O HOMEM CRISTÃO CONTRA O MUNDO!
quarta-feira, 4 de maio de 2022
O HOMEM CRISTÃO CONTRA O MUNDO!
sexta-feira, 11 de março de 2022
Casados, porém Sozinhos
Pr. Alan Kleber
“A tentação de muitos, debaixo de pressão, é isolar-se, hibernar como um urso em sua caverna no inverno. Embora essa pareça uma alternativa atraente, é somente com o apoio de amigos que poderemos suportar as misérias desta vida.” (A. Nicodemus).
É possível ser casado, mas ao mesmo tempo sentir-se sozinho, isolado? Parece uma pergunta estranha, porém o isolamento acontece até mesmo entre pessoas tão íntimas como marido e mulher. Com isso não quero dizer que ficar sozinho às vezes é algo inerentemente mal. Quando Jesus nos ensina a respeito da oração devocional e particular, por exemplo, ele nos diz que isso deveria ser feito secretamente (Mt 6.6). Ele mesmo procurava lugares isolados quando necessitava orar ao Pai e desfrutar de comunhão com Ele.
Contudo, o isolamento a que me refiro é fruto do espírito da época em que vivemos e que está separando o marido de sua mulher cada vez mais para longe um do outro, em vez de produzir intimidade, companheirismo e amizade.
A sociedade brasileira pós-moderna caracteristicamente veem fragmentando ou colocando em compartimentos as relações interpessoais a ponto de vivermos por vezes isolados. As pessoas podem viver numa mesma casa com muitas outras e ainda assim viver isoladas delas. A situação é ainda mais grave quando refletimos e consideramos que fomos criados como seres sociais. As consequências trágicas, portanto de se viver em isolamento geralmente provoca tristeza, ansiedade, angústia e depressão, e, em casos extremos, o suicídio.
Que fatores têm contribuído para que maridos e esposas se sintam cada vez mais solitários?
(1) Cosmovisões diferentes tendem a separar os casais. No mundo em que vivemos as diferentes percepções da vida, da fé e da família com sua diversidade de sistemas e valores tão complexos separam os casais. Esse é um problema antigo, mas que com o passar dos séculos vem se agravando à medida que as pessoas nascem e crescem sob visões de mundo completamente diferentes.
(2) A pós-modernidade tem passado a ideia de que o casamento é um relacionamento na base do meio a meio. Você paga as contas e eu a prestação da casa. Eu pago a escola dos meninos e você o supermercado. No primeiro domingo eu vou para a igreja, mas no próximo eu descanso e você é quem vai! Isto é, cada um dá um pouco de si. Mas será que isso funciona de verdade? A Bíblia nos ensina que o padrão cristão não é meio a meio (50/50), mas 100/100. O casamento cristão envolve uma total entrega (Ef 5.22-33). Eu não posso dar uma parte do meu tempo, da minha vida, mas investir tudo de mim em favor do meu cônjuge.
(3) O egoísmo é provavelmente a maior ameaça à unidade do casal. Quando eu busco a minha própria realização pessoal e deixo meu cônjuge de lado, estou sendo egoísta. Acreditar que o marido pode obter sucesso independentemente do apoio e colaboração de sua mulher e ainda manter um bom casamento é uma ilusão bastante comum em nossos dias. Na prática, isso nunca dá certo.
4) Problemas não resolvidos. Quando o casal guarda as mágoas do passado, não resolvendo problemas pendentes, a tendência é cada um viver em sua própria “ilha”, isolado. Pesquisas mostram que grande parte dos casais que passam por experiências traumáticas que não são devidamente tratadas, se separam ou se divorciam.
(5) A popularização da infidelidade conjugal. A mídia tem se ocupado em popularizar a ideia de que a traição é algo normal. Não somente o adultério consumado, mas o adultério emocional (exemplo: uma amizade muito íntima com alguém do sexo oposto) provoca o isolamento entre os cônjuges. A infidelidade começa sempre no coração (Mt 5.28).
(6) O estilo de vida frenético. O ritmo de vida acelerado do mundo atual contribui para que cada vez mais vivamos estilos de vida separados uns dos outros. Quase não temos tempo para conversar com o nosso cônjuge ou nossos filhos sobre o que fazemos no dia-a-dia.
(7) Outro fator é nosso hábito cada vez mais comum de eliminar o contato humano preferindo os atuais meios de comunicação. O hábito brasileiro de assistir TV é um problema muito mais grave do que aparece na tela. Membros de uma família podem estar juntos na mesma sala assistindo TV, e estar perfeitamente isolados uns dos outros. Você já percebeu que a grande maioria dos moradores das grandes cidades mesmo cristãos raramente conhece seus vizinhos? Todo o moderno sistema de comunicação produzido atualmente pela sociedade tende a eliminar cada vez mais o contato humano: Internet, email, redes sociais, etc.
O isolamento é uma ameaça séria mesmo para casais cristãos.
O problema é que quanto mais nos isolamos em nossas “ilhas particulares”, mais e mais nos desconectamos uns dos outros. Como o casal cristão deve encarar esse desafio imposto pela pós-modernidade? Os cristãos precisam perceber que se não tomarem as providências necessárias e se não tratarem dessa ameaça juntos, acabarão por viver isolados uns dos outros, mesmo debaixo do mesmo teto. Muitos casais casados têm sexo, mas não amor; isso quando ainda tem sexo! O erro típico que muitos casais cometem é não antecipar que os problemas mencionados acima podem ocorrer com eles. E quando os problemas surgem, são apanhados de surpresa![1]
Como os casais cristãos podem vencer o isolamento?
(1) Aproximando-se mais de Deus. Quando buscamos uma maior intimidade com o Senhor através da leitura da Bíblia e oração diária somos capacitados por Deus para nos aproximar do nosso cônjuge. Isso me faz lembrar a ação graciosa de Deus quando foi ao encontro de Adão e Eva. O pecado poderia ter causado o isolamento entre os nossos primeiros pais, mas a comunhão restauradora do Senhor trouxe aos seus corações esperança.
