar? Se assistirem àquele filme, serão edificados ou enfraquecidos?

Respeite o papel dos pais durante o namoro. Durante o namoro, alguns jovens quase evitam os pais e não freqüentam as casas das famílias, sempre procurando sair para outros lugares. Na Bíblia, observamos que os pais freqüentemente aconselhavam os seus filhos na escolha de seus parceiros. Em alguns casos, os filhos já eram adultos, mas ainda respeitavam a orientação dos pais (veja Gênesis 24:3-4; 28:6; 34:4-6). Os pais normalmente têm muito a oferecer, porque já passaram pelas fases do namoro, do noivado e do casamento. Têm aprendido de outros casais, também, ao longo dos anos. Seria um grave erro não aprender com a sabedoria dos pais. "Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe" (Provérbios 6:20). Muitos casais sofrem hoje porque se mostraram teimosos e não respeitaram os pais no namoro.

Estejam um ao lado do outro no namoro. Entendemos que o namoro tem em vista, como propósito principal, a escolha de um bom parceiro para o casamento. Gênesis 2:20-24 mostra que Deus criou a mulher para auxiliar (do lado de) seu marido. A vida do casal deve ser dedicada ao serviço a outros (filhos, parentes, vizinhos, irmãos em Cristo, Deus, etc.). Se será assim no casamento, deve começar assim no namoro. Procurem ser uma equipe de servos, os dois trabalhando juntos para fazer o bem.

Casais bem-sucedidos

Durante o namoro devem se espelhar em casais bons. Observar casais conhecidos que têm relações especialmente boas ajuda bastante. Agora, considere esses casais à luz das Escrituras. Achamos instruções e exemplos de casais bem-sucedidos.

Áqüila e Priscila trabalharam juntos no ensinamento de Apolo (Atos 18:26) e foram considerados por Paulo cooperadores em Cristo (Romanos 16:3). Uma igreja se reunia na casa deles (Romanos 16:5).

O casal em Provérbios 31 é uma equipe. Este capítulo, a partir do versículo 10, descreve as características da mulher virtuosa. Em parte por causa da dedicação dela, o marido é respeitado na sua cidade. Ela é, acima de tudo, uma serva.

Presbíteros e diáconos e suas mulheres cooperam no serviço a outros. Observamos nas listas de qualificações desses homens (Tito 1:5-9; 1 Timóteo 3:1-13) que eles se preparam para os seus papéis na igreja, em parte, por suas experiências na família. Se não tivessem esposas dedicadas trabalhando em prol da família, esses homens não teriam condições de cumprir papéis especiais na igreja do Senhor. Esta atitude de cooperação, um servindo ao lado do outro, deve começar já no namoro.

Olhando nas direções certas

Muitos namoros levam a casamentos fracassados por um simples motivo. Durante todo o período do namoro, os dois olham nas direções erradas. Olham para si mesmos, procurando satisfazer desejos egoístas. Olham um para o outro, esquecendo do resto do mundo e perdendo oportunidades para servir. Passam horas admirando a beleza física do outro, ou exagerando o contato físico. Embora precise ser realista sobre as suas próprias necessidades, e precise observar o comportamento e as atitudes do outro, o namoro bom mantém seu foco fora do próprio casal. Deve-se olhar para onde?

Deve-se olhar para Deus. Em todas as circunstâncias da vida, devemos olhar em primeiro lugar para Deus. Jesus disse: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento" (Mateus 22:37-38). O namoro que tira a sua atenção das coisas de Deus não ajudará o seu crescimento espiritual. Se, de fato, você ama o seu namorado, faça tudo para ajudá-lo chegar ao céu. Não se esqueça de olhar para cima!

Deve-se olhar para os seus próximos. Jesus continuou: "O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mateus 22:39). Quando um casal de namorados se isola, dedicando quase todo o seu tempo ao namoro, desobedece o mandamento de Jesus. O namoro, como a vida, deve ter como fundamento os princípios de serviço a outros. Não se esqueça de olhar para as pessoas ao seu redor!

Sugestões práticas

Quer um namoro que seja bom para você e para seu namorado? Quer estabelecer a base para um bom casamento que durará a vida toda? Quer, acima de tudo, agradar a Deus no seu namoro e na sua vida? Procure aplicar na prática os seguintes princípios:

  • Limitem e controlem o contato físico, evitando criar ou alimentar desejos sensuais.

  • Respeitem um ao outro como irmãos, criados pelo mesmo Pai celeste.

  • Não se isolem durante o namoro. Sejam abertos para servir a outros.

  • Dêem prioridade para as coisas espirituais. Participem juntos de estudos e períodos de louvor. Estudem a Bíblia juntos.

  • Procurem oportunidades para servir.

  • Cultivem uma relação espiritual e saudável que incentive o crescimento dos dois.

  • Orem juntos, pedindo que Deus abençoe seu namoro, e mais ainda seu futuro casamento!

