sexta-feira, 26 de junho de 2009



Rev. José Kleber


Eu sou o Deus de Teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque, e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto,
Porque temeu olhar para Deus.”

(Êxodo, 3.6)

Há um velho provérbio anglo-saxônico que diz: “um pássaro com asa quebrada nunca mais voará tão alto”. Em outras palavras, uma vez que nós tenhamos caído, jamais conseguiremos nos levantar totalmente como dantes. Uma vez caído, sempre caído. “Afinal, não se pode esperar muito de um pássaro com a asa quebrada”.

Como parecem soar sábias as palavras deste trecho agridoce da poesia de Hezekiah Butterworth; pelo menos, até o ponto em que iluminamos com a lanterna poderosa das Escrituras, quando tal sabedoria revela-se inconsistente, espúria e sem lastro bíblico.

Na verdade, se fôssemos dar outro nome adequado à Palavra de Deus, deveríamos chamá-la de “A Galeria das Asas Quebradas” – homens que falharam, caíram - muitos deles fragorosamente -, mas que pelas cordas da misericórdia de Deus e de Sua graça incompreensível, foram guindados de seus fracassos às alturas dos grandes heróis da fé.

Como é bom pensarmos que o nosso Deus é o Deus de Abraão – que mentiu gritantemente, falseando a verdade, e mesmo depois de ter mentido por duas vezes foi reconhecido como “o amigo de Deus”. Com sua “asa quebrada”, Abraão voou mais alto do que ele ou qualquer outro havia voado.

Como é bom pensarmos que o nosso Deus é o Deus de Jacó – trapaceiro e enganador – na maioria das vezes sem quaisquer escrúpulos – candidato in extremis a caso perdido. Contudo, não obstante a esse “currículo invejável” Deus o elevou de tal modo que o seu velho nome não pôde conter tanta glória, e de Jacó, passou a chamar-se Israel.

Como é bom pensarmos que o nosso Deus é o Deus de Raabe, a prostituta, mulher da zona de meretrício. Como Deus a usou não obstante a sua baixa reputação! A despeito de suas asas quebradas, Deus a escolheu como um instrumento, não só para salvar a vida de dois de seus corajosos servos, como para trazer o Seu Filho ao mundo. Nunca “asas quebradas” voaram tão alto na graça de Deus.

Como é bom saber que o nosso Deus é o Deus de Davi, que embora Seu servo, aquinhoado com toda sorte de bênçãos, inebriado pelas tépidas ilusões do pecado, entregou-se a flagelante malignidade do adultério e do assassínio. Contudo, suas “asas quebradas” não lhe impediram de ser chamado o homem segundo o coração de Deus.

Sim! A Bíblia é a galeria das “Asas Quebradas”. Porque o nosso Deus é o Deus que prefere usar pessoas de asas quebradas. Aliás, se Deus não fosse o Deus que usa “os de asas quebradas”, nós não estaríamos lendo esse Pão Quente agora.

Todos esses grandes homens e mulheres que se tornaram os grandes heróis da fé, os gigantes dentre o povo de Deus, um dia tiveram as suas asas quebradas pelo deslize, pelo tombo do fracasso e do pecado. Deus os encontrou assim. E os fez voar como nunca antes feito e imaginado.

Quem sabe, no meio dessa conjuntura evangélica em que nós vivemos, onde somos levados por um legalismo exacerbado e farisaico a pensar que não há mais espaço nos planos de Deus para os que caem e deslizam, não estejamos nos sentindo descartados, riscados da agenda divina, deletados de Sua memória, jogados em Sua lixeira cósmica.

Moisés, que um dia esteve assim depois de seus fracassos como libertador, ouviu do Senhor uma palavra maravilhosa que lhe trouxe duas verdades acerca do Deus que ele mesmo desconhecia.

1. Deus é o Deus dos Homens que Fracassam.

Quando Deus disse a Moisés que Ele era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, aparentemente parecia estar listando os nomes dos primeiros superstars da Bíblia – superficial interpretação. Na verdade, o que Deus estava dizendo para Moisés quando cita os patriarcas é que Ele é Deus de Homens que fracassam. Todos eles tiveram as asas quebradas, fracassaram em algum ponto de suas vidas. Deram com a cara no lodo da vida. Foram imperfeitos. Mas subiram às alturas porque souberam confiar no Deus que usa os homens, mesmo quando estes fracassam.

2. Deus é o Deus da Segunda Chance. A rigor, todo homem fracassa, mais cedo ou mais tarde. Uns percebem isso mais cedo, outros mais tarde. Mas quando homens de Deus que um fracassaram conseguem galgar a galeria dos grandes heróis da fé é por que o nosso Deus é o Deus da segunda chance, da segunda oportunidade. É o Deus disposto a reescrever a nossa história. Aquele era a chance de Moisés descobrir isso de modo maravilhoso. Eu já tive o meu dia. Talvez hoje seja o seu.

Antes de pensar em desistir por causa de asas quebradas, gostaríamos que meditasse nisso. A Bíblia NÃO É UM LIVRO DE HOMENS PERFEITOS – É O LIVRO DE HOMENS RESTAURADOS PELA GRAÇA E O SANGUE DE Jesus.

Pensemos nisso. Que Deus nos abençoe.


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quinta-feira, 25 de junho de 2009





Rev. José Kleber Fernandes Calixto


As nossas vidas são por vezes alteradas por poderosas vertentes. Mas o que são vertentes? Vertente é uma palavra de origem latina que significa, literalmente, “que vira”, “que muda de direção” (a direção da água). No sentido existencial, vertentes são acontecimentos imprevistos que alteram significantemente o curso de nossas vidas – para melhor ou para pior – ou a combinação das duas coisas. A vertente pode ser um acidente, uma doença, um casamento ou um divorcio, uma humilhação ou uma recompensa, a morte de alguém querido ou o nascimento de um filho, a mudança de uma cidade para outra ou uma decisão importante; umas impostas, mas outras deliberadamente escolhidas por nós mesmos. Seja qual for o caso, as vertentes sempre dão um novo rumo a nossa vida.


