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quarta-feira, 4 de maio de 2022

O HOMEM CRISTÃO CONTRA O MUNDO!

 O HOMEM CRISTÃO CONTRA O MUNDO!

                              Pr Alfredo de Souza 

O princípio de Deus concernente à liderança masculina sobre a mulher é uma das doutrinas mais incompreendidas das Escrituras Sagradas. Por causa disto, duas atitudes pecaminosas e antibíblicas são assumidas pelos homens dentro da família, Igreja e sociedade.

A primeira é a omissão total do seu papel de líder. Como é desastroso um marido omisso que não toma as rédeas de seu próprio lar, deixando de conduzir a esposa e os filhos por meio da autoridade concedida por Deus, causando insegurança e instabilidade emocional e prática nos que habitam o lar. É sofrível também contemplar uma igreja onde as mulheres são obrigadas a assumir o papel que não lhes pertence pela omissão dos homens. São os “bananas” que criam vacância no espaço do poder, obrigando ou favorecendo as mulheres a assumirem o papel exclusivamente masculino, promovendo a inversão pecaminosa daquilo que o Senhor ordenou para a economia familiar, social e eclesiástica.

A segunda é a manifestação machista que provém do chauvinismo asqueroso onde o homem se sente no direito de, não apenas se sentir melhor, mas agir como se a mulher estivesse abaixo dele. É a falsa sensação de superioridade que inexiste na estrutura divina. É o pecado do orgulho que afronta a santidade do Senhor Deus, levando-o à ira e à indignação. Neste caso encontramos a violência contra a mulher que tanto ocorre no Brasil. Homens que violentam mulheres são asquerosos e sequer devem ser vistos como pessoas, são animais que devem viver em jaulas.

Mas onde está o equilíbrio bíblico? É aqui que encontramos um terreno minado onde se deve ter o maior cuidado para não ser mal interpretado, ao mesmo tempo em que se deve andar firmemente nas Escrituras e somente nela construir o fulcro seguro para a perfeita compreensão desta realidade funcional.

Nesse contexto, gostaria de tratar esse complexo assunto em quatro reflexões sobre o que significa a autoridade masculina e, por inferência, o que significa a submissão feminina:

1. A autoridade masculina não tem o direto de suprimir as qualidades femininas:

Muitos homens pensam que liderar é o mesmo que desvalorizar. Acham que possuem o direito de impor o seu comando à mulher que, por sua vez, deve se resignar à sua condição de empregada ou objeto sem valor. Não é difícil perceber como este comportamento é pior que o adotado nas repartições de trabalho onde há o respeito e a consideração por todos e por todas.

Mesmo que muitos não aceitem, a mulher possui dons e talentos que devem ser reconhecidos e até estimulados. A capacidade dada por Deus faz com elas sejam mestras do bem1, instrutoras da verdade2, inteligentes na administração da casa3, negociadora e lucrativa4, para citar apenas algumas. O marido bíblico é aquele que reconhece e incentiva a atuação da mulher dentro da sua esfera de atuação, pois é exatamente isso que Deus faz quando coloca sobre nós os ministérios do Reino, Ele nos dá liberdade de atuação dentro da nossa esfera de atuação.

2. A autoridade masculina faz do homem um servo da mulher:

Muitos homens certamente torcerão o nariz aqui, mas é isso mesmo o que as Escrituras ensinam. Comecemos com algumas palavras do Senhor Jesus:

Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.5

Ouçamos um pouco mais do Mestre:

Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes.6

Agora vejamos o que Paulo nos ensina:

Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.7

Minha pergunta é: será que estes princípios não se aplicariam ao relacionamento entre o homem e a mulher? Bem que muitos homens de belial pensam mesmo que não, mas para desespero deles, a resposta é clara e indubitável: sim, os textos supracitados se aplicam ao relacionamento entre um homem e uma mulher!

Vejamos outra passagem importante de Paulo:

Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo. E as mulheres sejam ao seu próprio marido, como ao Senhor...8

Note que Paulo menciona a submissão da mulher como conseqüência da submissão mútua no Corpo de Cristo, logo, em certa medida, as atitudes do marido para com a mulher devem ser as de um servo. O marido deve servir a mulher, e o que diferenciar disso é pecado do egoísmo e do orgulho. Por falar nisso, vejamos a terceira reflexão.

3. A autoridade masculina suprime a vontade egoísta e o orgulho do homem:

Quando Paulo menciona sobre como o homem deve liderar a mulher, ele diz:

Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo. Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja. Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo...9

Todos sabem que o segundo grande mandamento fala do amor ao próximo que deve ser igual ao amor próprio, e é exatamente este princípio que Paulo aplica aqui. O amor do marido à sua mulher deve esmagar os seus desejos particulares e egoístas e, ao mesmo tempo, preservar a esposa o máximo possível. Na prática, o marido deve cuidar do bebê por toda a madrugada para que a mãe descanse sem perturbação, deve lavar a roupa da casa quando a família não dispõe de uma máquina de lavar, deve lavar a louça quando possível, deve fazer a faxina pesada do final de semana, deve participar ativamente da criação e da disciplina dos filhos. Ou seja, o marido deve se gastar ao máximo para preservar sua mulher sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante.

