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quarta-feira, 4 de maio de 2022

O HOMEM CRISTÃO CONTRA O MUNDO!

 O HOMEM CRISTÃO CONTRA O MUNDO!

                              Pr Alfredo de Souza 

O princípio de Deus concernente à liderança masculina sobre a mulher é uma das doutrinas mais incompreendidas das Escrituras Sagradas. Por causa disto, duas atitudes pecaminosas e antibíblicas são assumidas pelos homens dentro da família, Igreja e sociedade.

A primeira é a omissão total do seu papel de líder. Como é desastroso um marido omisso que não toma as rédeas de seu próprio lar, deixando de conduzir a esposa e os filhos por meio da autoridade concedida por Deus, causando insegurança e instabilidade emocional e prática nos que habitam o lar. É sofrível também contemplar uma igreja onde as mulheres são obrigadas a assumir o papel que não lhes pertence pela omissão dos homens. São os “bananas” que criam vacância no espaço do poder, obrigando ou favorecendo as mulheres a assumirem o papel exclusivamente masculino, promovendo a inversão pecaminosa daquilo que o Senhor ordenou para a economia familiar, social e eclesiástica.

A segunda é a manifestação machista que provém do chauvinismo asqueroso onde o homem se sente no direito de, não apenas se sentir melhor, mas agir como se a mulher estivesse abaixo dele. É a falsa sensação de superioridade que inexiste na estrutura divina. É o pecado do orgulho que afronta a santidade do Senhor Deus, levando-o à ira e à indignação. Neste caso encontramos a violência contra a mulher que tanto ocorre no Brasil. Homens que violentam mulheres são asquerosos e sequer devem ser vistos como pessoas, são animais que devem viver em jaulas.

Mas onde está o equilíbrio bíblico? É aqui que encontramos um terreno minado onde se deve ter o maior cuidado para não ser mal interpretado, ao mesmo tempo em que se deve andar firmemente nas Escrituras e somente nela construir o fulcro seguro para a perfeita compreensão desta realidade funcional.

Nesse contexto, gostaria de tratar esse complexo assunto em quatro reflexões sobre o que significa a autoridade masculina e, por inferência, o que significa a submissão feminina:

1. A autoridade masculina não tem o direto de suprimir as qualidades femininas:

Muitos homens pensam que liderar é o mesmo que desvalorizar. Acham que possuem o direito de impor o seu comando à mulher que, por sua vez, deve se resignar à sua condição de empregada ou objeto sem valor. Não é difícil perceber como este comportamento é pior que o adotado nas repartições de trabalho onde há o respeito e a consideração por todos e por todas.

Mesmo que muitos não aceitem, a mulher possui dons e talentos que devem ser reconhecidos e até estimulados. A capacidade dada por Deus faz com elas sejam mestras do bem1, instrutoras da verdade2, inteligentes na administração da casa3, negociadora e lucrativa4, para citar apenas algumas. O marido bíblico é aquele que reconhece e incentiva a atuação da mulher dentro da sua esfera de atuação, pois é exatamente isso que Deus faz quando coloca sobre nós os ministérios do Reino, Ele nos dá liberdade de atuação dentro da nossa esfera de atuação.

2. A autoridade masculina faz do homem um servo da mulher:

Muitos homens certamente torcerão o nariz aqui, mas é isso mesmo o que as Escrituras ensinam. Comecemos com algumas palavras do Senhor Jesus:

Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.5

Ouçamos um pouco mais do Mestre:

Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes.6

Agora vejamos o que Paulo nos ensina:

Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.7

Minha pergunta é: será que estes princípios não se aplicariam ao relacionamento entre o homem e a mulher? Bem que muitos homens de belial pensam mesmo que não, mas para desespero deles, a resposta é clara e indubitável: sim, os textos supracitados se aplicam ao relacionamento entre um homem e uma mulher!

Vejamos outra passagem importante de Paulo:

Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo. E as mulheres sejam ao seu próprio marido, como ao Senhor...8

Note que Paulo menciona a submissão da mulher como conseqüência da submissão mútua no Corpo de Cristo, logo, em certa medida, as atitudes do marido para com a mulher devem ser as de um servo. O marido deve servir a mulher, e o que diferenciar disso é pecado do egoísmo e do orgulho. Por falar nisso, vejamos a terceira reflexão.

3. A autoridade masculina suprime a vontade egoísta e o orgulho do homem:

Quando Paulo menciona sobre como o homem deve liderar a mulher, ele diz:

Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo. Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja. Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo...9

Todos sabem que o segundo grande mandamento fala do amor ao próximo que deve ser igual ao amor próprio, e é exatamente este princípio que Paulo aplica aqui. O amor do marido à sua mulher deve esmagar os seus desejos particulares e egoístas e, ao mesmo tempo, preservar a esposa o máximo possível. Na prática, o marido deve cuidar do bebê por toda a madrugada para que a mãe descanse sem perturbação, deve lavar a roupa da casa quando a família não dispõe de uma máquina de lavar, deve lavar a louça quando possível, deve fazer a faxina pesada do final de semana, deve participar ativamente da criação e da disciplina dos filhos. Ou seja, o marido deve se gastar ao máximo para preservar sua mulher sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante.

