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quinta-feira, 5 de maio de 2011


Conselhos para Quem Quer se Casar





Pr. Nélson R. Gouvêa

"Ao homem pertencem os planos do coração; mas a resposta da língua é do Senhor. Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos; mas o Senhor pesa os espíritos. Entrega ao Senhor as tuas obras, e teus desígnios serão estabelecidos. O coração do homem propõe o seu caminho; mas o Senhor lhe dirige os passos" Pv. 16: 1-3, 9.

Hoje eu quero passar algumas informações principalmente aos juvenis e jovens que pensam em se casar um dia e querem ser felizes e abençoados por Deus.

Em dias que os valores estão distorcidos, onde existe tanta irresponsabilidade na área de formação de famílias. Em dias em que a mídia sem escrúpulos coloca como atores principais adolescentes em cenas de nudez e perversão sexual, ou novelas do tipo Malhação, onde um tempo atrás uma médica aconselha a uma mãe a deixar que o filho transe com a namorada dentro de sua própria Casa.

Eu gostaria como prevenção aos nossos jovens e adolescentes apresentar uma seqüência de princípios que aos ajudarão refletir sobre os verdadeiros valores que valem realmente a pena serem observados e praticados.

1. JOVEM, NÃO SE PRECIPITE.
Deixe as coisas acontecerem naturalmente. Você é especial para Deus e Ele tem preparado aquele (a) que irá compartilhar com você os seus sonhos, os seus anseios.

Se você já está namorando alguém, deve lembrar que no período de namoro deve-se ter um comportamento Santo, evitando ao máximo as carnalidades, os contatos físicos, porque esta atitude está na contra mão da espiritualidade. Embora a idade da adolescência, da juventude a pessoa esteja biologicamente com a sua sexualidade a flor a da pele. Deve-se buscar em Deus o equilíbrio, o controle.

Eu fico estarrecido quando vejo na mídia, nas instituições religiosas e governamentais estimularem e orientarem os nossos jovens a praticarem o sexo com segurança; Isto é, usando preservativo como se o sexo livre fosse opcional. Else passam à mensagem de que você deve se soltar e só fazer sexo com alguém que você AMA para se sentir seguro (a). Etc. A Bíblia condena claramente a prática do sexo, for a do casamento. Definitivamente não existe sexo seguro for a do casamento. Não devemos esquecer que camisinhas furam. Por isso você jovem não deve se precipitar. Deixe o afã das carícias para ser desfrutado após o casamento.

Se você estiver namorando gaste tempo para conhecer esta pessoa que você diz amar. É bom tirar tempo no sentido de conversar sobre os gostos e o futuro de vocês evitando ao máximo contatos físicos.

Cultive um relacionamento de harmonia, de Paz e de autocontrole, de amor puro. Não façam nada que venham a se envergonhar mais tarde. Vale a pena esperar o casamento. Vocês terão muito tempo, uma vida inteira para se relacionarem sexualmente

2. ESTEJA SEMPRE DEBAIXO DAS ORIENTAÇÕES DE SEUS PAIS

Há uma tendência e prática no meio da juventude de pensar que já são livres em suas ações e que os pais não devem se intrometer. A obediência às determinações dos pais com certeza é o fundamento básico para a benção enquanto estão juntos a else e obedecendo-os com certeza estarão sendo preparados para que no futuro saibam administrar a sua própria família. O quinto mandamento com promessa deixa bem claro: “Honra a teu pai e a tua mãe, como o senhor teu Deus te ordenou, para que se prolonguem os teus dias, e para que te vá bem à terra que o Senhor teu Deus te dá”. (Dt. 5:16).

Com certeza os seus pais querem o melhor pra você e a interferência deles é sem dúvida nenhuma saudável e necessária para as devidas correções de rumo em sua vida.

Leve a sério as sua orientações, observações e conselhos. Siga sempre os horários pré–estabelecidos. Conviva somente com amizades reconhecidas pela sua família.

Infelizmente, quero destacar que existem modelos de pais por aí que, muitas vezes não correspondem com uma realidade cristã e, por conseguinte deixam a desejar no que diz respeito na formação de caráter de seus filhos, porém mesmo assim a sua atitude para com else deve ser de testemunho bom e saudável. Busque em Deus e na sua Palavra às orientações seguras. O seu pastor poderá ajudá-lo (a) nestas horas de conflito, para que o seu futuro não esteja comprometido e você esteja fazendo exatamente a vontade de Deus.

3. LEMBRE-SE: QUANDO ESCOLHER ALGUÉM PARA NAMORAR, ESTA PESSOA DEVE SER UM CRISTÃO LEGITIMO.
A Bíblia diz: “Andarão dois juntos se não estiverem de acordo”. (Am. 3:3).

A Bíblia também fala em II Co. 6:14 sobre o jugo desigual. “Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos; pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? Ou que comunhão tem a luz com as trevas”?

Imagine você já casado (a) e o seu cônjuge começar a pensar e agir totalmente contrário aos princípios bíblicos. Você vai querer ir à Igreja no Domingo na Escola Dominical – Ele (a) vai querer ir ao clube e ainda por cima levar as crianças.

Você como um bom cristão que ama Deus não vai querer bebida alcoólica dentro de casa. Ele (a) além de trazer bebida pra casa, ainda vai trazer os amigos inconvenientes. Estes e tantos outros motivos são fatores pelos quais os casamentos se desfazem. Com certeza muitas pessoas ignoram em tempos de namoro estes pequenos porem importantes detalhes e por isso passam por situações muitas vezes constrangedoras

O bom mesmo, para um relacionamento ser estável é começar certo. O bom é que ambos sejam cristãos genuínos, nascidos de novo, conhecerem verdadeiramente Jesus Cristo, ter uma experiência com um poder restaurador de Deus.

4. ANTES DE SE ENVOLVER EMOCIONALMENTE COM ALGUÉM NO NAMORO, SE ENVOLVA ESPIRITUALMENTE COM CRISTO JESUS.
Jesus Cristo deve ser a prioridade de sua vida. A Bíblia diz que você deve buscar a Deus em primeiro lugar e a sua justiça e as demais coisas serão acrescentadas por Ele em sua vida. (Mt. 6:33).

Gaste tempo, tendo prioridade na leitura, estudo da Bíblia e na oração.

Leve a sério à vida cristã. Tenha compromisso com a sua igreja local. Não fique pulando de Igreja em Igreja. Se identifique com os projetos de sua Igreja local.

