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sábado, 1 de maio de 2010


Alguns Métodos de Ensino Bíblico [em família]


Pr. Calvin Gardner


Existem várias maneiras a ensinar um fato para uma pessoa. Quero mencionar umas maneiras que são úteis no ensino bíblico doméstico.


A primeira maneira é a usada pelos judeus e pelos apóstolos em várias ocasiões. Este método envolve uma instrução minuciosa, mesmo sem longas palestres, que resulta em alunos conhecedores de sistemas de doutrina. O alvo é que estes alunos sejam responsáveis a por em prática o que recebem em teoria. Essa maneira que é útil para o uso no lar e nas escolas bíblicas nas igrejas vem de uma palavra grega (#2727,katanchew, Strong’s) da qual temos, em português, a palavra catecismo.

Vejamos este método usado nas seguintes ocasiões:
  • Lucas 1:4, "Para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado (#2727)" – Teófilo foi informado minuciosamente da vida de Cristo por este método por Lucas. Teófilo tinha, em resultado, um interesse importante de ter estas coisas escritas.
  • Atos 18:25, "Este foi instruído (#2727) no caminho do Senhor e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João." Apolo era doutrinado num sistema de ensino. Ele foi apresentado minuciosamente os fatos sobre o "caminho do Senhor" por alguém. Sendo assim doutrinado, pude ensinar diligentemente. Nisso podemos aprender também que não devemos ter medo de sistemas de doutrina uma vez que elas sejam provadas bíblicas e verdadeiras. Doutrina tem ordem e lógica.
  • Rom 2:18, "E sabes a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído (#2727) por lei." O caso refere-se à maneira que os judeus foram instruídos pela lei. A lei revela cada exemplo que é aceito e o que não é aceito. Um exemplo dessa maneira é o próprio Apóstolo Paulo que, aos pés de Gamaliel (Atos 22:3), item por item foi instruído (Isa 28:10,13). Esse método faz que o aluno saiba a ‘vontade de Deus e aprovar coisas excelentes’. O aluno ensinado neste método freqüentemente torna responsável com aquele que assim o ensinou (Gal 6:6, #2727).
  • I Coríntios 14:19, "Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir (#2727) os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida." Paradoutrinar, não é necessário muito volume nem muitas palavras. Faça que cada palavra seja na medida correta e uma palavra reta.

Este método é um dos mais eficazes e portanto, o primeiro na lista.

O segundo método é de falar abertamente ou exortar (#1256, dielegomai, Strong’s) as doutrinas bíblicas no lar. Esse pode ser quando a família está assentada para o ensino bíblico doméstico, para as refeições ou nas horas livres que possa ter. Pode ser também quando está andando pelo caminho, deitando ou levantando (Deut 6:6-9).
Vejamos como aproveitar desse método nas seguintes maneiras:
  • Seja Constante – Atos 17:2, "E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três sábados" neste caso (em outro caso fez "todos os sábados", Atos 18:4) "disputou com eles sobre as Escrituras". Notou que Paulo disputou, ou falou abertamente, por três sábados seguidos, as Escrituras. Ele não cansou em ser constante na mesma ocupação. Este método bate a mesma tecla, dia após dia, e com os mesmos ouvintes (Atos 18:19, #1256)). É de abrir o assunto até que seja inteiramente dito tudo sobre ele (Atos 17:17, #1256).
  • Procure Resultados – Atos 19:8,9, "E, entrando na sinagoga, falou ousadamente por espaço de três meses, disputando (#1256) e persuadindo-os acerca do reino de Deus. Mas, como alguns deles se endurecessem e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão, retirou-se deles, e separou os discípulos, disputando (#1256) todos os dias na escola de um certo Tirano." O resultado desse método é aprendizagem. Quando a verdade é dita com convicção (#1256 – Heb 12:5, "argumenta convosco"; Judas 9 "disputava"), o propósito da Palavra de Deus será cumprido (Isa 55:11).