Nenhum marido deve se esconder no seu trabalho fora de casa usando o cansaço como desculpa para satisfazer a preguiça e ficar como um reizinho no centro do lar enquanto sua companheira dá duro. A autoridade do homem deve fazer com que ele diga: “deixe isto por minha conta, meu amor, relaxe enquanto eu pego no pesado aqui em casa”.

O objetivo da liderança masculina é glorificar a Deus e proteger a mulher, mesmo que ele tenha que dar a vida para isso. É sempre bom lembrar que a mulher se submete ao Senhor, à Sua proteção e cuidado, e o instrumento para esta proteção e cuidado é o homem.

4. A autoridade masculina existe somente porque Deus assim determinou:

É risível saber que existem homens que acreditam piamente que Deus os colocou na liderança por seus méritos masculinos. Muitos também dizem que Deus é homem. Ora, Deus é espírito santíssimo que não se submete a nenhum gênero, quer seja masculino ou feminino. Se para comunicar os seus atributos, Ele utiliza as características masculinas, o mesmo Ele faz utilizando as características femininas ao se comparar, por exemplo, às mães que geram e amamentam. Mas nem por isso devemos afirmar o absurdo que Deus é mulher. O mesmo absurdo ocorre com aqueles que atribuem o gênero masculino à pessoa de Deus. Portanto, tal argumentação é fraca e inconsistente. O princípio bíblico da autoridade masculina na economia do lar, da Igreja e da sociedade é regido pela lei da primogenitura. O homem veio primeiro, logo ele é o líder. Também a posição de poder não faz da mulher um ser inferior de acordo com que Paulo diz:

Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo. (...) Porque o homem não foi feito da mulher, e sim a mulher, do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem. (...) No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher. Porque, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus.10

Portanto, não há mérito, mas graça pactual naquilo que o Senhor determinou para o funcionamento e a interdependência encontrados nos relacionamentos familiares, eclesiásticos e sociais. E mesmo que haja homens tolos que neguem este princípio, é bom lembrá-los de um texto iconoclástico para a época em que foi escrito, um texto de Paulo que diz:

Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.11

Quero concluir esta postagem dizendo que a posição do homem é muito, mas muito mais difícil que a da mulher. A responsabilidade é muito grande. Como é sério ter que cuidar de alguém e servi-la com todo amor e dedicação conforme a vontade do Senhor Deus. Por isso, homens crentes, lembrem-se da nossa responsabilidade, pois prestaremos contas ao eterno Juiz. Homens crentes, lembrem-se de que a mulher deve se submeter ao marido crente que a ama e que por ela se dispõe a fazer qualquer sacrifício, mesmo que isso traga um profundo gasto.

Tudo isso é difícil, porém possível!

Sola Scriptura
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1. Tt 2: 3
2. Pv 31: 26
3. Tt 2: 5
4. Pv 31 1 – 20
5. Mt 20: 25 – 28
6. Jo 13: 13 – 17
7. Fp 2: 3, 4
8. Ef 5: 17 – 22
9. Ef 5: 25 – 33
10. 1 Co 11: 3, 8, 9, 11, 12
11. Gl 3: 26 – 28

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terça-feira, 8 de junho de 2010




O Princípio da Honra

“Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganho, antes recebamos o inteiro galardão.” (2 João 1:8)

O versículo citado nos fala que existe uma recompensa que é obtida por esforço, e que devem ser tomadas precauções para que essa recompensa seja recebida de forma completa. Ora, se há uma recomendação para buscarmos um galardão inteiro, é sinal de que há um galardão “pelas metades”. Cristo fala algo mais detalhado a respeito desse galardão:
“Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta em qualidade de profeta, receberá galardão de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá galardão de justo. E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.” (Mateus 10:40-42)

Assim, para recebermos a Cristo, é necessário que recebamos aqueles que foram enviados por Ele, tanto o profeta quanto o justo, para que recebamos todo o galardão que nos é proposto.

Receber aqui significa honrar. E honrar é ouvir, respeitar, admirar, dar crédito ao que eles diziam. Nessa passagem, Cristo outorgou aos seus discípulos a mesma posição que Ele tinha: a de anunciador da mensagem de Deus. Por isso, as pessoas deveriam honrá-lo, recebendo a cada um deles como se estivessem recebendo ao próprio Cristo.

Mas a Bíblia nos conta que até o próprio Cristo, em determinadas situações, não foi honrado como deveria:
“E Jesus lhes dizia: Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre os seus parentes, e na sua casa. E não podia fazer ali obras maravilhosas; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.” (Marcos 6:4-5)

No próprio lugar onde Cristo nasceu, as pessoas não o reconheciam. Por terem lhe visto crescer, conhecendo seus pais e irmãos, as pessoas não davam a Ele a mesma honra que recebia quando Ele pregava em outras cidades. Por isso, a Bíblia conta que ali não foram feitas obras maravilhosas.

Entre os judeus o problema foi ainda maior, pois eles se negaram receber a Cristo como Messias. Mesmo sendo o Enviado de Deus, Cristo estava numa “embalagem” de homem simples e humilde e por isso os judeus não aceitaram o presente que Deus havia enviado a eles. Diante disso, Cristo afirmou:
“Porque eu vos digo que desde agora me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor.” (Mateus 23:39)

Ou seja, como os judeus não honraram a Cristo quando Ele se mostrou como um homem simples e acessível, eles agora só voltarão a vê-lo quando derem a Ele a devida honra! A honra de reconhecerem a Ele como aquele que é bendito e que vem em nome do Senhor.

