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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Mudança de comportamento: E a Bíblia com isso?

 Mudança de comportamento: E a Bíblia com isso?

correndo-atras-dinheiro                                                                                        Milton Jr.

1. O problema aparente

Thiago é um adolescente cristão, filho de um pastor evangélico. Foi criado segundo os princípios bíblicos e teve uma excelente formação cristã. Sempre foi atuante na igreja, e em seu lar estava acostumado com a rotina dos cultos domésticos. Costumava ser frequentemente citado por aqueles que o conheciam como um bom modelo a ser imitado, contudo, nos últimos tempos, depois de mudar de escola e fazer uma nova turma de amigos, Thiago não parecia mais o mesmo. Aquele que sempre foi um moço bem-educado agora vivia xingando. Os palavrões saiam de seus lábios com tanta naturalidade e frequência que era impossível não ficar incomodado e, tudo isso, já estava começando a “pegar mal” para o seu pai, afinal, filho de pastor não xinga.

Jair é diácono da igreja. Sempre foi muito responsável com o seu trabalho e, geralmente, era bastante polido no seu modo de falar. Porém, algumas pessoas da igreja já tiveram o desprazer de vê-lo irritado e, quando isso acontecia, aquela linguagem polida dava lugar aos mais terríveis palavrões. Em casa, sua esposa e filhos eram também, muitas vezes, insultados com xingamentos, o que levava a brigas ainda maiores.

O pastor Enoque, que já vinha se sentindo envergonhado por causa do linguajar do seu filho Thiago, começou a receber reclamações por parte dos membros ofendidos pelo diácono Jair. Além disso, a esposa do diácono também procurou o pastor para queixar-se do modo como o marido muitas vezes a tratava e de como estavam brigando em decorrência disso, estavam a ponto de separar-se.

Aparentemente o problema era o mesmo, um adolescente e um diácono que pecavam falando palavrões, e foi com esse entendimento que o pastor Enoque tentou tratar os dois casos.

2. Deus não é um mero extintor de incêndio

Primeiro o pastor chamou o filho e falou que por causa do seu linguajar, ele, como pastor da igreja, estava sendo envergonhado e sendo motivo de chacotas: “o pastor não sabe cuidar nem do filho...”. Abriu a Bíblia e, citando os textos de Efésios 4.29 e Tito 2.8, afirmou que dizer palavras torpes é pecado e que Deus puniria o seu pecado. Não haveria como fugir do juízo de Deus porque o homem colhe o que planta, esbravejou citando Gálatas 6.7. Se não quisesse experimentar o peso da mão do Senhor, Thiago deveria imediatamente parar de falar palavrões.

Com o “sermão” pronto, ficou fácil. O pastor convocou o diácono Jair, repetiu as mesmas palavras, incluiu alguns versículos que falam sobre o cuidado do marido em relação à esposa e afirmou que, caso acontecesse o divórcio, a culpa seria toda do diácono. Se não quisesse sentir o peso da mão do Senhor e perder a esposa, Jair deveria parar de xingar as pessoas.

Isso me faz lembrar de um programa a que assisti com o “Dr. Pet”, adestrador de animais. Nesse programa ele foi chamado para resolver um problema com alguns cachorros que viviam brigando. Eram uns cinco ou seis cachorros de porte grande que, ao serem soltos pelo dono, começavam a se morder, mesmo com o dono gritando para que parassem. A solução do Dr. Pet foi fantástica. Instruiu o dono dos animais de que, munido de um extintor de incêndios, se aproximasse dos cachorros no momento da briga. Ele teria de dar a ordem: pare!, e em seguida acionar o extintor em direção aos cães que dispersariam com medo daquele jato de pó. Isso deveria se repetir algumas vezes, até que os cães cessassem a briga simplesmente ouvindo o comando para parar. E foi o que, de fato, aconteceu. Ao ouvir a ordem “pare!”, os cães associavam ao extintor e, por medo de levar mais um jato, obedeciam.

