sexta-feira, 25 de março de 2022

Maldição hereditária ou pecado pessoal?

 Maldição hereditária ou pecado pessoal?

                                                                                                                Ewerton B. Tokashiki 
Há alguns anos o meio evangélico perpetua uma confusa e prejudicial doutrina. Este ensino diz que: "apesar de você ter Jesus como o seu Salvador, e ser salvo, é possível que existam maldições hereditárias, ou seja, maldições por causa dos pecados de algum antepassado que não foram confessados e perdoados, e que conseqüentemente, ainda recaem sobre a sua vida". Então, com esta doutrina se conclui que "por isso, você não é abençoado, não prosperá, e por causa disso você tem doenças e males que não consegue se livrar, apesar de ser salvo", e quando ainda não insistem que há demônios dominando a vida do sujeito. Quem viveu, ou conhece alguém que crê nisto sabe do prejuízo que este falso ensino causa.

Seus defensores, geralmente, usam como base bíblica a passagem em que Deus declara que "visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem" (Êx 20:5). Li anos atrás um texto do Rev. Júlio A. Ferreira em que dizia que: a Bíblia mal interpretada torna-se a mãe das heresias! Façamos justiça ao significado do texto, interpretemos o texto dentro do seu contexto. Sabemos que esta ameaça pronunciada por Deus se refere aos que não eram salvos, e permaneciam na idolatria, desprezando ao único Deus vivo e verdadeiro, revelado o Deus da aliança - Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. A Escritura não está declarando que apesar de convertidos Deus ainda assim persistirá em amaldiçoar por causa dos pecados dos pais! A maldição é para aqueles que aborrecem ao Senhor, e não sobre os que o amam; porque sobre os que amam o Senhor, a misericórdia perdurará até mil gerações! (Keil & Delitzsch, Biblical Commentary on the Old Testament, pp. 117-118).

É verdade que alguns textos nas Escrituras declaram que o pecado dos pais tem influência sobre a vida dos seus filhos (Lv 26:39; Is 55:7; Jr 16:11; Dn 9:16; Am 7:17). Mas, isto deve ser bem entendido, pois não é uma referência à maldição hereditária, mas à persistência dos filhos de não abandonar os pecados dos pais. Quando uma cultura familiar se torna pecaminosa, dá-se origem a vícios que são aprendidos e reproduzidos. Sendo fiéis ao contexto histórico de toda a narrativa, perceberemos que estas passagens são exortações ao arrependimento, porque a punição era por pecados que tiveram origem nos pais, ou antepassados mais remotos, mas eram pecados ainda perpetuados e praticados por eles mesmos. Nisto percebemos que o cultivo duma cultura familiar corrompida por vícios, idolatria e imoralidades, pecados que são cometidos em família, ensinados pelos pais aos filhos trará a ausência das bençãos pactuais de Deus, mas, cada um será responsável por si, e enquanto não houver verdadeiro arrependimento não haverá transformação.

Esta idéia de maldição hereditária se fazia presente no meio do povo de Israel durante a antiga Aliança. Certamente eles aprenderam com o paganismo das nações vizinhas muitas práticas e crenças que eram abomináveis ao Senhor. Por isso, o profeta Ezequiel denuncia o pecado do povo por acreditar "que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este provérbio, dizendo: os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram?" (Ez 18:2). Entretanto, após a repreensão segue a intrução do Senhor dizendo: "tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, jamais direis este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá (Ez 18:3-4). A argumentação do profeta continua em todo o contexto posterior, deixando bem claro que cada um é responsável pelos seus próprios pecados, e não será o filho punido por causa do pai, nem o pai por causa do filho (versos 5-22).

Até mesmo os discípulos de Cristo necessitaram ser corrigidos deste erro. Numa certa ocasião encontraram um jovem cego de nascença, e questionaram: "mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?" (Jo 9:2). A redundante resposta de Jesus fechou o assunto, ao dizer que: "nem ele pecou, nem os seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus" (vs. 3). Os males físicos e temporais são instrumentos da providência de Deus, para que a Sua glória se manifeste no meio do Seu povo escolhido, e assim, a Sua vontade se torne conhecida (Jo:9:35-39; Rm 8:28).

Quando os verdadeiros crentes caem em pecado, mesmo pecados graves e escandalosos, eles não são abandonados por Deus. Deus nunca desiste deles (Rm 8:31-39). Como um Pai restaura os seus filhos, os disciplina “porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos”(Hb 12:6, ARA). O apóstolo Paulo afirma esta mesma verdade dizendo que “quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo” (1 Co 11:32). É possível cair em pecado, mas é impossível cair da graça de Deus. O teólogo inglês J.I. Packer declara que "às vezes, os regenerados apostatam e caem em grave pecado. Mas nisto eles agem fora de seu caráter, violentam sua própria nova natureza e fazem-se profundamente miseráveis, até que finalmente buscam e encontram sua restauração à vida de retidão. Ao rever sua falta, ela lhes parece ter sido loucura."[Teologia Concisa, p. 224]. O pecado é corrigido individualmente.