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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Como Tomar Decisões Sábias, Dentro da

VONTADE DE DEUS

(título em inglês: How To Make Wise Decisions In God’s Will)






David Cloud


         Muitas pessoas têm desperdiçado suas vidas cristãs ao tomarem decisões erradas, fora da vontade de Deus (como por exemplo, quando assumem um emprego, um casamento e uma educação errados, além dos erros cometidos na mudança de um lugar para o outro). E não é somente a juventude que toma decisões erradas; muitos adultos, e até pessoas idosas, têm cometido sérios erros.


         Daremos a seguir alguns princípios fundamentais para se tomarem decisões segundo a vontade de Deus:

1. - “Não se estribe no seu próprio entendimento”  (Provérbios 3:5; 28:26; Jeremias 17:9).

A pessoa que confia no seu próprio entendimento não segue a vontade de Deus; por isso, em geral, ela toma decisões erradas. Por causa dos nossos corações decaídos, não temos a capacidade de tomar, por nós mesmos, decisões sábias. Portanto, devemos sempre buscar Deus e confiar exclusivamente nEle.

Para consegui-lo, devemos ser diligentes estudiosos da Bíblia, pois somente através desta conhecemos a mente do Senhor (1 Coríntios 2:16), Sua vontade (Salmo 119:105) e conseguimos fé (Romanos 10:17). Precisamos manter um estudo diário e efetivo da Bíblia. Devemos ser fiéis [atendentes] ao ministério da pregação e do ensino entregue numa igreja [realmente] crente na Bíblia. Devemos aproveitar cada oportunidade para crescer na graça e no conhecimento da santa Palavra de Deus, a fim de podermos conhecer e seguir a Sua vontade.




2. - Confie no Senhor e Lhe peça mais sabedoria (Provérbios 3:5-6). 

Em vez de confiar em nosso próprio entendimento, devemos nos lançar ao Senhor, implorando-Lhe sabedoria e direção em cada decisão importante. Ele prometeu guiar o Seu povo, mas devemos buscar a Sua orientação e não apenas presumi-la. Devemos reconhecê-Lo em todos os nossos caminhos. É uma tentação pensar: “Bem, o Senhor já sabe que necessito de Sua sabedoria e auxílio. Certamente, Ele vai mos dar, automaticamente”. De fato, Deus nos ensinou em Sua Palavra a orar específica e decididamente sobre todos os assuntos. Deixar de fazê-lo é dar um passo para se tomarem decisões erradas.




3. - Andar na luz (1 João 1:5-6). 

Viver em pecado é andar nas trevas, sendo isto um empecilho ao pensamento e à vida espiritual (1 Pedro 2:11).

         Quando um crente é desobediente e cínico em relação aos pais; grosseiro, crítico ou amargo, ao exercer autoridade sobre a esposa; e quando esta deixa de demonstrar a devida honra ao marido, mentindo, furtando e amando as coisas malignas do mundo, suas orações são interrompidas e eles não terão sabedoria para tomar decisões sábias.

Tomar decisões importantes, num estado espiritual decaído, é uma receita para o desastre. Muitos crentes que estavam com os seus corações afastados do Senhor contraíram matrimônio, assumiram um emprego ou um campo errado de educação e desenvolveram amizades sobre as quais irão se lamentar, profundamente, no futuro. Cuidado!




4. - “Deleite-se no Senhor” (Salmo 37:4)  

A melhor maneira de se conhecer a vontade é Deus é colocá-Lo no centro das afeições.  Sua vontade não é conhecida por quem assume a vida cristã através de um simples “fazer” ou “não fazer”. Ela é encontrada pelos que conhecem Deus e nEle se deleitam. Quando assim agimos, Ele coloca os desejos corretos em nosso coração e, em seguida, realiza esses desejos. [N.T. - Quanto mais você estuda a Palavra de Deus, menos desejo de praticar o mal você acalenta no coração]. Por outro lado, os cristãos mundanos, ou nominais, vivem dominados por desejos fúteis, contrários à vontade de Deus, e se sentem frustrados, quando tais desejos não são realizados.




5. - Nunca tome uma decisão que o leve a desobedecer ao ensino da Bíblia (João 8:31-32).

         Qual é a vontade  de Deus? Como sabemos encontrá-la? Basicamente, a vontade de Deus é que obedeçamos a Sua Palavra. Jesus descreveu isto como “andar na minha palavra”. Qualquer decisão que nos leve a desobedecer a Bíblia é contrária à vontade de Deus, sem exceção alguma. Isto é que significa “viver pela fé”. Viver pela fé é simplesmente crer em Deus e obedecer a Sua Palavra (Romanos 10:17); significa tomar decisões embasadas na Bíblia, em vez de embasadas nos sentimentos, pensamentos e circunstâncias. Em seguida, devemos confiar em Deus, pois Ele abrirá as portas certas e proverá as necessidades.

         Vamos considerar alguns exemplos e como estes se relacionam com o fato de tomar decisões sábias, conforme a vontade Deus:

         A Bíblia diz para não nos associarmos com o mal nem com a idolatria. (1 Coríntios 15:33; 2 Coríntios 6:14-18; Romanos 12:2; Efésios 5:11).