Ame o seu pastor, as lideranças que Deus tem colocado sobre a sua vida.

5. NÃO NEGLIGENCIE NOS ESTUDOS SECULARES
Estude e estude muito. Há um conceito errado que têm se formado no meio de jovens cristãos, que Jesus está voltando e por isso não se precisam de ensinos seculares somente os que a Bíblia ensina. Muitos jovens abandonam os estudos para ir para Seminário. Eu creio que esta não é a vontade de Deus. Todas as coisas têm o seu tempo certo. A um tempo de estudar e se preparar e usar a própria profissão no futuro em função do Reino de Deus.

Moças e rapazes se envolvem emocionalmente em namoros e antes do termino dos estudos resolvem se casar. Comprovadamente é um transtorno, pois não estão preparados ainda para este tipo de desafio. Se a pessoa que você está namorando te respeita e te ama verdadeiramente saberá esperar o tempo certo.

6. NAMORO É COMPROMISSO
Nada de ficar. Respeite você próprio. Respeite o seu corpo. Sua família. Estes relacionamentos de paixão, superficial e ligeiro trocando de parceiro sempre que se tem vontade pode trazer sérios problemas de desvio emocional e de afirmação em sua vida, além de trazer conseqüências terríveis na formação de caráter. A sua auto-imagem com certeza vai ficar comprometida. No futuro, quando você estiver por dentro de casamento precisará afirmar-se e você pode ter problemas de relacionamento com seu marido ou esposa. Além de tudo isso deve ser terrível, passar a ter sentimentos de rejeição e de frustração, quando você for alvo de piadas, comentários e fofocas feitas por pessoas do seu relacionamento.

Se pretenderem se casar, antes analisem bem a situação financeira. Há um ditado que diz: “Quem casa quer casa” A Bíblia diz: “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á à sua mulher e será os dois uma só carne”. (Gn. 2:24)

Este negócio de casar e morar com os pais não funciona, por melhor que eles sejam. Quando você faz isto, quebra-se um princípio da Palavra. Você deve deixar a casa paterna e este Deixar significa em todos os sentidos: Financeiro, geográfico, emocional, íntimo, etc. Isto não quer dizer que você deixará de amar, de honrar os seus pais. Apenas se afastarão para a formação de uma nova família e a farão com a benção deles.

Por parte dos pais deve haver esta compreensão, ou seja, o de liberar os filhos para serem felizes. A função dos pais após o casamento dos filhos é de intercessão, é estar presente quando convocado pelos filhos. Estarão sempre prontos para oferecerem conselhos com discernimento e sabedoria.

Bom eu quero orar por você juvenil ou jovem que acabou de ler estas considerações nesta oportunidade. Eu não conheço você, nem os seus problemas. Mas conheço Jesus que pode solucionar as suas dificuldades. Deus entende você. Quem sabe você está frustrado (a) chateado (a). Quem sabe aquele namoro que não deu certo, porque você quebrou princípios que não poderia ter quebrado. Eu quero lhe dizer que Deus lhe ama e se preocupa com a sua felicidade.

Oração: Deus e Pai. Tu conheces este jovem, esta jovem, e pode com certeza avaliar melhor do que ninguém suas reais preocupações nesta fase de sua vida. Tenho certeza que o Senhor o (a) ama e quer vê-lo (a) feliz e abençoado. Coloque em seu coração vontade de conhecê-lo melhor. Mesmo que este mundo esteja cheio de opções contrarias a sua vontade, trabalhe em sua vida diariamente fortalecendo o seu coração e indicando o caminho que ele (a) deve seguir. Resolva os seus problemas diários, o seu relacionamento com seus pais e abençoa-o (a) com toda sorte de bênçãos espirituais. Faço esta oração em Nome de Jesus Cristo a quem dou toda a honra e Glória, hoje e sempre, Amém.



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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O JOVEM E A MÚSICA ROCK NA EVANGELIZAÇÃO


Rev. Gildásio Jesus Barbosa dos Reis

Tenho ouvido de alguns jovens o argumento de que precisam usar a mesma linguagem do mundo como uma estratégia para evangelizar.

O texto de I Co 9:22 "Fiz-me tudo para com todos, para de todos os meios chegar a salvar alguns" tem sido usado para fundamentar tal argumento. Mas será esta uma máxima válida?


1 - O método evangelístico de Jesus (O Antigo Evangelho)


Se analisarmos com honestidade o Evangelho de Jesus e seus métodos de evangelismo, veremos que é bem diferente da mentalidade acima. Ele entrou na casa de publicanos e pecadores, falou com homens e mulheres de péssima reputação, sem jamais colocá-los à margem de Sua graça perdoadora. Todavia, em nenhum momento conestou com os pecadores destes e nem os usou como isca para fins evangelísticos. O antigo Evangelho de Jesus ensina que o preço para seguí-lo é alto, que o caminho é estreito e que poucos o encontram ( Mt 7:13,14). Em mais de uma ocasião, a própria mensagem de Jesus afastou de Si aqueles que não estavam dispostos a submeterem-se ao nível de compromisso exigido por Ele (Jo 6:60-66; Lc 9:57-62). Ainda podemos ler isto de Jesus: "Quem não toma a sua cruz, e vem após mim, não é digno de mim" (Mt 10:38) e "Assim todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo" (Lc 14:33).


2 - O método evangelístico através do rock (O Novo evangelho)


Este evangelho moderno que se utiliza do estilo rock para lotar estádios e comunidades cristãs, tem ignorado os alertas de Jesus sobre o discipulado que custa um alto preço. A visão do que seja a fé salvadora, apresentada em sua música, tem se tornado mais superficial. A graça tem sido barateada dando lugar ao emocionalismo, sensacionalismo e sensualismo. Este tipo de evangelismo tem pregado uma fé fácil em um Salvador digno de dó e em um Deus patético que é desconhecido pelo Evangelho do Senhor Jesus. Muitos jovens e adolescentes desconhecem a salvação, têm procurado estes SHOWS EVANGELÍSTICOS , em busca de curtição, não porque Deus esteja lá, se é que sabem disso. A música a respeito de Deus deve refletir a Sua glória, sua beleza e santidade, deve conduzir o homem a Ele e aos Seus caminhos, e não a uma animação superficial que serve mais para entretenimento, contribuindo assim para uma total irreverência.