(2) Planejando bem o tempo juntos. Procure gastar tempo com seu cônjuge fazendo coisas que ambos apreciam. Eu sei que em geral os homens gostam de assistir futebol e as mulheres de filmes românticos. Entretanto, planejando bem a qualidade do tempo que passamos juntos enquanto casal, conversando, passeando, viajando ou fazendo qualquer outra coisa em comum quebrará toda e qualquer ideia de viver isolado.
(3) Exercitando o perdão e buscando a reconciliação. O seu cônjuge pode estar isolado porque você o ofendeu ou magoou. Na vida conjugal é preciso em alguns momentos deixar o orgulho e a vaidade de lado, pedir perdão e buscar a reconciliação com aquele(a) que tanto amamos. A Bíblia nos ensina: “Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo” (Ef 4.32).
(4) Buscando ajuda espiritual. Quando a coisa apertar não deixe de buscar ajuda espiritual. Pastores, presbíteros* e conselheiros cristãos são vocacionados por Deus para apascentar as famílias oferecendo por meio da Bíblia apoio e soluções para momentos de crise conjugal.
Não deixe que o isolamento acabe a alegria e o prazer do seu casamento. Parece estranho, mas casados também podem ser felizes juntos!
[1] LOPES, Augustus Nicodemus. Maridos solitários, esposas solitárias. http://www.ipb.org.br/portal/artigos-e-estudos.
* MINHA NOTA: Pastores e presbíteros, na Biblia, são o mesmo.
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quarta-feira, 2 de março de 2022
Casamento: Bênção ou Pressão?
- Se você ainda não tem condições de casar porque ainda não reúne as condições financeiras para isso, mas insiste em se relacionar com alguém você está em pecado diante de Deus.
- Se você ainda não casou, mas seu relacionamento (namoro) permite carícias íntimas que incitam a libido você está em pecado grave diante de Deus.
- Se você está se relacionando com alguém que professa outra fé que não a exclusiva fé em Cristo segundo a Bíblia, você está cometendo um verdadeiro suicídio espiritual.
sábado, 12 de fevereiro de 2022
Quero Casar! Basta Ser Crente?
Quero Casar! Basta Ser Crente?
Mas se você já é um(a) crente, e solteiro(a), então, a decisão mais importante da sua vida é com quem você vai se casar. Quem será aquela pessoa com a qual você pretende passar o resto de sua vida, morando no mesmo teto, dividindo a mesma cama?
I – A Bênção de Ser Solteiro
O mundo é composto por duas classes de pessoas: solteiras e casadas. Como em várias áreas do pensamento e prática da humanidade, aqui há uma clara inversão de valores. Os solteiros sentem um enorme desejo de viverem como se casados fossem, e, em contrapartida, os casados querem viver uma vida sem abrir mão dos privilégios de ser solteiro.
Deus dá algumas bênçãos aos solteiros para que essa época na vida de cada um seja vivida da melhor e mais santa forma possível. Por exemplo, o solteiro não precisa dar satisfação ou prestar compromisso a ninguém mais além de seus pais (falo de relacionamentos afetivos), não precisam dar explicações dos seus atos, não precisam ter preocupações ou responsabilidades que apenas os casados precisam ter e responder.
No início dessa análise, observamos que o namoro se transforma num mini-casamento. Onde não apenas esses preceitos criados por Deus são trocados, mas os solteiros terminam por, além dessas coisas, invadirem o que chamaremos de privilégios dos casados.
Quais sejam: o toque no corpo do outro, a beijo na outra boca e coisas do gênero que terminam por fazer com que as afeições sejam mudadas com base no desejo sexual e produzam uma falsa sensação que muitos erradamente acreditam ser e até chamam de amor.
A tolice disso é que as pessoas se tornam vulneráveis e, como não ouvem o que a Bíblia ensina sobre o assunto, terminam por constituir o outro em seu próprio deus.
Jovens, todas essas coisas Deus as criou para serem deliciosamente aproveitadas por nós, mas ele criou a instituição do casamento para isso (e só depois dele). Analizem esses textos apenas para iniciar esse debate: I Tes. 4:3-8; I Cor. 7:1,2.
Minha primeira palavra aos solteiros é essa: aproveite o tempo que Deus deu a vocês para não entrar em relacionamentos instáveis como o namoro, que, ao invés de preparar pessoas para o casamento, tem preparado nossa geração para o divórcio, pois ensina que as pessoas são tão descartáveis quanto a instabilidade do nosso próprio coração.
II – Qualificações para um Pretendente
Muitos acham que esse ensino faria com que ninguém casasse, mas ao contrário, a idéia é que essa geração resgate o verdadeiro valor de uma boa preparação para o casamento. Isso certamente precisará ser objeto de outros posts e palestras (tenho várias palestras preparadas sobre Relacionamento Pré-Nupcial Bíblico), mas aqui vamos nos ater apenas a algumas qualificações que direcionarão, de maneira objetiva e pensada, nessa que é a escolha mais importante para o jovem crente.
• O que deve chamar atenção de uma moça em um rapaz?
Vou me abster de falar em ser um crente, pois a Bíblia é não apenas clara, mas extremanete dura em colocar esse preceito de forma direta tanto no Velho (Nee. 13:23-27) como no Novo Testamentos (I Cor. 7:39, II Cor. 7:14-18).
Então, vou direto a alguns outros pontos. Nem sempre uma profissão de fé garante que o sujeito é crente. Jesus ensina que somos conhecidos pelos frutos e não pela mera declaração que somos crentes. Paulo parece ensinar a mesma coisa aos Coríntios quando diz que o Reino de Deus não consiste em palavra, mas em poder. O poder demonstrado na integridade pessoal é mais forte que muita coisa. Como isso pode ser percebido?
Como ele trata as meninas ou você mesma? Normalmente um galanteador não está pensando no futuro de responsabilidades que o espera, pois o que ele precisa conquistar é mais que o coração de uma garota, mas segundo a Bíblia, ele precisa ser provedor, protetor e pastor.