A palavra de Deus nos fala de um homem cuja vida um dia foi cenário de varias dessas vertentes que de modo abrupto alteraram o curso de sua vida. Seu nome era José.


José conhecera a terrível vertente da violência, do ódio, e da ação humana beligerante. Fora tirado violentamente do seio de sua família e vendido por seus irmãos como escravo para uma caravana que se dirigia para o Egito. José viu todos os seus sonhos transformarem-se em poeira de um dia para o outro. De herdeiro a escravo; da túnica talar de mangas compridas, aos trapos ultrajantes da escravidão. José também conhecera a vertente da injustiça. Envolvido pelos tentáculos da tentação soube responder com nobreza, com grandeza de caráter. Foi galhardo na afirmação do seu compromisso irredutível com o seu Deus e o próximo. Não obstante a isso, José foi vitima da injustiça humana. Foi lançado na masmorra por longos anos mesmo em face de sua integridade. Ali sua alma se fartou de desprezo, abandono, indiferença, e o que é pior de esquecimento. Parecia que a vida de José se transformara numa espiral de vertentes que dava sempre para baixo. Mas o que fazer quando as nossas vidas são palco dessas vertentes que alteram tão bruscamente o curso de nossas vidas fazendo-as convergirem para o plano da dor, do desprezo, da solidão, do abandono?


A vida de José nos apresenta algumas verdades da Palavra de Deus com as quais nós podemos sempre ser triunfantes sejam quais forem as vertentes que a vida nos apresente.


1. Nunca deixar que as circunstancias alterem os conteúdos do nosso coração. Como é que José foi triunfante diante de todas essas vertentes que mudavam sucessivamente a sua vida? Ele jamais permitia que as circunstâncias (favoráveis ou desfavoráveis) alterassem os conteúdos do seu coração. As circunstâncias jamais mudaram os rumos do seu coração. Seu coração sempre era o mesmo. Quer nos momentos de alegria, quer nos momentos de tristeza. José jamais deixou que as circunstâncias determinassem os conteúdos e o rumo do seu coração. Nas funestas circunstâncias da derrota ou na tempestiva alegria da vitória o seu coração era o mesmo – sempre leal ao seu Deus, sempre integro em suas motivações, sempre indulgente para com o próximo. Quer na obscuridade da enxovia, quer nas rodas da badalação da corte. O seu coração era o mesmo sempre. Quer diante dos olhares atentos dos outros servos, quer na solicitude tentadora e convidativa da casa vazia de Potifar. O seu coração permanecia inalterado. As vertentes circunstanciais podiam alterar o curso histórico da sua vida (para cima ou para baixo) mas jamais o seu coração.


2. É preciso atentar para a mão firme de Deus em nossas transições. Quando nós lemos a história de José a primeira coisa que nos vem à mente é: onde estava Deus diante de todas aquelas injustiças? Como é fácil ver Deus nas coisas boas (e às vezes não está). Difícil é ver Deus na experiência da masmorra de José. Geralmente nos perguntamos: “onde está Deus quando damos em uma masmorra? Onde está Deus quando somos transportados do conforto do palácio para a desconfortável masmorra da injustiça? Cadê Deus quando essas vertentes acontecem? Ele está onde sempre esteve – ao nosso lado com a sua mão firme em toda as nossas transições. Gênesis 39:21-23 diz: ”O Senhor era com José”. Deus sempre esteve ali. Ele jamais se ausentou de sua vida. Ele jamais foi embora. Em todos os momentos de sua vida Ele sempre esteve presente. Jamais partiu. Aonde quer que José estivesse a mão do Senhor era com Ele. Não importava aonde a vertente o levasse: “A mão do Senhor era com José”. Levando-o cada vez mais próximo do triunfo – mesmo que para isso fosse necessário descê-lo à masmorra.


3. Não importa o que os outros façam conosco, o que importa é o que faremos com aquilo que os outros fizeram conosco. José sempre foi um homem triunfante diante das vertentes porque ele sempre foi capaz transformar todas as ações humanas (ou desumanas) contra sua pessoa numa oportunidade de crescimento. É interessante que a cada golpe que a vida lhe dava a Palavra de Deus diz que “José prosperava”. Quanto mais as pessoas o empurravam para baixo, mais ele subia. Quanto mais ele descia por causa das traições humanas, mais ele se aproximava do trono – ele fez da masmorra foi a sua ante-sala do trono. Para ele não era importante o que os outros faziam com ele, mas transformar cada atitude num degrau a mais rumo ao propósito de Deus para sua vida.


É impossível determinar quando, aonde ou quais vertentes irão nos atingir. Mas é possível sobreviver a elas, e o que é melhor, faze-las convergir para a nossa felicidade e para a glória de nosso Deus. Mas para isso é necessário abandonar a nossa costumeira posição passiva de vitimas para uma atitude positiva como a de José do Egito que foi capaz de confiar em Deus, cuja mão é firme e presente em toda as nossas transições.


Pensemos nisto, e que Deus nos abençoe!

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Lições de José na Casa de Potifar

Larry Houchen


Prover-nos de bons exemplos é uma abordagem pela qual o Senhor decidiu instilar em nós um sentido de sermos bons modelos. Exemplos são efetivos para inspirar-nos a fazer uma mudança. Por exemplo, se um amigo acabou de perder cem reais, pode-se raciocinar: "Se ele pôde perder cem reais, certamente poderei perder meus cinqüenta." Exemplos bíblicos não estão registrados meramente para serem leitura interessante; eles foram escritos para nosso aprendizado (1 Coríntios 10:11). A história de José na Casa de Potifar registrada em Gênesis 39:1-12 provê algumas lições interessantes.


No versículo 2, o texto afirma: "O Senhor era com José que veio a ser homem próspero..." Ainda que isto se refira a tornar-se materialmente próspero, José era também, certamente, bem sucedido espiritualmente. Uma das lições que pode ser aprendida conforme a história se desenvolve é que até mesmo uma pessoa espiritualmente bem sucedida não está isenta da tentação. Paulo adverte: "Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia" (1 Coríntios 10:12). Precisamos estar sempre em guarda contra as manobras de Satanás.