Como individualmente pecamos, também somos chamados ao arrependimento! Não posso me arrepender por outra pessoa; entretanto, devo interceder por ela, se ela estiver viva. Não é possível pedir perdão pelos pecados dos meus filhos, nem irmãos, pais, avós ou qualquer outro antepassado. Pecado é confessado, e somente é perdoado pessoalmente. A Bíblia diz que as bençãos da Aliança acompanharão os nossos filhos, pois eles são filhos da promessa. Se você é filho de Deus, você é co-herdeiro com Cristo Jesus do amor de Deus (Rm 8:16-17), e esta é uma promessa para os seus filhos (At 2:39). Mas a Palavra de Deus não ensina que os nossos pecados serão cobrados dos nossos descendentes. Deus haveria de puní-los por uma irresponsabilidade nossa? A doutrina da maldição hereditária nega tanto a suficiência de Cristo, em perdoar graciosamente os nossos pecados, como a fidelidade de Deus em cumprir as promessas da Sua Aliança conosco e com os nossos filhos.

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sexta-feira, 11 de março de 2022

Casados, porém Sozinhos

 Casados, porém Sozinhos

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                                                                                                                                        Pr. Alan Kleber

A tentação de muitos, debaixo de pressão, é isolar-se, hibernar como um urso em sua caverna no inverno. Embora essa pareça uma alternativa atraente, é somente com o apoio de amigos que poderemos suportar as misérias desta vida.” (A. Nicodemus).

É possível ser casado, mas ao mesmo tempo sentir-se sozinho, isolado? Parece uma pergunta estranha, porém o isolamento acontece até mesmo entre pessoas tão íntimas como marido e mulher. Com isso não quero dizer que ficar sozinho às vezes é algo inerentemente mal. Quando Jesus nos ensina a respeito da oração devocional e particular, por exemplo, ele nos diz que isso deveria ser feito secretamente (Mt 6.6). Ele mesmo procurava lugares isolados quando necessitava orar ao Pai e desfrutar de comunhão com Ele.

Contudo, o isolamento a que me refiro é fruto do espírito da época em que vivemos e que está separando o marido de sua mulher cada vez mais para longe um do outro, em vez de produzir intimidade, companheirismo e amizade.

A sociedade brasileira pós-moderna caracteristicamente veem fragmentando ou colocando em compartimentos as relações interpessoais a ponto de vivermos por vezes isolados. As pessoas podem viver numa mesma casa com muitas outras e ainda assim viver isoladas delas. A situação é ainda mais grave quando refletimos e consideramos que fomos criados como seres sociais. As consequências trágicas, portanto de se viver em isolamento geralmente provoca tristeza, ansiedade, angústia e depressão, e, em casos extremos, o suicídio.

Que fatores têm contribuído para que maridos e esposas se sintam cada vez mais solitários?

(1) Cosmovisões diferentes tendem a separar os casais. No mundo em que vivemos as diferentes percepções da vida, da fé e da família com sua diversidade de sistemas e valores tão complexos separam os casais. Esse é um problema antigo, mas que com o passar dos séculos vem se agravando à medida que as pessoas nascem e crescem sob visões de mundo completamente diferentes.

(2) A pós-modernidade tem passado a ideia de que o casamento é um relacionamento na base do meio a meio. Você paga as contas e eu a prestação da casa. Eu pago a escola dos meninos e você o supermercado. No primeiro domingo eu vou para a igreja, mas no próximo eu descanso e você é quem vai! Isto é, cada um dá um pouco de si. Mas será que isso funciona de verdade? A Bíblia nos ensina que o padrão cristão não é meio a meio (50/50), mas 100/100. O casamento cristão envolve uma total entrega (Ef 5.22-33). Eu não posso dar uma parte do meu tempo, da minha vida, mas investir tudo de mim em favor do meu cônjuge.

(3) O egoísmo é provavelmente a maior ameaça à unidade do casal. Quando eu busco a minha própria realização pessoal e deixo meu cônjuge de lado, estou sendo egoísta. Acreditar que o marido pode obter sucesso independentemente do apoio e colaboração de sua mulher e ainda manter um bom casamento é uma ilusão bastante comum em nossos dias. Na prática, isso nunca dá certo.

4) Problemas não resolvidos. Quando o casal guarda as mágoas do passado, não resolvendo problemas pendentes, a tendência é cada um viver em sua própria “ilha”, isolado. Pesquisas mostram que grande parte dos casais que passam por experiências traumáticas que não são devidamente tratadas, se separam ou se divorciam.