Do que foi falado até aqui, é possível concluir duas coisas: a primeira é a de que Cristo precisa ser honrado para que possa agira segunda é a de que, como o próprio Cristo afirmou, os seus discípulos, que são enviados em Seu Nome, tem que ser honrados e recebidos assim como o próprio Cristo!

E esse segundo ponto é sem dúvida o mais difícil de ser aplicado. Os membros das igrejas de hoje estão acostumados a reconhecer os pregadores que vêm de fora, bem como o principal pastor da congregação local, mas poucos reconhecem devidamente os seus líderes imediatos, ou ainda, os membros que lhe são mais próximos. Recebem o galardão de profeta, mas não recebem o galardão de justo, pois não honram aqueles que Deus colocou ao seu lado, para falar da parte d’Ele em suas vidas. Existem então, cinco motivos pelos quais as pessoas resistem honrar seus líderes mais próximos e receberem o galardão completo.

O primeiro deles está na idéia de que o líder não corresponde ao padrão que consideramos aceitável. Isso acontece sempre que o líder tem características das quais não gostamos. Aí deixamos de olhar aquilo que Ele nos fala, para olhar aquilo que achamos que é um defeito. Com João Batista aconteceu isso. Os judeus não o viam com bons olhos porque ele era um homem rude, pouco sociável, de palavras duras. Também não aceitavam a Cristo porque, apesar de ser um homem sociável, manso e humilde, era um homem de origem modesta e que andava com pecadores. Assim, os judeus não aceitariam ninguém que não correspondesse ao tipo de Messias que eles esperavam. Não estavam interessados naquele em que Deus queria enviar, mas sim, naquele que viesse da forma que lhes agradassem.

O segundo motivo é porque pensam que o homem de Deus não é digno de honra. O exemplo de Ana e Eli nos fala a respeito disso. Eli era um péssimo sacerdote. Deus falou a Samuel com 5 anos de idade, mas não falava com Eli. Portanto, ele talvez não fosse o modelo de líder ideal. A Bíblia diz que Eli, ao ver Ana clamando a Deus, a repreendeu duramente, pensando que ela estivesse bêbada. Mas a posição de Ana não foi de repreender ao sacerdote, como muitos de nós poderia fazer, mas sim de honrá-lo, chamando de senhor (1 Samuel 1:15). Por se sentir honrado, Eli liberou sobre ela a benção.

O terceiro motivo é que as pessoas acreditam que não foi Deus quem colocou o líder em posição de autoridade. Mas a Bíblia diz em Romanos 13:1 exatamente o contrário. As autoridades que são constituídas sobre nós, assim o são por Deus. Exemplo disso foi Saul. É costume pensar que foi o povo que pediu um rei e que por isso foi o povo quem escolheu a Saul. Mas não foi. A Bíblia diz que Saul foi escolhido por Deus (I SM. 15:11). Um escolhido que perdeu o trono justamente por ter deixado de honrar a Deus, cumprindo fielmente suas palavras.

O quarto motivo é que as pessoas imaginam que o ato de honrar um líder é um ato indigno. Muitos vêem como um ato de mera bajulação, mas a verdadeira honra não significa isso. Uma das atitudes que demonstra isso é daquela mulher de Marcos 14:3, que ungiu a cabeça de Jesus com um perfume muito caro. As pessoas que viram esse ato, talvez enxergaram uma bajulação ou um desperdício, de algo que poderia ser vendido e doado aos pobres. Mas o próprio Cristo os repreendeu. Não porque é ilegítimo ajudar aos pobres, mas sim, por não ser em vão despendermos esforços para honrarmos os que são enviados da parte de Deus.

Um último motivo é o fato de que as pessoas se sentem superiores ou até melhores do que seus líderes. Comportamento esse que é totalmente contrário à Palavra de Deus, que recomenda que nós tenhamos a todos como superiores a nós mesmos (Filipenses 2:3). Andar com Cristo é assumir uma constante posição de servo. Nós só aprendemos com as pessoas quando nos colocamos em posição menor ou igual a elas. Se olhamos aos outros como superiores, não daremos ouvidos ao que elas dizem e não aprendemos nada com elas. Por isso, é fundamental ter uma postura de servo e honrar aos outros antes mesmo de julgá-los.

Diante disso tudo, vemos que a honra não é um sentimento, mas uma decisão. Uma decisão de aceitar que as pessoas que Deus colocou próximas a nós são valiosas e precisam ser honradas, como o próprio Cristo é honrado por nós. No Novo Testamento, é ensinado que nós demonstramos a maneira que amamos e honramos a Cristo da mesma maneira que fazemos tais coisas aos irmãos mais simples que estão perto de nós (Romanos 13:91 Timóteo 6:11 Coríntios 12:23-25). Honrar então significa uma atitude, algo que precisa ser mostrado diariamente e mesmo nos momentos que implicar em renúncia. Mais importante que o galardão de profeta, é o galardão de justo, pois esse é diário e mais difícil de ser alcançado.

“Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje, e atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado, Porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos? (...) Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redargüidos pela lei como transgressores.” (Tiago 2:2-4;8-9).

“Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados.” (1 Samuel 2:30b)

domingo, 13 de dezembro de 2009


Josué, Um Exemplo de Homem

Elizabete Bifano

“Israel serviu ao Senhor durante toda a vida de Josué e dos líderes que lhe sobrevieram e que sabiam de tudo o que o Senhor fizera em favor de Israel. (Js 24.31)

Sem dúvida alguma, Josué foi um homem coerente, um líder exemplar – à frente do povo de Israel e da família. Um homem verdadeiramente temente a Deus.

Os pais são “espelhos” para onde os filhos olham. Creio que Josué é um “espelho” a ser olhado e imitado pelos pais.

Josué foi um líder à frente do seu povo e o conduziu com honra. O homem tem a função na família de ser o líder. Isto é saudável para todos, principalmente para os filhos. Através da liderança do pai eles aprendem a ter obediência e temor – temor, não terror ou medo.

Aprendem a conhecer Deus como Pai e amá-lo. Sentem-se protegidos e seguros diante da firmeza de conduta do pai.

Josué não se acovardou diante de uma multidão idólatra; antes, chamou o povo à responsabilidade e os confrontou. E para isso, usou o próprio exemplo e o de sua família. Eles haviam feito a escolha de servir a Deus, independentemente do que as outras pessoas escolheriam. Aos homens foi dada, por Deus, a tarefa de ser também o líder espiritual do lar.

Temos visto muitos e muitos homens abdicando deste dever e deixando uma lacuna a ser preenchida pela esposa ou não sendo preenchida. No lar, fica a brecha aberta às ciladas de Satanás – para si mesmo, para a esposa e para os filhos. É preciso que os homens assumam esta sua responsabilidade diante de Deus e de seus filhos.

Josué viveu de acordo com a vontade de Deus durante todos os dias de sua vida. O exemplo deste homem foi tão coerente e contundente que todos os líderes que conviveram com ele e lhe sobrevieram na liderança, foram fiéis ao Senhor e conduziram o povo na fidelidade também.

Creio que aqui cabe uma pergunta a você, pai: A quantas anda, diante de seus filhos, seu exemplo como homem, como esposo, como servo de Deus? Sua conduta de vida cristã tem sido coerente, digna e contundente?

Josué foi sábio ao relembrar tudo quanto Deus havia feito por Israel no passado. Uma das melhores maneiras de influenciar e incutir na mente dos filhos o poder de Deus é através de histórias reais, de história de vida. Israel havia tido experiências grandiosas com Deus.

Quando seus filhos ouvem as experiências grandiosas que você, pai, teve com Deus, ao longo de sua vida, certamente aprendem a lição de que Deus cuida, protege, alimenta, veste, disciplina, abençoa.

Pais, líderes como Josué, é o que todo filho precisa. Josué lutou e venceu; acreditou e conquistou. Conquistou a terra prometida. Quando morreu, deixou um exemplo. Para a família, para os filhos, há muitas promessas de Deus.

Nosso Pai ama a família e deseja harmonia e felicidade para ela. Diante da família está você, pai, com muito trabalho a fazer, com muitas lutas a vencer. É preciso ter fé e se apropriar das promessas do Senhor. Assim, certamente, a conquista de uma família harmoniosa e feliz é certa.

Que vejamos cada vez mais pais sendo líderes como Josué.


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domingo, 25 de outubro de 2009

Exemplos de Péssima Liderança

– por Gary Fisher

As Escrituras contêm muitos exemplos; alguns são bons e outros ruins. Ficamos incentivados pelas histórias de coragem, lealdade e fé. Também aprendemos quando a Bíblia conta sobre homens e seus fracassos (veja 1 Coríntios 10:1-13). Em nossa geração, há poucas lições que são mais precisas do que aquelas sobre como os homens devem exercer sua liderança. Uma vez que todos nós devemos submissão absoluta a Deus (Mateus 20:20-28), precisamos respeitar os papéis definidos pelo Senhor. Deus escolheu os homens para serem os chefes no lar, na sociedade e na igreja. Os homens que lideram mal ocasionam prejuízo indizível. Considere os seguintes exemplos:


Deixar a mulher tomar a frente
Deus indicou os homens para serem os cabeças nos seus lares (Efésios 5:22-33). Quando os homens recusam a aceitar a responsabilidade da liderança, suas famílias sofrem bastante. A serpente seduziu Eva e ela comeu do fruto proibido. Então, Eva deu o fruto a Adão e ele atendeu a voz dela (Gênesis 3:17) e o comeu, também. Segundo 1 Timóteo 2:11-14, Eva comeu porque ela se enganou e deu crédito à mentira da serpente. Adão sabia que foi errado quando comeu, mas seguiu a liderança da sua esposa. Falta a muitos homens coragem. Eles recusam a aceitar a responsabilidade pela liderança da família. É mais confortável deixar a esposa tomar a frente, fazer as decisões—e culpá-la quando as coisas não vão bem.