         Viver pela fé significa que não me associarei com estas coisas. Desse modo, não é a vontade de Deus que eu freqüente baladas, uma escola pagã ou consiga emprego num lugar que me exija participação na malignidade (como vender bebidas alcoólicas, usar roupas indecentes, assistir a filmes indecentes, tocar música maligna ou sensual), participar de rituais pagãos, desfiles de modas, etc. Lembro-me de uma adolescente numa igreja, a qual conseguiu emprego numa casa de exibição de filmes. Ela ficou saturada de ver filmes indecentes e pretendia sair, mas foi aconselhada a não fazê-lo, pelo mundano pastor de sua igreja. O resultado foi que, eventualmente, ela caiu num grave pecado. 

         Lembro-me de um homem empregado num bar-restaurante, o qual era responsável pela supervisão das festas mundanas que incluíam bebidas alcoólicas e dança. Ele não cresceu espiritualmente nem conseguiu tomar decisões sábias, enquanto não abandonou aquele emprego.

         A Bíblia ensina a não abandonar a congregação (Hebreus 10:25). A igreja é  “a casa de Deus” (1 Timóteo 3:15). Portanto, não devemos tomar qualquer decisão que nos leve a abandonar a congregação, como a mudança para um lugar onde não exista uma boa igreja ou arranjar um emprego que nos afaste dos cultos. Lembro-me de um jovem em nossa igreja, que havia sido salvo do estilo de vida nas drogas. Ele prometia e estava crescendo no Senhor, até que os pais exigiram que ele voltasse a morar em sua [pequena] vila [onde não havia nenhuma boa igreja de que ele pudesse se tornar membro]. Contrariando o nosso conselho, ele foi; e, a partir daquele dia, ele retrocedeu na vida cristã. Temos visto acontecer isto muitas vezes.

         A verdade é que uma das principais razões para as pessoas abandonarem a igreja é que elas desobedecem a Deus, assumindo um emprego que as afasta dos cultos e, por isso, acabam retrocedendo. Consideremos as duas admoestações seguintes:




“Perdemos cerca de 20% dos nossos jovens, depois do 7º. grau; isto porque eles conseguem empregos que os afastam da igreja, por serem obrigados a trabalhar aos domingos. Quando conseguem tais empregos, fica mais fácil para se justificarem quanto à falta aos cultos dominicais, o que geralmente eles fazem”.

“Temos observado que muitos crentes que abandonam [a igreja] têm a ideia de que se Deus lhes dá um emprego que exige a falta aos cultos, então está tudo bem. E se Deus lhes dá um emprego que exija o uso de roupas indecentes, tudo OK, pois eles acham que são bastante fortes para exercer empregos desse tipo e, ao mesmo tempo, continuar frequentando a igreja. Como diretor dos jovens solteiros, tenho acentuado o fato de que Deus tem o emprego perfeito para nós e que Satanás tem também o dele. Contudo, a maioria dos garotos não espera pelo emprego que Deus vai lhe dar.”


Quando uma pessoa vive pela fé, ela não aceita um emprego que a leve a desobedecer a Palavra de Deus, afastando-se da igreja. A Bíblia ensina para “não nos prendermos a um jugo desigual com os infiéis” (2 Coríntios 6:14). Desse modo, nunca é a vontade de Deus que um crente se case com um incrédulo, se associe em negócio com um incrédulo, ou coisas assim. Lembro-me de um homem, que foi um dos primeiros convertidos numa igreja nova. Ele ia bem, crescendo espiritualmente, até que entrou numa sociedade com um incrédulo, o qual costumava realizar negócios desonestos. Por causa disso, ele acabou na prisão e o seu testemunho foi corrompido.

A Bíblia diz para não nos associarmos com a falsa doutrina (Romanos 16:17; 2 João 10-11). Isto significa não ser a vontade de Deus que o crente freqüente um estudo bíblico ou uma igreja onde seja ensinada [alguma] falsa doutrina, onde ele leia livros, escute sermões de falsos mestres, ou mantenha relações de amizade com alguém que promova a falsa doutrina. Lembro-me de dois jovens de nossa igreja que muito prometiam e pareciam estar crescendo no Senhor, até que começaram a frequentar um estudo bíblico conduzido por um falso mestre, e acabaram abandonando a igreja.

Tomar decisões sábias significa que um filho de Deus não fará coisa alguma contrária à Palavra de Deus. Quando desobedecemos a Bíblia, não podemos esperar a bênção de Deus. O que muitos cristãos fazem é organizar os seus próprios planos e, em seguida, pedir que Deus os abençoe; porém isto é um retrocesso [espiritual] . Primeiro devemos ter certeza de que os nossos planos estão de acordo com a vontade de Deus, para, em seguida, com razão, pedir e esperar a bênção de Deus.