Um terceiro método de ensino da Palavra de Deus no lar é abrir um assunto nos detalhes (#1272, dianoigwn, Strong’s). Esse método procura não somente de ‘falar’ abertamente mas expor todas as suas partes diante todos que estão nas reuniões.
Como Deus "abriu" (#1272) o coração da Lídia para entender o que Paulo dizia (Atos 16:14), este método procura de detalhar o ensino da verdade ao ponto que sejam ‘vistas’ com os olhos da mente, a lógica, o equilíbrio e a colocação correta dos fatos (#1272 – Luc 24:32 "abria", 45 "abriu-lhes o entendimento"; Atos 17:3, "expondo").
O entendimento verdadeiro de qualquer verdade é do Espírito Santo (João 16:7-11), e não o resultado de um método eficaz de ensino. Todavia, o Espírito Santo não ensina sem uma apresentação dos fatos. Portanto, aquele que lidera o ensino bíblico doméstico deve pedir o auxilio do Espírito Santo enquanto demonstra as doutrinas.
Nada errado para o professor ensinar com a esperança que os alunos entendam e usufruem o que foram ensinados (Tiago 5:7).

O último método tratado neste estudo é o método exemplificado por Jesus quando propunha (#3908, paratiqemnos, Strong’s) parábolas (Mat. 13:24). Através desse método, a verdade é apresentada em situações por quais os alunos podem se identificar. Paulo também usou este método em Tessalônica (Atos 17:3, "demonstrando", #3908).
Esse método procura de por diante os alunos, com exemplos de situações proveitosas, a verdade. Palavras difíceis, ou exemplos fora do contexto das vidas dos alunos, são evitados. O que é procurado é de "dar" claramente (I Tim 1:18) os mandamentos. Se for feito corretamente, e com persistência, os que são formados com esse método entenderão as suas responsabilidades para com a verdade e a ensinarão aos outros (II Tim 2:2).

Conclusão: Com as bênçãos do Senhor Deus pelo Seu Espírito e com o auxílio dos exemplos bíblicos nos dirigindo, podemos ser prontos a ensinarmos as verdades de Deus no ensino bíblico doméstico. Que tais esforços sejam frutíferos tanto na salvação das almas na família quanto na edificação dos crentes ao ponte que tenham a imagem de Cristo em suas vidas (Col. 3:10; II Pedro 3:18).

Que sejam animados os que tenham famílias a procurar a preciosa fruta de vidas estabelecidas na Rocha pela prática constante de um ensino bíblico doméstico (Mat. 7:24-27).

Bibliografia
BÍBLIA SAGRADA, Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, São Paulo, 1/94CONCORDÂNCIA FIEL DO NOVO TESTAMENTO, Editora Fiel, S. José dos Campos, 1994
INTERLINEAR GREEK-ENGLISH NEW TESTAMENT, Baker Book House. MI, 1982
STRONG, James, ABINDON’S STRONG’S EXHAUSTIVE CONCORDANCE OF THE BIBLE, Abingdon, Nashville, 1980


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sexta-feira, 26 de junho de 2009



Rev. José Kleber


Eu sou o Deus de Teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de
Isaque, e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto,
Porque temeu olhar para Deus.”

(Êxodo, 3.6)

Há um velho provérbio anglo-saxônico que diz: “um pássaro com asa quebrada nunca mais voará tão alto”. Em outras palavras, uma vez que nós tenhamos caído, jamais conseguiremos nos levantar totalmente como dantes. Uma vez caído, sempre caído. “Afinal, não se pode esperar muito de um pássaro com a asa quebrada”.

Como parecem soar sábias as palavras deste trecho agridoce da poesia de Hezekiah Butterworth; pelo menos, até o ponto em que iluminamos com a lanterna poderosa das Escrituras, quando tal sabedoria revela-se inconsistente, espúria e sem lastro bíblico.

Na verdade, se fôssemos dar outro nome adequado à Palavra de Deus, deveríamos chamá-la de “A Galeria das Asas Quebradas” – homens que falharam, caíram - muitos deles fragorosamente -, mas que pelas cordas da misericórdia de Deus e de Sua graça incompreensível, foram guindados de seus fracassos às alturas dos grandes heróis da fé.

Como é bom pensarmos que o nosso Deus é o Deus de Abraão – que mentiu gritantemente, falseando a verdade, e mesmo depois de ter mentido por duas vezes foi reconhecido como “o amigo de Deus”. Com sua “asa quebrada”, Abraão voou mais alto do que ele ou qualquer outro havia voado.

Como é bom pensarmos que o nosso Deus é o Deus de Jacó – trapaceiro e enganador – na maioria das vezes sem quaisquer escrúpulos – candidato in extremis a caso perdido. Contudo, não obstante a esse “currículo invejável” Deus o elevou de tal modo que o seu velho nome não pôde conter tanta glória, e de Jacó, passou a chamar-se Israel.

Como é bom pensarmos que o nosso Deus é o Deus de Raabe, a prostituta, mulher da zona de meretrício. Como Deus a usou não obstante a sua baixa reputação! A despeito de suas asas quebradas, Deus a escolheu como um instrumento, não só para salvar a vida de dois de seus corajosos servos, como para trazer o Seu Filho ao mundo. Nunca “asas quebradas” voaram tão alto na graça de Deus.

Como é bom saber que o nosso Deus é o Deus de Davi, que embora Seu servo, aquinhoado com toda sorte de bênçãos, inebriado pelas tépidas ilusões do pecado, entregou-se a flagelante malignidade do adultério e do assassínio. Contudo, suas “asas quebradas” não lhe impediram de ser chamado o homem segundo o coração de Deus.

Sim! A Bíblia é a galeria das “Asas Quebradas”. Porque o nosso Deus é o Deus que prefere usar pessoas de asas quebradas. Aliás, se Deus não fosse o Deus que usa “os de asas quebradas”, nós não estaríamos lendo esse Pão Quente agora.

Todos esses grandes homens e mulheres que se tornaram os grandes heróis da fé, os gigantes dentre o povo de Deus, um dia tiveram as suas asas quebradas pelo deslize, pelo tombo do fracasso e do pecado. Deus os encontrou assim. E os fez voar como nunca antes feito e imaginado.

Quem sabe, no meio dessa conjuntura evangélica em que nós vivemos, onde somos levados por um legalismo exacerbado e farisaico a pensar que não há mais espaço nos planos de Deus para os que caem e deslizam, não estejamos nos sentindo descartados, riscados da agenda divina, deletados de Sua memória, jogados em Sua lixeira cósmica.

Moisés, que um dia esteve assim depois de seus fracassos como libertador, ouviu do Senhor uma palavra maravilhosa que lhe trouxe duas verdades acerca do Deus que ele mesmo desconhecia.

1. Deus é o Deus dos Homens que Fracassam.

Quando Deus disse a Moisés que Ele era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, aparentemente parecia estar listando os nomes dos primeiros superstars da Bíblia – superficial interpretação. Na verdade, o que Deus estava dizendo para Moisés quando cita os patriarcas é que Ele é Deus de Homens que fracassam. Todos eles tiveram as asas quebradas, fracassaram em algum ponto de suas vidas. Deram com a cara no lodo da vida. Foram imperfeitos. Mas subiram às alturas porque souberam confiar no Deus que usa os homens, mesmo quando estes fracassam.

2. Deus é o Deus da Segunda Chance. A rigor, todo homem fracassa, mais cedo ou mais tarde. Uns percebem isso mais cedo, outros mais tarde. Mas quando homens de Deus que um fracassaram conseguem galgar a galeria dos grandes heróis da fé é por que o nosso Deus é o Deus da segunda chance, da segunda oportunidade. É o Deus disposto a reescrever a nossa história. Aquele era a chance de Moisés descobrir isso de modo maravilhoso. Eu já tive o meu dia. Talvez hoje seja o seu.

Antes de pensar em desistir por causa de asas quebradas, gostaríamos que meditasse nisso. A Bíblia NÃO É UM LIVRO DE HOMENS PERFEITOS – É O LIVRO DE HOMENS RESTAURADOS PELA GRAÇA E O SANGUE DE Jesus.

Pensemos nisso. Que Deus nos abençoe.


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quinta-feira, 25 de junho de 2009





Rev. José Kleber Fernandes Calixto


As nossas vidas são por vezes alteradas por poderosas vertentes. Mas o que são vertentes? Vertente é uma palavra de origem latina que significa, literalmente, “que vira”, “que muda de direção” (a direção da água). No sentido existencial, vertentes são acontecimentos imprevistos que alteram significantemente o curso de nossas vidas – para melhor ou para pior – ou a combinação das duas coisas. A vertente pode ser um acidente, uma doença, um casamento ou um divorcio, uma humilhação ou uma recompensa, a morte de alguém querido ou o nascimento de um filho, a mudança de uma cidade para outra ou uma decisão importante; umas impostas, mas outras deliberadamente escolhidas por nós mesmos. Seja qual for o caso, as vertentes sempre dão um novo rumo a nossa vida.


A palavra de Deus nos fala de um homem cuja vida um dia foi cenário de varias dessas vertentes que de modo abrupto alteraram o curso de sua vida. Seu nome era José.