3 - As razões para o uso deste método


Com certeza as razões do novo evangelho em utilizar a música rock, podem ser encontradas em palavras de A W. Tozer: "É muito difícil, em qualquer parte, atrair pessoas para reuniões onde o único atrativo seja Deus. O novo evangelho não se satisfaz apenas com a presença de Deus. Ter só Deus não é suficiente. Precisam de algo mais." Notem as palavras de Paul Basset: "Uma das formas mais sutis de agradar o homem é comunicando o Evangelho de forma que ele deseja ouvi-lo, não da forma que ele precisa ouvi-lo."

A Antiga CRUZ tem sido substituída por uma nova. Novamente cito Tozer, quando ele diz "A antiga cruz condenava os homens; a nova os diverte. A antiga cruz os matava; a nova os entretém. A antiga cruz destruía a confiança na carne, a nova estimula."

O novo evangelho tão em moda em shows de música gospel, não prega as verdades bíblicas tais como a incapacidade natural do homem em crer, a eleição incondicional, a morte de Cristo especificamente pelas Suas ovelhas e a obra soberana do Espírito Santo que sopra onde e como quer e que não depende dos nossos métodos, por mais extraordinários que sejam. O novo evangelho oferecido nestes encontrões tem apenas se preocupado em atrair grande número de jovens e adolescentes, que tem compreendido perfeitamente o ritmo, o balanço, o som com altos decibéis, mas não tem compreendido a mensagem do caminho estreito e que custa um alto preço.

Este tipo de evangelismo tem tido sucesso em reunir diversos tipos de jovens, produzindo lágrimas e arrepios, mas tem fracassado em produzir reverência profunda, espírito de adoração e preocupação pela situação da igreja. Tem fracassado pois tem se preocupado por demais em ajudar o homem e pouco demais em glorificar a Deus.

Quero crer que muitos que estão envolvidos neste tipo de evangelismo tem tido boas intenções, mas precisamos muito mais do que boas intenções para uma evangelização sadia. Precisamos de uma boa teologia, que considera o que Deus quer e exige, e não o que o homem deseja.


CONCLUSÃO:


Amados, escancarando as portas da igreja para tudo, estaremos barateando a graça, a saúde, a moral e o caráter do cristianismo.

Não precisamos adotar os costumes, ritmos e linguagem do mundo para o evangelizarmos. Não temos que ser iguais, temos sim é que ser diferentes. Como diz o Dr. Lloyd-Jones: "A glória do Evangelho é que, quando a igreja é absolutamente diferente do mundo, ela invariavelmente o atrai . Caso contrário, se formos iguais, indistinguíveis dos não cristãos [verdadeiros], seremos então inúteis."

Queremos e devemos louvar a Deus através da música e deve ela nos proporcionar alegria, emoção, prazer, temor e reverência. Não podemos permitir que sob o disfarce da carência da evangelização mais eficiente, a música essencialmente divina seja substituída pelos músicos de Saul . Vamos entoar os cânticos de Sião, à semelhança de Cristo, que após cear e antes de ir para o Getsêmani, cantou um louvor a Deus (Mt 26:30). Quero crer, amados irmãos, que não foi um hino em rítmico rock.

Que Deus abençoe a todos nós.


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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010




"Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer
Em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim
vocês não podem fazer coisa alguma”. (João 15:5)

Pb. Ariovaldo Ferraz Arruda

Quem já não se sentiu atropelado pela mudança de costumes, princípios e paradigmas? O que era parâmetro inegociável de valor absoluto, há poucos anos, virou relativo.

Vivemos dias caracterizados pela perda da individualidade. Somos "galera", "povão", uma massa informe sem vontade e conduzida ao prazer com princípios pagãos, nefastos ao caráter, à moral, à existência, e principalmente à vida espiritual integral e eterna. Neste caudal surge o sincretismo - mistura e fusão do pagão com o sacro -, do temporal com o eterno, onde se tenta substituir, justificar e aceitar fatos e circunstâncias. Come-se "com casca e tudo", e o homem se tornou presa fácil da moda, do consumo, da vaidade, do sexo, da prosperidade, da fé retributiva, que diz: "onde não houver resposta à provisão do que preciso ou pedi ao Pai",configura-se o puro abandono a Deus.

Nunca o homem teve necessidade de tantas coisas, que na verdade jamais foram ou serão essenciais à sua existência. Muitos declaram precisar de um milagre. Precisa-se de roupa, emprego, carro, saúde, esposa, Esposo, viagens, precisa-se do Deus “Bom Bril”, de mil e uma utilidades. Chegamos ao absurdo de mensurar a fé pelo grau de bens e facilidades que possua um indivíduo.

Hoje os jovens, tomados pelo verbo “ficar”, perguntam: "Você já ficou?", "Você fica?", "Se não fica, fique, porque ficando será mais autêntico, moderno, atual, livre, suas experiências serão condutoras do equilíbrio e do sucesso prazeroso". Jesus usa o mesmo sentido do verbo declarando:“se permanecer n´Ele haverá frutos”. O “ficar” de nossos jovens e adultos não tem garantia dos frutos, a árvore é outra, a raiz tem seiva amarga e não serve para frutos doces e nutritivos perenes e eternos. Acaba-se com a moral, perde-se a dignidade e a vida espiritual em nome da modernidade. Os meios de comunicação comemoram a vitória da ação sem responsabilidade. Declaram que o homem é livre para “ficar”, mesmo que seja para praticar libertinagem consensual. Disto, todavia, resultam: depressão, enfermidade, doenças, angústia, separação, tristezas, dor, confusão, desequilíbrio, ausência de paz, e pecado.

O problema é que: querem “ficar” apenas para serem felizes, sem a interdependência que gera o relacionamento contínuo e responsável. Este fenômeno tem a mesma raiz que produz complicados relacionamentos na família, entre amigos, no emprego, na escola e na igreja.

Esta sociedade, que naufraga em seu moderno método de relacionamento, tornou-se egoísta e hedonista por excelência.O não compromisso vigente não alivia a dor da alma. O propalado “ficar” é uma patologia de relacionamento sem estrutura que busca o prazer sem compromisso e manipula afetivamente as pessoas. Falta na verdade coragem para “permanecer” em Cristo como ramo ligado à videira e saber que a grande crise que se abateu sobre o povo de Deus é não se ter compreendido as palavras do Mestre “... Sem mim nada podeis fazer”.