Abrão fez a mesma coisa. Ele e Sarai não conseguiram gerar filhos. Ela sugeriu que Abrão tivesse um filho com a sua serva, Agar. “Abrão anuiu ao conselho de Sarai” (Gênesis 16:2) e “ele a possuiu, e ela concebeu” (Gênesis 16:4). Este ato irresponsável criou angústia e briga na família e deu origem aos ismaelitas, que foram um sério problema para os israelitas depois. Maridos que amam suas esposas não tomam a frente com egoísmo, pois a meta deles deve ser fazer o melhor para suas esposas (Efésios 5:22-33; 1 Pedro 3:7). Mas maridos que amam suas esposas lideram e não forçam as mulheres a assumirem suas responsabilidades por faltar liderança na família. O marido não deve controlar absolutamente tudo, insistindo em dominar toda decisão, quão menor que seja. Mas ele deve assumir a responsabilidade pela direção do lar e não recuar, firmemente tomando as decisões necessárias pelo bem-estar da família. Quando as mulheres lideram os maridos, o precedente das escrituras indica que um desastre se aproxima.


Nunca contrariar um filho
Os pais têm que estar dispostos a disciplinar seus filhos. É o pai que tem a responsabilidade principal no treinamento dos filhos (Efésios 6:4), e ele deve cumpri-la com firmeza (veja Provérbios 13:24; 19:18; 22:15; 29:15,17). Davi, principalmente depois que pecou com Bate-Seba, parecia incapaz de exercer liderança sobre seus filhos. Ele deixou de punir Amnom por seu pecado com Tamar; não puniu o suficiente Absalão por ter tomado por si a responsabilidade de matar Amnom; e nunca contrariou Adonias em qualquer momento (1 Reis 1:6). Como resultado, a família de Davi caiu em caos. Nenhuma liderança firme existia no seu lar. A disciplina dos filhos é essencial para o amadurecimento adequado deles. Freqüentemente é mais fácil não contrariar um filho e simplesmente deixar que ele sempre faça o que bem quiser, mas as crianças que não aprendem respeito como jovens têm dificuldades bem maiores durante a vida depois. Sentimentos magoados e uma palmada firme não são as piores coisas que poderiam acontecer na vida de uma criança (Provérbios 23:13-14). Os pais têm que ter a auto-disciplina para liderar consistentemente e disciplinar seus filhos.

Os filhos de Eli eram sacerdotes infiéis. Roubavam partes dos sacrifícios que pertenciam tanto ao Senhor como às pessoas, e cometeram prostituição com as servas do tabernáculo. Eli falou para os filhos dizendo que eram maus (1 Samuel 2:23-25), mas Deus o condenou por não os “punir” ou “repreender” (1 Samuel 3:13). Depois de tudo, Eli era o sumo sacerdote. A gente supõe que ele tenha tido a autoridade para tirar o sacerdócio dos seus filhos, mas ao invés disso, ele até mesmo gozou da carne assada que seus filhos haviam roubado (1 Samuel 2:29). Talvez fosse essa carne que levou Eli à obesidade que contribuiu à sua morte (1 Samuel 4:18). Eli deixou de ser tão firme com seus próprios filhos como deveria ter sido. Podemos gritar com nossos filhos ou até mesmo desaprovar seus atos, mas quando facilitamos o que eles fazem e até mesmo aproveitamos do resultado, os nossos atos falam mais alto do que as nossas palavras. Pais que apóiam seus filhos, quer sejam certos, quer sejam errados, prejudicam seus filhos e se injuriam também.


Mimar a si mesmo
“Ai de ti, ó terra cujo rei é criança e cujos príncipes se banqueteiam já de manhã. Ditosa, tu, ó terra cujo rei é filho de nobres e cujos príncipes se sentam à mesa a seu tempo para refazerem as forças e não para bebedice” (Eclesiastes 10:16-17). Líderes auto-indulgentes que abusam do seu poder para se agradar ameaçam o bem-estar de qualquer nação, igreja ou família que querem liderar. Considere Acabe. Ele cobiçou o campo de Nabote que ficava próximo ao palácio. Tentou comprá-lo, mas Nabote não quis vender pois era a herança dada por Deus para sua família, e o Senhor tinha proibido a venda de tais terrenos. Quando a proposta de Acabe foi rejeitada, ele foi para casa e ficou com mau humor. A rainha Jezabel contratou falsas testemunhas para acusar Nabote e seus filhos e apedrejá-los (1 Reis 21; 2 Reis 9:26). Daí Acabe podia possuir o campo, sem a família de Nabote interferir. A liderança nunca deve ser abusada para facilitar a conquista das suas próprias finalidades. Homens não são bons líderes a não ser que sejam desprendidos e possuam domínio próprio.

Sansão tinha toda vantagem como líder do povo de Deus durante a opressão dos filisteus (Juízes 13-16). Ele foi escolhido por Deus antes de nascer, preenchido com o Espírito desde cedo, e possuía força sobrenatural. Ele conseguiu dominar tudo menos suas paixões sexuais e sua sede para vingança. Embora Deus acabou utilizando estas falhas de Sansão para começar a destruir a influência filistia sobre Israel, ele próprio claramente perdeu o favor de Deus (note 16:20) e conseguiu uma vitória maior quando estava morrendo do que todas que teve durante a vida. Para conduzir outras pessoas temos que primeiro nos conduzir bem. Os maridos têm que sacrificar seus próprios desejos e egos para guiar a casa a fim de promover o bem-estar da esposa. Os presbíteros nunca podem tirar vantagem da posição deles para promover suas próprias finalidades nem dar tratamento especial para suas famílias, mas devem trabalhar com humildade a fim de auxiliar o crescimento das ovelhas.