Nenhum marido deve se esconder no seu trabalho fora de casa usando o cansaço como desculpa para satisfazer a preguiça e ficar como um reizinho no centro do lar enquanto sua companheira dá duro. A autoridade do homem deve fazer com que ele diga: “deixe isto por minha conta, meu amor, relaxe enquanto eu pego no pesado aqui em casa”.

O objetivo da liderança masculina é glorificar a Deus e proteger a mulher, mesmo que ele tenha que dar a vida para isso. É sempre bom lembrar que a mulher se submete ao Senhor, à Sua proteção e cuidado, e o instrumento para esta proteção e cuidado é o homem.

4. A autoridade masculina existe somente porque Deus assim determinou:

É risível saber que existem homens que acreditam piamente que Deus os colocou na liderança por seus méritos masculinos. Muitos também dizem que Deus é homem. Ora, Deus é espírito santíssimo que não se submete a nenhum gênero, quer seja masculino ou feminino. Se para comunicar os seus atributos, Ele utiliza as características masculinas, o mesmo Ele faz utilizando as características femininas ao se comparar, por exemplo, às mães que geram e amamentam. Mas nem por isso devemos afirmar o absurdo que Deus é mulher. O mesmo absurdo ocorre com aqueles que atribuem o gênero masculino à pessoa de Deus. Portanto, tal argumentação é fraca e inconsistente. O princípio bíblico da autoridade masculina na economia do lar, da Igreja e da sociedade é regido pela lei da primogenitura. O homem veio primeiro, logo ele é o líder. Também a posição de poder não faz da mulher um ser inferior de acordo com que Paulo diz:

Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo. (...) Porque o homem não foi feito da mulher, e sim a mulher, do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem. (...) No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher. Porque, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus.10

Portanto, não há mérito, mas graça pactual naquilo que o Senhor determinou para o funcionamento e a interdependência encontrados nos relacionamentos familiares, eclesiásticos e sociais. E mesmo que haja homens tolos que neguem este princípio, é bom lembrá-los de um texto iconoclástico para a época em que foi escrito, um texto de Paulo que diz:

Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.11

Quero concluir esta postagem dizendo que a posição do homem é muito, mas muito mais difícil que a da mulher. A responsabilidade é muito grande. Como é sério ter que cuidar de alguém e servi-la com todo amor e dedicação conforme a vontade do Senhor Deus. Por isso, homens crentes, lembrem-se da nossa responsabilidade, pois prestaremos contas ao eterno Juiz. Homens crentes, lembrem-se de que a mulher deve se submeter ao marido crente que a ama e que por ela se dispõe a fazer qualquer sacrifício, mesmo que isso traga um profundo gasto.

Tudo isso é difícil, porém possível!

Sola Scriptura
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1. Tt 2: 3
2. Pv 31: 26
3. Tt 2: 5
4. Pv 31 1 – 20
5. Mt 20: 25 – 28
6. Jo 13: 13 – 17
7. Fp 2: 3, 4
8. Ef 5: 17 – 22
9. Ef 5: 25 – 33
10. 1 Co 11: 3, 8, 9, 11, 12
11. Gl 3: 26 – 28

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sábado, 9 de abril de 2022

A Solução Para a Sua Família

 A Solução Para a Sua Família


                                                                                Pr. Charles

Numa novela televisiva, a cena mostrou o pai sendo desonrado pela filha adolescente que queria ter uma vida autônoma. Ela era mal falada no bairro, o pai sabia disso e tentou preservar a honra da filha. Foi em vão. Ela se rebelou e saiu de casa.


Embora essa cena seja fictícia, retrata o que tem sido realidade em muitos lares brasileiros. As novelas não apenas sugerem o modo comportamental às famílias, como também retrata o que têm ocorrido no dia a dia das pessoas. Um novelista famoso disse que possui um caderno que ele chama de “lixo”, no qual escreve relatos que ouve sobre problemas familiares. Ele disse que se inspira nesse “lixo” para produzir suas tramas, tudo retirado da vida real.


Mas não precisamos ir longe para perceber isto. Basta uma viagem curta na nossa memória, e nos lembraremos de famílias partidas pelo divórcio e por brigas pela posse da herança do rico falecido. Também virá à memória pais reclamando de seus filhos ingratos, malcriados e desobedientes, esposas que ridicularizam seu marido na frente dos outros, maridos que são estúpidos com os filhos e com a esposa em público (como se no privado não fosse também destrutivo).


O que está havendo com as famílias? A resposta é simples. Não possuem um referencial correto que ensine como deve ser a vida em família de forma a glorificar a Deus e ser feliz. Os referenciais antigamente giravam em torno do respeito aos pais, da hora certa de chegar em casa, do recato e decoro no namoro, do respeito aos pais do cônjuge, da disciplina dos filhos e da afetividade explícita.