Ele precisa dar provas que não dependerá de ninguém para sustentar e proteger sua futura família. Precisa liderar como Cristo lidera a sua Igreja, por isso não pode ser egoísta, mas despojar-se de si mesmo. (Uma boa dica aqui é ver como ele trata a mãe, os mais velhos, e até mesmo as crianças... queria ter mais tempo de falar sobre isso!).
• O que deve chamar atenção de um rapaz em uma moça?
Claro que a maior responsabilidade recai sobre as costas do homem, por isso mesmo ele precisa ter discernimento para saber escolher. Nada melhor que os conselhos de Paulo a Tito para essa ajuda.
Paulo intrui Tito a que ensine as mulheres mais velhas as seguintes características às mais novas: serem amorosas (a maridos e filhos, mas no caso de uma pretendente, que seja a seus pais, idosos e crianças), dedicadas, honestas, sejam boas donas de casa, sujeitas (aos pais e às autoridades da Igreja, dessa forma dão prova de que serão ao futuro marido) [Tito 2:4,5].
Há muito mais, mas aqui vai apenas uma pequena demosntração de como essa escolha precisa ser mais racional e objetiva do que a maneira emocional e ligada ao coração corrupto como tem sido nos nossos dias.
III – Se Não Achar Alguém Assim, o que Fazer?
Esse ensino é tão desconectado dos nossos dias que não tenho a pretenção de achar que todos aceitarão e aplaudirão o seu conteúdo, entretanto, corro o risco por advogar que a busca pela santidade nunca é grande como deveria ser (Hb. 12:4).
Mais ainda: o mundo jamais apreciará esse ensino, mas nós estamos aqui para mudar o mundo (Rm. 12:1,2; Tg. 4:4; I Jo. 2:14-17), na verdade Paulo ensina a nos dessairagar desse mundo perverso (Gl. 1:4) e isso implica em luta contra a nossa própria vontade e pensamento.
A proposta é de uma mudança geracional e começa com o convencimento dos próprios pais das crianças de hoje para que homens e mulheres com essas características sejam facilmente achados no futuro, porque nossas crianças serão treinadas para isso.
Mas e agora? Como os jovens dessa atual geração perversa e corrupta podem agir se não acharem a pessoa com as características bíblicas de como o cônjuge deveria ser?
Bom, eu espero que você nos acompanhe até o próximo post para respondermos essa questão.
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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022
Esposo: O Cabeça da Família
Marido, Profeta e Sacerdote
Edmilson Soares
O marido deve
cuidar da manutenção da família (I Tm 5.8). Têm a responsabilidade de prover as
necessidades da família. Foi destinado por Deus para ocupar a posição de
autoridade e governo no casamento (Ef 5.23).
Como
exercer a autoridade determinada por Deus
· Gritar,
mandar, exigir obediência por imposição, não é autoridade; é ser ditador. Para
exercer autoridade, requer-se: sabedoria, ou, não terá respeito da
família.Exercer autoridade é tomar decisões sempre em conjunto com a esposa.
Exercer autoridade é ter responsabilidade diante de Deus pela família. A
autoridade do marido sobre a sua esposa e filhos é espiritual e lhe é conferida
por Deus.
DEVERES DO
MARIDO
O Marido têm o
dever administrativo de governar bem a sua própria casa e criar os filhos
"sob a disciplina, com todo o respeito" (I Tm 3.5-7). O marido têm o
dever de buscar orientação do Senhor na administração do orçamento do lar (Sl
127.1).
O Marido
deve ser o cabeça (Ef 5.23)
No exercício
como cabeça, deve ter autoridade; ser o pastor da casa, o sacerdote maior da
família; deve ser o cabeça, como Cristo o é da Igreja.
O Marido
deve cuidar da vida espiritual da sua esposa
O Marido
cristão deve ser o pastor de sua própria mulher. O marido cristão deve dar
honra à sua mulher, como vaso mais fraco (1 Pe 3.7), procurando não tratá-la
com amargura (Cl 3.19).
O Marido
deve tratar a esposa com elegância e afabilidade ( Cl 3.19).
O marido não
deve tratar a esposa com: aspereza, má vontade, rabugice. Deve tratá-la com
dignidade. O Marido deve considerar a mulher a parte mais frágil. O marido não
deve sobrecarregar a mulher nem física e nem emocionalmente.
A
ESPOSA COMO AUXILIADORA (ADJUTORA)
A mulher é
diferente. Foi criada com o propósito de completar afetuosamente alguém ( 1 Co
11.9). Para preencher o vazio, existente no íntimo do homem (Gn 2.20).
Deus criou
a mulher para ser Auxiliadora de que ?
Auxiliadora no
sentido afetivo. Auxiliadora no sentido social (conservar a imagem do marido,
como homem diante da sociedade e da igreja). Auxiliadora no sentido
profissional. Auxiliadora no sentido espiritual ( "Boa Samaritana").
A esposa e
o seu relacionamento com o seu Esposo
Para ser companheira
precisa estar enxertada em Jesus (Jo 15.5). A sua personalidade precisa ser
controlada por Jesus. Precisa ser submissa primeiramente ao Senhor, para poder
ser ao Esposo (Ef 5.22).
Note: Ser
"submissa" é imperativo e não condicional (Veja 1 Co 11.3; Cl 3.18;
Tt 2.5; 1 Pe 3.1).
DEVERES E
RESPONSABILIDADE DA ESPOSA
Deve respeitar
seu marido como líder, como o seu protetor e como o cabeça da família (Ef
5.33), com "obediência" e "sujeição".
Note: O Esposo
têm a responsabilidade de amar e honrar a esposa como o vaso mais fraco (1 Pe
3.7).
Deve ser
fiel a seu marido
Deve ser leal,
firme nas afeições e sentimentos. Deve ser esposa de um único homem, o seu
marido. Dever lembrar-se da promessa feita diante do altar de Deus: "até
que a morte nos separe". Deve ser virtuosa ( Pv 31.10-31). Qualidades da
mulher virtuosa. Ela é laboriosa (vv 13, 19, 24). É ajuizada (vv 16,18). É
forte fisicamente (v. 17). É boa dona de casa (vv 15,21, 27). É sabia (v. 26).