Fazer o que bem quiser
Uma falha mais trágica de liderança é o orgulho. O poder tenta o homem a ser abusivo e autoritário. Até mesmo homens que começaram suas carreiras com um espírito humilde podem deixar sua liderança engrandecer suas cabeças. Considere a história de Saul. Uma busca por jumentas extraviadas conduziu Saul ao encontro com Samuel que lhe informou que Deus o havia escolhido para ser o primeiro rei de Israel. Saul ficou encabulado e não se viu como digno de tal honra (1 Samuel 9:21). Muitos homens teriam-se gabado, mas Saul nem mencionou nada para seu tio que havia perguntado especificamente referente ao que Samuel falou com ele (1 Samuel 10:16). Quando Samuel ajuntou o povo para coroar Saul, ele se escondeu entre as malas, envergonhado pela fama e pela atenção (1 Samuel 10:21-24). Ele deu crédito ao Senhor na sua primeira vitória militar (1 Samuel 11:13). Mas no decorrer do tempo, o poder de Saul conduziu-o ao orgulho e à auto-promoção. Saul começou a agir sem autorização do Senhor e, por isso, ficou com ciúmes e suspeita dos rivais. Terminou sua carreira com ataques de paranóia. Saul perfeitamente ilustra o ditado que o poder corrompe.

Gideão demonstrou a mesma humildade que Saul quando foi escolhido como juiz. Ele ficou extremamente relutante a aceitar a liderança que o Senhor pediu que tomasse sobre o povo (veja Juízes 6:15, 36-40). Quando ganhou a vitória, humildemente desviou o elogio e considerou que a realização dele próprio fosse relativamente insignificante (Juízes 8:1-3). Mas o sucesso o conduziu ao orgulho. Ele acabou abusando sua autoridade e tratando as pessoas abaixo dele com severidade (Juízes 8:4-21). Gideão agiu como um rei a tal ponto que o povo pediu que ele assim se tornasse. Ele recusou verbalmente. Contudo, continuou a viver cada vez mais no estilo de um rei. Pediu que o povo cedesse seu ouro, e daí fabricou uma estola sacerdotal que o povo adorou. Ele possuía muitas mulheres do jeito de um rei e até mesmo botou o nome ‘meu pai é rei’ em um de seus filhos (Abimeleque). A liderança deve ser vista como a oportunidade para servir, não para se exaltar. A liderança pelos maridos, pelos pais, pelos pastores, pelos supervisores, ou qualquer liderança, deve ser executada com um espírito humilde.


Os homens que Deus quer
Como homens, temos muitas oportunidades a liderar. Não devemos buscar oportunidades para nos engrandecer, pois Jesus nos chamou ao humilde serviço. Ele quer que sejamos homens de força e firmeza–homens dispostos a aceitar responsabilidade. Devemos sempre liderar para abençoar aqueles que guiamos, não para impor nossa vontade nem cumprir nossa cobiça. Que Deus nos ajude a aprender com os péssimos exemplos destes homens.

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terça-feira, 19 de maio de 2009


Liderança no Casamento
 

 Agora existem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. Porém a maior delas é o amor.” (I Coríntios 13:13)

Esta lição tem por objetivo:

A) Mostrar que homens e mulheres são diferentes, e que suas diferenças explicam o papel de liderança que Deus atribuiu ao marido, no lar.

B) Mostrar que o relacionamento marido/esposa é uma ilustração do relacionamento Cristo/Igreja, o que dá ao primeiro uma importância toda especial.

C) Explicar a natureza da liderança do marido e da submissão da esposa.

D) Explicar como devem funcionar a liderança e a submissão no casamento.

 

INTRODUÇÃO

No princípio, Deus criou homem e mulher (Mt 19.4), macho e fêmea (Gn 1.27). Obviamente, os dois se identificam como seres humanos, únicos, completamente diferentes de todas as outras criaturas. Ainda assim, homem e mulher são muito diferentes um do outro. Isto é óbvio, também, mas precisa ser lembrado e enfatizado porque, em nossos dias, há uma tendência para minimizar as diferenças entre homem e mulher, com prejuízo para o relacionamento conjugal.

O casamento exige que marido e mulher conheçam e respeitem suas diferenças. Deus os fez diferentes e, portanto, com possibilidades e necessidades específicas. Else se complementam e ajudam um ao outro. Posteriormente, neste curso, vamos explorar algumas destas diferenças, possibilidades e necessidades. Por agora, mencionaremos algumas destas diferenças e mostraremos que, nos planos de Deus, elas justificam a liderança do marido no lar.

 

ALGUMAS DIFERENÇAS ENTRE HOMEM E MULHER

As diferenças entre homem e mulher vão muito além do sexo e da aparência física. Else caminham diferente, falam diferente, pensam diferente, são motivados por valores diferentes e afetados por emoções diferentes.

Conquanto haja graus de diferença entre vários homens e mulheres, geralmente falando...
· os homens são fisicamente mais fortes do que as mulheres,

· os homens são mais racionais e lógicos, as mulheres mais intuitivas e emotivas,

· os homens são mais objetivos, as mulheres mais subjetivas,

· os homens são mais realistas, as mulheres mais idealistas,

· os homens são mais rígidos na sua maneira de pensar, as mulheres geralmente são mais maleáveis e susceptíveis à influência dos outros,

· os homens são mais auto-confiantes, as mulheres mais carentes de auto-afirmação,

· os homens interessam-se mais pelas coisas, as mulheres pelas pessoas.
Estas e outras diferenças determinam funções diferentes no lar. O homem é o cabeça, o líder. Paulo escreveu: Quero que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher (I Co 11.3).