6. - Não tema o homem; tema a Deus (Provérbios 29:25)

         Jesus nos comandou a que O amemos mais do que  amamos nossos parentes mais amados.  Vejam Lucas 14:26. O que Jesus quis dizer, quando ensinou que devemos odiar os nossos entes mais próximos e mais amados? Entendemos isto comparando Escritura com Escritura. Consideremos uma passagem paralela em Mateus 10:37. Quando Jesus disse que devemos odiar nosso pai, mãe, esposa, filhos, irmãos e irmãs, Ele estava dizendo que não devemos amá-los mais do que O amamos e amamos a Sua vontade. O Senhor exige que O coloquemos absolutamente em primeiro lugar, acima de tudo o mais. As relações familiares são importantes e a Palavra de Deus nos ensina a cuidar dos nossos amados (1 Timóteo 5:8; Colossenses 3:18-21). Ao mesmo tempo, o chamado para a obra de Deus tem precedência sobre os nossos relacionamentos humanos. Através dos séculos, muitos têm resistido ao chamado divino por causa dos laços de família. Existem forças poderosas em ação. Lembro-me do homem que me levou a Cristo. Quando Deus o chamou para pregar, sua esposa deu-lhe um ultimato, avisando que iria abandoná-lo, se ele não deixasse de pregar. Ele implorou que ela ficasse, porém recusou-se a abandonar a pregação. Eventualmente, ela o abandonou e levou o filho com ela. O homem ficou de coração partido, mas recusou-se a deixar de pregar, obedecendo, assim, ao comando de pregar a Palavra de Deus. Muitos que encaram uma escolha assim têm preferido abandonar a vocação [o chamado por Deus], dando as costas a Deus.

         Se alguém deseja tomar uma decisão sábia, conforme a vontade de Deus, deve temê-Lo e servi-Lo mais do que ao homem. Se precisar escolher entre obedecer aos amigos ou parentes e obedecer e agradar a Deus, deve preferir agradar a Deus.

         É um pecado grave temer os parentes e amigos mais do que temer a Deus. Muitos incrédulos cometem este pecado e acabam caindo no inferno, por terem sido “tímidos”. (Apocalipse 21:8). Muitos dos que estão no inferno diriam que ali estão porque temeram o que os outros iriam pensar. Muitos crentes também cometem este pecado. Devemos nos lembrar que “fomos comprados por bom preço e já não somos de nós mesmos”. (1 Coríntios 6:19-20). É isto que o batismo significa. O crente morre para a vida velha e, simbolicamente, renasce para uma nova vida, na qual Cristo é o Senhor de tudo. (Romanos 6:34).

         Os jovens sempre cometem o pecado de temer a opinião dos homens. Eles sabem que Deus os está chamando para uma vida de piedade e serviço, mas não querem sair da multidão e, por isso, deixam de fazer a vontade de Deus. Como novo cristão, precisei encarar este dilema, quando soube que Deus queria que eu cortasse meus cabelos compridos, tendo hesitado bastante em fazê-lo, sabendo que não iria mais parecer “legal”. Muitas  moças cristãs recusam se vestir decentemente e de maneira feminina, porque temem os outros mais do que temem a Deus. São tolas. Jesus nos admoestou: “Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos”. (Marcos 8:38).







7. - Honrar a autoridade

         Outro princípio importante para se tomarem decisões sábias é honrar a autoridade constituída por Deus. A Bíblia fala muito sobre isto. (Ver Romanos 13:1);1 Coríntios 11:3; Efésios 5:22; 6:1-3; 1 Timóteo 5:17; Tito 3:1; Hebreus 13:17; 1 Pedro 2:13-15).


         Tenho visto muitos crentes tomando decisões erradas, que os levam para longe de Deus, quando deixam de honrar e obedecer as autoridades que Deus colocou sobre eles. Muitas pessoas jovens têm cometido o erro de não honrar os pais e, por causa disso, fizerem maus casamentos, adquiriram amizades perigosas, freqüentaram escolas erradas, uniram-se a igrejas erradas, mudaram-se para lugares errados e tomaram outras decisões erradas, as quais poderiam ter sido evitadas, se tivessem, simplesmente, honrados os seus pais. 

         O mesmo erro tem sido cometido pelas esposas, que desobedeceram e não honraram seus maridos. Nossa mãe Eva é um exemplo disto.

         Este erro tem sido também cometido pelos membros da igreja que desobedecem e desonram os seus líderes. Se você se zangar ou ficar aborrecido com os seus líderes, não tomará decisões sábias. Não é errado questioná-los, porém é errado tomar uma atitude errônea em relação a eles. Tenho visto muitas pessoas abandonarem boas igrejas e retrocederem [espiritualmente] , por terem se aborrecido com os seus líderes, tendo se recusado a buscar o arrependimento. Devemos nos lembrar que os líderes da igreja são apenas homens, longe de serem perfeitos. Esta não é uma desculpa, mas um fato. Eles não estão acima da Palavra de Deus e, quando pecam, devem ser disciplinados, de acordo com maneira bíblica (1 Timóteo 5:19-20). Mas a um líder devemos sempre dar o benefício da dúvida. Existe um motivo para se abandonar uma igreja, quando ela não está ligada à Palavra de Deus, mas devemos ter o cuidado de abandoná-la de maneira correta, mudando para uma igreja mais forte e não para uma mais fraca na Bíblia.