(5) A popularização da infidelidade conjugal. A mídia tem se ocupado em popularizar a ideia de que a traição é algo normal. Não somente o adultério consumado, mas o adultério emocional (exemplo: uma amizade muito íntima com alguém do sexo oposto) provoca o isolamento entre os cônjuges. A infidelidade começa sempre no coração (Mt 5.28).

(6) O estilo de vida frenético. O ritmo de vida acelerado do mundo atual contribui para que cada vez mais vivamos estilos de vida separados uns dos outros. Quase não temos tempo para conversar com o nosso cônjuge ou nossos filhos sobre o que fazemos no dia-a-dia.

(7) Outro fator é nosso hábito cada vez mais comum de eliminar o contato humano preferindo os atuais meios de comunicação. O hábito brasileiro de assistir TV é um problema muito mais grave do que aparece na tela. Membros de uma família podem estar juntos na mesma sala assistindo TV, e estar perfeitamente isolados uns dos outros. Você já percebeu que a grande maioria dos moradores das grandes cidades mesmo cristãos raramente conhece seus vizinhos? Todo o moderno sistema de comunicação produzido atualmente pela sociedade tende a eliminar cada vez mais o contato humano: Internet, email, redes sociais, etc.

O isolamento é uma ameaça séria mesmo para casais cristãos.

O problema é que quanto mais nos isolamos em nossas “ilhas particulares”, mais e mais nos desconectamos uns dos outros. Como o casal cristão deve encarar esse desafio imposto pela pós-modernidade? Os cristãos precisam perceber que se não tomarem as providências necessárias e se não tratarem dessa ameaça juntos, acabarão por viver isolados uns dos outros, mesmo debaixo do mesmo teto. Muitos casais casados têm sexo, mas não amor; isso quando ainda tem sexo! O erro típico que muitos casais cometem é não antecipar que os problemas mencionados acima podem ocorrer com eles. E quando os problemas surgem, são apanhados de surpresa![1]

Como os casais cristãos podem vencer o isolamento?

(1) Aproximando-se mais de Deus. Quando buscamos uma maior intimidade com o Senhor através da leitura da Bíblia e oração diária somos capacitados por Deus para nos aproximar do nosso cônjuge. Isso me faz lembrar a ação graciosa de Deus quando foi ao encontro de Adão e Eva. O pecado poderia ter causado o isolamento entre os nossos primeiros pais, mas a comunhão restauradora do Senhor trouxe aos seus corações esperança.

(2) Planejando bem o tempo juntos. Procure gastar tempo com seu cônjuge fazendo coisas que ambos apreciam. Eu sei que em geral os homens gostam de assistir futebol e as mulheres de filmes românticos. Entretanto, planejando bem a qualidade do tempo que passamos juntos enquanto casal, conversando, passeando, viajando ou fazendo qualquer outra coisa em comum quebrará toda e qualquer ideia de viver isolado.

(3) Exercitando o perdão e buscando a reconciliação. O seu cônjuge pode estar isolado porque você o ofendeu ou magoou. Na vida conjugal é preciso em alguns momentos deixar o orgulho e a vaidade de lado, pedir perdão e buscar a reconciliação com aquele(a) que tanto amamos. A Bíblia nos ensina: “Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo” (Ef 4.32).

(4) Buscando ajuda espiritual. Quando a coisa apertar não deixe de buscar ajuda espiritual. Pastores, presbíteros* e conselheiros cristãos são vocacionados por Deus para apascentar as famílias oferecendo por meio da Bíblia apoio e soluções para momentos de crise conjugal.

Não deixe que o isolamento acabe a alegria e o prazer do seu casamento. Parece estranho, mas casados também podem ser felizes juntos!



[1] LOPES, Augustus Nicodemus. Maridos solitários, esposas solitáriashttp://www.ipb.org.br/portal/artigos-e-estudos.

* MINHA NOTA: Pastores e presbíteros, na Biblia, são o mesmo.


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quinta-feira, 10 de março de 2022

A Palavra de Deus e a salvação

 A Palavra de Deus e a salvação

pregador expositivo

                                                                                                                    Pr ilton Jr

Quando escreveu sua segunda epístola a Timóteo, Paulo, após elogiá-lo, fez uma recomendação: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste. E que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus” (2 Tm 3.14,15).

O texto é claríssimo e ensina que a Palavra de Deus é suficiente, ou melhor, é a única fonte para que alguém se torne sábio para a salvação pela fé em Cristo.

Ainda assim, muitas denominações evangélicas têm se deixado influenciar pelo pragmatismo e têm recorrido a vários métodos que supostamente têm dado certo para trazer pecadores ao “arrependimento”. O problema aqui é que, na ânsia de trazer pessoas para as igrejas, os métodos não têm sido questionados e analisados pelo crivo da Santa Palavra de Deus.