Hoje os referenciais são diferentes. Fala-se em direitos dos filhos que colocam a faca no pescoço do pai para dar o bem desejado. Fala-se em igualdade dos sexos quando na verdade a hombridade tem sido jogada fora num lixo qualquer da ridicularidade vexatória. Fala-se em independência da mulher em relação ao marido, sendo que o propósito de Deus não foi de separação, mas de união, sendo os dois “uma só carne”, tendo um só propósito, sonhos em comum, lutas e vitórias compartilhadas. Deus não fez o homem para subjugar a mulher, nem esta para se rebelar contra seu marido, mas os dois para se amarem, se respeitarem e, juntos, contribuírem para a construção de uma sociedade justa e cheia de amor ao próximo.


Qual a solução para tantas dificuldades? Qual a resposta diante de tantas disputas e discussões sem fim? A Bíblia tem a solução. Deus tem poder para redimir qualquer família, por mais quebrada que esteja, por mais desajustada que pareça. O pecado da humanidade é o responsável pela degradação dos lares e Cristo venceu o pecado na cruz do Calvário, quando se ofereceu como sacrifício para quitar a sentença necessária para satisfazer a justiça de Deus. O pecado que destrói a família foi lançado sobre Jesus Cristo na cruz e este pagou por ele. A grande demonstração de que o custo pela transgressão da lei de Deus foi pago é o fato da ressurreição de Cristo. O pecado gera a morte. Como Cristo pagou pelo pecado, também venceu a morte ressuscitando ao terceiro dia.


Aquele que crer nisso de coração também buscará viver pelo padrão do santo evangelho de Cristo. Esse evangelho restaura vidas, corrige desvios de caráter, reconstrói as pontes no lugar dos muros levantados partindo relacionamentos. A Bíblia ensina aos filhos a obedecerem aos pais em tudo, sendo estes instrumentos de Deus para o seu bem (Ef 6.1-3). Ensina as esposas a serem submissas ao próprio marido como ao Senhor, porque seu marido é quem lhe dará companhia, proteção e lutará por seu aperfeiçoamento e satisfação (Ef 5.22-24). Ensina aos maridos a amarem a sua própria esposa, como Cristo amou a igreja (Ef 5.25-33). A Bíblia também nos ensina a buscar ao Senhor em família (Dt 6.4-9; Sl 128).


Certamente, não há problema familiar que seja intransponível ao poder de Deus, nem coração que seja duro demais para que o Senhor não possa quebrantar. Por essa razão, somente Deus tem a solução para uma família quebrada. Basta conhecer a Palavra de Deus, a Bíblia, sua verdade plena. Basta orar pedindo socorro a Deus, crendo de todo coração que ele pode ajudar. Basta obedecer aos seus comandos. Somente em Deus você poderá encontrar a solução definitiva para sua família, seja ela qual for, sejam os problemas quais forem. O poder de Deus para consertar é maior do que o nosso de destruir.


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sábado, 12 de fevereiro de 2022

A Reforma Começa em Casa

 A Reforma Começa em Casa

                            Pr. Samuel Vitalino
Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações.” (I Pe. 3:7)


A necessidade de Reforma na Igreja é absoluta. Há desmandos, desvios, devaneios e engano por toda parte assolando a Noiva de Cristo.

Ao ser perguntado onde reside o problema, o crente é rapidamente (e corretamente) levado a apontar o dedo para Adão e Eva. Mas eu creio que Adão, primordialmente, foi responsabilizado em Gn. 3:17, de onde deriva um ensinamento que nós, homens (sexo masculino e não a humanidade), precisamos assimilar.

Quero advogar que qualquer Reforma que precisarmos estabelecer na Igreja só poderá ser completa se começar em casa. A família precisa ser conduzida pela Palavra de Deus e cada membro da casa deve entender o papel que Deus estabeleceu na Bíblia.

Mas esse breve artigo, como já indicado, tem endereço certo: o homem! Não apenas Adão recebe a responsabilidade pela queda, - mesmo Eva tendo sido aquela que foi enganada (I Tm. 2:14) - mas nesse texto (I Pe. 3:7), o Apóstolo trata da responsabilidade do homem na casa. Dele, vejamos alguns princípios:

• Viver a vida comum do lar

Há a idéia errada de que o casamento correto é de um senhor e uma escrava, onde a mulher serve apenas para satisfazer os desejos do seu homem; mas Pedro, sem negar que a responsabilidade da casa seja tarefa feminina, não o faz sem declarar que o homem deve, sim, participar com alegria e disposição da vida comum do lar.

• Viver a vida comum do lar com discernimento

Esse talvez seja o ponto mais difícil, pois o discernimento requer compreensão; e todos sabemos que compreender as criaturas femininas é tarefa para gênios. :) Brincadeiras à parte, é dever do homem buscar entender a sua esposa, o que o leva ao próximo ponto:

• Ter consideração pela mulher, como parte mais frágil

Há uma imprecisão no significado de ser a parte mais frágil, contudo, quando os homens assumirem realmente o seu papel, as mulheres compreenderão que é grande privilégio para elas serem assim, frágeis; pois o homem precisa tratá-la com dignidade, cuidando, protegendo, provendo, assumindo sempre toda responsabilidade, assim como Cristo assumiu toda responsabilidade (e até mesmo) a culpa por todos os erros de sua noiva: a Igreja.

• Porque sois juntamente herdeiros da mesma graça

Longe de Pedro entender que as mulheres são inferiores, ao contrário, elas devem ser consideradas Rainhas da casa e bem cuidadas pelo marido, uma vez que são herdeiros da mesma graça de vida. Há aqui uma interdependência, como Paulo ensina em I Cor. 11:11 que nem a mulher é independente do homem e nem o homem é independente da mulher.

• Para que não se interrompam as vossas orações

E aqui termina esse versículo, trazendo a maior responsabilidade do homem: Cuidar para que a vida espiritual e piedosa da família seja levada de forma perfeita no lar. Ele é responsável por preservá-la de forma linda e sem ruga (Ef. 5) espiritualmente para Deus.

Como vimos aqui, de forma breve, ser homem segundo a Bíblia não é fácil, pois nossa sociedade tem dado à mulher papéis masculinos exatamente para que os homens transfiram a sua responsabilidade para ela; como já o nosso cabeça federal nos ensinou em Gn. 3:12: foi a mulher que tu me deste por esposa.

Graças a Deus pelo Segundo Adão, que assumindo a culpa da amada, nos adverte, pelo seu Apóstolo, apontando seu exemplo, dizendo em Ef. 5:25: Amai vossas esposas, assim como Cristo amou a Igreja, e a si mesmo entregou por ela.

Que os maridos assumam o seu papel, pois A Reforma Começa em Casa, e isso, nas mãos daquele que é o responável; sejamos homens verdadeiros e comecemos a reformar a nossa casa.


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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Amando a Deus e a família na ordem certa



Os Dez Mandamentos devem ser aplicados em todas as áreas da sociedade, especialmente na família. A Lei Moral são princípios absolutos, imutáveis e universais, ou seja, ela sempre será verdade em qualquer cultura, em todas as épocas e em todos os lugares. Não importa a geração, nem mesmo a experiência ou a falta de maturidade de vida, a Palavra de Deus dura para sempre e eternamente será reguladora para determinar como devemos viver de modo agradável diante de Deus.

O primeiro mandamento do Decálogo determina que não devemos amar ninguém acima do SENHOR Deus. Esta é uma ordem que não pode ser negociada. Somos devedores do cuidado que nossos pais dispensaram a nós. Numa outra relação, também temos um vínculo afetivo intenso com os nossos filhos, mas isso não seria motivo para amá-los acima do Senhor.

A tendência natural de supervalorizar os nossos pais e filhos acima das outras pessoas comuns é uma forma saudável de amá-los. Entretanto, isto torna-se numa atitude perigosa, quando os colocamos acima de Deus. Por isso, o nosso Senhor exige um amor exclusivo que é dEle, numa relação incomparavelmente superior em intensidade e qualidade. Isto significa que devemos amar, temer e obedecê-Lo prioritariamente acima de qualquer pessoa que valorizamos, mesmo que sejam nossos pais, ou os nossos filhos. O Senhor Jesus nos adverte declarando que "quem ama seu pai ou mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim" (Mt 10:37).

Como advertência lembremos do negativo exemplo do sacerdote Eli e os seus dois filhos, Hofni e Finéias (1 Sm 1:3-4:18). A profecia contra a casa de Eli foi terrível por causa da gravidade do seu pecado, isto é, ele idolatrava os próprios filhos. Deus reprovou o sacerdote, dizendo: "por que pisais aos pés os meus sacrífcios e as minhas ofertas de manjares, que ordenei se me fizessem na minha morada? E, tu, por que honras a teus filhos mais do que a mim, para tu e eles vos engordardes das melhores de todas as ofertas do meu povo de Israel?" (1 Sm 3:29). Qualquer sentimento por nossos filhos que supere o nosso amor e temor pelo SENHOR torna-se numa disposição ou ato de idolatria contra Deus.

A Escritura Sagrada narra a submissão de Abraão pelo SENHOR, quando Ele exigiu que o pai da fé sacrificasse Isaque sobre o monte Moriá (Gn 22:1-19). O amor e devoção de Abraão estava acima de tudo, direcionada para a glória de Deus. Ele foi honrado pela sua obediência. O Anjo do SENHOR lhe disse: "jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho" (Gn 22:16). Por serem nossos filhos herdeiros da Aliança, devemos conduzi-los como eles são: do Senhor Deus.

Você deve amar os seus filhos e os seus pais, entretanto, adoração é algo que somente Deus merece. Não podemos obedecer aos nossos pais, se eles exigirem que façamos algo contrário à Palavra de Deus. Do mesmo modo, não devemos satisfazer aos caprichos dos nossos filhos, mimando os seus desejos pecaminosos, isto é uma forma de idolatria, porque desonramos voluntariamente a ordenança de Deus de sermos santos, e de consagrarmos tudo a Ele, em todas as circunstâncias, em especial, a nossa família. Não coloquemos a nossa família em perigo, lembre-se: Deus odeia a idolatria!

Os nossos pais e filhos precisam ter certeza de que em nossos relacionamentos estarão seguros, não porque os amamos acima de qualquer um, ou de todas as circunstâncias, mas sim, porque amamos ao Senhor sobre todas as coisas.