         As autoridades devem ser testadas pela Palavra de Deus. Não devemos prestar cega obediência a figuras da autoridade, porque vivemos num mundo decaído e autoridade maior é Deus. Toda autoridade deve ser testada pela Palavra de Deus. Comparar Atos 5:29; 17:11.

         Às autoridades deve ser dado o benefício da dúvida. Na maioria das vezes, quando as pessoas discordam das autoridades, elas não o fazem na base da Escritura, mas dos seus próprios pensamentos e opiniões. Quando eu achar que uma autoridade não está agindo corretamente, devo perguntar a mim mesmo: “Será que eu tenho uma Escritura para me comprovar que este líder está agindo de modo incorreto, ou apenas estou enganado neste ponto?” À luz de muitos mandamentos da Escritura de obedecer os que governam sobre nós, é perigoso rejeitar as autoridades constituídas numa base que não esteja na Escritura corretamente dividida (2 Timóteo 2:15).

8. - Busque um conselho sábio (Provérbios 12:15; 19:20).

Uma das maneiras mais importantes para se tomarem decisões sábias, segundo a vontade de Deus, é buscar um conselho piedoso, de pessoas sábias e maduras (Provérbio 24:6). O caso clássico na Escritura de alguém que deixou de fazê-lo é o de Roboão, filho de Salomão (1 Reis 12:1-6). Logo após ter subido ao trono, ele foi confrontado pelos súditos que lhe pediram para ser tratados compassivamente. Antes de tomar uma decisão sobre o assunto, ele consultou os homens idosos que haviam aconselhado o seu pai e estes, sabiamente, o aconselharam a atender ao pedido do seu povo.  Em seguida, ele consultou os seus próprios camaradas, os quais o aconselharam a tratar as pessoas da maneira que bem entendesse. Por ter seguido este último conselho, Roboão perdeu a metade do reino.




Busque o conselho dos mais próximos (Provérbio 27:10). Muitas vezes buscamos conselhos das pessoas que estão afastadas, em vez de buscá-lo nas que se encontram mais próximas. Uma porção de estranhos tem-me escrito, durante anos, pedindo opinião sobre situações de suas famílias e igrejas, o que sempre achei estranho e despropositado. Muitas vezes as pessoas buscam conselhos dos que estão longe, porque não os conhecem nem conhecem a sua situação; mas, exatamente por esta razão é que deveriam buscar conselhos dos mais próximos. Para um jovem a primeira busca de conselho deveria ser com os próprios pais, especialmente se estes forem crentes. Em seguida, ele poderia buscar os líderes da igreja. Deus dá líderes à igreja para que estes possam ajudar as pessoas, como o pastor às ovelhas, o qual deve zelar pelas suas almas (Hebreus 13:7). Os líderes escutam os membros da igreja e oram por eles, pedindo que Deus lhes dê sabedoria.


Em nossa igreja, incentivamos as pessoas jovens, que estão pensando em casamento, a que conversem com os  seus pais e, em seguida, com os líderes da igreja. Quando um rapaz está interessado numa jovem, nós o aconselhamos a não prosseguir no assunto, sem antes ter conversado com os líderes da igreja. Estes sabem de coisas que os jovens não conhecem, podendo, assim, dar-lhes bons conselhos, sobre se é prudente prosseguir ou não com aquele relacionamento. Os que ignoram este procedimento, invariavelmente têm se confundido no assunto.




Busque os conselhos das pessoas encarregadas de cuidar dos jovens.  Estas não apenas o conhecem como se importam com você, interessando- se pelo seu bem estar, particularmente por não estarem envolvidas de algum modo em sua vida.


Confira o conselho pela Palavra de Deus. Conforme foi dito no parágrafo anterior, sobre honrar as autoridades constituídas, não devemos prestar cega obediência aos líderes deste mundo decaído. Sejamos como os bereanos, checando cada assunto pela Palavra de Deus (Atos 17:11).

9. - Olhe para o futuro (Hebreus 11:24-27).

         Em algum tempo de sua vida, Moisés tomou uma importante decisão, “quando estava farto de anos”. Ele fora adotado como filho do faraó, que era o mais rico e poderoso monarca, naquele tempo. Moisés poderia ter preferido receber sua parte nas riquezas e no poder do faraó, buscando os prazeres; mas, em vez disso, ele escolheu sua parte com os desprezados escravos judeus. Ele tomou esta sábia decisão, olhando para o futuro, conforme a Palavra de Deus.  Ele contemplou a vida futura e viu que se seguisse o Deus de Israel, sofreria o vitupério de Cristo, mas também as riquezas de Cristo, no reino eterno. Contudo, se seguisse o faraó, teria “por um pouco de tempo  o gozo do pecado”, porém, depois, uma eternidade inteira para se lamentar. (Hebreus 11:24-27).