"O Senhor abençoou a Casa do egípcio por amor de José"


(versículo 5). Uma segunda lição a ser aprendida é que até mesmo aqueles que estão for a do Senhor podem ser abençoados simplesmente por terem algum contato com aquele que está no Senhor. O trabalhador eficiente e bem apessoado pode ser instrumento útil para levar muitos a Cristo. A esposa crente que é casada com um descrente pode ter uma profunda influência para sempre sobre seu esposo (1 Pedro 3:1-2). Os cristãos orarão freqüentemente por não cristãos, até mesmo por inimigos. A influência de quem está no Senhor transcende o círculo somente de cristãos.

José era "formoso de porte e de aparência" (versículo 6). Uma terceira lição é que traços que o mundo estima podem tornar-se pedras de tropeço para aqueles que os possuem. Por exemplo, um jovem e bem apessoado zagueiro que está convencido de que é uma dádiva de Deus à humanidade, ou a moça bonita que se considera superior a outros tem uma visão confusa de prioridades. É óbvio, pelo texto, que José não permitiu que sua boa aparência fizesse-o tropeçar. Se você é uma pessoa que foi abençoada com uma aparência atraente, dê graças a Deus por ela mas não tropece por causa dela. Permaneça sempre humilde como nosso Senhor foi humilde.

José perguntou, piedosamente, "...como, pois, cometeria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?"(versículo 9). Um desserviço a um companheiro é, antes de tudo, um desserviço a Deus. Quando Natã expôs o pecado de Davi com Bate-Seba, a resposta do rei foi: "Pequei contra o Senhor" (2 Samuel 12:13). Mais tarde, quando Davi estava recordando seu terrível feito, ele falou para Deus: "Pequei contra it, contra it somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos" (Salmo 51:4). O pecado de Davi não afetou outros? Certamente que sim, de vários modos, mas ele afirmou que, com maior importância, ele tinha pecado contra seu Deus. Quando o filho pródigo recobrou finalmente seus sentidos, ele fez um voto "Levantar-me-ei e irei ter com meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de it" (Lucas 15:18). Observe a ordem na qual "céu" e "diante de it" aparecem. Que importante lição a ser recordada! Quando pecamos contra nosso companheiro, primeiro fazemos um desserviço a Deus.


Há, ainda, outra lição a ser colhida. O registro inspirado informa ao leitor que a esposa de Potifar instigou José não uma só vez, mas antes "todos os dias" (versículo 10). Isto significa que ela tentou seduzi-lo tanto quando ele estava fraco como quando ele estava forte. Algumas das mais fortes tentações da vida são aquelas que ocorrem "todos os dias". Para quem está fazendo dieta, não é tanto uma única refeição farta que o "arruína," como são as tentações de todos os dias para apenas mais um bocado. Não admira que a organização dos Alcoólicos Anônimos lute para convencer os alcoólatras em recuperação a que vivam um dia de cada vez; se eles podem passar um dia sem uma bebida, isso é um Grande sucesso!


Finalmente, a resposta de José à tentação de sua tentadora de impor-se a ele é impressionante. Uma palavra descreve a resposta: "fugiu" (versículo 12). José tinha uma escolha: ele poderia ficar e tentar justificar-se (pois afinal eram os atos dela e ele não tinha escolha) ou poderia fugir. Tem-se que desejar aceitar as conseqüências de seus próprios atos. Nunca se pode dizer "Ele (ou ela) me obrigou a fazer isto". Ele pode ter contribuído com a tentação mas ele não o forçou a fazer nada. Alguns anos atrás, um homem, na Praia de Newport, na Califórnia, ignorou os sinais que diziam "Perigo! Não mergulhe, água rasa". Quando ele sofreu sérios danos na coluna vertebral, depois de mergulhar na água, ele tentou processar a prefeitura por danos! Precisamos estar dispostos a aceitar as conseqüências de nossos próprios atos.


Estas são algumas lições que podem ser aprendidas da história de José na casa de Potifar. Parece, contudo, que a lição mais importante a ser aprendida é a pureza moral. Honre, glorie e louve a Deus por nos dar este exemplo de pureza moral para homens de todas as gerações.


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terça-feira, 16 de junho de 2009


A Importância da Sexualidade no Casamento


Pr. Elinaldo Renovato de Lima


Quando Deus fez o primeiro casal, incluiu em sua estrutura emocional e física, os órgãos e o instinto sexual. E o fez com propósitos muito elevados, como tudo que o Criador realizou. Dessa forma, a sexualidade faz parte da vida de qualquer ser humano. Dela, ninguém pode se afastar. Quando alguém diz que é homem ou mulher, está implícita a idéia de sexo, de modo natural. No casamento, a sexualidade exerce papel fundamental, indispensável para o bom relacionamento entre os cônjuges, dentro do plano de Deus para o matrimônio. Vamos refletir um pouco sobre esse importante assunto.


1. VISÃO BÍBLICA DO SEXO


1.1. O SEXO FOI FEITO POR DEUS

- Deus fez o homem, incluindo o sexo, e “viu que tudo era bom” (Gn 1.31). As mãos que fizeram os olhos, o cérebro, também fizeram os órgãos sexuais. Aquele que criou a mente, também criou o instinto sexual.

- Jesus, mesmo em sua missão divina, era homem normal, incluindo a sexualidade, santificando-a na pureza e santidade de seu corpo. Ele foi circuncidado ao oitavo dia. Lc 2.21-23. “E o Verbo se fez carne...” (homem) Jo l.l.1

1.2. O PLANO DE DEUS EM RELAÇÃO AO SEXO

- Deus quis, na sua soberania, que o homem participasse DIRETAMENTE da obra da Criação, através da procriação, dando-lhe instrumentos maravilhosos que são os órgãos e o instinto sexual. Nesse plano, observamos os seguintes aspectos, dentro da vontade de Deus:

- O USO DOS ÓRGÃOS SEXUAIS É PRIVATIVO DOS CASADOS.