GRANDE É ESTE MISTÉRIO!

O apóstolo Paulo comparou o relacionamento marido/mulher com o relacionamento Cristo/igreja. Em poucos versículos, ele fez esta analogia várias vezes:

· As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor, porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja (Ef 5.22-23)

· Como... A igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido (Ef 5.24)

· Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a is mesmo se entregou por ela... (Ef 5.25)

· Os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem AMA a esposa a is mesmo se AMA. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz à igreja... (Ef 5. 28-29).

Então, o apóstolo encerra esta seção sobre o relacionamento conjugal, dizendo:

· Eis porque deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja (Ef 5.31-32).



Isto significa que Deus quer que o relacionamento conjugal seja uma ilustração do relacionamento entre Cristo e sua igreja!

Embora o casamento tenha sido instituído no Éden muito antes da igreja surgir, essa união antecipou, figurativamente, a união posterior de Cristo com sua Igreja, e vice-versa. De fato, no Novo Testamento, a igreja é a noiva de Cristo (Jo 3.29; Ap 21.9). Este é o Grande mistério! No Novo Testamento, mistério é uma verdade divina que esteve oculta por muitos séculos (no Velho Testamento), mas que, por fim, é revelada claramente (no Novo Testamento). O casamento é uma “peça” sobre o relacionamento entre Cristo e sua igreja.

Nessa peça, os atores são marido e mulher. Else têm papéis específicos. O marido representa Cristo e a esposa representa a Igreja. Cada um deve adaptar-se ao seu papel. Esta uma das razões porque Deus os fez tão diferentes um do outro.

 

A LIDERANÇA DO MARIDO E A SUBMISSÃO DA ESPOSA

Assim como há liderança e autoridade no relacionamento Cristo/igreja, deve haver também no relacionamento marido/esposa.

Uma das passagens bíblicas mais questionadas ou mesmo rejeitadas é justamente esta:

As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor, porque o marido é o cabeça da mulher, assim como Cristo é o cabeça da igreja(Ef 5.23)


Todavia, não se pode negar que esta é uma doutrina bíblica; e esta doutrina não pode ser modificada ou ignorada. Mesmo porque, sendo esta a vontade de Deus, não haverá perfeita harmonia no casamento à parte de sua compreensão e aplicação.

Assim, sendo, vamos procurar entender o que é e como deve funcionar a liderança do marido e a submissão da esposa no casamento. Veremos que a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita (Rm 12.2).

      1)        O que a liderança do marido não é:

a) Liderança não é superioridade. Nem numa passagem como esta a Bíblia sugere que os homens são superiores às mulheres. De fato, a Bíblia ensina que, nesse sentido, homens e mulheres são iguais aos olhos de Deus (Gl 3.28). O fato que, no casamento, os dois tornam-se “uma só carne” ou “uma só pessoa” também sugere igualdade. Homens e mulheres têm direitos iguais, e a mulher deve ser tratada como igual, não inferior.

b) Liderança não é dominação. A liderança do marido não anula a personalidade e a vontade da esposa, nem a rebaixa à posição de escrava. De fato, faz justamente o contrário. Jesus Cristo é o exemplo supremo de liderança, todavia, como cabeça da igreja, ele serve à igreja (Mt 20.28). Muitos homens têm uma falsa idéia do que seja liderança. Eles dizem à esposa: “Eu sou o chefe aqui! Você fará o que eu disser, goste ou não... Agora, traz a minha toalha, depressa!.”

c) Liderança não dá ao homem o direito de maltratar sua esposa. Porque são maltratados no trabalho, alguns homens maltratam a esposa e os filhos. Deste modo injusto, vingam-se dos seus superiores no trabalho. Outros fazem isto pretendendo provar sua masculinidade... Mas brutalidade não prova masculi-nidade. Pelo contrário, mostra insegurança e fraqueza.

      2)        O que é a liderança do marido?

É um exercício amoroso de autoridade. Há necessidade de liderança e autoridade em todas as esferas da atividade humana. Temos Prefeitos, Governadores, Presidente da República, Diretores de escolas, Pastores... (I Ts 5.12; I Tm 5.17; Hb 13.17). Nosso Prefeito, Governador e Presidente não são, necessariamente, superiores a nós. Porém, como nossos líderes devidamente eleitos, eles têm autoridade funcional delegada.

Precisamos de liderança e autoridade em nossos lares também. Outra vez I Co 11.3.

Provavelmente as mulheres queiram saber: Por que tem que ser assim?

a) Porque, como dissemos, Deus quis que a relação marido/mulher fosse uma bela ilustração da relação Cristo/Igreja. A autoridade do marido sobre sua esposa ilustra a autoridade de Cristo sobre a Igreja - “O marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja...” (Ef 5.23). A submissão da esposa ao seu marido ilustra a submissão da Igreja a Cristo - “Como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido” (Ef 5.24).

b) Porque Deus criou o homem com características próprias para a liderança e exercício da autoridade e a mulher com características próprias para o exercício da submissão. Além do que dissemos anteriormente sobre as características diferentes do homem e da mulher, lembramos aqui que o apóstolo Pedro, ao recomendar aos maridos que marcassem presença no seu lar e tivessem consideração para com a esposa, justificou essa recomendação dizendo que a mulher é “parte mais frágil” (I Pe 3.7). É um princípio da natureza: o mais fraco depende do mais forte, e o mais forte lidera o mais fraco (Ver Gn 3.16). O fato que alguns homens parecem mais fracos do que as mulheres e algumas mulheres parecem mais fortes do que os homens, não anula esse ensino bíblico. Exceções não fazem regras.