        Todo jovem cristão deve seguir o exemplo de Moisés, indagando a si mesmo: “Se eu tomar esta decisão, o que vai me acontecer no caminho? Quais serão as consequências eternas, se eu desposar esta pessoa; se eu assumir este emprego, se eu buscar uma educação determinada [por mim, teimosamente, escolhida]; se eu me mudar para aquele país; seu eu for àquela festa; se eu continuar com esta amizade; se eu comprar aquela TV; se eu cantar aquela música; se eu for descuidado com o que vejo na Internet; se eu deixar meu coração se prender ao amor por este mundo...”







        Os incrédulos não podem prever o futuro, porque andam nas trevas e não crêem na Bíblia. Embasam suas decisões inteiramente no que os seus olhos vêem.  Levam em conta apenas as coisas transitórias, como dinheiro, prazer, prestígio, etc. O crente tem uma luz que o incrédulo não tem. E, assim, pode tomar decisões sábias, embasadas no que ele aprendeu na Palavra de Deus.  (1 Coríntios 3:11-15).

10. - Espere em Deus (Salmo 27:14).



        Quando um crente estiver se esforçando para tomar uma decisão segundo a vontade de Deus, é muito importante evitar pressa. Quando estamos apressados, é fácil tomar uma decisão errada. Devemos esperar até que tenhamos a certeza de que conhecemos a mente do Senhor e que Ele cuidará de nós.

         Josué e Israel estavam cheios de pressa, quando concordaram numa aliança com os gibeonitas, confiando em seus olhos, sem buscar a face do Senhor sobre o assunto. (Josué 9:14-15).

         Existem dois princípios bíblicos aos quais devemos atentar, quando esperamos pelo Senhor: estar em paz e não em confusão. Encontramos estes princípios na 1 Coríntios 14:33. Se estivermos confusos, nunca devemos tomar qualquer decisão particular, pois...

         “A sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia” (Tiago 3:17). 

         Quando estou buscando a vontade do Senhor, devo buscar a paz. Se me sinto inclinado a fazer alguma coisa, preciso descobrir se minha paz cresce ou a minha dúvida aumenta. Quando algo procede de Deus, a paz e a fé aumentam; mas se houver confusão e dúvida, isto não será da vontade de Deus, visto como estou em dúvida e não em paz. 

Vimos dez chaves para se tomarem sábias decisões, segundo a vontade de Deus. Depois do dom da salvação, nada é mais importante nesta vida  do que aprender a tomar decisões sábias.







Traduzido por Mary Schultze, em 22/07/2010.

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quinta-feira, 13 de maio de 2010


AS GRANDES ESCOLHAS NA JUVENTUDE

Sérgio e Magali Leoto / Pr. Jeferson e Ferannda Ledo

1. O QUE DEUS TEM A VER COM MINHAS ESCOLHAS?
Quando nos entregamos a Cristo, damos a Ele o controle de nossas vidas!
Nossas decisões passam a ficar sob a Sua orientação, para que Ele cumpra Seus propósitos em nós. Esta entrega a Cristo, requer que deixemos 100% das áreas em Sua mão. Isto inclui a área profissional .
Deus está muito interessado em nos usar como "missionários", em nossa vida profissional. Nosso bom testemunho será uma grande arma nas mãos de Deus.
O Senhor usa "bons conselheiros" (pessoas sábias e tementes a Ele), para nos orientarem em momentos de dúvidas, nesta área.
Assim, enquanto ainda esperamos por definições, devemos confiar que Aquele que sempre quer o melhor para nós (o Senhor), irá mostrar no momento certo qual é Sua boa, perfeita e agradável vontade.
  • Rm 12:2 – "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."
2. OS VALORES DE DEUS
Hoje, presenciamos uma competição exagerada, uma busca por profissões que garantam bons rendimentos e dêem um bom "status". Mas serão estes os valores de Deus?
A visão de Deus, para uma vida bem sucedida, é bem diferente da visão que hoje temos como padrão. A segurança, para a maioria das pessoas, está nodinheiro, no poder e na fama. Alguns colocam seus ideais, no desejo de se tornarem cada vez mais inteligentes, para competirem melhor e estarem mais adaptados às exigências do mundo atual.
Vivendo nesta competitividade absurda e exagerada, torna-se a luta do "saber mais, para derrotar alguém ou para não ser derrotado por ele". Cai-se num "vale tudo" e desprezam-se valores básicos como companheirismo, solidariedade, lealdade e amizade. O saber é bom, mas esta motivação não é das melhores.
Aqueles que querem fazer a vontade de Deus, devem questionar a "motivação real" destes padrões e muitas vezes, "nadar contra a correnteza" dos maus valores . Isto não quer dizer, que não devemos ser competentes e competitivos. Podemos ser bons profissionais, sem abaixar os valores que agradam a Deus.
Existem alguns aspectos que o Senhor nos orienta em Sua Palavra, e que devemos considerar, no momento de uma escolha profissional, como veremos a seguir.