Pense nisto!

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sábado, 6 de fevereiro de 2010


SEXO ENTRE NÃO CASADOS

Pr Airton Evangelista da Costa

Tentarei apresentar os requisitos bíblicos que condenam a prática sexual fora do casamento, ou seja, que limitam a intimidade sexual ao matrimônio.

Gênesis 2.24 diz que homem e mulher se tornam uma só carne quando se casam, ou seja, quando deixam pai e mãe e vão viver juntos. A prescrição divina para o casamento é de um só homem e uma só mulher unidos pelos laços do casamento. Não há como admitir a relação sexual, que é a maior intimidade entre um homem e uma mulher, sem que haja o mútuo compromisso, diante de Deus e dos homens, de consolidação da vida a dois.

A simples intenção de casar-se, ainda que com o vínculo do noivado, não abre a possibilidade para que os enamorados iniciem, já, a prática sexual. "Deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e SERÃO OS DOIS UMA SÓ CARNE". Aqui está a consumação do casamento. Somente mediante o matrimônio homem e mulher tornam-se uma só carne, e assim podem desfrutar das delícias do ato sexual.

Houvesse a exceção para o sexo livre, estaríamos diante de uma situação em que o homem, bem intencionado, praticaria o sexo com sua namorada. Passado algum tempo, se o casamento, por qualquer motivo, não se efetivasse, ele passaria a namorar outra moça com as mesmas "boas" intenções, e também praticaria sexo com esta. Não é outro o costume da sociedade depravada.

Em Cantares 4.12, lemos: "Jardim fechado és tu, irmã minha, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". Nota da Bíblia Estudo Pentecostal: "As três figuras de linguagem deste versículo salientam a verdade de que a jovem sulamita permaneceu virgem e sexualmente pura até casar-se. Manter a virgindade e a abstinência sexual é o padrão bíblico da pureza sexual para todos os jovens, do sexo masculino e feminino. Violar este padrão santo de Deus é profanar o espírito, o corpo e a consciência, e depreciar o valor do ato da consumação do casamento". (cf Ct 2.7; 3.5).

Jesus disse: "Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já cometeu adultério com ela" (Mt 5.27-28). Jesus referiu-se à mulher com a qual o homem não é uma só carne. Qual seria a intenção impura? A intenção de com ela praticar o ato sexual. Nesta palavra estaria aberta a possibilidade de o homem fazer sexo com a sua namorada? Nem com a sua namorada, nem com a mulher de outro homem.

O entendimento é que a proibição do adultério (Êx 20.14) abrange a imoralidade e todos os demais pecados sexuais. O adultério era punido com pena de morte (Lv 20.10); Dt 22.22).

O adultério acarreta conseqüências permanentes e graves (2 Sm 11.1-7; 12.1 4; Jr 23.10,11; 1 Co 6.16-18); o adúltero levará o opróbrio disso por toda a vida: "O que adultera com uma mulher tem falta de entendimento; o que tal faz destrói a sua alma; açoites e ignomínia encontrará, e o seu opróbrio nunca se apagará" (Pv 6.32,33).

A imoralidade dentro da igreja não pode ser tolerada: "Já por carta vos escrevi que não vos associeis com os que se prostituem" (1 Co 5.1-13).

"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. Fugi da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo" (1 Co 6.12,18).

Em Atos 15.29, em algumas versões da Bíblia, aparece a palavra fornicação: "Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos fará". De acordo com o dicionário da Bíblia On-line, fornic ação significa relações sexuais ilícitas.

Conforme o dicionário Aurélio, fornicar significa "praticar o coito; copular". Deus não iria proibir a prática sexual entre casados. A fornicação se estabelece entre não casados. Namoro não é casamento.

"Nenhum homem se chegará a qualquer parenta da sua carne para descobrir a sua nudez" (Lv 18.6-30; 20.11,17,19-21). A única interpretação que podemos fazer desses versículos é que proíbem, explicitamente, "descobrir a nudez" ou "ver a nudez" de qualquer pessoa a não ser entre marido e mulher legalmente casados. Tal proibição inclui, também, as carícias íntimas, ainda que não consumado o ato sexual propriamente dito.

O "domínio próprio" faz parte do fruto do Espírito, "e os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências". Entre as obras da carne estão a prostituição, a lascívia e a impureza (Gl 5.19-24).

Vejamos alguns exemplos de tradução da palavra grega "porneia":

Prostituição - "Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria; por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência" (Cl 3.5-6. V.1 Ts 4.3; 2 Co 12.21; Mt 15.19).

Impureza - "Fugi da impureza [prostituição]" (1 Co 6.18; Ef 5.3).

Relações sexuais ilícitas, uniões ilegítimas, imoralidade sexual, prostituição - Dependendo da versão utilizada, a palavra porneia é traduzida dessa forma. A Bíblia de Jerusalém usa a expressão "uniões ilegítimas" nos versículos de Atos 15.20, 29; 21.25. Em Mateus 5.32 e 19.9, usa o termo "fornicação".

Deus considera legítima a prática do sexo entre namorados, sem o vínculo conjugal? Vejamos o que Paulo diz: "Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido" (1 Co 7.2). O apóstolo indica o leito conjugal como única forma de evitar-se o relacionamento il egítimo, seja usado o termo fornicação, impureza ou prostituição. Ou seja: para que não cometam impurezas sexuais, casem-se. Mais adiante (v.9) ele arremata: "Se não podem conter-se, casem-se; porque é melhor casar do que ficar ardendo em desejos [abrasar-se]". Então, a única forma de darmos curso aos desejos sexuais é no matrimônio: "Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula, pois aos devassos [os que se dão à prostituição] e adúlteros Deus os julgará" (Hb 13.4). Logo, se os namorados não se sentem seguros na guarda da virgindade; se não há como conter os impulsos sexuais, melhor será que se casem.

"Se não podem conter-se..." - Esta condição revela a obrigatoriedade da abstinência sexual antes do matrimônio. Com essas palavras Paulo adverte os solteiros da necessidade de continuarem virgens. "Casem-se" - esta é a única forma de o crente satisfazer seus desejos sexuais.

Não se encontra na Bíblia nenhuma palavra que dê apoio a uma relaçã o sexual fora do casamento. O conselho do apóstolo é que as "viúvas mais jovens se casem, tenham filhos, administrem suas casas, e não dêem ao inimigo nenhum motivo para maledicência. Algumas, na verdade, já se desviaram, para seguir a Satanás" (1 Tm 5.14). Embora se saiba que o assunto diga respeito a um caso específico na igreja de Corinto, a ênfase está no aconselhamento para que se casem.