Ewerton B. Tokashiki

sábado, 9 de abril de 2011

PLANEJAMENTO FAMILIAR

Fundamentos bíblicos

Walter Santos Baptista

Temos diante de nós uma tarefa hermenêutica: trazer para hoje a interpretação de algo sobre o qual a Bíblia é muito econômica.

Há todo um quadro sociológico, psicológico, de valores espirituais, e determinantes teológicas que não é o nosso à luz da clareza do evangelho, dos ensinos de Jesus e da Igreja apostólica.

Temos dois diferentes problemas que se entrançam: o da contracepção e o do planejamento familiar. O primeiro não é novo. As Escrituras Sagradas mencionam o caso de Onã, neto de Jacó, filho de Judá com uma mulher cananéia (Gn 38.1-9). Tendo morrido seu irmão Er, Onã assume o seu lugar junto à viúva, com o objetivo legal de deixar descendência para o irmão Diz o texto "que toda vez que se unia à mulher de seu irmão, derramava o sêmen no chão para Dar descendência a seu irmão" (v.9). Realizava ele o que é chamado "coito interrompido", considerado no texto como um mal. Aliás, a análise dos métodos anticoncepcionais considera como "um dos menos eficazes" . Quanto ao caso seguinte, ou seja, de planejamento familiar, a Bíblia menciona em Gênesis 30.14 algo nos domínios da medicina popular, "saiu Rúben nos dias de ceifa do trigo e achou mandrágoras no campo, e as trouxe a Léia, sua mãe. Então disse Raquel a Léia. Dá-me, peço das mandrágoras de teu filho".

Também Oséias 1.8 relata algo que se enquadra ao que a medicina ensina a respeito da esterilidade por ocasião do aleitamento:
"ora depois de haver desmamado a Lo-Ruama, concebeu e deu à luz um filho",
Onde, além de nutrição do recém-nascido, era forma de controle da natalidade e de planejamento da família. Nesse sentido, o problema é novo:
"As trinta mil gerações humanas que nos precedem sempre consideraram que a procriação freqüente era a primeira garantia da família e da sobrevivência do grupo. Nosso problema não preocupou mais que as últimas doze gerações da espécie humana. Não nos deve estranhar, portanto, que seja difícil mudar um hábito mental e moral tão antigo".

O QUADRO BÍBLICO

A Bíblia não fala de controle de nascimentos. Discute, sim, sobre filhos, responsabilidade familiar e questões de sexualidade.


Relações sexuais entre os cônjuges são perfeitamente corretas: "Honrado seja todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará"(Hb 13.4). E, "Seja bendito o teu manancial; e regozija-te na mulher da tua mocidade. Como corça amorosa, e graciosa cabra montesa saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê encantado perpetuamente" (Pv. 5.18,19).

O relacionamento sexual no casamento é um dever e um privilégio. Dessa forma, "O marido pague à mulher o lhe é devido, e do mesmo modo a mulher ao marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido; e também da mesma sorte o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não vos negueis um ao outro senão de comum acordo por algum tempo, a fim de vos aplicardes à oração e depois vos ajuntardes outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência" (I Co 7.3-5).

O sexo há de ser apreciado e valorizado:
"O meu amado é para mim como um saquitel de mirra, que repousa entre os meus seios. A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua mão direita me abrace" (Ct 1.13; 2.6).

Mas o problema proposto é "quantos filhos?" A Bíblia não responde, apenas diz: "Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão. Como flechas na mão dum homem valente, assim são os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta" (Sl.127.3-5);

E, também: "Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre os animais que arrastam sobre a terra." (Gn. 1.28; (Cf. Gn 9.1; Sl. 128 3,4).

Daí em diante, entra a inteligência nossa no discernimento, e de outros na orientação e ajuda. É deduzir do estudo da Palavra de Deus, e nos conduzirmos nos seus parâmetros.

Não podemos esquecer a origem nômade do povo hebreu. Nesse quadro, havia um caráter tríplice que tornava a geração de filhos um dever sagrado:
  • caráter pastoril,
  • O tribal, e
  • O patriarcal.
Crescia o clã, crescia a tribo e a importância da nação. Havia, portanto, necessidade de renovação e ampliação. Por isso: "Então o levou para fora, e disse: Olha agora para o céu, e conta as estrelas, se as podes contar, e acrescentou-lhe: Assim será a tua descendência" (Gn. 15.5), E,
"Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão." (Sl. 127.3)

Como resultado, vinha o respeito ao homem rico, à mãe de família numerosa, ao idosos, às pessoas de vida longa. E o conseqüente desprezo ao pobre, às mulheres estéreis, e ao doente. É ler, "E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se puder ser contado o pó da terra, então poderá ser contada a tua descendência" (Gn13.16);

"Disse Deus a Abraão: Quanto a Sarai, tua mulher, não lhe chamarás mais Sarai, porém Sara será o seu nome. Abençoá-la-ei, e também dela te darei um filho; sim, abençoá-la-ei, e ela será mãe de nações; reis de povos sairão dela. Ao que se prostrou Abraão com o rosto em terra, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? Dará a luz Sara, que tem noventa anos?" (Gn 17.15.17);

"E Abraão expirou, morrendo em boa velhice, velho e cheio de dias; e foi consagrado ao seu povo" (Gn 25.8).