É boa mãe (v. 28). É boa esposa (vv 11, 12, 23, 28). É temente ao Senhor (v.
30).
A mulher
virtuosa: conserva a roupa do seu marido bem cuidada; cumpre com todos os
deveres diários; levanta cedo para servir o café ao marido que vai para o
trabalho; a sua roupa revela sempre modéstia e submissão a Deus. A esposa como
boa dona de casa, deve ter uma casa organizada. A esposa como dona de casa,
deve ser boa administradora do lar.
DEVERES
CONJUGAIS: CASAIS PAGANDO SUA DÍVIDAS
O sexo é
santo dentro dos laços do matrimônio.
Quem deu a
esposa ao homem foi o próprio Deus, com a finalidade de: complemento afetivo e
ser instrumento de procriação. O sexo dentro do casamento não é pecaminoso,
pois, Deus ordenou a Adão e Eva que tivessem filhos e enchessem a terra (Gn
1.27-28). O sexo quando corretamente praticado, não produz qualquer
contaminação, mas, os que se ocupam de relações sexuais impróprias quer sejam
casados ou solteiros, descobrirão que Deus está contra eles em julgamento. A
relações sexuais devem serem regulares e contínuas. Não pode haver barganhas
sexuais entre pessoas cristãs ( "não terei relações a menos que você ...
").
Fora do
matrimônio o sexo é grave pecado
· Três
palavras definem a prática do sexo fora do matrimônio (fornicação, adultério e
prostituição).
a) Fornicação
é a relação sexual entre os não casados ( 1 Co 5.1). (a maior incidência desse
tipo de pecado é entre namorados).
b) Adultério é a prática do sexo por casados, com não cônjuges. O adultério
lesa o direito do outro cônjuges.
c) Prostituição é a prática do sexo por dinheiro. Se a esposa se mostrar
indisposta e o marido oferecer qualquer vantagem econômica financeiro à esposa,
estará seduzindo-a à prostituição.
O sexo fora
do normal é abominação
· O normal é o
sexo entre o homem e mulher.
Deveres
Conjugais
· Deveres
conjugais abrangem os deveres sexuais, a prática sexual só é legitima e pura no
matrimônio.
A vida
sexual do casal têm que ser considerada a partir de pelo menos duas óticas:
a) Os cônjuges
deve entender o direito do outro (1 Co 7.3-4) - As obrigações do casal
relacionado ao corpo e ao sexo devem serem cumpridas. O direito sobre o corpo
de um e do outro são iguais. Que nenhum dos dois deve negar a sua participação
na atividade sexual. O esposo deve lembrar que a esposa não é sua escrava e tampouco
existe somente para satisfazer seus desejos. O marido deve se colocar à
disposição do prazer da sua esposa, assim como a esposa deve se colocar à
disposição do prazer do marido.
b) A
abstinência sexual. Somente por consentimento mútuo (1 Co 7.5) - O casal não
deve privar um do outro da atividade sexual, a não ser que ambos estejam de
acordo, por um tempo determinado, para se dedicarem a oração, terminando deve
retornar a sua atividade sexual, para que não seja criado problemas de
relacionamentos nesta área.
A
LEI DO PERDÃO
· Entre o
casal, precisa haver uma vida constante de oração e sobretudo de perdão. As
dificuldades somente serão vencidas se o casal unidos orarem, intercedendo uns
pelos outros. Quem perdoa desiste voluntariamente de certos direitos e não
exige reparação pela mágoa que sofreu. A lei do perdão é clara, é preciso
primeiro perdoar para poder obter o perdão ( Mt 6.14-15).
O que o
perdão não é: Não
é só esquecer. Não é deixar o tempo sarar. Não é o ofendido mudar de idéia. Não
é simplesmente fazer-as-pazes. Não é simplesmente dizer: "eu o
perdôo".
Como
perdoar: Seja
realista. Lembre-se que também foi perdoado. Abra mão dos seus direitos.
Pronuncie o erro. Demonstre ação além das palavras - reparar o erro.
A condição
para obtermos o perdão.
· A lei do
perdão é clara, é preciso primeiro perdoar para poder obter o perdão. Se
perdoarmos as ofensas do homem, receberemos perdão de Deus, se não perdoarmos
as ofensas do homem, não receberemos o perdão de Deus. Perdoar e evitar a
reconciliação conjugal é o mesmo que guardar vestígios de mágoa no coração, é
abrigar amargura no coração.
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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022
A Comunicação no Casamento
Atender as nossas necessidades e expectativas as do nosso cônjuge, e tudo isso harmoniosamente, tem sido um grande desafio através dos séculos. O primeiro problema de comunicação surgiu no Éden, quando nossos primeiros pais, Adão e Eva pecaram contra Deus. Como filhos de Adão, o pecado também afetou todas as áreas da nossa vida, inclusive a comunicação.
Um casamento bem sucedido é construído e mantido pela ponte da boa comunicação. Para lograrmos êxito precisamos de uma boa comunicação. Para que nossa comunicação seja satisfatória é necessário que cada um expresse seus pensamentos, sentimentos e desejos de modo que o outro ouça e entenda.
Parece simples, mas não é. Pastores e conselheiros afirmam que as queixas mais ouvidas são do tipo: “ele simplesmente não se comunica. Há anos eu tento fazê-lo conversar comigo”. Ou então: “é impossível entendê-la. Não há sintonia entre nós. Portanto, eu desisto, não quero mais viver com ela”.
Surgem então os problemas. As dificuldades de comunicação concebem intermináveis conflitos provocados em sua grande maioria por problemas comuns e básicos. Começamos a nos armar como se fossemos travar uma verdadeira briga contra um terrível inimigo. Mas espere aí! Ele é o nosso próprio cônjuge! E por falar em brigas... Em sua opinião, quais são as principais armas que temos levado à briga? Neste post gostaria de compartilhar com você pelo menos algumas armas que considero extremamente letais para o casamento:
PRINCIPAIS ARMAS CONTRA A COMUNICAÇÃO EFICAZ
1. Memória rancorosa. Conhecida também como “síndrome do baú”, diz respeito às mágoas do passado que guardamos por muito tempo e que trazemos à memória justamente no momento de uma discussão, prejudicando o nosso relacionamento e destruindo a ponte para o diálogo.