- A ordem de crescer e multiplicar não foi dada a solteiros, mas a casados. Gn 1.27,28. - Deus não quis que o homem vivesse só. Gn 2.18,24; Sl 68.6;113.9.

- Deus exorta o homem a desfrutar o sexo com a esposa e não com a namorada ou a noiva. Em Cantares de Salomão, tem-se a exaltação do amor conjugal e não entre solteiros. Ct 4.1-12; Ef 5.22-25.


2) A RELAÇÃO SEXUAL DO CRISTÃO

1) SUA NATUREZA

* Prevista por Deus (Gn 1.27-28; 2.24)

* Não era, nem é e nem será pecado (dentro dos princípios de Deus): Hb 13.4;

2) SUA FINALIDADE

o Procriação (Gn 1.27, 28). “De um modo maravilhoso...” (Sl 139.13-16);

o Ajustamento mútuo entre marido e mulher (1 Co 7.1-7);

o O princípio da prevenção (v. 2);

o O princípio do direito mútuo (ou do dever) (v.3);

o O princípio da autoridade mútua (v. 4);

o O princípio do hábito (v. 5).

o Satisfação (bem-estar, prazer): Pv 5.18-23; Ec 9.9; Ver Livro de Cantares de Salomão (4. 1-12;7.1-9);

o Deus valoriza a união sexual entre marido e mulher (Dt 24.5).

3) COMO DEVE SER, NO PLANO DE DEUS

o Exclusiva (Gn 2.24; Pv 5.17);

o Alegre (Pv 5.18);

o Santa (1 Pe 1.15; 1 Ts 4.4-8);

o Natural (Ct 2.6; 8.3);

o Observar o significado do Corpo para Deus como TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO PROPRIEDADE DE DEUS (1 Co 6.19-20).


3. O SEXO FORA DO CASAMENTO É PECADO

a) FORNICAÇÃO: prática do sexo entre solteiros ou entre casado e solteiro (Enc. Bíblica Boyer). O fornicário não entra nos céus. Ef 5.5a; 1 Tm 1.10a; Ap 21.8a.

b) ADULTÉRIO: Relação sexual entre pessoas casadas com pessoas que não são seus cônjuges. Mt. 5.27; Mc 10.9; Rm 13.09. É perigoso. Pv. 5.1-5. Grave pecado.

c) PROSTITUIÇÃO: Num sentido geral, envolve todo o pecado do sexo; num sentido estrito, é a relação com prostitutas. Deus proíbe. Dt. 23. l7. Grave pecado: 1 Co 6.l6. É falta de juízo. Pv 7. 4-10;21, 22,23-27; 1 Co 6.15-18.

d) HOMOSSEXUALISMO: - Relação entre pessoas do mesmo sexo. É abominação ao Senhor. Lv 20.13; 18.22; Dt 23.17,18. Vício de Sodoma (Sodomia) Gn 19.5. Deus destruiu cidades por causa disso. Dt 23.17. - Não entram no Reino de Deus os que praticam tais atos abomináveis. l Co 6.9,10. É considerado no NT como “paixão infame”. Rm 1.24-27. O Homossexualismo feminino chama-se LESBIANISMO. Ver Rm 1.26 comparado com 1 Co 1.27: “Semelhantemente...” Desonra a Deus; - Usa o corpo de modo animalesco; desvia a finalidade do corpo; não permite a reprodução do ser humano. Só busca o prazer pelo prazer. É egoísta. A AIDS é uma conseqüência dessa perversão. Infelizmente, o homossexualismo tem chegado até ao meio de diversas igrejas.


4. A SEXUALIDADE NA MEIA-IDADE

- A partir da meia-idade (40-55 anos), começam a surgir dificuldades área sexual. Há uma série de crises: mudanças físicas, emocionais, nervosas, etc.

- A maneira de enfrentar os problemas dessa fase da vida depende da atitude mental de cada um: se confiar em Deus, encara com naturalidade, e vence; se não confia, encara como uma tragédia, e é derrotado;

- O que para uns é o fim, para outros é o começo de uma nova fase da vida, cheia de experiências, realizações e expectativas positivas.

4.1. MUDANÇAS PRÓPRIAS DA MEIA-IDADE

- O aspecto físico muda bastante; o espelho parece CRUEL: gorduras onde não gostaríamos que houvesse; barba ficando cinzenta; pele flácida; rugas; calvície, etc.; isso afeta a sexualidade;

- As energias físicas diminuem, mas a resistência pode permanecer e até aumentar, com o uso proveitoso das energias mentais, levando ao equilíbrio emocional;

- Se ficar preso à juventude, querendo parar o tempo, o homem fica frustrado;

- Se tiver visão espiritual, vai ser grato a Deus por estar na meia-idade, encarando as mudanças como algo normal em sua vida;

- O homem passa a ver a mulher mais velha, menos atraente a seus olhos; há homens que se desesperam, se deprimem, e outros dão lugar à tentação, caindo em pecado de adultério, prostituição, etc. há quem busque refúgio na pornografia, filmes e revistas eróticos, mas isso só aumenta o problema. Grandes homens de Deus caíram na armadilha do sexo.

4.2. OS CUIDADOS NECESSÁRIOS A UMA VIDA SAUDÁVEL

Na meia-idade, mais do que em outro período da vida, é importante que se utilize um plano adequado de desenvolvimento emocional e físico. Não se deve querer competir com os jovens, mas importante uma alimentação apropriada, o exame médico regular, de acordo com a idade; controle emocional, descanso sistemático, bom senso, disciplina, além da saudável prática de exercício físico adequado (caminhadas são as mais recomendáveis).

A Bíblia não condena o exercício físico. Apenas mostra que, em relação à piedade, para pouco aproveita (1 Tm 4.8).