Para o hebreu que morresse sem deixar filhos, foi criada a já mencionada lei do levirato encontrada em Deuteronômio 25.5-10.

O Antigo Testamento insiste no dever de gerar filhos, ou seja, na bênção divina que representa um nascimento (Cf. Gn. 13.16; 12.3b). Rico em filhos, rico em força de trabalho, prestígio social, autoridade no presente, segurança no futuro. Por isso, a suprema miséria, é não ter filhos ou propriedade. A esterilidade é um drama teológico. Segundo o Talmude da Babilônia, a esterilidade da mulher aos dez anos de casamento dava ao marido o direito do divórcio. E, no entanto, o "tema da mulher estéril" é freqüente no Antigo e no Novo Testamentos, haja vista as esposas dos patriarcas - Sara (Gn 11.30; 16.2), Rebeca (Gn 25.21) Raquel (Gn 29.13) - e também a mãe de Sansão (Jz 13.24), Ana (1 Sm 1.6), Isabel (Lc 1.7). Tão importante é a descendência que há bênçãos que atingem até a quarta geração.

Quanto ao cristianismo, o Novo Testamento não tem textos que falem sobre planejamento familiar e/ou controle da natalidade. Na verdade, a fé na vinda do Messias mudou a perspectiva da necessidade de descendência. No judaísmo, a mulher queria filhos para ser mãe do Messias, mas no cristianismo, a doutrina era que os tempos se haviam cumprido. Então, para que prolongar a espécie humana? Para que filhos? Deu-se o contrário: a abstinência, ou como colocou André Dumas, teólogo protestante francês: "a abstinência veio por entusiasmo escatológico".

Há no entanto, dois versículos no Novo Testamento em que é feita recomendação às esposas cristãs de terem filhos, visto que estavam demasiadamente tendentes a se libertarem da condição de mães:
"... a mulher... salvar-se-á, todavia, dando à luz filhos..." (1 Tm 2.15);
"Quero pois que as mais novas se casem, tenham filhos..." (1 Tm 5.14).

A geração de filhos antes do nascimento de Jesus era uma sagrada esperança; depois depois de Cristo era dever para calar, os que acusavam os cristãos de abandonar a família e o trabalho. Nada disso, porém, ensina sobre o controle da natalidade, ou mesmo o planejamento da família, e especialmente sobre as motivações atuais.

O Novo Testamento combate o exagero da continência (1 Co. 7.5), o menosprezo do casamento.

"Mas o Espírito expressamente diz em tempos posteriores alguns apostarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrina de demônios,... proibindo o casamento,..." (1 Tm 4.1,3a), e exorta contra perversões (adultérios, fornicação, homossexualidade, prostituição). Nem ascetismo nem libertinagem carnal. As heresias gnósticas condenavam a procriação porque significava criar corpos materiais que eram maus e que encarcerariam as almas que eram boas.

O DESPERTAMENTO PARA O PROBLEMA

A reforma Protestante do século XVI trouxe mudanças na compreensão cristã da sexualidade e do casamento. A ética protestante sempre foi mais favorável à natalidade por ver no casamento uma vocação religiosa preferível ao celibato. Daí porque, enquanto os católicos romanos louvam a virgindade e o celibato (veja-se o ministério religioso entre os padres, freiras, frades, eremitas), entre os evangélicos, olha-se com desconfiança o pastor não casado, a não ser que haja vocação para isso (Cf. 1 Co. 7.7; Mt. 19.12b)


Também não há entre os evangélicos o tom sacramental que caracteriza o casamento católico romano.
Igualmente está modificada a doutrina dos fins do casamento que ensina ser unicamente para a procriação. Afirmamos os evangélicos que a procriação acompanha e coroa a companhia mútua dos cônjuges (esse o sentido de Gênesis 2.24: 'Portanto, deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e uni-se-á à sua mulher, e serão uma só carne".

O consenso nas Igrejas Protestantes e Evangélicas é sobre a legitimidade do controle de nascimentos sem distinguir, em princípio, entre os diversos métodos, desde que os casais o pratiquem de modo responsável e em comum acordo.

Algumas importantes datas são:
1910 - Lançado em Nova Iorque o movimento para o Planejamento Familiar por Margaret Sanger.
1923 - Fundada em Londres a primeira clínica de controle da natalidade, e autorizada pela Câmara dos Lordes o ensino do mesmo nos centros comunitários da Grã-Betanha (os Welfare Centres).
1930 - A Assembléia de Lambert da Igreja Anglicana (Epscopal) expressou o reconhecimento do conceito de limitações da família (a partir de 1930 houve consenso favorável nas esferas protestantes sobre a geração responsável de filhos).

1958 - realização de outras Assembléias de Lambert que emitiu uma declaração instituída A Família do Dia de Hoje, que, entre outras coisas diz:
"É preciso voltar a insistir sobre o Planejamento Familiar como resultado de uma decisão cristã pensada em oração. Assim, os maridos e mulheres cristãos não devem vacilar em oferecer humildemente sua decisão a Deus e seguí-la com clara consciência"(Cit. Dumas, p.54)

Lambert utilizou o conceito de "paternidade responsável", evitando expressões como "controle da população", "regulação da fertilidade", "prevenção da natalidade", entre outras. A expressão "paternidade responsável" nasceu no meio protestante-evangélico, falando do papel central do casal, papel que não pertence ao estado, às Igrejas, ou a um só cônjuge.