"Esta é a vontade de Deus para a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra; não no desejo da lascívia, como os gentios, que não conhecem a Deus" (1 Ts 4.3-5). Paulo compara a prostituição à lascívia. A palavra grega "epithymia" é traduzida com o significado de "desejo incontrolado" (Lc 22.15); "concupiscência" (Rm 1.24; 7.8; 13.14; Gl 5.16, 24; Ef 4.22; 1 Pe 4.3; 1 Jo 2.16,17), "inclinações da carne", (Ef 2.3), "paixões carnais e mundanas (Rm 6.12; 2 Tm 2.22; 3.6; Tt 2.12; 3.3). E, como vimos anteriorm ente, "porneia" é traduzida como "prostituição", "imoralidade", e "relações sexuais ilícitas". Logo, não cabe o argumento de que a prostituição se refere tão somente ao comércio do sexo.

Com o título "Padrões de Moralidade Sexual", a Bíblia de Estudo Pentecostal assim se define em alguns tópicos:

"A imoralidade e a impureza sexual não somente incluem o ato sexual ilícito, mas também qualquer prática sexual com outra pessoa que não seja seu cônjuge. Há quem ensine, em nossos dias, que qualquer intimidade sexual entre jovens e adultos solteiros, tendo eles mútuo "compromisso", é aceitável, uma vez que não haja ato sexual completo. Tal ensino peca contra a santidade de Deus e o padrão bíblico da pureza".

"O crente deve ter autocontrole e abster-se de toda e qualquer prática sexual antes do casamento. Justificar intimidade premarital em nome de Cristo, simplesmente com base num "compromisso" real ou imaginário, é transigir abertamente com os padrões santos de Deus . É igualar-se aos modos impuros do mundo e querer deste modo justificar a imoralidade. Depois do casamento, a vida íntima deve limitar-se ao cônjuge. A Bíblia cita a temperança como um aspecto do fruto do Espírito, no crente, isto é, a conduta positiva e pura, contrastando com tudo que representa prazer sexual imoral como libidinagem, fornicação, adultério e impureza. Nossa dedicação à vontade de Deus, pela fé, abre o caminho para recebermos a bênção do domínio próprio: temperança (Gl 5.22-24)".

"Fornicação (gr. porneia), descreve uma ampla variedade de práticas sexuais, pré ou extramaritais. Tudo que significa intimidade e carícia fora do casamento é claramente transgressão dos padrões morais de Deus para seu povo (Lv 18.6-30);20.11,12,17,19-21; 1 Co 6.18; 1 Ts 4.3)".

"A lascívia (gr. aselgeia) denota ausência de princípios morais, principalmente o relaxamento pelo domínio próprio que leva à conduta virtuosa. Isso inclui a inclinação à tolerância quanto a paixõe s pecaminosas ou ao seu estímulo, e deste modo a pessoa torna-se partícipe de uma conduta antibíblica (Gl 5.19; Ef4.19;1 Pe 2.2,18)".

O sexo livre, descomprometido, interessa ao diabo, que tenta por todos os meios invalidar o casamento instituído por Deus. O diabólico plano do Movimento Nova Era trabalha nesse sentido, pois ensina a criação de colônias ou núcleos onde todas as mulheres pertencem a todos os homens, e os filhos são criados pela comunidade. Nos anos 60, os hippies deram o primeiro passo nesse sentido.

Devemos ser guiados não pelo ensino do sistema mundano, pelo deus deste século, pelo modus vivendi dos devassos, incautos, incrédulos e inimigos da Palavra: "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Rm 12.2). O crente deve andar na contramão dos desobedientes. Tentar ajustar a Palavra aos nossos pecados é um sinal de reb eldia e falta de compromisso com Deus. Devemos, ao contrário, ajustar a nossa vida ao padrão da Palavra de Deus, como submissos à Sua soberana vontade.

"Não imitareis os costumes do Egito, onde habistastes, nem os da terra de Canaã, para a qual vos conduzo, nem andareis segundo os seus estatutos. Praticareis os meus juízos, e guardareis os meus estatutos, para andares neles. Eu sou o Senhor vosso Deus" (Lv 18.3-4).

Sabemos que a depravação está sem limites; que as crianças, desde a tenra idade, passam a receber uma enorme carga de mensagens eróticas; que elas chegam aos doze, treze ou catorze anos com grande desejo de se iniciarem no sexo; sabemos que a televisão, principalmente - afora teatros, livros, revistas, danças e músicas profanas -, ensina e estimula o relacionamento sexual entre não casados. Mas sabemos também que já saímos do Egito; que as vestes do velho homem caíram na caminhada; que agora não somos nós que vivemos, mas Cristo vive em nós; que fomos resga tados por elevado preço para um viver santo; para que possamos dizer com Paulo:

"A minha ardente expectativa e esperança é de em nada ser confundido, mas ter muita coragem para que agora e sempre, Cristo seja engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte, pois para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro" (Fp 1.20-21).


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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009


Deus Está a Procura de Um Jovem

Roberto de Alcantara Laurindo

Pré-Introdução: Abordar o evangelho descompromissado que vem sendo adotado pelos Jovens.

Texto: Gênesis 39: 1-12

Alvo: Trazer a memória o comprometimento bíblico de um jovem com Deus.

Introdução

Biografia de José: Undécimo filho de Jacó, sendo o mais velho de Raquel. Nascido em Pada-Harã. (Gn 37) Relatar a história de José...
Relatar o contexto do texto...