Apesar de os personagens citados nos exemplos acima serem fictícios, as situações descritas não são diferentes daquelas que podemos perceber todos os dias no cotidiano de muitos cristãos. Pior ainda é saber que a forma como têm sido tratadas essas questões assemelha-se mais ao método do Dr. Pet para adestrar os cães que com a perspectiva bíblica para a mudança de comportamento. Muitos crentes têm evitado o pecado somente por medo da consequência e não por causa do entendimento de que devem viver para a glória de Deus (1Co 10.31; Rm 11.36). Para eles, a ideia de Deus é simplesmente a de um extintor de incêndio pronto para ser acionado. O pecado é então evitado por causa da consequência que se sofre e não por causa da ofensa ao Senhor.

O problema na abordagem descrita é que ela se limita a “tratar” os sintomas sem descobrir a causa. É como alguém que constantemente sente dor de cabeça e simplesmente toma um analgésico. Várias são as causas que podem levar alguém a sofrer com isso, mas, somente como exemplo, pense na hipertensão. Alguém que tenha “pressão alta” pode frequentemente sentir dor de cabeça e o analgésico será um simples paliativo, servindo para mascarar o verdadeiro problema, pois, se não há dores não há o que se verificar e o problema continuará lá até o momento de se manifestar de forma mais grave, como um AVC.

Conquanto os princípios bíblicos citados pelo pastor Enoque sejam verdadeiros, para que a mudança de comportamento honre ao Senhor ela deve ir além de regras cumpridas por medo da punição. Não é simplesmente parar de xingar, mas fazer isso por causa de uma motivação correta. Como então proceder de forma bíblica a fim de que a mudança seja duradoura e honre ao Senhor?

3. Um caminho bíblico: tratando o problema na raiz

A perspectiva bíblica quanto à mudança de comportamento está ligada à santificação. Como afirma Booth: “A Santificação é um processo contínuo pelo qual Deus, por sua misericórdia, muda os hábitos e o comportamento do crente, levando-o a praticar obras piedosas.”[1] Sabendo que “a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta par discernir os pensamentos e propósitos do coração (Hb 4.12), precisamos recorrer a ela para entender não só como agimos, mas por que agimos como agimos.

É muito importante entender que, na dinâmica da igreja, somos responsáveis por “admoestar uns aos outros” (cf. Rm 15.14). Como indica o excelente livro do Dr. Paul Tripp, somos “Instrumentos nas mãos do Redentor – pessoas que precisam ser transformadas ajudando pessoas que precisam de transformação”[2]. Para isso precisamos entender três princípios:

1. O homem é governado pelo coração – Ao advertir os discípulos que não procurassem ajuntar tesouros na terra, mas no céu, Jesus afirmou: “porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.19-21). O ensino aqui é evidente. Buscamos aquilo ao qual damos maior valor em nosso coração. Se os discípulos tivessem como “tesouro” os bens, era isso que governaria seus corações e motivaria as suas ações, mas se o “tesouro” fosse o Reino de Deus e sua justiça, agiriam em conformidade com a justiça do Senhor. Foi também o Senhor Jesus quem afirmou que do coração procedem os maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, falsos testemunhos, blasfêmias (Mt 15.19) e que a boca fala do que está cheio o coração (Mt 12.34).

Por causa de tudo isso é que o livro de Provérbios orienta: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23).

Se o pastor Enoque tivesse esse entendimento conseguiria verificar que o problema do seu filho e do diácono não era simplesmente o linguajar torpe, mas aquilo que estava governando seus corações em lugar do Senhor. No caso do filho o desejo de ser aceito no novo grupo de amigos, no caso do diácono, o desejo de ser ouvido e respeitado.

Mas como o pastor Enoque chegaria a essa conclusão? Observando o próximo princípio.

2. Pessoas e circunstâncias revelam o nosso coração – De um modo geral a tendência do homem, ao pecar, é colocar a culpa em outras pessoas ou nas circunstâncias. Porém, diante da verdade bíblica de que somos dirigidos pelo nosso coração, devemos entender que pessoas e circunstâncias simplesmente revelam o que está em nosso coração, elas servem como a antiga pomada de basilicão, usada em pessoas com furúnculos. Ao ser aplicada a pomada “trazia para fora” o carnegão[3] e, é lógico, isso só acontecia porque ele já estava lá. A pomada não produzia o carnegão, simplesmente o revelava.