PATERNIDADE RESPONSÁVEL

O conceito é pertinente, autêntico, nobre e bíblico. Afinal, os pais são admoestados na Bíblia a fazer provisão para a sua família:

"Se alguém não cuida... da sua família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo." (I Tm 5.8),
e daí as lições:
"Instrui o menino no caminho em que deve andar, até quando envelhecer não se desviará dele" (Pv. 22.6; cf. Dt. 6.6,7).

Por isso, a paternidade deve ser planejada, e deve-se prover o bem-estar dos filhos financeira, acadêmica, social (através da disciplina e amor) e espiritualmente. Se não pode fazê-lo, deve considerar seriamente se está realmente honrado a Deus colocando filhos no mundo. E porque a Bíblia não fala especificamente sobre o Planejamento Familiar, deu-nos a responsabilidade de usar a inteligência, porque os casais têm problemas e sensibilidades diferentes. Não é nossa responsabilidade julgar, mas ensinar e instruir.

São condições que o casal deve possuir para a paternidade consciente e responsável: felicidade e harmonia (espiritual, psicológica e sexual) que assegurem ambiente emocionalmente equilibrado nas relações familiares; saúde física e psíquica; disposição para uma preparação constante tanto para a paternidade quanto para a educação; capacidade de modificar psicossocialmente o pensamento para assimilar novas idéias.

Interessante aplicação do verso cinco do Salmo 127 ("Bem-aventurado o homem que enche [de filhos] a sua aljava...") pode ser feita nos seguintes termos: a aljava (depósito de flechas) era proporcional ao tamanho e peso do portador. Assim, o pai deve colocar no mundo tantos filhos quantos possa sustentar, criar e educar adequadamente. Cada casal cristão responsavelmente dará a resposta à pergunta "quanto filhos?" que corresponda a suas possibilidades. Quem tem capacidade para cinco filhos, cinco; para dois, dois para um, um. O princípio bíblico a ser adicionado será o de Lucas 12.48a: "a quem muito é dado, muito se lhe requererá", pois que o planejamento familiar e a Paternidade Responsável levam em conta não só o número de filhos e sua educação, mas também o próprio relacionamento familiar e suas necessidades morais e religiosas. Ao casal com uma consciência bem orientada compete decidir quanto ao tamanho da família, e qual o método a ser adotado.

Por outro lado, a Paternidade Responsável leva em consideração a qualidade de vida familiar. Ou seja, é melhor cinco filho que dez, e dois, que cinco. Não podemos, então esquecer a espiritualidade da procriação, quando o ser humano é co-criador (cf. Gn 1.26-28).

O Planejamento Familiar deve nascer a rigor no namoro porque será sábio o casamento sem que haja temor de gravidez prematura, seja emocional ou economicamente. E visto que os meios de Planejamento Familiar são, em grande medida, questão de escolha médica e estética, desde que admissível à consciência cristã, impõe-se a formação da consciência. Quer dizer que a privação voluntária da relação sexual por parte de um dos cônjuges não pode ser aprovada porque nega as intenções do casamento; meios que interrompam ou impeçam o cumprimento do ato sexual, e assim que ele chegue ao seu apogeu, também; o aborto provocado, o feticídio, a não ser que seja imperativo para a vida da mãe e por inegável necessidade médica. O uso de método contraceptivos deve honrar o vínculo do matrimônio e enriquecê-lo moral e espiritualmente, porque o Planejamento Familiar deve ser meio de ajudar a família a encontrar seu equilíbrio.

O AMOR...

Não haverá família de verdade senão onde reinar o amor entre marido e mulher. Por isso, São Paulo ensina, "Todos os vossos atos sejam feitos com amor" (1Co 16.14 AR).


O filho deve ser desejado, recebida com alegria, bem-vindo, pois há diferença entre controle da maternidade e o controle consciente da natalidade, caso em que são levados em consideração os valores humanos.


Fontes Primárias
1. DUMAS, André. El Control de los Nascimentos en el Pensamiento Protestante. Buenos Aires, La Aurora, 1968. Tead A F. Sosa, 191p.
2. HAVEMANN, Ernest et al. (orgs). Control de la Natalidad. Países-Baixos, Time-life, 1967. 118 p.
3. KELLY, George A. Manual do Matrimônio Católico, São Paulo, Dominus, 1963. 219 p.
4. NARRAMORE, Clyde M. A Christian View of Birth Control, 3ª impr 1961. 30 p.
5. RODRIGUES, Walter. Planejamento Familiar, 2ª ed. Rio, Departamento da Infância e Educação (Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil), s.d. 60 p.


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sábado, 15 de janeiro de 2011




Crise de Perdão na Família

Marcelo Correia Silva

INTRODUÇÃO:
* Este estudo pressupõe que há falta de perdão nos relacionamentos familiares. Será que essa pressuposição é verdadeira?