2. Frases duras e desnecessárias. Por que precisamos discutir algum assunto ou reclamar de alguma coisa com raiva? Por que gritamos e usamos palavras tão duras? Você já notou que até a expressão de nosso rosto muda quando somos grosseiros. O que ensinamos para os nossos filhos quando agimos assim? O que você faria se alguém entrasse na sua casa no exato momento em que você está brigando com seu cônjuge?
3. Comparações sem nenhum sentido. A esposa se desentendeu com o marido porque ele deixou mais uma vez os sapatos na sala ou não abaixou a tampa do vaso sanitário, mas a discussão se avoluma e sem nenhuma objetividade e inteligência vai parar nas comparações entre as sogras. Pobres sogras, sempre sobra pra elas! As comparações sem sentido são semelhantes à tentativa de se apagar um incêndio com gasolina.
4. Ataques pessoais. Esta é uma arma terrível. Não há coisa mais triste do que ferirmos aquele que prometemos amar, honrar e respeitar com gozações, apelidos e ridicularizações. Os maridos nunca devem rir ou fazer gozações quando estiverem discutindo alguma coisa com sua esposa. Já as mulheres não podem usar o excesso de lipídios abdominais de seu marido para ridicularizá-lo em meio a uma discussão só porque ele é buchudinho[1].
5. Silêncio total. O casal briga e depois fica sem se falar na mesma casa por semanas evitando o encontro. Os filhos percebem e acham tudo muito estranho. Parece que seus pais não se conhecem. Nós maridos somos experts nisso, “matamos na unha” quando ficamos chateados e ainda batemos no peito dizendo: “a nossa melhor arma é o silêncio”. Mas onde fica o diálogo nisso tudo?
O QUE FAZER E NÃO FAZER NA COMUNICAÇÃO?
1. Não levante o passado de seu cônjuge, mas perdoe. O livro de Provérbios diz que “O que guarda a boca e a língua guarda a sua alma das angústias” (Pv 21.23). O perdão sincero constrói sólidas pontes para uma comunicação sincera e amorosa entre o casal.
2. Não seja grosseiro, mas educado como se tratasse um estranho. Você já percebeu que dificilmente nós tratamos um estranho com grosserias? Por que deve ser diferente com quem tanto amamos? A Bíblia diz que “O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apazigua a luta” (Pv 15.18). Quando usamos a Palavra de Deus em nossa comunicação transformamos uma briga em entendimento pacificador e cheio de perdão (Pv. 15.1).
3. Não conte histórias sem fim, antes seja conciso e objetivo. As diferenças ou divergências sempre existirão, e nós precisaremos sempre enfrentá-las com objetividade. Em meio a uma discussão nunca fuja do foco. Esteja pronto para ouvir, tardio para falar e se irar (Tg 1.19). “A discrição do homem o torna longânimo, e sua glória é perdoar as injúrias.” (Pv 19.11).
4. Não pague na mesma moeda, antes seja positivo, amável, altruísta (ainda que não sinta vontade). “Não digas: Como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele; pagarei a cada um segundo a sua obra.” (Pv 24.29). As palavras sábias em meio a uma discussão promovem a cura das feridas porque são cheias de amor e de encorajamento (Pv 12.18; 16.24). Nunca demore para perdoar ou pedir perdão.
5. Não fique emburrado, nem dê tratamento silencioso, mas seja cooperador e edifique ao seu cônjuge com suas palavras. Se usarmos a Bíblia como o fundamento da nossa comunicação nós edificaremos quem mais amamos com nossas próprias palavras. O silêncio não pode ser utilizado pelo casal como uma arma da carne. Devemos falar a verdade em amor (Pv 27.5) e sempre ouvir também, pois isso faz muito bem para o relacionamento (Pv 19.20).
COMO MELHORAR A MINHA COMUNICAÇÃO?
(1) Seja dedicado. Se você deseja que o seu cônjuge mude, que ele se comunique, converse com você, tome a iniciativa e mude primeiro. Para essa tarefa duas coisas serão extremamente importantes: esforço e boa vontade. Deus pode realizar por meio de você algo que você nunca imaginou.
(2) Seja humilde, reconheça suas limitações e ore. Deus em sua soberania planejou tudo de maneira tão sábia que a nossa santificação ou aperfeiçoamento em santidade de vida só acontecerá se antes de nos comunicarmos com o nosso cônjuge exercitamos a nossa comunicação com Deus. A realidade é que temos orado muito pouco. A pergunta é: Quanto tempo você tem gastado em oração por seu marido ou esposa? A oração nos faz mais humildes, mais dependentes de Deus e da sua graça. O exercício da humildade nos leva à submissão, quebra o nosso orgulho, nos transforma em servos uns dos outros.
(3) Busque sempre bons conselhos. Não fique ilhado. Todos nós precisamos de conselheiros bíblicos, classes de casais, conferências e reuniões para sermos supridos. Os casais mais velhos devem ajudar os casais mais novos. Lembre-se: isso é bíblico.
(4) Estude a Palavra e leia bons livros. Leia e estude a Bíblia. Nela encontramos o padrão divino para a comunicação eficaz no casamento. Utilize bons livros e torne-se um pesquisador do assunto. Muita coisa boa tem sido publicada sobre comunicação em livros cristãos para casais.
CONCLUSÃO
Não existe casamento perfeito, e isto é fato. A razão pura e simples é porque nós não somos perfeitos! Contudo, a Bíblia nos diz que Deus é perfeito e misericordioso. Ele nos revelou em sua Palavra a graça abundante e maravilhosa do nosso Senhor Jesus Cristo, a qual redime e restaura os pecadores e seus casamentos. Ele sempre nos leva novamente ao início de tudo.