CONCLUSÃO

O homem cristão precisa compreender o valor da sexualidade, e ser grato a Deus por isso. Faz-se necessária uma visão abrangente do tema, de modo a não se deixar levar por conceitos e preconceitos que só fazem prejudicar o bom relacionamento entre as pessoas, principalmente entre marido e mulher, a quem Deus concedeu a bênção da união conjugal, como algo belo, santo e agradável, não só com finalidade procriativa, mas como meio de obter um relacionamento estável, rico em alegria e prazer.


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O Jovem Cristão e Autodisciplina


Pr. Elinaldo Renovato de Lima


INTRODUÇÃO

O verdadeiro cristão deve ser uma pessoa disciplinada, no genuíno sentido do termo. No meio eclesiástico a visão do que é disciplina tem sido distorcida, a ponto de se entender que uma pessoa disciplinada é alguém que cometeu algum pecado ou erro, e que necessita de punição. Na verdade, porém, uma pessoa disciplinada é uma pessoa correta, que obedece a princípios e normas, de modo consciente. O universitário cristão precisa ser, antes de tudo, autodisciplinado, para que dê bom testemunho em qualquer lugar, ocasião ou situação, visto que a universidade é ambiente relativista, liberalista e materialista, dominado por filosofias humanas que se opõem à revelação bíblica.


1. CONCEITOS

1.1. DISCIPLINA

0 termo disciplina vem do latim, disciplina, e tem o sentido de "instrução", `treinamento", "disciplina" propriamente dita. A palavra pode indicar um modus vivendi, de acordo com a observância de normas, conduta, requisitos; pode indicar tipos de vida ascética, mortificação; a vida monástica, na Idade Média, exigia um tipo de disciplina que usava açoites para disciplinar a carne, a vontade; tem o sentido de punição aos que deixam de cumprir certas normas; na vida militar, indica o preparo do indivíduo para a execução correta das atividades da caserna; no meio acadêmico, disciplina eqüivale a uma matéria a ser estudada.


1.2. AUTODISCIPLINA

Indica a disciplina aplicada ao indivíduo por ele próprio, de modo consciente e voluntário, com a finalidade de atender a determina padrão de conduta, aceito como válido. No presente trabalho, aceitamos o conceito de autodisciplina como a disposição pessoal do jovem universitário de viver os princípios cristãos, como "sal da terra" e "luz do mundo", de modo consciente e voluntário, sem que haja a necessidade da interferência de terceiros. É a obediência à Palavra de Deus em qualquer lugar ou situação, principalmente no meio acadêmico.


2. FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA

2.1. NO ANTIGO TESTAMENTO

No AT, a disciplina era vista como meio de correção ou de instrução. A palavra musar, no hebraico, em correlação com moser, significa "laços" ou "algemas". A lei mosaica era parte integrante da "disciplina do Senhor" (Dt 11.2). O sistema de punições no AT visava o cumprimento dos mandamentos de Deus (ver Dt 4.36; Ex 20.20). O homem ímpio não valorizava a disciplina (Sl 50. 16,17); enquanto o filho fiel não rejeita a repreensão (disciplina) do Senhor (Pv 3.11). O que ama a correção (disciplina) ama o conhecimento (Pv 12.1). A disciplina tem por base o amor de Deus (Pv 3.12).


2.2. NO NOVO TESTAMENTO

No NT, o sentido de disciplina é mais positivo, pois está mais associado á instrução, ao ensino, mas também à punição. No grego, a palavra disciplina épaidia, que está ligada ao treinamento e instrução de crianças, e também à correção para que se imponha uma conduta correta. A palavra paideo significa educar, instruir, disciplinar ou punir de alguma maneira. Em Hb 12.6-11, vemos que Deus corrige (disciplina) aquele a quem ama, indicando que por trás da disciplina está o amor de Deus, dirigindo a pessoa para o bem, para a salvação (Ap 3.19).


3. A AUTODISCIPLINA DO JOVEM CRISTÃO

Com base no que vimos acima, a disciplina deve ser entendida no sentido positivo. Uma pessoa disciplinada deve ser vista como uma pessoa bem instruída, educada, treinada, tendo em vista os propósitos da vida cristã. A autodisciplina deve ser exercida dentro de uma visão positiva da vida cristã e não como um mero cumprimento de normas sem sentido e sem razão. O universitário cristão vive todo o tempo, na academia, a ter sua fé e conduta desafiados pelos conceitos materialistas. Precisa adotar por si próprio uma disciplina que fortaleça o seu testemunho no meio universitário, entre colegas e professores.


O JUGO NA MOCIDADE

A Bíblia diz: "Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade; assentar-se solitário, e ficar em silêncio; porquanto Deus o pós sobre ele" (Lm 3.27,28). Nesse texto, podemos ver:

1) O jugo na mocidade: suportar o jugo, no contexto, significa suportar a disciplina do Senhor, em obediência a seus mandamentos, mesmo que venha sofrer (Lm 3.30); sofrer tristeza (v. 32); e passar por outros problemas.

2) Assentar-se solitário e ficar em silêncio: não é fácil para o jovem ficar em silêncio. Isso fala de meditação, de conscientização diante de Deus.

3) Deus pôs o jogo sobre o homem: o jugo é sinônimo de canga , usada para restringir os movimentos dos animais, para que eles não "furem a cerca" e vão para o terreno dos estranhos; o jugo ou disciplina de Deus tem a finalidade de preservar a vida do homem, livrando-o do pecado. Jesus disse: "Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim que sou mando e humilde de coração; e encontrareis descanso para vossas almas" (Mt 11.29). Se o jovem universitário, conscientemente, adota o `jugo" de Deus e de Cristo, está exercendo a autodisciplina no sentido de ser fiel ao Senhor, dando o verdadeiro testemunho cristão.


4. EXEMPLOS DE JOVENS QUE SOUBERAM EXERCER A AUTODISCIPLINA

1) JOSÉ (Gn 39.7-9).