José conhecera a terrível vertente da violência, do ódio, e da ação humana beligerante. Fora tirado violentamente do seio de sua família e vendido por seus irmãos como escravo para uma caravana que se dirigia para o Egito. José viu todos os seus sonhos transformarem-se em poeira de um dia para o outro. De herdeiro a escravo; da túnica talar de mangas compridas, aos trapos ultrajantes da escravidão. José também conhecera a vertente da injustiça. Envolvido pelos tentáculos da tentação soube responder com nobreza, com grandeza de caráter. Foi galhardo na afirmação do seu compromisso irredutível com o seu Deus e o próximo. Não obstante a isso, José foi vitima da injustiça humana. Foi lançado na masmorra por longos anos mesmo em face de sua integridade. Ali sua alma se fartou de desprezo, abandono, indiferença, e o que é pior de esquecimento. Parecia que a vida de José se transformara numa espiral de vertentes que dava sempre para baixo. Mas o que fazer quando as nossas vidas são palco dessas vertentes que alteram tão bruscamente o curso de nossas vidas fazendo-as convergirem para o plano da dor, do desprezo, da solidão, do abandono?


A vida de José nos apresenta algumas verdades da Palavra de Deus com as quais nós podemos sempre ser triunfantes sejam quais forem as vertentes que a vida nos apresente.


1. Nunca deixar que as circunstancias alterem os conteúdos do nosso coração. Como é que José foi triunfante diante de todas essas vertentes que mudavam sucessivamente a sua vida? Ele jamais permitia que as circunstâncias (favoráveis ou desfavoráveis) alterassem os conteúdos do seu coração. As circunstâncias jamais mudaram os rumos do seu coração. Seu coração sempre era o mesmo. Quer nos momentos de alegria, quer nos momentos de tristeza. José jamais deixou que as circunstâncias determinassem os conteúdos e o rumo do seu coração. Nas funestas circunstâncias da derrota ou na tempestiva alegria da vitória o seu coração era o mesmo – sempre leal ao seu Deus, sempre integro em suas motivações, sempre indulgente para com o próximo. Quer na obscuridade da enxovia, quer nas rodas da badalação da corte. O seu coração era o mesmo sempre. Quer diante dos olhares atentos dos outros servos, quer na solicitude tentadora e convidativa da casa vazia de Potifar. O seu coração permanecia inalterado. As vertentes circunstanciais podiam alterar o curso histórico da sua vida (para cima ou para baixo) mas jamais o seu coração.


2. É preciso atentar para a mão firme de Deus em nossas transições. Quando nós lemos a história de José a primeira coisa que nos vem à mente é: onde estava Deus diante de todas aquelas injustiças? Como é fácil ver Deus nas coisas boas (e às vezes não está). Difícil é ver Deus na experiência da masmorra de José. Geralmente nos perguntamos: “onde está Deus quando damos em uma masmorra? Onde está Deus quando somos transportados do conforto do palácio para a desconfortável masmorra da injustiça? Cadê Deus quando essas vertentes acontecem? Ele está onde sempre esteve – ao nosso lado com a sua mão firme em toda as nossas transições. Gênesis 39:21-23 diz: ”O Senhor era com José”. Deus sempre esteve ali. Ele jamais se ausentou de sua vida. Ele jamais foi embora. Em todos os momentos de sua vida Ele sempre esteve presente. Jamais partiu. Aonde quer que José estivesse a mão do Senhor era com Ele. Não importava aonde a vertente o levasse: “A mão do Senhor era com José”. Levando-o cada vez mais próximo do triunfo – mesmo que para isso fosse necessário descê-lo à masmorra.


3. Não importa o que os outros façam conosco, o que importa é o que faremos com aquilo que os outros fizeram conosco. José sempre foi um homem triunfante diante das vertentes porque ele sempre foi capaz transformar todas as ações humanas (ou desumanas) contra sua pessoa numa oportunidade de crescimento. É interessante que a cada golpe que a vida lhe dava a Palavra de Deus diz que “José prosperava”. Quanto mais as pessoas o empurravam para baixo, mais ele subia. Quanto mais ele descia por causa das traições humanas, mais ele se aproximava do trono – ele fez da masmorra foi a sua ante-sala do trono. Para ele não era importante o que os outros faziam com ele, mas transformar cada atitude num degrau a mais rumo ao propósito de Deus para sua vida.


É impossível determinar quando, aonde ou quais vertentes irão nos atingir. Mas é possível sobreviver a elas, e o que é melhor, faze-las convergir para a nossa felicidade e para a glória de nosso Deus. Mas para isso é necessário abandonar a nossa costumeira posição passiva de vitimas para uma atitude positiva como a de José do Egito que foi capaz de confiar em Deus, cuja mão é firme e presente em toda as nossas transições.


Pensemos nisto, e que Deus nos abençoe!

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quinta-feira, 21 de maio de 2009


EXORTAÇÕES PRÁTICAS


Pr. Cleverson de Abreu Faria


Paulo apresenta uma série de exortações para os crentes. Esse modo de viver, deve marcar a conduta do crente. Este é exortado a praticar o amor para com todos sem discriminação, somente assim, será capaz de ter uma conduta adequada perante as pessoas (Rm 12.9). Temos então uma oportunidade de servir na sociedade que vemos a nossa frente.

 

1. Conduta em Relação à Sociedade

O crente  tem um dever de viver uma vida digna perante os demais. “Vivei, acima de tudo, por modo digno do Evangelho de Cristo” (Fp 1.27).

 

O Amor deve ser o elemento que governa as nossas atitudes (Rm 12.9) para com o nosso próximo. “Se não tiver amor, nada serei” (1Co 13.2). Esse amor em nossos corações, deve fazer com amemos uns aos outros com amor fraternal (Rm 12.10), não buscando honras para si mesmo, mas sim honrando aos demais (Fp 2.3-5). “A razão por que é o amor de tão alta importância reside no fato de que o amor é o cumprimento de toda lei e a lei é o próprio fundamento do Estado. Nenhum crente está isento da lealdade; ... quem ama ao próximo não fará coisa alguma em detrimento do próximo, ao contrário, para com ele cumprirá tudo que a lei exige” [1]  

 

Sendo zelosos (Rm 12.11), ou diligentes, em seus serviços, quer sejam espirituais, quer sejam materiais. O crente será fervoroso se praticar isso em sua vida (At 18.25). Uma vida frutífera, leva a uma vida de esperança, a esperança da Vinda de Cristo (Rm 12.12). Trará um cultivo a paciência, seja em tribulações, seja em qualquer outra área da vida, pois uma vida direta com o Senhor em comunhão com Cristo na oração fará crentes mais maduros. O cristão não vacila, ao invés de dar lugar à aflição, ele descarrega suas preocupações em Deus por meio da oração (Fp 4.6).

 

Compartilhar as necessidades (Rm 12.13) é muito mais do que simplesmente dar algo para nosso irmão, mas é, também, sentirmos o que ele sente, é sentirmos as suas necessidades (At 4.32). Devemos também demonstrar hospitalidade para com todos, indiscriminadamente de quem quer que seja.

 

Uma exortação difícil de ser feita é a de abençoar os perseguidores (Rm 12.14). Não é qualquer que pode fazer isso, e não somente abençoar, mas também não amaldiçoar (Mt 5.44,45; Lc 6.28).

 

Alegria, deve andar com o crente (Rm 12.15). Ele se alegra com seus irmãos em Cristo, mas também chora com eles, participa com eles de seus sofrimentos.

 

Deve-se ter o mesmo sentimento (Rm 12.16; comp. Fp 2.2-8), ou seja, ninguém é superior a ninguém, deve-se procurar viver em harmonia com todos, não ser orgulhoso, mas sim humilde, um contraste notável. Sabedoria, deve ser aplicada a cada situação e não se engrandecer ou achar que pode alguma coisa por si mesmo, não ser sábio aos próprios olhos.

 

Não praticar mal por mal (Rm 12.17; comp. Mt 5.44; 1Pe 3.9), é seguir o exemplo de Cristo que não revidava com ultraje e nem injuriava a ninguém (1Pe 2.21-23). O crente deve ter uma vida exemplar, quer em costumes, vestimentas, negócios, palavras, por está sendo observado por outros. as pessoas do mundo podem não ler a Bíblia, mas certamente lerão a vida do crente, que deve ser uma carta viva a testemunhar de seu Criador.

 

Em relação ao convívio do crente com aqueles que lhe são inimigos (Rm 12.18-20), o crente deve procurar viver em paz, se possível com todos. Caso não seja possível, não deve se vingar de ultrajes sofridos, mas sim, depender de Deus (Dt 32.35; Pv 25.21-22; Hb 10.30).

 

Pelo amor, o crente vence o mal com o bem, ele não se deixa influenciar pelas artimanhas. O filho de Deus deve mostrar sempre o seu amor e a sua graça para com todos.

 

2. Conduta em Relação às Autoridades

Para com as autoridades civis, o dever do cristão é obedecer. O crente não está isenta para com as suas responsabilidades perante o seu País. Somos exortados pelas Escrituras a nos submetermos as autoridades legalmente constituídas, pois a pessoa que resiste a tais autoridades, está resistindo a Deus (Rm 13.1-2).

 

“Os crentes cheios do Espírito, descritos em Romanos 13, vivem pela lei do amor e da fé. Portanto, o que vão dizer e fazer muitas vezes será superior à sociedade que os rodeia. Mas muitas vezes serão incompreendidos pela sociedade. Quando a humanidade é corrupta e os governos são injustos e egoísticos, a cristandade pode ser perseguida. É aqui que se concretiza a cruz diária do crente. A única solução para este problema é a eterna dívida de amor do homem para com Deus e o próximo”. [2]

 

O cristão tem por consciência ser submisso a autoridade constituída (Rm 13.5). O governo humano é fundamental para a convivência do homem na sociedade e é perfeitamente aprovado por Deus. O cristão tem como obrigação garantir o cumprindo das leis. O cristão deve se submeter às autoridades, não somente por encargo de consciência, mas também devido ao castigo que é imposto àqueles que são infratores das leis estabelecidas pelo governo. É óbvio que não se torna um bom testemunho para o cristão que é achado em falta ou em estado de insubmissão para com o governo, pois primeiramente não está sendo insubmisso para com o governo, e sim, para com Deus, que foi Quem o constituiu (Rm 12.1; 13.1,2; Dn 4.25-35; 5.21; Tt 3.1). Nem toda autoridade é cristã. Há e certamente haverá muitos que são ímpios, tiramos, estes responderão pessoalmente a Deus (Ap 20.12). Agora, está também claro na Palavra de Deus que se a autoridade civil, legalmente constituída, for contra o que a Bíblia ensina, o cristão deve antes, obedecer a Deus do que aos homens (At 5.29).

 

“Podemos ver, então, que a submissão do crente às autoridades manifesta-se de quatro maneiras: a) a obediência às leis do país (ou do município). b) o civismo: ‘fazendo bem’ como cidadãos, respeitando os direitos dos outros, não sendo desordeiros nem estragando os jardins, os parques e as outras propriedades públicas (Rm 13.3). c) o pagamento de impostos e taxas legais; a pessoa que rouba o governo está roubando o ‘ministro de Deus’ (Rm 13.4-7). d) a honra (ou respeito) para com os oficiais do governo, conforme a sua posição (Rm 13.7)”. [3]   

 

Para que uma pessoa tenha uma vida bem sucedida nos dias de hoje, é fator importante verificar qual é a sua capacidade em verificar a mão de Deus nas atitudes, nas ações, bem como nas reações daqueles que estão investidos de autoridade sobre a nossa vida.

 

Verdades absolutas a reconhecer em autoridade:

1)      a autoridade dos pais exercem o mais forte impacto na vida de uma pessoa, quer seja positiva, quer seja negativa. A atitude do filho para com a autoridade dos pais no presente, ou quando este os deixa, influenciará fortemente o seu futuro (Pv 6.20-23).

 

2)      é nosso dever reconhecer na autoridade a mão de Deus, quando esta está de acordo com os padrões do Mestre. Rebelar-se contra as autoridades que Deus colocou na vida trará frustrações intensas. A pessoa, portanto, tem que saber receber ordens, para então, depois poder vir a guiar e dar orientação também (Pv 30.17).

 

3)      muitos pensam que a liberdade está em escapar da autoridade quando antes melhor. Porém, aprendemos de Deus que o segredo está em se estabelecer um relacionamento correto e procurar reagir positivamente para com a autoridade que Ele colocou sobre a nossa vida. Um princípio claro, portanto é: Resistir a autoridade é resistir a Deus. “O grande erro consiste em que o indivíduo não aceitar a verdade de que o próprio Deus está por trás da autoridade”. [4]

 

4)      a autoridade dos pais advém de Deus. Ele é responsável pelos pais que lhe concedeu, e Deus é maior que seus pais (Pv 21.1). A autoridade dos pais é para obediência dos filhos, para que este venha a ter maturidade por meio dela (Cl 3.20). Quando os pais verificam que seu filho se submete à sua autoridade, sendo-lhes obediente, eles passam a verificar que já podem ter confiança em seu filho para deixar que este venha a tomar as suas próprias decisões. Por causa da maturidade que muitos jovens aceitam a autoridade de seus pais, como colocada por Deus, estes conquistam sua liberdade muito antes de casarem.

 

5)      em todos os nossos relacionamentos existe a figura da autoridade, esta é claramente enfatizada pelas Escrituras Sagradas: Deus exerce autoridade sobre o homem (1Co 11.3); o homem sobre a mulher (1Co 11.3; 1Pe 3.1-5); os pais exercem sua autoridade sobre os filhos (Ex 20.12; Ef 6.1-3); Deus exerce autoridade sobre os senhores empregadores (Ef 6.9); os servos devem obedecer a autoridade de seus patrões (Ef 6.5); os cidadãos devem obedecer a autoridade do Governo (Rm 13.1-7; Mt 22.21; 1Pe 2.13-18).

 

3. Conduta em Relação aos Cidadãos

Como cidadãos, os cristãos também têm deveres em sua conduta para com todos aqueles com quem tem contato em sua vida diária. Ele deve, portanto, cumprir bem o seu papel de cidadão. A única dívida que o cristão pode ter é o amor para com todos (Rm 13.8). Muitas vezes, o emprestar dinheiro traz profundas mágoas, pode estragar amizades, arruinar a vida de uma pessoa. Deve-se tomar cuidado com essa prática. O amor do cristão para com seus semelhante deve ser o mesmo, sem favoritismo ou exclusividade. “Se é verdade que esse amor cristão deve caracterizar nossa atitude para com os demais crentes, não menos o é o fato de que temos de mostrar essa mesma disposição para com todos os homens”.[5] A Parábola do Bom Samaritano é uma ilustração belíssima do exemplo de amor para com o nosso próximo (Lc 10.30-37). A lei está resumida no amor para com Deus: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento” e no amor para com o próximo: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.37; Lc 10.27; Rm 13.9; Lv 19.18). Obviamente que quem ama a Deus amará a seu próximo (1Jo 2.10,11; 4.11,12).

 

Além do amor, um outro motivo para sermos bons cidadãos é que a Vinda do Senhor está próxima (Rm 13.11; Lc 21.28). Com isso, a grande esperança do cristão está cada vez mais próxima, isto traz responsabilidade por parte do cristão, de viver uma vida digna e de acordo com os padrões divinos. Na sua vinda, seremos então tirados da atual conjuntura do pecado e das condições atuais, bem como do derramamento da ira vindoura (Rm 8.23,24; 1Ts 1.10; 4.13-17; 5.9). Por isso não devemos estar andando nas obras das trevas e sim, “revestindo-nos das armas da luz”. Quando Ele voltar, como nos achará? Andando nas trevas do pecado, ou como bons cidadãos dos céus, amando a Deus e ao nosso próximo?

 

4. Conduta em Relação aos Fracos na Fé

Em se tratando da matéria moral, as suas dúvidas, o apóstolo Paulo estabelece três grandes princípios de grande valia: 1) não devemos julgar os outros (14.1-12); 2) não devemos tentar uns aos outros (14.13-23); 3) seguir o amor de condescendência e amor de Cristo (15.1-13). No capítulo 14 de Romanos, Paulo trata de questões duvidosas. Fala das responsabilidade do forte para com o irmão fraco, bem como do irmão fraco, para com o irmão forte. No entanto, deixa claro que cada um comparecerá perante Deus (v.12).

 

“No idólatra Império Romano, faziam-se sacrifícios de animais aos deuses pagãos. Depois, a carne era vendida nos mercados e açougues (1Co 10.25). Sendo essa carne associada à idéia de culto pagão, alguns dos novos convertidos não conseguiam comê-la, sem sentirem profunda perturbação interior. Outros, porém, já criam que todas as coisas pertencem a Deus, e, assim sendo, comiam-na sem nenhum problema. Afinal, ‘ao Senhor pertence toda a terra’. [6] Aqui, o irmão “débil na fé” estava escandalizado pela liberdade que o mais forte tinha. O problema é a falta de sabedoria quanto a liberdade que temos em Cristo. Essas pessoas não tinham convicção na aplicação de sua liberdade em Cristo. Nos dias de hoje seria o fato de alguém que se converteu do catolicismo para o cristianismo e não sabe com certeza se pode ou não comer carne da “sexta-feira santa”, pelo simples fato de ainda não entender muito bem a sua liberdade em Cristo. “O erro do irmão fraco consiste em julgar e condenar aos irmãos ‘fortes’, isto é, os que reconhecem que são livres dessas proibições ritualisticas acerca de dias e comidas; e os fortes podem errar também, em desprezarem a seus irmãos fracos, ofendendo-os desnecessariamente na ostentação da liberdade”. [7] 