Ao analisar os casos sob essa ótica, o pastor veria que a razão de o seu filho estar xingando constantemente era o medo de ser rejeitado pelo novo grupo de amigos. Ser aceito era tão “importante e necessário” que, nessa ânsia, ele deixava de lado todos os princípios bíblicos aprendidos outrora demonstrando, ao contrário da atitude dos discípulos em Atos 5.29, que importava obedecer aos homens que a Deus.

No caso do diácono, o pastor Enoque perceberia que o xingamento era a forma de “punir” aqueles que não o respeitavam como ele achava que merecia. Como diácono da igreja, entendia que não podia ser contestado e como chefe do lar, nunca questionado. Seu desejo por respeito passou a ser uma “necessidade” que ele agora exigia e qualquer um que o privasse daquilo que ele tanto queria logo era julgado e punido, no caso, com xingamentos.

Ao observar o princípio de que as pessoas e circunstâncias revelam o coração, o pastor Enoque teria condições de avaliar também a postura da esposa do diácono. Ao ameaçar deixá-lo, o que ela tentava fazer era manipulá-lo para que ele a tratasse melhor. Ela também, por causa do seu desejo, tentava mudar o comportamento do marido infligindo medo.

Mais ainda, o pastor poderia avaliar seu próprio coração e descobrir que sua motivação para corrigir o filho não estava sendo a glória de Deus, mas a vergonha a que ele estava sendo submetido por causa do seu mau comportamento.

Pessoas e circunstâncias são usadas por Deus para revelar o que controla o nosso coração e, com os desejos do coração expostos, podemos, com o auxílio do Espírito do Senhor, abandonar a nossa vontade e nos submeter à vontade do Senhor. Isso nos leva ao terceiro princípio.

3. Os ídolos do coração devem ser abandonados – No primeiro mandamento o Senhor ordena: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Costumamos pensar em idolatria somente no que diz respeito a imagens de escultura, mas a Bíblia nos adverte contra os “ídolos do coração” (Ez 14.1-9). Incorremos em idolatria todas as vezes que buscamos alegria, prazer, satisfação e realização fora do Senhor. Se pecamos para conseguir o que desejamos, ou pecamos quando não conseguimos o que desejamos, é porque esse desejo já se tornou um ídolo, um falso deus que faz promessas vãs acerca daquilo que achamos que nos trará satisfação.

O caminho bíblico é o de identificar a idolatria, arrepender-se por confiar em falsos deuses e voltar-se de todo o coração ao Senhor (Ez 14.6) buscando de coração fazer a sua vontade.

O adolescente Thiago deve rejeitar o ídolo da “aprovação dos homens” e entender que a alegria não é encontrada num grupo de amigos, mas no Senhor e, por isso, é a ele que precisamos agradar. O diácono Jair tem de abandonar o ídolo do “respeito” e entender que o pecado de outros ao não respeitá-lo não autoriza o seu pecado ao revidar as afrontas. Ao invés de revidar ele deve entregar tudo àquele que julga retamente (1Pe 2.23). De igual modo a sua esposa deveria abandonar o ídolo do “controle” e, ao invés de tentar mudar o marido manipulando-o pelo medo, deveria ganhá-lo sem palavra alguma, por meio de um honesto comportamento. Por último, o Pastor Enoque deveria entender que a motivação para corrigir o filho deveria ser exclusivamente a glória de Deus, abandonando o ídolo da “reputação”.

Conclusão

Entender os motivos do coração é essencial para uma mudança de comportamento que seja duradoura. Qualquer mudança externa, que não leve em conta a raiz do problema, será mero paliativo e servirá unicamente para produzir fariseus que não se preocupam com a glória do Senhor, mas com seus próprios desejos.

É bom salientar que os desejos não são maus em si mesmos. Pensando nos casos citados, não há mal em querer ser aprovado, ser respeitado ou ter uma boa reputação. O problema é quando essas coisas tomam uma importância tão grande que passam a governar o coração e nos levam a pecar.

Que o governo de nossa vida seja exclusivamente de Cristo Jesus, aquele que já nos redimiu e nos santificará para ele mesmo, até o dia final. Vivamos para sua glória e louvor.