Como exemplo disso temos as várias igrejas ligadas a um movimento denominado “Sensível aos Interessados”. Esta ideia está presente em um livro que há alguns anos foi moda no Brasil, Uma igreja com propósitos. Neste livro o autor, Rick Warren, divulga ideias do tipo: pregar o evangelho nos termos do incrédulo a fim de que seja agradável e fácil eles se tornarem crentes, e mudar os métodos sempre que necessário. Para isso, ele ensina: “Estabeleça um culto voltado intencionalmente ao objetivo de que os membros da igreja tragam seus amigos. E torne esse culto tão atraente, agradável e relevante aos sem-igreja, que os membros de sua igreja ficarão ansiosos por compartilhar esse culto com os perdidos pelos quais eles se interessam.”[1]

John MacArthur afirma que alguns dos gurus desse movimento aconselham inclusive a retirar do sermão todas as referências explícitas à Bíblia e ensinam a nunca pedir à congregação para abrir a Bíblia em um texto específico, pois os “interessados” ficam desconfortáveis com essa atitude.[2]

Para esse tipo de movimento, a quantidade de pessoas atraídas ao culto valida o método, afinal, os fins justificam os meios.

Infelizmente não são poucos aqueles que têm aderido a esses modismos para ver a igreja crescer. De fato, muitas igrejas crescerão dessa forma, mas será que haverá vidas salvas e transformadas?

Precisamos crer de todo o coração no que Paulo afirmou a Timóteo: as Escrituras é que tornam o homem sábio para a salvação. O próprio Senhor Jesus afirmou certa vez: “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7.38). Paulo, agora escrevendo aos romanos, assevera que “a fé vem pela pregação, e a pregação, pela Palavra de Cristo” (Rm 10.17).

É por meio da Palavra de Deus, e não de técnicas humanas, que o Espírito Santo convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Por esta razão é que Paulo, depois de afirmar a Timóteo que a Palavra de Deus é que torna o homem sábio para a salvação, continua sua argumentação dizendo que toda a Escritura é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a educação na justiça (2 Tm 3.16). Essa utilidade da Escritura, conforme Paulo, tem um fim: é para “que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Tm 3.17).

Ao crer na suficiência das Escrituras para a salvação, a igreja não precisará recorrer a métodos humanos para que os homens creiam e, assim, glorificará o Senhor.

O livro de Atos dos Apóstolos nos ensina claramente que o crescimento da igreja está intimamente ligado à Palavra de Deus, a ponto de Lucas, ao se referir algumas vezes ao crescimento da igreja, afirmar: “crescia a Palavra de Deus” (At 2.42,47; 6.7; 12.24; 16.4,5; 19.18-20).

O Senhor Jesus, ao comissionar os seus discípulos, não pediu que eles inventassem métodos e nem que negociassem a Palavra, antes ordenou que eles fizessem discípulos ensinando-os a guardar tudo o que ele havia ordenado (Mt 28.19,20). Isso implica que a Palavra é suficiente e, portanto, deve ser proclamada tal como é. Os resultados pertencem ao Senhor.

Não devemos dar lugar ao entretenimento ou à busca da satisfação pessoal, pois não é isso que traz salvação ao homem. Como ensinou o nosso Senhor, a Palavra de Deus é a verdade (Jo 17.7) e é a verdade que liberta o homem (Jo 8.32).

Creiamos, portanto, que a Escritura é suficiente para a salvação.


[1] Rick Warren. Uma igreja com propósitos. São Paulo: Vida, 1997, p. 253

[2] John MacArhur. Pregação Superficial. In “Fé para Hoje”, nº 30 – ano 2007: São José dos Campos: Fiel, p. 7


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sábado, 5 de março de 2022

COMO ESCOLHER O FUTURO CÔNJUGE?

 COMO ESCOLHER O FUTURO CÔNJUGE?

                                            Pr Alfredo de Souza

Quero mais uma vez tratar sobre namoro, tema bastante discutido aqui neste espaço. Primeiramente, desejo dizer que sou contra o modelo utilizado por nossa cultura brasileira, ou seja, um relacionamento recheado de beijos bucais e abraços eróticos que só promovem a excitação sexual e a defraudação. Recomendo as demais postagens sobre o assunto escritas por meus colegas aqui mesmo neste espaço virtual.

É preciso dizer que por namoro entendo aquele período de diálogo, oração e comunhão com os pais, período este destituídos de qualquer contato físico que promovam, por menor que seja, a excitação sexual.

A reflexão proposta aqui é sobre a escolha do futuro cônjuge, uma vez que muitos jovens cultivam dúvidas quanto ao assunto. Dúvidas que promovem a seguinte pergunta: “como saber a vontade de Deus para saber com quem devo me casar”?

Ao contrário daquilo que muitos pensam, esta importante escolha não ocorre por uma revelação vinda do alto ou por um sonho de uma noite de verão. Ela ocorre por uma utilização da inteligência que possui como lastro as Sagradas Escrituras e a confiança na ação de Deus que responde a nossa oração conforme o amor, a justiça e a misericórdia.

Indo direto ao assunto, quero propor aqui quatro critérios para a escolha daquele ou daquela que caminhará conosco até o fim da vida:

Compatibilidade de fé: Para que duas pessoas pensem em casamento devem, a rigor, saber que iniciar um relacionamento com descrente é, indiscutivelmente, estar em pecado diante do Senhor Deus. A Lei divina é clara quanto a isso: é proibido o ajuntamento entre um crente e um descrente. Muitos tentam relativizar este princípio indelével e caro ao Senhor que adotou para si mesmo a exclusividade de seus filhos. Mas o jugo desigual é abominação. Isto posto, também acredito que devemos pensar em jugo “desigual” (aspeado mesmo) entre duas pessoas que se denominam evangélicos. O ponto a se ponderar é a teologia envolvida que, via de regra, são opostas em aspectos que envolvem a eclesiologia (visão de igreja, liturgia, forma de batismo etc.) e pneumatologia (doutrina que trata do Espírito Santo). Não tenho dúvidas que o casamento entre um arminiano e um reformado ou entre um conservador e um pentecostal certamente gerará problemas no relacionamento salvo quando um abre mão completamente de suas convicções, pelo menos quanto às práticas. Quando alguém busca sua outra metade deve ter certeza de que a teologia envolvida é semelhante.

Anuência dos pais: A participação dos pais nesta escolha não se limita a um pequeno detalhe ou prática de somenos. Todo jovem crente deve pedir autorização do pai e da mãe, bem como dos sogros em potencial. A lógica é muito simples, trata-se dos futuros avós dos filhos que virão no futuro. Ambos serão parte ativa da família neste convívio que durará até a morte. Neste contexto alguns perguntam “e quando os pais não são crentes e proíbem movidos por motivos mesquinhos?” Bem, isso não dá liberdade para a desobediência. Lembremos aquilo que Salomão afirma: Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR, que o inclina a todo o seu querer” (Pv 21: 1). Isso significa dizer que assim como um humilde agricultor pode mudar o curso das águas de um riacho para regar a sua plantação, o Senhor Deus possui o coração do homem mais importante e temido da sociedade em sua mãos. Quando os pais, mesmo descrentes proibem, independente de suas motivações, o jovem deve orar ao Senhor para que mude o coração de ambos. Se for da vontade do Pai, haverá mudança, caso contrário, é melhor desistir.

Visão de futuro: Imaginemos o seguinte: a moça possui chamado para trabalhar no Camboja como missionária, já o rapaz pretende ser um profissional liberal na cidade onde vivem. Muitos diriam: “mas o importante é que se amam muito e, no final das contas, acertarão as arestas, certo?” Errado! Este critério deve ser descoberto com muita conversa, pois, das duas, uma, ou um desiste numa boa de seus projetos de vida, ou haverá grande frustração ao longo da vida. O período denominado de namoro não deve ser utilizado para contato físico, deve ser utilizado para muita conversa e oração para que venham a tona estas questões.

Tempo de namoro: Quando sinto fome, procuro comida. Quando sinto sede, procuro água (ou um refrigerante light). O mesmo princípio se aplica ao namoro pois quando desejo me casar, devo procurar alguém de Deus para isso. É absolutamente pouco inteligente alguém iniciar um namoro tendo como prioridade um curso acadêmico com duração de cinco anos ou a construção de uma casa pelo período de seis anos. Se alguém inicia um namoro significa que o casamento é sua prioridade zero num curto espaço de tempo. Ninguém deve namorar por um período menor que dois anos e mais de três anos. A falta de objetivos promove o relacionamento perigoso que, com o passar do tempo, leva ao pecado sexual (que vai do beijo bucal ao coito). Ninguém deve namorar por namorar, se se inicia o namoro, isso significa que o casamento passou a ser a minha prioridade zero quanto ao meu futuro. Lembro também que ninguém deve namorar com pouca idade. O correto é ele ter 21 anos e ela 20 anos no mínimo.

Concluo esta postagem fazendo os seguintes acréscimos: primeiro, em um relacionamento, a paixão deve ser o último critério a ser considerado, aliás, nem deveria ser critério para a escolha. Quando falo paixão, sentimento que se baseia apenas na atração física, isso não deve ser confundido com o amor, sentimento que inclui e ultrapassa a atração física, abrangendo todo o ser. Este amor completo, sim, deve ser utilizado como critério na escolha. Segundo, o homem deve sempre demonstrar maturidade com Deus maior ou semelhante a da mulher, nunca aquém. E, terceiro, sempre deve haver o acompanhamento e aconselhamento feito por um pastor ou um casal experiente.

Acredito que se os jovens crentes seguirem estes princípios, certamente terão grandes chances de constituir um matrimônio maduro e abençoado pelo Senhor Deus.

Sola Scriptura.

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Vamos Evangelizar!

 Vamos Evangelizar!

                                                                                                                                                        Pr. Charles Melo de Oliveira

Geralmente, quando acontece alguma coisa boa conosco queremos logo contar para algum amigo: a aprovação no vestibular, o novo emprego, o bom negócio... Da mesma forma, quando vemos um amigo em situação de perigo, nos apressamos em alertá-lo. Diante disso, a pergunta é: por que temos dificuldade em fazer o mesmo em relação à obra salvadora de Cristo e em relação à ameaça da execução da justiça divina sobre os ímpios? Por que devemos evangelizar?

1. Porque é uma ordem do nosso Senhor Jesus Cristo (Mc 16.15) Jesus ressurreto apareceu aos discípulos e lhes ordenou que pregassem o evangelho a toda criatura. Nesse texto vemos uma ordem expressa do Senhor à sua igreja. Não se trata de uma mera opção como fruto de nossa volição apenas; é questão de obediência à Palavra de Cristo.

2. Porque a evangelização é necessária para a salvação do pecador (Rm 10.14-17) – É um privilégio poder contribuir para a salvação dos eleitos de Deus. Deus decretou a salvação de muitos e também o meio pelo qual seriam alcançados: pregação da Palavra. Embora a frase de São Francisco de Assis, a saber, “pregue; se necessário, use as palavras”, seja célebre, no entanto parece desmerecer a importância do discurso em si. A articulação de argumentos, a proclamação não são apenas importantes; são fundamentais: “e assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10.17).

3. Porque a pregação da Palavra nunca será em vão (Is 55.11) – Nem sempre a pregação será respondida satisfatoriamente. Mas e se isso acontecer? Terá sido em vão a pregação? Não, pois o texto de Isaías 55.11 mostra que a Palavra do Senhor não volta para ele vazia, mas sempre cumpre um propósito. Se ela for aceita, cumpriu a função de trazer salvação; se não for, cumprirá a função de trazer juízo. Quando o exército romano no tempo do Império chegava de uma campanha vitoriosa, trazia presos inimigos e os fazia desfilar com o exército vencedor. Adiante deles, iam os sacerdotes com seus perfumes. Ao final do desfile, os presos eram mortos, de forma que o mesmo perfume que aspiravam tinha cheiro de vitória para os vencedores e de morte para os derrotados. Foi pensando nisso que Paulo escreveu: “Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida. Quem, porém, é suficiente para estas coisas? Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus (1Co 2.14-17).

4. Porque devemos agir como atalaias (Ez 3.18,19) – Assim como o atalaia de Israel deveria anunciar o perigo iminente, deveria anunciar a verdade, mas não sabia se os ouvintes seriam salvos ou não da aflição, nós também devemos fazer o mesmo. Lembremo-nos de que, no caso de omissão de nossa parte, Deus pedirá contas. Caso cumpramos nossa missão, ainda que o ouvinte não creia, estaremos livres de qualquer reprovação por parte do justo Juiz.

5. Porque hoje é dia de boas-novas (2 Rs 24.6-7.20): Quando os sírios cercaram Samaria, nos dias do profeta Eliseu, a fome reinava na cidade. Quatro leprosos famintos entraram no acampamento dos inimigos (porque não tinham nada a perder e morreriam de qualquer forma mesmo) e se depararam com as tendas cheias de comida, mas sem ninguém por perto, porque Deus provocara um barulho ensurdecedor e eles pensaram que eram exércitos mais fortes que eles. Apavorados, fugiram e deixaram tudo para trás. Os leprosos comeram, mas, sabendo que a cidade de Samaria estava padecendo, disseram: “Não fazemos bem; este dia é dia de boas novas, e nós nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, seremos tidos por culpados...” (2Rs 7.9). Sei que o texto não fala sobre o tema “evangelização”, mas ele ilustra perfeitamente o espírito da evangelização. Devemos compartilhar os banquetes espirituais dos quais desfrutamos domingo após domingo com os “famintos” de justiça que nos cercam. Enquanto muitas pessoas tentam se fartar com paixões mundanas, idolatrias, mentiras, sentimentos e afetos vazios, porém morrem de fome espiritual, nós nos calamos enquanto saciamos nossa fome através das Escrituras, sem dividir com ninguém mais. Isto não é certo!

É hora de encarar o evangelho de Cristo como a melhor coisa que nos aconteceu, pois desta forma começaremos a divulgá-lo com coragem. Eu não posso deixar de imaginar o semblante de decepção de muitas pessoas quando estiverem diante do justo Juiz apresentando-se de mãos vazias porque simplesmente não compartilharam o evangelho com as pessoas que as cercavam. Por vergonha? Talvez, mas é inaceitável. Devemos dizer como Paulo: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê...” O poder de Deus jamais poderá ser motivo de vergonha.


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quarta-feira, 2 de março de 2022

Amar a quem?

 Amar a quem?

eu                                                                                            Milton Jr.

Em nossos dias a palavra “amor” tem perdido o seu sentido e isso ocorre porque a compreensão sobre ela é equivocada. Um poeta secular, ao falar sobre esse assunto, expressa sua compreensão dizendo que o amor não é imortal, posto que é chama, mas deve ser infinito enquanto durar. Juntemos a isso um agravante que é a compreensão também errônea sobre o alvo do amor. Muito temos ouvido falar sobre a necessidade do amor próprio e de como o homem deve cultivá-lo. Há inclusive uma música da década de 80 celebrando o amor-próprio. Na última estrofe e no refrão temos:

“Foi tão difícil pra eu me encontrar

É muito fácil um grande amor acabar, mas

Eu vou lutar por esse amor até o fim

Não vou mais deixar eu fugir de mim

Agora eu tenho uma razão pra viver

Agora eu posso até gostar de você

Completamente eu vou poder me entregar

É bem melhor você sabendo se amar

Eu me amo, eu me amo

Não posso mais viver sem mim”[1] (grifos meus)

A Escritura, porém, caminha na contramão de tudo isso. Vemos no Evangelho que, ao ser questionado por um intérprete da Lei sobre qual seria o grande mandamento, Jesus respondeu que o principal era amar a Deus de todo o coração, alma e entendimento e que o segundo era amar ao próximo como a si mesmo. Disse mais ainda: “Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mt 22.40). Devemos notar que Jesus não fala em momento algum de amor próprio, ainda que muitos tentem enxergar no texto este “terceiro mandamento”.

O mais triste é que raciocínio dos cristãos que pensam assim é semelhante ao do autor da música citada acima: se alguém não se ama não conseguirá amar o próximo.

Esse “terceiro mandamento” não está no texto por uma simples razão: o homem, por natureza, já se ama demais e não precisa ser estimulado a se amar mais ainda. Jesus parte do princípio de que esse amor por si mesmo já existe. As palavras de Paulo corroboram esse pensamento. O apóstolo afirma: “Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida” (Ef 5.29).

Quando a Escritura menciona o amor próprio, trata-o como um problema: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas (amantes de si mesmos na versão Revista e Corrigida de Almeida)” (1Tm 3.1,2), afirma Paulo a Timóteo.

Devemos sempre agir de forma bíblica, e, para isso, precisamos entender o que a Palavra de Deus ensina sobre o amor e o que ela requer que façamos. Somos alvo do amor maior, o amor do Senhor demonstrado na cruz do Calvário, e, por isso, podemos e devemos amá-lo da forma correta, colocando-o em primeiro lugar em nossas vidas e também dispensando esse amor ao próximo.

Segundo Paulo, “o amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba” (1Co 13.4-8). Esse amor deve ser sem hipocrisia (Rm 12.9), cordial, fraternal, preferindo o próximo em honra (Rm 12.10), edificante (1Co 8.1), demonstrado de fato e de verdade (1Jo 3.18).

Diante de tudo isso, devemos deixar de lado o que o mundo nos ensina sobre o amor egoísta (amor próprio) e viver o amor bíblico, por Deus e pelo próximo, para a glória daquele que nos amou primeiro.



[1] Música: Eu me amo; Banda: Ultraje a rigor.


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Casamento: Bênção ou Pressão?

 Casamento: Bênção ou Pressão?

                                                                                                                                  Pr. Samuel Vitalino
A vida é um drama. Se por um lado existe a pressão da sociedade (família, amigos, você mesmo) para que sempre tenha um relacionamento, por outro existe a idéia que não há pessoas compatíveis com as exigências de Deus para tal relacionamento (isso eu digo presumindo que você se importe com a vontade de Deus).

Gostaria de opinar nos dois lados desse drama: primeiro, eu quero continuar minha luta em lhe livrar da pressão por estar se relacionando, pois, ser solteiro (temporariamente) é uma bênção de Deus; mas também quero lhe ajudar a abrir os olhos da fé, pois Aquele que determinou o que quer em termos de relacionamentos também governa os meios que nos levam à obediência.

I – Livre-se das Amarras

Não, amigos! Isso não é coisa de pentecostal! Creio que a maior parte dos erros nos relacionamentos de jovens crentes se dá porque eles são arraigados aos rudimentos do mundo da mesma forma que os incrédulos; mas Cristo se entregou para nos desarraigar desse mundo perverso (Gálatas 1:4).

Não tenho dúvidas que muitos jovens crentes mantêm relacionamentos errados porque ainda estão amarrados ao pecado e não conseguem se livrar dele; mas o grande problema disso é que Cristo, segundo o texto de Gálatas não morreu apenas para PERDOAR os nossos pecados, mas para nos LIVRAR deles. (Como viveremos ainda no pecado, nós que para ele morremos? Romanos 6:2).

Deixem-me dar alguns exemplos para ser mais prático. Note que eu não falarei de coisas distantes da realidade de muitos jovens que se dizem cristãos; mas se você for realmente crente e quer viver em obediência a Ele, buscará saber se essas expressões que estou usando são realmente Bíblicas. Então vou embasá-las agora:

  1. Se você ainda não tem condições de casar porque ainda não reúne as condições financeiras para isso, mas insiste em se relacionar com alguém você está em pecado diante de Deus.

Levante a bandeira vermelha! Diga não a toda e qualquer tentação que venha a interferir no seu crescimento profissional, intelectual e financeiro. Essa é a melhor preparação possível para seu futuro casamento (falo nesse ponto principalmente aos homens que devem assumir o papel de provedores de suas futuras famílias).

Se textos como (I Tess. 4:10-12; Pv. 13:11; II Tess. 3:6-13) não fossem suficientes, veja a especificidade de Paulo em I Tim. 5:8 quando instrui sobre o cuidado financeiro que se deveria ter com as viúvas. Nesse caso, ele parte do geral para o específico dizendo: se alguém não tem cuidado dos seus, especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé e é pior que o descrente. Não queira depender de ninguém, senão unicamente do Senhor!

  1. Se você ainda não casou, mas seu relacionamento (namoro) permite carícias íntimas que incitam a libido você está em pecado grave diante de Deus.

Não apenas levante a bandeira vermelha, mas corra como José da mulher de Potifar. Não imagine que você terá forças para não cair nos laços do Diabo caso mantenha carícias no seu namoro.

O escritor aos Hebreus diz que é bendito entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula. Chegar ao casamento ileso (no sentido de se guardar totalmente para o seu cônjuge) pode parecer utopia para a época presente, mas é um sonho que tenho como Pastor e pai para essa geração.

Que cada jovem entenda que dizer não àquilo que queremos é mais extraordinário que seguir o curso da massa que não consegue entender o que é a verdadeira liberdade cristã. Se Hebreus diz que sem a santificação ninguém verá o Senhor, Paulo se torna claro no que significa santificação em I Tessalonicenses 4:3-8: Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição (porneia – toda defraudação do corpo, sexual), que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo, em santificação e honra, não com deseja de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus, e que, nessa matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão, porque o Senhor, contra todas essas coisas... é o vingador, porquanto Deus não vos chamou para a impureza, e, sim, em santificação, destarte, quem rejeita essas coisas, não rejeita ao homem, e sim, a Deus.

  1. Se você está se relacionando com alguém que professa outra fé que não a exclusiva fé em Cristo segundo a Bíblia, você está cometendo um verdadeiro suicídio espiritual.

Levantar a bandeira e correr ainda é pouco. Nesse ponto você precisa compreender a loucura absoluta de entrar num relacionamento misto. Não é apenas ilícito nas Escrituras, mas se constitui uma agressão à razoabilidade e à inteligência (Pv 1.7).

Não fossem as perguntas nada retóricas de Paulo: que união pode haver entre o crente e o descrente? Que vínculo entre a luz e as trevas?, por isso ele diz no mesmo contexto: não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos (II Coríntios 6:14-18); não fosse ainda o grito de Neemias 13:23-29 ao declarar que por causa do jugo desigual: contendi com eles e os amaldiçoei e espanquei alguns deles, lhes arranquei os cabelos e os conjurei por Deus, dizendo: não dareis mais vossas filhas a seus filhos, e não tomareis mais suas filhas nem para vossos filhos e nem para vós mesmos (citando Êxodo 34:12-17); teríamos a expressão direta da Palavra de Deus para o crente: case somente no Senhor! (I Coríntios 7:39) .

O espaço não deu para o segundo ponto, que será: Confie no Senhor! Quando falarei sobre o aspecto positivo dessas três teses defendidas aqui. Mas creio que já há razões suficientes para que você reveja seus conceitos por não querer ser pior que o descrente (1), como os gentios que não conhecem a Deus (2), nem se por em jugo desigual com eles (3).

No Temor do Senhor.

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