 

O apóstolo Paulo faz uma alusão muito importante aqui, um princípio que deve ser seguido, o princípio do amor, ele fala que amar ao próximo é muito mais importante do que a nossa liberdade nestas coisas. “Também, é mais importante ser ‘conhecido’ por Deus do que ‘conhecer’ o que se refere a ídolos! Se não estamos interessados na maneira como nossa ‘sabedoria’ afeta a nosso irmão, então nosso conhecimento nos encheu de soberba. Se não nos preocupamos com os sentimentos de nosso irmão, provamos que, em vez de sermos sábios, realmente nada sabemos”. [8]  

 

Cabe aqui notar que os crentes de romanos eram oriundos do paganismo, estavam envoltos com uma cultura pagã. Por isso, tinham suas dificuldades em relação a estes assuntos controvertidos.

 

Paulo fala da comida e da observância religiosa de certos dias. Para Paulo, e também outros irmãos, o comer qualquer alimento não havia problema algum, ao passo que para outros, os irmãos mais fracos na fé, isso era escândalo. Da mesma sorte, com relação aos dias, alguns consideravam que cada dia era igual ao outro, não faziam distinção entre os dias que eram mais ou menos sagrados, consideravam cada dia como sendo “santo ao Senhor”, ainda outros achavam que certos dias eram mais santos do que outros. O que é que deve ser feito, visto que na mesma comunidade haviam cristãos com tão diferente pontos de vista? Cada qual deveria resolver em sua mente e em sua consciência. “Aquele que desfruta maior liberdade não deve menosprezar o outro julgando-o espiritualmente imaturo. Quem tem escrúpulos de consciência não deve criticar o seu irmão na fé por praticar o que aquele não pratica”. [9]

 

Paulo “nos fornece o verdadeiro meio de decidir todas aquelas questões casuais que tão frequentemente aparecem na vida cristã, e que levam tantos crentes a ficarem embaraçados. Posso admitir a mim mesmo esta ou aquela diversão? Sim, caso possa desfrutá-la para o Senhor, ao mesmo tempo que possa agradecer-Lhe pela mesma. Não, se não puder recebê-la como presente de Suas mãos e bendizê-lo por causa da mesma. Essa maneira de solucionar tais problemas respeita tanto os direitos do Senhor como a liberdade do indivíduo”. [10]


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1) ERDMAN, Charles R. Comentários de Romanos. São Paulo, SP.: Casa Editora Presbiteriana, s/d., p.150,151.

2) BROKKE, H. J. Romanos, o Evangelho do Cristo Ressureto. Venda Nova, MG.: Editora Betânia, 1981, p.149.

3) SMART, John. Epístola de Paulo aos Romanos: Evangelho da Graça de Deus. Santos, São Paulo: Escola Bíblica Emaús, s/d., p.47.

4) COY, Larry. Curso Conflitos da Vida. 3 ed. Venda Nova, MG.: Editora Betânia, 1985, p.60.

5) ERDMAN, Charles R. Comentários de Romanos. São Paulo, SP.: Casa Editora Presbiteriana, s/d., p.146.

6) BROKKE, H. J. Romanos, o Evangelho do Cristo Ressureto. Venda Nova, MG.: Editora Betânia, 1981, p.155.

7) SMART, John. Epístola de Paulo aos Romanos: Evangelho da Graça de Deus. Santos, São Paulo: Escola Bíblica Emaús, s/d., p.50.

8) WILLIAMS, Morris. Comportamento do Crente: Estudo baseado nas Primeira e Segunda cartas de Paulo aos Coríntios. Miami, Florida: Editora Vida, 1977, p.72.

9) BRUCE, F. F. Romanos: Introdução e Comentário. São Paulo, SP.: Edições Vida Nova, Editora Mundo Cristão, 1979, p.197.

10) VAN GILDER, H. O. A Justiça de Deus. Vol. II. São Paulo, SP.: Imprensa Batista Regular, 1983, p.94,95.

 

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