[1] A. Booth. Somente pela graça. São Paulo, PES, 1986, p. 44-45.

[2] A obra do Dr. Tripp foi publicada no Brasil pela Ed. NUTRA e é um excelente livro-texto para aqueles que se interessam por aconselhamento bíblico.

[3] Regionalismo para “carnicão”, a parte central dos furúnculos e tumores (Dicionário eletrônico Houaiss).


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sábado, 16 de janeiro de 2010


O Senhor te abençoe e te guarde;

O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti;

O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.”.

(Números 6.24-26).


Rev. Ézio Martins de Lima


Bênçãos! Quantas bênçãos recebemos de Deus em 2009?

E em 2010, quantas bênçãos esperamos? Ora, é natural que as desejemos, pois delas necessitamos para que nossos próximos dias sejam marcados pelo verdadeiro êxito.

No livro de Números 6.24-26 encontramos a bênção que dominicalmente é dada no final do nosso culto ao Senhor. Que esta bênção, contida de 6 graciosas promessas, seja derramada sobre nós a cada dia deste 2010.

I – “O Senhor te abençoe

A bênção provém de Deus! Deus é a Origem de toda boa dádiva!

Tiago 1.16-17 Não vos enganeis, meus amados irmãos. Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.

Não confundamos, contudo, bênção com sucesso de acordo com a minha vontade. A bênção às vezes pode ser o não de Deus para algumas coisas que desejo.

Que o Senhor te abençoe em 2010!

II – “... E te guarde..

Apesar das bênçãos de Deus serem boas dádivas, o coração do ser humano é corrompido pelo pecado. Por isso, enfrentamos tantos perigos. Perigos físicos e espirituais.

Salmo 121 O Senhor é quem te guarda: o Senhor é a tua sombra à tua direita. O sol não te molestará de dia nem a lua de noite. O Senhor te guardará de todo o mal: Ele guardará a tua alma. O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre.

Guardar aqui é mais no sentido de ser preservado na aliança com Deus, do que não sofrer um acidente ou passar por aflições. A promessa do Salmo inclui o cuidado da alma (vida), coisa tão esquecida neste tempo materialista.

Que o Senhor guarde a sua vida em 2010!

III – “O Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti..

Resplandecer a o seu rosto significa a presença de Deus revelada. Para Israel a presença de Deus no deserto era verdadeiramente um brilho em meio à escuridão(Exodo. 40.34-38)

Sobre ti, significa que Deus não é uma energia, mas que pessoalmente se revela, se mostra e se relaciona com os que são Seus.

Que Deus resplandeça Seu rosto sobre sua vida em 2010!

IV – “... E tenha misericórdia de ti..

Misericórdia em hebraico é hesed, que normalmente é traduzida por amor,bondade, benevolência ou misericórdia. Hesed é freqüentemente associado à Aliança (Exodo 20.6; 34.6). A própria Aliança é chamada hesed (Isaías 55.3). O hesed do SENHOR dura para sempre (Jeremias 33.11; Malaquias 7.20). Isaías 54.8; 55.3;

Misericórdia em hebraico também pode ser representada pelo vocábuloRahamim. A raiz desta palavra é rhm, e tem o significado de: útero. Rahamimpode ser traduzida como vísceras, entranhas, sentimento de amor,compaixão, misericórdia. Misericórdia é, assim, o amor perdoador, gracioso, que não desiste de nós apesar de nossos fracassos e equívocos!

Que a misericórdia de Deus seja abundante sobre sua vida em 2010!

V – “O Senhor levante sobre ti o Seu rosto..

Significa um clamor para que Deus não esconda Seu rosto e preste atenção em Israel.

Que tragédia é sentir que Deus escondeu o Seu rosto de nós! Esta bênção, portanto, é uma grande necessidade que temos!

Os judeus ortodoxos ainda esperam o rosto de Deus se levantar, mas nós que cremos em Cristo, confessamos que Deus revelou Seu rosto em Jesus, o Messias.

João. 1.14: E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a Sua glória, glória como do Unigênito do Pai.

João 1.18: Ninguém jamais viu a Deus; o Deus Unigênito, que está no seio do Pai, é quem O revelou.

VI – “... E te dê a paz..

O mundo carece de paz. