sábado, 5 de março de 2022

Vamos Evangelizar!

 Vamos Evangelizar!

                                                                                                                                                        Pr. Charles Melo de Oliveira

Geralmente, quando acontece alguma coisa boa conosco queremos logo contar para algum amigo: a aprovação no vestibular, o novo emprego, o bom negócio... Da mesma forma, quando vemos um amigo em situação de perigo, nos apressamos em alertá-lo. Diante disso, a pergunta é: por que temos dificuldade em fazer o mesmo em relação à obra salvadora de Cristo e em relação à ameaça da execução da justiça divina sobre os ímpios? Por que devemos evangelizar?

1. Porque é uma ordem do nosso Senhor Jesus Cristo (Mc 16.15) Jesus ressurreto apareceu aos discípulos e lhes ordenou que pregassem o evangelho a toda criatura. Nesse texto vemos uma ordem expressa do Senhor à sua igreja. Não se trata de uma mera opção como fruto de nossa volição apenas; é questão de obediência à Palavra de Cristo.

2. Porque a evangelização é necessária para a salvação do pecador (Rm 10.14-17) – É um privilégio poder contribuir para a salvação dos eleitos de Deus. Deus decretou a salvação de muitos e também o meio pelo qual seriam alcançados: pregação da Palavra. Embora a frase de São Francisco de Assis, a saber, “pregue; se necessário, use as palavras”, seja célebre, no entanto parece desmerecer a importância do discurso em si. A articulação de argumentos, a proclamação não são apenas importantes; são fundamentais: “e assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10.17).

3. Porque a pregação da Palavra nunca será em vão (Is 55.11) – Nem sempre a pregação será respondida satisfatoriamente. Mas e se isso acontecer? Terá sido em vão a pregação? Não, pois o texto de Isaías 55.11 mostra que a Palavra do Senhor não volta para ele vazia, mas sempre cumpre um propósito. Se ela for aceita, cumpriu a função de trazer salvação; se não for, cumprirá a função de trazer juízo. Quando o exército romano no tempo do Império chegava de uma campanha vitoriosa, trazia presos inimigos e os fazia desfilar com o exército vencedor. Adiante deles, iam os sacerdotes com seus perfumes. Ao final do desfile, os presos eram mortos, de forma que o mesmo perfume que aspiravam tinha cheiro de vitória para os vencedores e de morte para os derrotados. Foi pensando nisso que Paulo escreveu: “Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida. Quem, porém, é suficiente para estas coisas? Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus (1Co 2.14-17).

4. Porque devemos agir como atalaias (Ez 3.18,19) – Assim como o atalaia de Israel deveria anunciar o perigo iminente, deveria anunciar a verdade, mas não sabia se os ouvintes seriam salvos ou não da aflição, nós também devemos fazer o mesmo. Lembremo-nos de que, no caso de omissão de nossa parte, Deus pedirá contas. Caso cumpramos nossa missão, ainda que o ouvinte não creia, estaremos livres de qualquer reprovação por parte do justo Juiz.

5. Porque hoje é dia de boas-novas (2 Rs 24.6-7.20): Quando os sírios cercaram Samaria, nos dias do profeta Eliseu, a fome reinava na cidade. Quatro leprosos famintos entraram no acampamento dos inimigos (porque não tinham nada a perder e morreriam de qualquer forma mesmo) e se depararam com as tendas cheias de comida, mas sem ninguém por perto, porque Deus provocara um barulho ensurdecedor e eles pensaram que eram exércitos mais fortes que eles. Apavorados, fugiram e deixaram tudo para trás. Os leprosos comeram, mas, sabendo que a cidade de Samaria estava padecendo, disseram: “Não fazemos bem; este dia é dia de boas novas, e nós nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, seremos tidos por culpados...” (2Rs 7.9). Sei que o texto não fala sobre o tema “evangelização”, mas ele ilustra perfeitamente o espírito da evangelização. Devemos compartilhar os banquetes espirituais dos quais desfrutamos domingo após domingo com os “famintos” de justiça que nos cercam. Enquanto muitas pessoas tentam se fartar com paixões mundanas, idolatrias, mentiras, sentimentos e afetos vazios, porém morrem de fome espiritual, nós nos calamos enquanto saciamos nossa fome através das Escrituras, sem dividir com ninguém mais. Isto não é certo!

É hora de encarar o evangelho de Cristo como a melhor coisa que nos aconteceu, pois desta forma começaremos a divulgá-lo com coragem. Eu não posso deixar de imaginar o semblante de decepção de muitas pessoas quando estiverem diante do justo Juiz apresentando-se de mãos vazias porque simplesmente não compartilharam o evangelho com as pessoas que as cercavam. Por vergonha? Talvez, mas é inaceitável. Devemos dizer como Paulo: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê...” O poder de Deus jamais poderá ser motivo de vergonha.


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