quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010




"Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer
Em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim
vocês não podem fazer coisa alguma”. (João 15:5)

Pb. Ariovaldo Ferraz Arruda

Quem já não se sentiu atropelado pela mudança de costumes, princípios e paradigmas? O que era parâmetro inegociável de valor absoluto, há poucos anos, virou relativo.

Vivemos dias caracterizados pela perda da individualidade. Somos "galera", "povão", uma massa informe sem vontade e conduzida ao prazer com princípios pagãos, nefastos ao caráter, à moral, à existência, e principalmente à vida espiritual integral e eterna. Neste caudal surge o sincretismo - mistura e fusão do pagão com o sacro -, do temporal com o eterno, onde se tenta substituir, justificar e aceitar fatos e circunstâncias. Come-se "com casca e tudo", e o homem se tornou presa fácil da moda, do consumo, da vaidade, do sexo, da prosperidade, da fé retributiva, que diz: "onde não houver resposta à provisão do que preciso ou pedi ao Pai",configura-se o puro abandono a Deus.

Nunca o homem teve necessidade de tantas coisas, que na verdade jamais foram ou serão essenciais à sua existência. Muitos declaram precisar de um milagre. Precisa-se de roupa, emprego, carro, saúde, esposa, Esposo, viagens, precisa-se do Deus “Bom Bril”, de mil e uma utilidades. Chegamos ao absurdo de mensurar a fé pelo grau de bens e facilidades que possua um indivíduo.

Hoje os jovens, tomados pelo verbo “ficar”, perguntam: "Você já ficou?", "Você fica?", "Se não fica, fique, porque ficando será mais autêntico, moderno, atual, livre, suas experiências serão condutoras do equilíbrio e do sucesso prazeroso". Jesus usa o mesmo sentido do verbo declarando:“se permanecer n´Ele haverá frutos”. O “ficar” de nossos jovens e adultos não tem garantia dos frutos, a árvore é outra, a raiz tem seiva amarga e não serve para frutos doces e nutritivos perenes e eternos. Acaba-se com a moral, perde-se a dignidade e a vida espiritual em nome da modernidade. Os meios de comunicação comemoram a vitória da ação sem responsabilidade. Declaram que o homem é livre para “ficar”, mesmo que seja para praticar libertinagem consensual. Disto, todavia, resultam: depressão, enfermidade, doenças, angústia, separação, tristezas, dor, confusão, desequilíbrio, ausência de paz, e pecado.

O problema é que: querem “ficar” apenas para serem felizes, sem a interdependência que gera o relacionamento contínuo e responsável. Este fenômeno tem a mesma raiz que produz complicados relacionamentos na família, entre amigos, no emprego, na escola e na igreja.

Esta sociedade, que naufraga em seu moderno método de relacionamento, tornou-se egoísta e hedonista por excelência.O não compromisso vigente não alivia a dor da alma. O propalado “ficar” é uma patologia de relacionamento sem estrutura que busca o prazer sem compromisso e manipula afetivamente as pessoas. Falta na verdade coragem para “permanecer” em Cristo como ramo ligado à videira e saber que a grande crise que se abateu sobre o povo de Deus é não se ter compreendido as palavras do Mestre “... Sem mim nada podeis fazer”.

Pense nisto!

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