Ele manteve a autodisciplina ante a sedução do pecado sexual. No meio universitário, há campo largo para o pecado nessa área; é necessário vigilância e oração (Mt 26.41); é preciso considerar o corpo templo de Deus (1 Co 6.19,20); fugir dos desejos da mocidade (2 Tm 2.22);

2) DANIEL E SEUS 3 COMPANHEIROS (Dn 1.3-5, 8,9). Não se contaminaram com o "manjar do rei"; Dn 3.15-17). Foram lançados no fogo, mas não se encurvaram diante da estátua de Nabucodonosor. Tinham autodisciplina.

3) TIMÓTEO

O jovem discípulo de Paulo, foi instruído a ter autodisciplina (2 Tm 3.10-17).


5. UMA SUGESTÃO PARA A AUTODISCIPLINA NA UNIVERSIDADE:

- Orar antes de ir para as aulas (Mt 26.41); - ler a Bíblia diariamente (Si 1.2; 119.97); - não se ocultar como crente (Mt 5.14,16); - não se irritar quando for criticado; -ser ótimo aluno; -pesquisar e ler bons livros e revistas para saber responder aos críticos da fé (1 Pe 3.15).


CONCLUSÃO

O mundo atual tem várias características bem definidas, que o distinguem do que foi nos tempos passados. Uma delas é a indisciplina, principalmente no meio da juventude em geral. Embora não seja característica do jovem, ele assimila a indisciplina como um modo de viver, para se expressar. Exemplo disso é a música jovem, caracterizada pela falta de ordem, principalmente no Rock, na lambada, no reggae, etc.

O jovem cristão precisa ser exemplo de autodisciplina nesse mundo escorregadio da indisciplina. Hoje, garotas e meninos de 12 anos já se prostituem, já fumam maconha , cocaína, e isso em escolas e ambientes das chamadas classes média e alta. É a indisciplina moral e falta de valores espirituais.

O jovem cristão precisa enfrentar de pé a onda de falta de Deus, de moralidade e seriedade, como o fizeram José, Daniel, Sadraque, Mesaque, Abdênego, Ester, Débora, Eunice, Loide, Maria e tantos outros.


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O Pão de Lágrimas

Qual é o pão que Deus nos oferece? O salmista fala de um pão no salmo 78 e de outro pão no Salmo 80. O primeiro parece maravilhoso: é o pão dos céus, também chamado de pão dos anjos."... Fez chover maná sobre eles, para alimentá-los, e lhes deu cereal do céu. Comeu cada qual o pão dos anjos; enviou-lhes ele comida a fartar. (Salmo 78.24-25). O segundo parece amargoso: é o pão de lágrimas. "Dás-lhe a comer pão de lágrimas e a beber copioso pranto".(Salmo 80.5). Tão diferentes assim, podem sair do mesmo Padeiro?

Embora sejam muito diferentes quanto ao gosto, ambos são fabricados pelo mesmo Deus, mas com propósitos diferentes e em circunstâncias diferentes. O segundo pode não ser muito agradável ao paladar mas é extremamente necessário em certas ocasiões.

O pão de lágrimas, também chamado pão da adversidade ou pão de dores ou pão deangústia. "Embora o Senhor vos dê pão de angústia e água de aflição, contudo, não se esconderão mais os teus mestres..." (Isaías 30.20), tem propriedades terapêuticas e é indicado em caso de profunda crise de fundo religioso a moral. Esse pão de lágrimas dissolve o orgulho, o compromisso pecaminoso, a incredulidade, a rebelião. E recoloca o paciente nos caminhos do Senhor.

Pão de lágrimas nada mais é do que aquele pequeno ou longo período de confusão mental, de desassossego, de tristeza íntima, de medo, de desalojamento, de enfermidade, de reveses sérios na família, de apreensões econômicas bastante aflitivas, de incerteza. O próprio salmista sabe o que é comer o pão de lágrimas ou beber o copo de lágrimas: "Minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia a de noite" (Salmo 42.3). Depois de produzir os efeitos necessários, a medicação é sempre suspensa, voltando-se, então, para o pão dos anjos!

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Texto Extraído da Revista Ultimato

Medite:
"Declarou-lhes, pois, Jesus:
Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome..."
(João 6:35)

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SANTO SEXO

Pr. Walter Santos Baptista

"Que o marido cumpra os seus deveres a mulher e, do mesmo modo, a mulher para com o marido. Não é a mulher que é dona do seu próprio corpo, mas sim o marido. De igual modo, não é o marido que é dono do seu próprio corpo, mas sim o marido. Não se privem um do outro, a não ser de comum acordo e para se dedicarem durante algum tempo à oração. Depois, voltem outra vez à vossa vida conjugal, para que Satanás vos não faça cair na tentação, por não se saberem dominar" (1Co 7.3-5)

São necessidades básicas do ser humano entre outras: alimentar-se quando tiver fome, beber quando tiver sede, ar quando a respiração fica difícil, descansar quando fatigado, dormir quando com sono, abrigar-se do frio ou do calor, livrar-se da dor, fugir quando for ameaçado e satisfazer o instinto sexual.

Tem-se criado uma verdadeira arte para se satisfazer a fome: a gastronomia; sofisticam-se os anestésicos para o alívio da dor; que se dirá dos confortos térmicos? E com respeito à sexualidade, que se diz? Que ensino é repassado acerca deste fato?

Escapa à imaginação o que já se pensou e ensinou sobre esse tema. Graciano, monge italiano que viveu no final do século 11, pregava que o Espírito Santo saía do quarto quando o casal praticava o ato sexual.

Quanto à abstinência do sexo, era ensinado:

  • Abstinência nos dias santos;
  • E em certos dias úteis, como:
    • Na quinta-feira porque Jesus fora preso numa quinta-feira;
    • Em respeito à crucificação, não se podia ter relações nas sextas-feiras;
    • Não no sábado, porque tradicionalmente é o dia dedicado a Virgem Maria;
    • Naturalmente, no domingo também não seria possível, porque Jesus ressuscitou num domingo;
    • Nem na segunda-feira em respeito aos falecidos.
    • Sobravam a terça e a quarta-feiras.