Pr. Alan Kleber
[1] No Nordeste, barrigudinho.
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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022
MANTENDO UM BOM CLIMA NO CASAMENTO
Preparado pelo Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho,
Conta-se a história do político que morreu e teve a oportunidade de escolher para onde gostaria de ir. Evidentemente isto é uma piada e assim deve ser vista. Não é ensino teológico. Visitou o céu e viu coros, anjos, harpas, gente assentada, ouvindo ensinos e explicações, tudo tranqüilo. Visitou o inferno e gostou do que viu: mulheres bonitas, pouco vestidas, bebidas, boa música, comida farta, piadas, risos, ambiente agradabilíssimo. Voltando aonde deveria definir sua situação, disse ao anjo da recepção que o céu era bom, mas o inferno era melhor. Preferia ir para lá, ao que o anjo concordou. Gosto é gosto. Lá chegando, abriu a porta, levou um tapa violento, foi pisoteado, fincado em um garfo e jogado num caldeirão. Viu que todos estavam sendo tratados assim, e que o quadro era de desespero. Perguntou ao demônio que por ali passava porque aquilo estava acontecendo, se antes era tudo tão atraente e promissor. O demônio lhe respondeu que isto fora antes. Agora já haviam conseguido seu voto e ele tinha que agüentar a realidade.
Mutatis mutandis, isto acontece em muitos matrimônios. Já se conseguiu o “sim” da outra parte e agora o cenário real aparece. A pessoa surge sem máscara, como é. Os momentos tão agradáveis do passado cedem lugar a um caldeirão onde se é espetado diariamente. Esta circunstância sucede por causa de um equívoco. O momento do casamento foi visto como linha de chegada e não como linha de partida. Usando a figura de uma corrida, o namoro e o noivado foram a corrida e agora parece que se chegou aonde queria. O namoro e o noivado devem ser vistos como aquecimento e o casamento como a corrida. Agora é que vai começar o relacionamento verdadeiro, sem máscaras, sem atrativos para ganhar o voto da outra parte.
Tendo isto em mente, alinhavo a seguir algumas idéias para seguir no rumo proposto, “Mantendo um bom clima no casamento”. Há casamentos azedados, e outros quase a azedar. Mas há alguns em que a doçura permanece. Há alguns pontos que quero observar com vocês e peço sua atenção para eles. Poderão ajudar nossos casamentos a não azedarem. Apenas ajudar, friso, porque somos nós quem o azedamos ou adoçamos a relação.
1. A CONSCIÊNCIA DO QUE FIZERAM
É preciso ter consciência do que fizeram ao se unirem pelos laços do matrimônio. Com algumas variações e poucas exceções, o quadro, em geral, é este: Homem – você tirou uma moça da casa dos pais dela; Mulher – você saiu da casa dos seus pais e atrelou sua vida à dele. É este o sentido de “serão uma só carne”. Uma nova unidade surgiu, vocês dois. Fizeram um acordo. Os dois são um. Foi uma atitude consciente, responsável, e na qual devem investir suas vidas. O maior investimento será a partir de agora. O maior investimento não foi quando o rapaz “passou a conversa” na moça ou quando a moça “seduziu” o rapaz. O maior será desde agora. Muitos casamentos falham porque os cônjuges o dão como um produto terminado, como se fosse algo completo. O casamento nunca é completo. É algo que se constrói no dia a dia. Uso muito esta figura: não é um baobá maduro e sólido, mas uma plantinha tenra, a ser adubada e regada, todos os dias. O adubo é atenção, ternura, cortesia, boas palavras. E todos os dias devem se tirar as ervas daninhas, como ciúmes, desejo de mando, manipulação, chiliques, grossura, etc.
O que fizeram no dia do sim? “Casaram-se”, dirá alguém. Visão simplista. “Começaram o casamento”, digo eu. Ele só estará concluído quando acabar. E só acaba pela morte de um dos dois, como é o desejo de Deus. Infelizmente, alguns acabam pelo divórcio, não como vontade expressa e direta, mas sob concessão de Deus. O que fizeram foi iniciar uma jornada em comum. Não a vejam como se fosse uma jornada pessoal, em que um é coadjuvado pelo outro, nem uma jornada de 2 beligerantes, mas uma jornada comum. Andar juntos é o que decidiram fazer. Não é apenas dormir juntos. Caminhar juntos. Uma das dedicatórias mais bonitas que já vi em um livro foi a que Francis Schaeffer fez em O Deus que Intervém, para sua esposa, Edith: “Para aquela que tem andado de mãos dadas comigo por uns curtíssimos trinta e cinco anos”. Marido apaixonado, Schaeffer expressou bem o segredo de um casamento bem sucedido: andar de mãos dadas, e o tempo, por maior que seja, sempre é curto. Como Camões, gênio maior de nossa língua e um dos motivos de orgulho de Portugal, disse do amor de Jacó por Raquel: “Mais servira, se não fora/Para tão longo amor tão curta a vida”.
2. CONSTRUIR A REALIDADE
O período de namoro e noivado é de encanto e o do casamento, de realidade. Assim entendem muitos. Expressão infeliz. Uma das coisas mais encantadoras é conhecer lugares novos. E conhecer gente nova também é bom. Mas conhecer aspectos novos de pessoas conhecidas também é bom e encantador. Ajuda muito a viver bem.
A realidade do casamento não é cruel nem má, como algumas piadas parecem indicar. Na verdade, a realidade do casamento não existe, como algo a receber. O casal a constrói. A realidade de cada casamento não é um traje pronto que envergamos, mas um que tecemos. O período pré-casamento e o período do casamento não são realidades colidentes, em choque uma contra a outra. A realidade que o casal constrói deve ser a projeção dos sonhos do período de encanto. Há alvos que foram delineados. Se não acontecem, que não se desista, mas que se os persigam. Talvez alguns devam ser reformulados, mas um casamento sem alvos é meio descolorido.