3. NÃO PODEMOS ESCOLHER UMA PROFISSÃO, TENDO O DINHEIRO COMO PRINCIPAL MOTIVAÇÃO
  • Pv 23: 4 – 5"Não te fatigues para seres rico; não apliques nisso a sua inteligência. Por ventura fitarás os olhos naquilo que não é nada? Pois certamente, a riqueza fará para si asas, como a águia que voa pelos céus."
  • Mt 6: 19 – 21"Não acumuleis tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corrói, e onde os ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração."
  • 1Tm 6: 9 – 10"Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores."
  • 1Tm 6: 17 – 19"Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhoso, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida."
4. AO ESCOLHER A PROFISSÃO, DEVE-SE LEVAR EM CONTA QUE TUDO O QUE SOMOS E FAZEMOS DEVE SER PARA A GLÓRIA DE DEUS
  • 1Co 10: 31"Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus."
  • Ef 1: 12"a fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que de antemão esperamos em Cristo."
5. NOSSA VIDA PROFISSIONAL DEVE SER EXERCIDA PARA O SENHOR, COM TODO O CORAÇÃO E NÃO PARA HOMENS
  • Cl 3: 22 – 23"Servos, obedecei em tudo ao vosso senhor segundo a carne, e não servindo apenas sob vigilância, visando tão somente agradar a homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor. Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens."
6. BUSCANDO A VONTADE DE DEUS
  • Pv 16: 1"O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios, vem do Senhor."
Você pode sonhar, fazer planos para sua carreira profissional. Mas é Deus quem irá confirmar que planos devem ser executados. Poderão ser todos os que você sonhou. Ou poderão ser apenas alguns. Mas pode acontecer também, que nenhum de seus planos foi viabilizado por Deus, porque ele tinha outros melhores. Lembre-se do que já dissemos: Sua vontade é boa, perfeita e agradável.
Existem muitos outros textos na Bíblia, que mostram como Deus quer dirigir a nossa vida e revelar Sua vontade:
  • Sl 25: 9"(O Senhor) Guia o humilde e ensina ao manso o seu caminho."
  • Sl 25: 12: "Ao homem que teme ao Senhor, ele o instruirá no caminho que deve escolher."
  • Sl 32: 8: "Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e sob as minhas vistas te darei conselho."
Deus mostra a Sua vontade a nós mas, a maioria das vezes ela não vem pronta. Precisamos estar atentos para conhecê-la. Isto compreende ler a Sua Palavra, a Bíblia, orar (incessantemente, às vezes) e buscar conselhos de pessoas idôneas e comprometidas com Ele.
  • Is 30: 21"Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele."
Em nossa caminhada, Deus vai à frente conduzindo-nos, abrindo e fechando portas. A nossa parte é permanecer firmes, crescendo na intimidade com Ele, prosseguindo e confiando nEle. Ele conhece nossos temores, dúvidas e fraquezas.
Entregando nossa vida inteiramente em Suas mãos, não nos frustraremos; continuaremos firmes, convictos de estar realizando a nossa parte, segundo a Sua vontade. Ele entrará com a Sua parte na "sociedade", executando o que não sabemos fazer: trabalhar sobrenaturalmente!
  • Mt 6: 25 – 26"Não andeis ansiosos pela vossa vida (...) Observai as aves dos céus: não semeiam, não colhem nem ajuntam em celeiros; contudo vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?"

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sábado, 13 de março de 2010


10 Dicas para Melhorar Seu Casamento

Pr. Josué Gonçalves

Se você deseja melhorar o seu casamento, diariamente precisa tomar atitudes nesse sentido. Veja algumas atitudes que você poderia tomar a partir de hoje no seu casamento. Se cada cônjuge fizer a sua parte, ambos experimentarão uma relação conjugal bem melhor.

1.TRATE O SEU CASAMENTO DE FORMA SINGULAR.

Não existe nenhum outro igual ao seu. É preciso, porém, determinar o que é o casamento e o que queremos do casamento.

2.JOGUE FORA, DE VEZ EM QUANDO, O RESTO DE LIXO DO SEU CASAMENTO.

Nosso problema nesse sentido consiste em juntar até não caber mais, queixas, mágoas, até se tornar insuportável. Viva o seu presente.

3.AJUSTE AS FINANÇAS COMO UM BEM COMUM.

Aprenda a manusear o dinheiro como sendo da família, e não de um em particular. Cuidado com as ambições e o secularismo. Ponha Deus em primeiro lugar nas suas finanças.

4.REVIGORE A COMUNICAÇÃO FAMILIAR.

Desenvolva o senso de humor como uma necessidade diária. Relembre o seu estilo galanteador, e renove a alegria da sua casa todas as manhãs. Cuidado com o 'nunca' e 'sempre'.

5.DESCUBRA A ALEGRIA DO LAZER FAMILIAR.

Trabalhar é importante, mas não se esqueça do lazer. Passeio com o seu cônjuge ou com sua família. Faça aquele passeio que há muito tempo estão planejando. Descubra formas criativas de lazer na sua própria casa ou na sua cidade.

6.EXERCITE O DIÁLOGO CONJUGAL ATÉ O FIM.