ESBOÇO

1 - Disposto a se Comprometer

1.1- Com a Mudança de sua Própria Sorte (Vs. 1)

Comentários: Ao lembrarmos da vida de José, vemos um jovem mimado em sua infância vendido por seus irmãos como fruto de uma família desustruturada. (Vs. 1) Gn 37 Aos 17 anos, José era um jovem escravo dos ismaelitas e posteriormente de Potifar, sua família o tinha como morto, sua vida estava humanamente fadada ao fracasso... Ao invés de se abater com as adversidades, o jovem José se comprometeu com a mudança de sua sorte, submetido ao Senhor, lutou para transformar sua vida outrora condenada ao fracasso, em uma vida vitoriosa! Assim como José, podemos transformar o maior problema na maior oportunidade de vitória! Deus está a procura de Jovens como José, Jovens que, ao invés de se abaterem com as dificuldades impostas pela vida, estejam comprometidos em mudarem suas sortes, alcançando seus sonhos e objetivos!
Ver Juízes 11: 1-3 (Jefté vence os amonitas)


1.2 - Com a Pureza de um Caráter Cristão (Vs. 7-9)

Comentários: Além de ser o jovem mais formoso e saudável de sua época, José era um moço possuidor de um caráter irrepreensível e santo. Quando na ausência de Potifar, José teve sua fidelidade ao Senhor posta a prova... (Vs. 7-9) Deus está a procura de jovens como José, jovens possuidores de um caráter puro, comprometidos com uma vida íntegra dedicada ao Senhor. O Espírito de Deus deseja habitar no coração de jovens que abominem o pecado, espelhando o Reino de Deus por intermédio de suas próprias vidas.
Ver I Timóteo 6: 11 (conselho de Paulo ao Jovem Timóteo)


1.3 - Com o Preço a ser Pago (Vs. 12-15)

Comentários: O jovem José tinha consciência do preço a ser pago por sua fidelidade ao Senhor. Ao rejeitar a proposta sedutora da mulher de Potifar, deixando parte de suas vestes em suas mãos, José foi acusado de atentado ao pudor sendo condenado ao cárcere. (Vs. 12-15/ 20) Deus está a procura de jovens como José, jovens que estejam dispostos a pagarem o preço em suas Escolas, empregos e famílias, renunciando os prazeres do Mundo por amor a Jesus!
Ver I João 2: 15-17 (amor ao mundo)


1.4 - Com uma Vida marcada por seu Favor (Vs. 2-5/20-23)

Comentários: Devido a sua fidelidade e comunhão, o jovem José desfrutava do favor e da provisão de Deus. Seja em sua infância, no cárcere ou na Corte, a Bíblia revela que a mão de Deus era com José para abençoá-lo! (Vs. 2-5/ 20-23) Deus está a procura de jovens como José, jovens que queiram desfrutar de uma vida abençoada, próspera e feliz, fruto decorrente de uma vida consagrada ao Senhor! (Isaías 1:19-20 ) Após experimentar a “super proteção” de seus pais, a inveja e o abandono de seus irmãos, a aventura nômade pelo deserto, e o cárcere no Egito, o jovem José pode constatar que em Deus ele alcançara forças para vencer todas as adversidades! ( I João 2: 14) Aquele moço excluído e fadado ao fracasso, nas mãos de Deus tornou-se Governador do Egito e salvador de sua própria família! (Gn 41: 37-41 / 47: 1) Deus está a procura de jovens como José, jovens que queiram desfrutar de uma vida vitoriosa, consequência natural na vida daqueles que se submetem ao senhorio do Senhor!
Ver Romanos 8: 37-39 (mais que vencedores)


Conclusão

Na vida de José, podemos constatar um jovem compromissado com Deus e com sua palavra. Alguém que não se conformou com as dificuldades lhe impostas pela vida, um moço corajoso e disposto a pagar o preço de ser crente em sua época. Talvez, você também se identifique com José, estando disposto a desfrutar do favor do Senhor por intermédio de uma vida realmente consagrada. Siga o exemplo do jovem José, seja um jovem identificado e compromissado com Deus!

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domingo, 13 de dezembro de 2009


O Jovem/Adolescente e a solidão

Pr. Jaime Kemp

Em um mundo tão povoado, onde em muitas cidades as pessoas vivem quase amontoadas, há milhares de seres humanos em completa solidão.

Cristiane é uma garota assim. Ela nasceu em uma cidade do interior de Minas Gerais e desde muito pequena vivenciou os problemas conjugais de seus pais.

O pai, um homem ausente e desinteressado pelo lar e pela própria filha, praticamente nunca assumiu o fato de ser casado.

Quando Cristiane completou quinze anos enfrentou a dor do penoso e inevitável processo de divórcio dos pais. Logo em seguida, mudou-se com sua mãe para outra cidade, mas levou com ela muitos sentimentos de tristeza, desesperança e solidão.

Sua mãe logo conseguiu um ótimo emprego, o que foi muito bom; mas ao chegar do colégio, Cristiane passava longas horas inteiramente só.

Todas essas circunstâncias transformaram a jovem em uma pessoa fechada, retraída, até o dia em que conheceu Francisco, um rapaz mais velho e experiente.

Ambos começaram a namorar e Cristiane passou novamente a sentir-se feliz, o que não acontecia há muito tempo.

Entretanto, depois que o namoro já estava firme, Francisco começou, incessantemente, a pedir uma prova mais real do amor da namorada. Segundo ele, ela só demonstraria o quanto o amava se concordasse em ter relações sexuais.

E foi assim que ela cedeu aos reclamos de Francisco, apesar de saber que estava fazendo algo errado. Para acalmar sua culpa, pensou nas amigas, para as quais era muito comum esse tipo de relacionamento.

Bem, Francisco obteve sua "prova de amor", o que não impediu de relacionar-se de forma semelhante com outras garotas, mesmo sabendo que magoaria profundamente Cristiane

Hoje ela continua só. Francisco ainda é seu namorado, mas ela não o tem verdadeiramente para si ou perto de si. A solidão, portanto, não a abandonou.

Solidão é o reconhecimento doloroso que inunda a vida de milhões de adolescentes e jovens, que não possuem um relacionamento significativo com outros.

De tempos em tempos, a solidão bate à porta de todos nós, mas jovens e adolescentes são um alvo fácil e frágil desse sentimento.

Para eles, ela é devastadora, uma onda cósmica que consome seus pensamentos, suas energias.

Na adolescência, a necessidade de aceitação social da turma, está no auge.

Eles não se consideram mais crianças e esforçam-se para ser independente dos pais, das famílias.

A ligação com aqueles que são de seu grupo é importantíssima e as pressões resultantes da luta por seu próprio espaço são muito fortes.

Tenho observado jovens que vivem em uma atmosfera familiar razoavelmente tranqüila, onde têm uma boa comunicação com seus pais, que são pessoas equilibradas, interessadas e ajustadas, mas mesmo assim sofrem de solidão porque não se relacionam com a turma.