A Reforma Protestante do século 16 desenvolveu uma Teologia da Sexualidade, observando que o homem e a mulher têm necessidades de ordem sexual a nível físico, emocional e espiritual. A ignorância, a desinformação e a má orientação das idéias, no entanto, foram tamanhas que em algumas comunidades cristãs havia senhoras idosas que eram verdadeiras "evangelistas da frigidez", visitando as noivas antes do casamento para informá-las acerca do que se chamava "os fatos da vida", bem como que o ato sexual era do casamento a parte mais desagradável e detestável. Entretanto, diziam, todas as esposas tinham que se conformar com tal situação. Com esse tipo de iniciação, que moça poderia esperar alegria na vida conjugal?


OS QUATRO AMORES

Os gregos têm uma variedade de palavras para o que traduzimos como "amor": Philia, Storge, Eros e Agape.

Philia é o amor social, amor de amigo, de afinidade, patriótico, cívico. É a necessidade de compartilhar algo com alguém. Envolve afeição, e é o que chamamos "amizade".

Storge é o amor familiar, amor natural de pai para os filhos, do tio para o sobrinho, e vice-versa. Envolve reciprocidade e homogeneidade.

Eros é o amor biológico, físico, sensorial, hormonal, visceral, sensual. É o amor que é atraído pelo charme, beleza, elegância, graça, delicadeza, pelas formas. É boa palavra e define bem o aspecto das diferenças sexuais. O Eros atrai o homem para a mulher e a mulher para o homem. Fora disso é perversão: homem + homem, mulher + mulher, desvios que recebem o nome dehomossexualismo; adulto + criança é pederastia ou pedofilia; ser humano + animal tem o nome de bestialismo. Todas essas perversões encontram reprovação na Escritura Sagrada: Levítico 18.22,23; 20.13,15,16. Eros é o instinto sexual. Paulo apresenta os reclamos do Eros em 1Coríntios 7.2-5 e 1Tessalonicenses 4.3-8.

Agape é o amor que pode salvar o eros da perversão porque o transforma e dá ao amor humano e biológico sua verdadeira dimensão no santo sexo. É o amor como o de Deus, o amor-que-se-dá, o amor-sacrifício, o amor-entrega, o amor eterno, imutável e perfeito. Está nos lábios de Jesus em João 3.16; Paulo o cita em Romanos 5.5; 1 Coríntios 13; e João, o Evangelista, o menciona em 1João 4.16,18. Jesus Cristo é o supremo exemplo de agape, entrega total para a salvação da esposa que é a Sua Igreja (cf. Ef 5.25-33).

Já dá para entender que a soma Storge + Agape é a fórmula ideal para o amor paterno, materno, fraternal, filial e familiar.

E Eros + Ágape, por sua vez, é a receita perfeita para o santo sexo, o casamento do cristão.


UMA TEOLOGIA DA SEXUALIDADE

Uma coisa é o que os médicos, os sexólogos, os psicólogos, os psicanalistas e os terapeutas de casal pensam do sexo. Outra é o que Deus pensa (cf. Gn 1.31).

Muita gente não diz que o corpo veio do Diabo, mas acha que o sexo é mau, sujo e indigno dos filhos de Deus. Olha o exemplo do monge Graciano... Realmente, a sexualidade nunca foi suja e mundana na visão da Bíblia (cf. Ec 9.9). No projeto do reino de Deus, o sexo é expressão da vontade do Pai Celeste.

Gênesis 1.27,28 mostra indivíduos perfeitos, sadios, criados à imagem de Deus, e seus corpos incluem a sexualidade e a capacidade de se reproduzirem, bem como a ordem direta para fazê-lo. De fato, sendo cada ser humano uma imagem criadora, um reflexo do Deus Criador, apresenta no sexo bem praticado, no santo sexo, esse dom de um Deus que ama, cria, recria e faz criar. Os crentes em Jesus Cristo, aliás, devemos ser os mais inteligentes, melhores e mais criativos amantes porque, por trás de tudo os outros seres humanos têm, temos a unção do Agape de Deus.

Pois é; em Gênesis 1.31 "viu Deus que tudo era bom", mas o produto final no seu teste de qualidade deu como resultado"Aprovado! Muito Bom!", porque a masculinidade e a feminilidade são ótimas!

Gênesis 2.24,25 mencionam a expressão "uma só carne" (basar no hebraico; sarx no grego). Entre outros sentidos, basar é a totalidade da pessoa humana (cf. Sl 16.9); sarx é o "corpo" como em 2Coríntios 12.7; Filipenses 1.24 e Gálatas 4.13,14. "Uma só carne" é, assim, união de corpos e de naturezas daqueles que formam o casal.

O ato sexual não é só uma função biológica, é, igualmente, de fundo espiritual (1Coríntios 6.16). Une-se o soma (corpo), com asarx (o mais humano em nós). Por esse motivo, o adúltero peca contra o ser-que-se-forma-no-casamento (1Co 6.18) e viola o seu destino que é glorificar a Deus (vv. 20; cf. v. 13).

Na realidade, a Escritura exalta a felicidade sexual (cf. Pv 5.15-19; Ec 9.7,9; Ct 6.6-12). É o erotismo no contexto do santo sexo, do casamento dos filhos de Deus. 1Coríntios 7.2-5 é, sem dúvida, a mais clara passagem sobre o assunto. Dela, três idéias podem ser extraídas:

  • Os santos têm necessidades sexuais idênticas e definidas. Sexo não é prerrogativa do homem, sendo a sua parceira apenas submissa, passiva , acomodada e silenciosa. Isso viola a natureza, pois, ao contrário do que muitos podem pensar, 1Coríntios 7.3a faz a esposa valer seus direitos.
  • A responsabilidade do marido é satisfazer as necessidades emocionais, sexuais e espirituais da sua santa esposa, e vice-versa. É uma experiência solidária.
  • A satisfação das necessidades sexuais dos santos não entra em conflito com a piedade da vida espiritual. Pelo contrário, vida sexual equilibrada é boa mordomia. Paulo fala, mesmo, em oração no seu comentário sobre esse importante tema (cf. v.5).