Evite o desabafo com vizinhos e colegas. Faça tudo que puder porque o divórcio é muito 'caro'.

7.REALIZEM NOVAS LUAS DE MEL SEM OS FILHOS

Use a sua imaginação indo a um lugar próximo ou a um hotel mais barato ou por poucos dias. Desvencilhe-se do excesso de apego aos filhos. Mantenha sempre a diferença entre a relação paterno-filial.

8.APRESENTE A SUA VOLUNTARIEDADE NOS SERVIÇOS DOMÉSTICOS

Antes de pensar que é o homem ou a mulher, lembre-se que são uma só carne. Descubra o prazer da ajuda mútua. Isto equilibra as forças de poder e mando e as relações afetivas.

9.CONTINUE INCENTIVANDO SUA RELAÇÃO AFETIVO-SEXUAL.

A relação sexual está para o casamento como a calda de ameixa está para o pudim. Em muitos lares é como se o fogo da paixão afetiva já estivesse apagado. Lembre-se dos dias do fogão a lenha, um abano mantinha o fogo aceso e portanto a chama mais duradoura. Contudo a relação sexual depende da felicidade da relação afetiva e permanente.

10.PARTILHE COM O CÔNJUGE E SEUS FILHOS TODA EXPERIÊNCIA DO SEU CRESCIMENTO ESPIRITUAL BÍBLICO.

Relembre a decisão de Josué e o testemunho de Noé e ponha Deus em primeiro lugar na sua família. Seja um sacerdote como Jó que apresentava seus filhos em oração a Deus porque podiam ter pecado (Jó 1:5). Relembre Deuteronômio 6 e ensine e pratique a vontade de Deus na sua palavra, sem materialismo, farisaismo, hipocrisia ou fanatismo, mas a palavra pura e simples, de Deus.


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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010




"Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer
Em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim
vocês não podem fazer coisa alguma”. (João 15:5)

Pb. Ariovaldo Ferraz Arruda

Quem já não se sentiu atropelado pela mudança de costumes, princípios e paradigmas? O que era parâmetro inegociável de valor absoluto, há poucos anos, virou relativo.

Vivemos dias caracterizados pela perda da individualidade. Somos "galera", "povão", uma massa informe sem vontade e conduzida ao prazer com princípios pagãos, nefastos ao caráter, à moral, à existência, e principalmente à vida espiritual integral e eterna. Neste caudal surge o sincretismo - mistura e fusão do pagão com o sacro -, do temporal com o eterno, onde se tenta substituir, justificar e aceitar fatos e circunstâncias. Come-se "com casca e tudo", e o homem se tornou presa fácil da moda, do consumo, da vaidade, do sexo, da prosperidade, da fé retributiva, que diz: "onde não houver resposta à provisão do que preciso ou pedi ao Pai",configura-se o puro abandono a Deus.

Nunca o homem teve necessidade de tantas coisas, que na verdade jamais foram ou serão essenciais à sua existência. Muitos declaram precisar de um milagre. Precisa-se de roupa, emprego, carro, saúde, esposa, Esposo, viagens, precisa-se do Deus “Bom Bril”, de mil e uma utilidades. Chegamos ao absurdo de mensurar a fé pelo grau de bens e facilidades que possua um indivíduo.

Hoje os jovens, tomados pelo verbo “ficar”, perguntam: "Você já ficou?", "Você fica?", "Se não fica, fique, porque ficando será mais autêntico, moderno, atual, livre, suas experiências serão condutoras do equilíbrio e do sucesso prazeroso". Jesus usa o mesmo sentido do verbo declarando:“se permanecer n´Ele haverá frutos”. O “ficar” de nossos jovens e adultos não tem garantia dos frutos, a árvore é outra, a raiz tem seiva amarga e não serve para frutos doces e nutritivos perenes e eternos. Acaba-se com a moral, perde-se a dignidade e a vida espiritual em nome da modernidade. Os meios de comunicação comemoram a vitória da ação sem responsabilidade. Declaram que o homem é livre para “ficar”, mesmo que seja para praticar libertinagem consensual. Disto, todavia, resultam: depressão, enfermidade, doenças, angústia, separação, tristezas, dor, confusão, desequilíbrio, ausência de paz, e pecado.

O problema é que: querem “ficar” apenas para serem felizes, sem a interdependência que gera o relacionamento contínuo e responsável. Este fenômeno tem a mesma raiz que produz complicados relacionamentos na família, entre amigos, no emprego, na escola e na igreja.

Esta sociedade, que naufraga em seu moderno método de relacionamento, tornou-se egoísta e hedonista por excelência.O não compromisso vigente não alivia a dor da alma. O propalado “ficar” é uma patologia de relacionamento sem estrutura que busca o prazer sem compromisso e manipula afetivamente as pessoas. Falta na verdade coragem para “permanecer” em Cristo como ramo ligado à videira e saber que a grande crise que se abateu sobre o povo de Deus é não se ter compreendido as palavras do Mestre “... Sem mim nada podeis fazer”.

Pense nisto!

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