CAUSAS
1. O Espírito da Época
Nossa atual obsessão pela eficiência, pelas conveniências e pela tecnologia têm inferiorizado as pessoas, causando sentimentos de inutilidade e falta de significado pois a máquina pode substituir o homem em muitas áreas.

O adolescente de hoje em dia não possui raízes profundas. A mobilidade da família brasileira, suas mudanças constantes, as separações e os divórcios cada vez mais freqüentes, provocam uma traumática ruptura de relacionamentos.

A urbanização massacrante gera medo e, por que não dizer, até quase um pavor de desconhecidos. O vizinho, em geral, é um estranho que deve ser evitado até que suas reais intenções sejam conhecidas.

Os jovens andam por aí, alienados com walkman em seus ouvidos ou com um mini vídeo-game em suas mãos, isolando-se mais e mais, incentivados pelos modismos da atualidade. A TV, sempre batalhando para sofisticar-se e liberalizar-se ainda mais, oferece dezenas de opções para todos os gostos, trancafiando garotos e garotas em suas casas durante horas seguidas.

Parece-me que centenas de adolescentes relacionam-se maravilho-samente bem com a tela de um computador em detrimento a olhar nos olhos das pessoas para curtir um bate-papo positivo, construtivo e saudável.

A sociedade tem perdido fontes de relacionamento que muitos anos atrás ajudaram o jovem a formar e manter amizades. Hoje, além de precisar lidar com os questionamentos e sentimentos normais que caracterizam essa fase de transição de suas vidas, eles têm que aprender a enfrentar a solidão.

2. Baixa-Estima
Ela inclui avaliações físicas (o corpo não é como desejariam que fosse). O mesmo ocorre em relação à saúde, sexualidade, aparência e comportamento. Tudo contribui para o adolescente ser vulnerável à rejeição, a qual provoca retraimento e este, solidão.

Quando o jovem tem pouca confiança em si mesmo é difícil sentir-se apto para criar relacionamentos com outros de sua idade.

3. Relacionamentos Familiares Inadequados
Quando aconselho adolescentes que padecem com a solidão, tento descobrir como foi seu relacionamento com os pais durante a infância. Creio que os primeiros dez anos da vida de uma criança é o período apropriado para solidificar a amizade, o companheirismo, a confiança, o respeito, a lealdade e o carinho entre pais e filhos. Se isso não acontece, essa criança chega à adolescência desestruturada; isto proporciona os motivos para ela sucumbir à solidão.

4. Medo
"As pessoas sentem-se solitárias porque constróem muros ao invés de pontes". As barreiras são erguidas para manter os outros afastados. Por quê? É por medo de intimidade, medo de deixar-se conhecer, medo de ser rejeitado ou de machucar-se novamente.

A solidão é dolorosa, porém mais suportável que o medo e a insegurança de ver cair a "máscara".

5. Desejo de Independência
Por natureza, os adolescentes anseiam por autonomia comportamental, moral, religiosa e por desenvolver suas próprias convicções e ideologias. Para alcançar esse tipo de liberdade cada um precisa depender de si mesmo. Por outro lado, tomar decisões sem conselhos ou interferência de outros, pode ser muito temerário e até causar afastamento daqueles que os rodeiam.

6. Circunstâncias e Mudanças Temporárias
O jovem torna-se vítima de uma circunstância imprevisível: a (o) namorada (o) o (a) abandona por outro (a); reprovação no vestibular; o amigo (a) muda-se para outra cidade, etc.

Denominamos esse tipo de solidão de situacional e temporal, porém, para os adolescentes, ela é arrasadora.

7. Inabilidade, Incapacidade ou Indisposição para Comunicar-se
A falta de comunicação pode ser uma das raízes da solidão pessoal. O adolescente cresceu em um lar pouco comunicativo e desconhece como fazê-lo ou, por uma razão qualquer, persiste em seu isolamento, mesmo tendo diversas pessoas a seu redor.

8. Repercussão Espiritual
Santo Agostinho orou da seguinte forma: "Tu nos criaste para Ti mesmo e o coração do homem se inquieta até encontrar o descanso em Ti."

A solidão é o resultado do distanciamento de Deus. O Senhor criou o coração do homem de um determinado formato o qual apenas Ele pode preencher.

A rebelião humana foi a causa parcial da solidão, pois ela ocasionou uma barreira entre o indivíduo e Deus. No sacrifício de Cristo Jesus no Calvário podemos reconstruir a ponte que fazia a ligação entre nós e Deus, e que foi destruída. Somente assim o problema da solidão espiritual é solucionado.

9. Outras Causas
Em seu livro: "Loneliness: a Social Development Analysis" , Craig W. Ellison aponta diversas e possíveis causas da solidão:

  • Timidez;
  • Rejeição;
  • Doença física;
  • Sentimento de não pertencer;
  • Separação física de um ente querido;
  • Conflito não resolvido;
  • Incompreensão;
  • Crítica de alguém a quem admire e exerça influência sobre ele;
  • Morte de um ente querido;
  • Desejo de possuir um relacionamento que nunca acontece;
  • Muita atividade.

CONSEQÜÊNCIAS
1. Físicas
Em seu livro, "Loneliness: the Fear of Love", Ira J. Tanner, registra vários efeitos físicos da solidão: "A solidão infecta todas as fibras do nosso ser, nossas esperanças, ambições, sonhos, vitalidade, desejos, tanto quanto nossos corpos. Nosso comer e dormir são afetados freqüentemente. Obesidade e ganância também podem ser sintomas. A miséria da solidão às vezes se manifesta com dores corporais. Não é incomum fraqueza nas pernas, proveniente do fardo pesado que o medo acarreta e que carregamos sobre os ombros. Ombros arcados, lábios caídos, andar vagaroso e arrastado, bem como silêncio e isolamento, são efeitos da doença da solidão."

2. Baixa-Estima
A baixa-estima tanto pode ser a causa como a conseqüência da solidão. Às vezes é muito difícil identificar quando é uma ou outra. Qualquer conselheiro necessita de uma boa dose de sabedoria e perspicácia nesse sentido.

O jovem solitário carrega consigo sentimentos de vazio, desesperança e desvalorização, que sempre são acompanhados da sensação de não ser amado. Ele encara sua dificuldade em fazer amizades como um fracasso pessoal. Não raro, a opção pelo isolamento culmina em autocomiseração e egocentrismo.