É recomendável e altamente conveniente ver com os olhos do outro, pensar com a cabeça do outro. O marido precisa entender o que se passa no coração, cabeça e corpo da sua mulher quanto ao sexo, e ela, por seu lado, necessita compreender que significado tem o sexo para seu esposo. Mulheres que se queixam de que os maridos só pensam em sexo, muitas vezes espelham problemas como a não apreciação das relações, ou a não compreensão das necessidades de seu santo, ou, ainda, a preocupação mais com elas mesmas que com o bem-estar do casal.

Vamos entender: o ato sexual é importante porque satisfaz o instinto do marido. Deus o colocou em nós, portanto pecado não pode ser. O instinto sexual no homem é constante, o que significa que ele não precisa de muito estímulo para ficar preparado.

É importante porque satisfaz o senso de feminilidade da esposa. Nos primeiros dias de casada apresenta-se a insegurança, mas agora isso passou, o ritmo da vida, inclusive o sexual, já é normal ou relativamente normal. Mas é preciso entender o coração da mulher que quer ser amada, vista e sentida como mulher. De fato, as mulheres mais frustradas do mundo são as que abafam sua feminilidade, o que não pode acontecer com uma santa filha de Deus. Uma esposa vai além de mãe e dona de casa: é parceira sexual do marido. Se o ato conjugal não for bom para ela, será muito difícil ter sucesso como mãe e dona de casa.

É importante o ato sexual para o marido porque faz aumentar o amor pela esposa, reduz as tensões no lar e proporciona uma experiência emocional sem par.

Para sua esposa dá segurança quanto ao amor do companheiro: amor de companhia, de compaixão e de romance.

E ainda: satisfaz o instinto sexual da santa, que é diferente do instinto sexual do homem. A imagem do fogão a gás e do fogão a lenha para descrever a prontidão do homem e da mulher para o sexo é corriqueira porém verdadeira: a lenha (às vezes verde) demora a pegar fogo, mas quando queima...

Sexo e reprodução foram ordenados por Deus, e nada têm de pecaminoso (cf. Gn 1.28). Mas o ato sexual tem se tornado um martírio, um tormento para algumas pessoas. Por quê? Ora, o casamento (e o conseqüente ato sexual) são aprovados pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo. O Pai o estabelece em Gênesis 1.28; o Filho dele fala em Mateus 19.5, e o Espírito Santo pela inspiração de Hebreus 13.4, texto que fala com extrema clareza do santo sexo, pois que a palavra "leito" que nele aparece é em grego koite, da mesma raiz da palavra latina coitus, descritiva do ato sexual.

A Bíblia condena, no entanto, o abuso sexual, chamando-o de "fornicação" (sexo entre solteiros) e "adultério" (sexo pago). Deus criou a sexualidade e colocou os instintos em nós, não para nossa tortura, mas para a satisfação do casal em santo sexo e senso de realização. Como é significativo o uso da palavra "conhecer" ( yada em hebraico) para designar o ato sexual (cf. Gn 4.1; Mt 1.25). O ato sexual é o conhecimento mais íntimo que se pode ter de uma pessoa. Mas é um ato santo, reservado, por ser conhecimento sagrado, pessoal, íntimo. O Cântico dos Cânticos é incrivelmente franco sobre o assunto (cf. 2.3-17; 4.1-7).

Provérbios 5.18 fala de prazer total, e não só para reprodução. Por outro lado, Deus não planejou um sexo pervertido, barateado, comercializado com vem acontecendo em outros arraiais. Deus planejou um santo sexo que fica bom com o tempo, com o casal mais amadurecido no amor e nas artes amorosas.


DIFICULDADES SEXUAIS

Conflitos sexuais são criados por mil e duas razões. Reservamo-nos algumas poucas:

  • Problemas no namoro e no noivado trazidos para o casamento. Os antigos já diziam que "o que começa errado termina errado".
  • Conflitos na lua-de-mel. Ou será na "lua-de-fel"? Uma senhora que teve péssima experiência na lua-de-mel com um marido vinte anos mais velho dizia que "o casamento é a legalização do estupro".
  • Traumas de infância. A esposa evita carícias, tem horror até em pensar, o ato sexual é um martírio. Aliás, convém lembrar que ninguém está só, mas talvez seja necessário buscar ajuda profissional de um médico ou terapeuta de casal.
  • Sexo sem amor O amor é uma atitude mental, e o sexo é uma entre muitas expressões dessa atitude mental. Sexo sem amor equivale a uma vida de miséria.
  • Falha em bem aproveitar os jogos amorosos. É falta de sabedoria não preparar a esposa para o ato conseqüente.
  • Coisas de que um não gosta no outro. Idéias, hábitos, sentimentos de competição. E quando o marido chega, e encontra em vez da esposa, um espantalho? Rolinhos no cabelo, desarrumada pensando que com isso sensibiliza o marido? Pouca higiene, falta de asseio adequado. Cuidado com os odores, meus santos! Uma coisa é o cheiro do corpo masculino ou feminino estimulantes das funções sexuais, outra é cheiro de suor e mau hálito. Dentro de certos parâmetros o odor pode ser um estimulante sexual, qualquer sexólogo ou terapeuta o reconhece e pode informar.
  • Conflitos em outras áreas: diferença acentuada de idade ou de nível acadêmico; comparações com a mãe, com o pai, com o irmão, etc.

Pense mais em qualidade que em quantidade de relações sexuais; pense em integralidade do sexo, e, sobretudo, que o amor é uma extraordinária fonte de poder nas adversidades e dificuldades da vida.

Sem receio de ser mal-compreendido, a experiência do ato sexual, do santo sexo discreto, reservado e exclusivo, pode ser comparada à da oração em Mateus 6.6:

"Entra no teu quarto, fecha a porta..." Resultado: "...te recompensará".


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