Muitos cônjuges destroem os sonhos e se queixam que a outra parte os destruiu. Sonhos são acalentados por pequenas coisas. E aniquilados por pequenas coisas. Homem, leve flores, abra a porta do carro para ela entrar, guarde e comemore as datas especiais para vocês. Mulher, lembre-se do prato especial dele, arrume-se para ele (há mulher que só se arruma para sair), dê-lhe apoio. No relacionamento conjugal a educação no trato deve existir. Há casais que vivem em estado permanente de beligerância. Desarmem-se, evitem os golpes baixos (dos quais falei na penúltima palestra) e construam sua realidade de maneira positiva. As coisas, principalmente as coisas boas, não acontecem por acaso. Devem ser trabalhadas. Nós construímos.
Há pessoas que, por força de sua atividade profissional, são gentis com estranhos. Mas nem sempre o são no trato com a família. Um casamento não pode prescindir de um clima de cortesia no trato, mais que a relação profissional exige. Bons modos se praticam em casa, e com o cônjuge, mais que em qualquer outro lugar e mais que com qualquer pessoa.
3. AUTODOAÇÃO
Conta-se a história de uma mulher que teve à sua porta, um dia, um pedinte perguntando se ela não tinha alguma coisa velha e imprestável para ela e que pudesse dar, que não lhe faria falta. Ela prontamente respondeu que sim e apontou o marido refestelado, roncando, numa poltrona. Autodoação não é isto, doar algo que deveria ser uma parte nossa. Deixem-me tentar explicar.
O período de namoro e de noivado é de querer agradar a outra parte. No período de casamento, a atitude de alguns muda: querem ser agradados. A pessoa se torna intransigente. Uma das frases mais infelizes que alguém pode pronunciar é esta: “Sou assim e não mudo”. Ora, se pensa desta maneira, vá ser ermitão ou ermitã. Vá morar no mato, longe de todo mundo. Então não precisará mudar. Poderá ser o bugre (não torcedor do Guarani) que deseja ser. A vida é relacional. Temos sempre que nos adaptar a outras pessoas, lugares e situações. O casamento é uma empreitada relacional. Não se trata de impor um estilo de vida à outra parte, mas de procurar se relacionar bem com a outra parte. Isto implicará em mudanças. De ambos, não apenas de um. Se os dois se ajeitam, 3 acabará surgindo um estilo comum aos dois, que nem mesmo era de um. Os dois se autodoaram e fizeram surgir um novo caminho.
Se você deseja experimentar grande progresso em seu casamento, não espere que seu cônjuge se sacrifique ou se autodoe ou se ajuste a você. Pergunte-se: “Em que posso agradá-lo (a)? Como posso melhorar?”. Muitos querem amor, ou seja, querem doação. Mas não amam, ou seja, não se autodoam. “Nós amamos porque ele nos amou primeiro”, diz João. Jesus nos deu amor e é por isto que nós amamos a ele e uns aos outros. Quem ama não precisa pedir amor. Ele vem. Dificilmente alguém responde a amor com pontapés. Autodoe-se em seu casamento.
4. ENFOQUE CORRETO
Ouça muita gente dizer “Tenho o direito de ser feliz!”. Que significa isto? Que significa “tenho direito”? Direito pressupõe obrigação. Raramente ouço alguém dizer “Tenho a obrigação de tornar meu cônjuge feliz!”. E o que significa ser feliz? Ser adulado? Ser satisfeito em caprichos? Presumo que Madre Teresa de Calcutá fosse uma pessoa feliz. E havia optado pela pobreza e serviço aos hansenianos. Li, nesta semana, de um playboy paulista do passado (omito seu nome para não dar ibope a quem não merece), que no fim da sua vida fútil se sente frustrado. Quando escuto alguém dizer que “tem o direito de ser feliz” fico com a impressão de que pensa que a outra parte deve ser seu capacho (como há homem que procura mulher capacho!) ou satisfazer seus chiliques (e há mulheres – homens também – chiliquentas). E deveres, têm? Quais são? Porque não os declara e busca cumprir?
Seu alvo no casamento deve ser tornar seu cônjuge feliz. Se você conseguir isto, será feliz. Há homens que são conquistadores, pulando de cama em cama com razoável regularidade. Como disse alguém, conquistar uma mulher por dia é fácil. O difícil é conquistar a mesma mulher todos os dias. Seduzir um homem por dia não é difícil. Mas seduzir e encantar o mesmo homem todos os dias é mais difícil. Tenho visto que as pessoas mais realizadas na vida matrimonial não são as que reclamam amor, mas as que dão amor. Não as que buscam felicidade, mas as que buscam tornar alguém feliz. Tenhamos o enfoque correto: vida para outros e não a vida dos outros para nós. Viva para seu cônjuge. Aqui repito a autodoação, mas não por falta de planejamento. É que estes dois tópicos são gêmeos.
Há maridos tão mesquinhos, que as mulheres, dependendo deles economicamente, precisam implorar um batom ou uma bijuteria. E há maridos que nunca têm companhia. Aliás, isto já foi assunto em outra ocasião: mulher, seja mãe, seja avó, mas não deixe de ser esposa. Lembre-se da sua outra parte. Um cônjuge só faz lembrar a música de Chico Buarque: “ó metade arrancada de mim”. Quando alguém se sente bem sem a outra parte, está com enfoque errado. Foi mutilado e não sente. Está mal. E um casamento em que uma parte está mal não demora a afundar, se não for tratado. Porque 50% de gangrena podem evoluir para 100%. Se já perdeu a metade, o resto pode acabar. Para regredir precisa de tratamento.
5. VIRTUDES MAIS QUE DEFEITOS
Veja as virtudes mais que os defeitos de seu cônjuge. Uma vez disse isto a um casal e ela me respondeu: “Pastor, ele não presta, só tem defeitos!”. Bem, pelo menos uma virtude ele tinha: aturava uma atitude desta.