· Os homens não devem ser: lerdos, frouxos, dependentes, efeminados... E que as mulheres não os julguem assim quando eles procuram ser gentis, amorosos, perdoadores, pacientes, ponderados, prudentes... Ou será que preferem que eles decidam tudo às pressas, à revelia da esposa e dos filhos, e, então, imponham sua vontade aos gritos?

· As mulheres não devem ser: apressadas, enérgicas demais, independentes, masculinizadas... E que os homens não as julguem assim quando elas procuram ser idôneas, corajosas, empreendedoras, comunicativas... Ou será que preferem que elas sejam tímidas, indecisas, paradas, inexpressivas?

Não dá para mudar isso!

 

a) Homem.

Infelizmente alguns homens, por fraqueza, irresponsabilidade ou comodidade abdicam do seu papel de liderança. A autoridade requer responsabilidade, tempo, coragem para enfrentar pressões e tomar decisões.

Muitos homens enfrentam bem os problemas do trabalho, mas não querem tê-los no lar. Alguns, mais interessados em sua própria conveniência do que em suas responsabilidades bíblicas, forçam suas esposas a assumirem o papel de liderança – às vezes com resultados caóticos. Esta situação é contrária à própria natureza tanto do homem como da mulher. Causa atrito, frustração, insatisfação, dissensão e discórdia.

Homens, paguem o preço! Sejam líderes de sua família. Tomem a iniciativa e tomem decisões, eduquem seus filhos com firmeza. Isso é tão importante que, o apóstolo Paulo, falando das qualidades necessárias para um homem exercer ou participar da liderança da igreja, ele precisa, antes, ser um líder bem sucedido no seu lar: “... se alguém não sabe governar a própria casa, como governará a igreja de Deus?” (I Tm 3.4-5).

b) Mulher.

A natureza da mulher, tal como Deus a criou, é ser conduzida, ser dependente. Ela não é verdadeiramente feliz quando, casada, rejeita a liderança do marido e assume a própria vida, sem compartilhá-la com ele e sem ouvi-lo. Pior fica quando tenta dominar o marido. Em um congresso mundial de mulheres, realizado recentemente no Brasil, algumas “feministas” famosas repensaram esse movimento, confessando que as mulheres “liberadas” estão muito frustradas e infelizes...

Um outro problema é o efeito da insubmissão da esposa sobre o marido. Muitas têm uma tendência quase incontrolável para criticar, censurar, desdenhar, manipular, pressionar ou controlar o marido... Alguns, para não brigar ou porque não são suficientemente fortes, recuam, desistem, passam as rédeas, entregam os pontos... Algumas mulheres, só na idade avançada, percebem que elas próprias inibiram e enfraqueceram o seu homem... Tarde demais! As mulheres têm necessidade de apoiar-se no marido. Se elas próprias podam e podam o apoio que Deus lhes deu... chegará a hora em que não terão apoio!

 

COMO ESTA LIDERANÇA PODE SER IMPLEMENTADA NO LAR CRISTÃO?

Mais ou menos como numa empresa. Nenhuma empresa pode funcionar adequadamente com duas cabeças. Há um presidente e um vice-presidente; o presidente é o líder. A autoridade do líder é delegada. E ele não é um ditador.

O arranjo funcionará melhor se houver confiança mútua; se ambos ou todos contribuírem com capacidade, recursos e experiências; se mantiveram a política de tomar decisões mediante consenso natural e cumprirem as decisões tomadas. Por traz de tudo, porém, está a compreensão de que somente um deles é realmente o líder. Em última instância, o presidente é o responsável por tudo.

É exatamente assim que o casamento cristão deve funcionar. Ele pode ser descrito como uma democracia com uma liderança masculina. Cada cônjuge deve estar interessado no outro, e nos melhores interesses do casamento. Deve haver uma participação mútua nas decisões e na solução dos problemas. Visto que os participantes têm amor um pelo outro, problemas insolúveis serão raros. Porém, quando surgirem, o marido amorosamente lidera e a esposa amorosamente o segue.

 

CONCLUSÃO

Este é o plano divino para o lar cristão. Isto é muito diferente da visão machista do “poderoso chefão”, que considera a mulher inferior ao homem e sua servente. É muito diferente também da igualdade perigosa proclamada pela filosofia “feminista” que libera a mulher das responsabilidades do lar... e da autoridade do marido.

O homem deve exercer a liderança com amor, “como Cristo amou a igreja” (Ef 5.25). A mulher deve submeter-se ao seu marido, “como a igreja está sujeita a Cristo” (Ef 5.24).

Deus planejou isto exatamente assim para ilustrar a relação entre Cristo e a igreja. Ele quer que o glorifiquemos aceitando nosso papel de boa vontade e cumprindo-o fielmente.

Amém.

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