* Se olharmos para as estatísticas de separações entre marido e mulher e entre pais e filhos (abondono do lar), temos que admitir que o perdão não está sendo praticado.
* A crise de perdão na família reflete uma crise conjugal.
* A crise conjugal reflete uma crise espiritual. Os nossos relacionamentos horizontais dependem de nosso relacionamento vertical.


I. A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO:


A. Uma família não pode subsistir sem perdão, pois invariavelmente vamos errar uns com os outros. O perdão é a possibilidade da convivência.

B. O perdão é um indicador de nossa compreensão do amor de Deus por nós (Cl 3.13b)

C. Todos nós experimentamos ofensas: um amigo que nos trai, um filho ingrato, a parcialidade dos pais, uma palavra áspera, uma acusação falsa, uma data pessoal esquecida, a indiferença para comigo de alguém que me é importante. Perante a ofensa exercemos a escolha. Podemos "perdoar ou tornar-nos ressentidos, amar ou odiar, estabececer relacionamentos ou rompê-Los." A primeira escolha leva-nos á liberdade constante, uma vida de siceridade e opções . A segunda escolha, inevitavelmente, leva-nos a uma escravidão dentro de nós mesmos. A primeira resulta em crescimento espiritual, a segunda, em amargura. PERDÃO É CURA.


II. OFENSAS COMUNS NA FAMÍLIA:


A. Papéis não assumidos.
Maridos - liderança em amor, disciplina dos filhos, direção espiritual, sustento do lar.
Esposas - submissão e respeito, cuidado da Casa, apoio e estímulo para o marido, orientação aos filhos.
Filhos - honra e obediência aos pais.
Pais - orientação e disciplina firme, amorosa e coerente, amizade, suprimento emocional, material e espiritual.

B. Negligência às necessidades básicas.
Dos maridos - respeito, realização sexual.
Das esposas - carinho, proteção, atenção e amizade.
Dos filhos - atenção, tempo, amizade.
Dos pais - obediência, boa conduta.

C. Falhas pessoais:
1. Esquecimentos. (datas, promessas, etc)
2. Egoísmo.
3. Ira.
4. Agressões (físicas, verbais)
5. Infidelidade (quebra dos votos conjugais - quais?)



III. O QUE É O PERDÃO?


A. O perdão não é basicamente uma emoção mas uma decisão! É um ato de minha vontade, não de minhas emoções. (Cl 3.13)


B. O perdão é a decisão de não levantar mais a ofensa perante três pessoas : Deus, os outros (incusive o ofensor), e eu mesmo.

C. Perdão é diferente de absolvição. Absolvição relaciona-se com as consequências da ofensa, enquanto perdão ralaciona-se com a nossa atitude (reação emocional) para com a ofensa e para com o ofensor.

D. Perdão é portanto uma questão de obediência a uma ordem do Senhor (Ef 4.32; Lc 17.3-10)


E. Perdão é unilateral; ele não depende dos "méritos" do ofensor. (Ilustr. Coren TenBoom e o carrasco nazista.

F. Não há limite para se perdoar (Mt 18.21,21)




IV. ALGUNS ESCLARECIMENTOS SOBRE O PERDÃO:

A. Perdão é uma reação positiva para com a ofensa, ao invéz de uma reação negativa para com o ofensor. Ofensas são oportunidades para ou perdoar ou ficar amargurado. Uma reação positiva significa olhar aquela ofensa como oportunidade para crescer na vida e/ou para refletir as qualidades de Cristo para com o ofensor.


B. Ao perdoar podemos ver o ofensor como instrumento de Deus em nossa vida. (Gn 50.15-21).

C. O perdão significa cooperar com Deus na vida do ofensor.

D. Ao perdoar reconhecemos o direito que só Deus tem de julgar. (Rm 12.19).



V. CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE PERDÃO:

A. Consequências Físicas: amargura prolongada causa alguns efeitos físicos tais como úlceras, pressão alta, descargas de adrenalina (por causa da associação com a Ira) e outras complicações.


B. Consequências Emocionais: depressão é a maior consequência. Uma amargurar prolongada pode gerar um foco emocional em nossa mente que tira de nós uma Grande dose de energia por causa de força que precisamos para manter nossas "broncas" contra aqueles que nos ofenderam.

C. Consequências Espirituais: nosso relacionamento com Deus é sensivelmente prejudicado, visto que estamos em desobediência à Sua Palavra. (Ef 4.31, Mt 18.22,35). Tudo isso aparecerá inevitavelmente no contexto familiar.



VI. COMO PERDOAR:



A. Decida perdoar. Primeiro vem a obediência e depois o sentimento.



B. O perdão pode implicar em confrontação. (Mt 18.15)



C. Motive-se no exemplo de Cristo. (Cl 3.13) Dependa da Sua Graça. (Rapaz crente que perdeu a esposa e o filho baleados e um assalto ao Banco) - Fp 4.13



D. Busque o bem do ofensor (Rm 12.20). Isso significa, no mínimo, oração, mas pode significar muito mais.



E. Faça um compromisso com Deus de jamais levantar a(s) ofensa(s) perante Ele, perante os outros (inclusive o ofensor), e perante você mesmo. 



CONCLUSÃO:
Desafio ao perdão!


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