Nos momentos de crise é fácil enxergarmos os pontos negativos. Mas deve haver alguma coisa positiva. É curioso como racionalizamos questões espirituais e nem sempre fazemos assim com questões emocionais. Trabalhando tanto tempo em seminário teológico, vi muita gente que raciocinou desta maneira: não conseguiu passar no vestibular, então entendeu que Deus o chamava para ser pastor. Isto é terrível. Parece que ser pastor é ser o rebotalho, o resto do mundo. Já que não 4 deu para nada, vai ser pastor. Mas é uma forma de racionalizar o fracasso. Procurou uma possibilidade na derrota.
Há boas possibilidades na vida conjugal. Há recursos a usar, como a oração, o exercício da esperança cristã, a caminhada no amadurecimento, o diálogo, o aconselhamento. Mas o ponto central é que um casamento que passa por crises, quando estas são superadas, tende a se tornar estável, pois foi provado e sobreviveu. Não estou falando de conformismo, mas de desafio de uma luta a travar. Jogar a toalha é um recurso extremíssimo. A questão é que tenho visto que, em muitas ocasiões, a perspectiva da pessoa é pior que a situação propriamente dita. Ela se predispôs. Até mesmo quando resolve dar uma segunda oportunidade, já estabelece “senões”.
Se há um ponto positivo, por que não investir nele? Se só os pontos negativos são vistos será que não é mais uma questão de ótica? A postura de só ver pontos negativos é uma variação da postura acusatória, em que se tenta colocar a outra parte em desvantagem na negociação. Depreciando-a por completo, o depreciador se põe em posição de vantagem, pois tudo que intentar poderá ser justificado. Esta atitude não é honesta. Cuidado com ela. Evite-a e veja as áreas em que você pode soerguer seu casamento, e não afundá-lo. Trabalhe e potencialize as virtudes, os pontos fortes de seu casamento.
6. SENSO DE ADAPTAÇÃO
Senso de adaptação é compreender que casou com aquela pessoa, que ela é assim. Não pode permanecer naquela de “Você não era assim!”. Pode até ser verdade, mas isto não leva a nada. Algumas vezes a pessoa já era assim, mas a parte hoje queixosa não viu ou não quis ver. Agora culpa a outra pela sua cegueira.
Pode-se não gostar de como a pessoa é, mas esta não é a questão principal. A principal é “Como ajudá-la?”. Em outras palavras, como estabelecer um bom clima relacional. Isto não significa trazer a pessoa ao nosso jeito. É como encontrar um jeito de se fundirem, de os dois se encontrarem. Um dos segredos de um casamento bem sucedido não é tornar a pessoa um clone seu ou moldá-la ao seu prazer, porque não se está em luta para ver quem prevalece, mas complementar a pessoa. Cada um de nós é incompleto. Nenhum de nós se basta. Até o narcisista é incompleto porque na sua doença precisa de aplausos. Deus nos fez entes incompletos e só nos completamos no outro. Este é o sentido de “Não é bom que o homem esteja só”. Não é porque precisamos de alguém com quem brigar ou de alguém a quem molestar. Mas de alguém a nos acompanhar e a quem acompanharmos. Casamento é companhia. Companhia pressupõe adaptação mútua. Muitas vezes, alguém quer mudar seu cônjuge, mas não a si. Lembra-me uma frase de Mark Twain: “Todo mundo fala em mudar o mundo, mas ninguém fala em mudar a si mesmo”. Quem queira mudar o mundo, deve mudar-se a si mesmo. E quem queira mudar os outros deve mudar-se a si mesmo. De preferência para melhor. Isto é adaptar-se. Se você quer mudar seu cônjuge, observe se já mudou a si mesmo em suas deficiências (que geralmente você sabe quais são).
Há maridos que querem ser os eternos filhinhos da mamãe. A esposa é uma segunda mamãe a cuidar e paparicar dele. Há esposas que querem ser as eternas menininhas do papai. O marido é alguém a satisfazer seus caprichos. “Deixar pai e mãe” não significa romper relações com os ancestrais nem abandoná-los. Significa ser capaz de assumir uma nova função na vida. E casamento é isto, uma função nova, à qual devemos nos adaptar. Deve haver cuidados, óbvio. Não devemos, no entanto, viver com quem só espera ser cuidado.
CONCLUSÃO
Vinícius de Morais disse que “o amor é eterno enquanto dura”. Tenho pena dele, apesar da sua frase de efeito ter encantado tanta gente desprevenida. Paulo disse que “o amor nunca acaba”. 5 O verdadeiro amor nunca acaba. O casal bem sucedido não é aquele em que o lar nada em dinheiro e ele, o casal, passa as férias na Europa, ou aqueles em que ambos têm sempre carro do ano ou possuem as últimas novidades elétricas e eletrônicas. Pode haver dureza e pobreza, mas o casal realmente bem sucedido é aquele em que, passados os anos, os dois podem olhar um para o outro e dizer: “Eu escolhi bem. E escolheria você novamente”. Isto não acontece por acaso. É algo que deve ser trabalhado. E só acontece quando se trabalha bastante para que isto aconteça.
Talvez eu os escandalize, mas creio que já me conhecem. Após quatro anos de pastorado sabem que seu pastor não é lá grande coisa, mas não anda dizendo bobagens nem heresias por aí. Os casamentos não são feitos no céu. Não acredito nesta história de que quando alguém nasceu Deus preparou seu cônjuge. Se isto fosse verdade, minha mãe foi grandemente injustiçada. Minha madrasta nasceu dois anos antes dela se casar com meu pai. Ou seja, quando minha madrasta nasceu, minha mãe ainda não se casara com meu pai, mas Deus já decidira pela viuvez de meu pai, antes de seu casamento, para minha madrasta casar com ele. Será que não havia ninguém no mundo para se casar com aquele bebê, dezenove anos depois? E as pessoas que não se casam? Deus não escolheu ninguém para elas? Deus abençoa nossos casamentos, mas eles são escolhas humanas. Deus abençoa nossas escolhas. Mas muitas vezes nós as tomamos sem consulta a ele. O andamento de nosso matrimônio é nosso. Nós escolhemos com quem casar. E nós construímos o tipo de casamento que vivenciamos. Esta é a questão: escolhamos viver bem e esforcemo-nos para isto!
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