3. Dependência
O indivíduo tende a depender totalmente de outros. Ele se "agarra" a alguém dando a impressão que vai sugar todas as forças emocionais da pessoa.

Pessoas dependentes, em geral, seguem um processo em seus relacionamentos. Primeiramente, descrêem de sua capacidade em cuidar de sua própria vida emocional.

Em segundo lugar, elas esperam que os outros supram suas necessidades. Quando percebem que suas expectativas não foram atingidas ou satisfeitas, surge a terceira atitude desse processo, pois tornam-se exigentes.

O resultado não pode ser outro senão o afastamento deliberado daqueles que se sentem sufocados por elas.

Infelizmente, no final desse processo, a pessoa vê-se novamente, e ainda mais só.

4. Depressão
Outra conseqüência da solidão é a depressão. Em casos extremos, a depressão pode conduzir ao desespero e este, à tentativa de suicídio.

A tendência de um adolescente é permanecer trancado em si mesmo e não deixar transparecer, ou não expressar, seus sentimentos. Entretanto, é preciso considerar que muitas vezes ele simplesmente não sabe como fazê-lo, o que apenas contribui para acentuar seu sofrimento com a solidão.

Um jovem descreveu-me assim, o que carregava oculto em seu coração: "Sinto que estou num buraco escuro e profundo, sem esperanças."

5. Uso de Álcool e Drogas
Aquele que carrega o fardo da solidão, geralmente quer libertar-se através da bebida ou de drogas. Para tal, ele procura "amigos" que já têm experiência. Tal procedimento não soluciona o problema, mas pode ser uma das características dos que se sentem sós.

6. Reflexos Espirituais
Quando a pessoa não tem comunhão com Deus a solidão é mais forte. A consciência, também, pode já estar cauterizada pelo pecado, e isso pode fazer com que essa pessoa sinta-se abandonada pelo Pai. Esse sentimento pode provocar amargura contra o Senhor como se Ele a tivesse esquecido.

Acredito que, aquele sofre de solidão espiritual de forma crônica não é um cristão ou, se o for, não se apropriou e não compreende o poder da graça redentora de Deus.

SUGESTÕES
Os jovens são solitários não necessariamente porque se separam uns dos outros, mas porque estão alienados de si mesmos.

Pais e conselheiros devem ajudar os jovens e adolescentes a descobrirem-se. Mas como?

1. Sendo amigo

  • Para que isto aconteça, devem ter a habilidade de desenvolver entre ambos um relacionamento baseado em confiança. Pode-se fazer algumas perguntas:
  • Você poderia descrever-me seus sentimentos e lutas?
  • Em que situações você se sente mais só?
  • De que formas você procura tratar a solidão?

Nesse momento, conforme as resposta que ouvir, poderá determinar o grau da solidão e se é temporária ou crônica.

2. Enquanto estiver escutando a pessoa, aproveite para afirmar, encorajar e elogiar o jovem. Os solitários têm necessidade de compreender que possuem pontos fortes, habilidades, talentos e dons, bem como algumas falhas.

3. O jovem precisa entender quais são as causas básicas que o levaram a ser tão só. Os sintomas são alarmes, precisamos ouvi-los. Entretanto é preciso detectar as causas, as raízes que provocaram o problema e tentar eliminá-las.

Seguem-se algumas perguntas que podem auxiliar nesse processo:

  1. Sua solidão foi causada por alguma situação temporária?
  2. Sua solidão foi causada por alguma mudança, seja geográfica, familiar ou pela perda de alguém muito querido?
  3. Sua solidão advém de sentimentos, como: timidez natural, dificul-dade em fazer amigos, inabilidade de relacionar-se ou algum tipo de abuso físico ou verbal?

4. Levar a pessoa a conhecer Jesus. Sempre afirmo: "Jesus quer ser seu melhor amigo e Ele nunca vai abandoná-lo."

Se o adolescente sofre de solidão, ele precisa saber que Cristo pode viver em seu coração através do Espírito Santo, que esse Cristo tem um Corpo - a Igreja, com a qual ele deve se envolver. Também precisa saber que tem à sua disposição os poderosos recursos da oração e da graça de Deus.

Devemos sempre orar com o solitário por sua batalha contra a solidão.

Acho essencial que se desenvolva algum tipo de plano de ação simples, que o adolescente possa seguir. Exemplos:

  1. Desenvolver as disciplinas espirituais em sua vida: oração, leitura e estudo bíblico, confissão de pecados, amizades cristãs, etc.
  2. Estudar sob o ângulo bíblico um tema pertinente às necessidades do jovem.
  3. Desafiar o garoto/garota a tomar decisões concretas: "Vou deixar de 'hibernar' em meu quarto durante uma semana", etc.
  4. Incentivá-lo (a) a sair com um amigo (a), ir ao shopping, cinema, algo assim.
  5. Dar ênfase à importância de um retorno, de preferência mútuo, a respeito dos alvos estabelecidos. Se eles foram atingidos ou não.

PERSPECTIVA BÍBLICA
No alvorecer da história humana, quando Deus avaliou tudo que criara, Ele declarou em Gênesis 2.18: "Não é bom que o homem esteja só...". O Senhor sempre soube que o ser que criara seria como Ele, desejoso de relacionamentos, de companheirismo e comunhão. Um dos propósitos da criação do homem foi justamente esse: a comunhão com o Criador.

O pecado golpeia, abala e separa o relacionamento entre o Senhor e a pessoa, como fez com Adão e Eva. O maravilhoso e definitivo plano da redenção nada mais é do que Deus buscando resolver o impasse da separação entre Ele e sua criatura, exatamente a problemática da solidão que foi imposta ao homem por ele mesmo, como decorrência de seu próprio pecado.

Grandes homens de Deus experimentaram solidão, conforme nos é desvendado na Palavra: Jacó, Moisés, Jó, Davi, Neemias, Elias, Jeremias. São de Davi as seguintes palavras do Salmos 25.16: "Volta-te para mim e tem compaixão, porque eu estou sozinho e aflito." Eles correram para Deus, expuseram, verbalizaram seu problema e foram confortados, fortalecidos. Nele, encontramos suprimento, companhia e forças.

Há ocasiões em que precisamos ficar sozinhos, mas essa não deveria ser a condição permanente das pessoas. Sejam quais forem as causas e as conseqüências da solidão, mesmo que seja difícil ir até os outros e apesar das inevitáveis decepções, vale a pena ter amigos, a começar de Jesus.


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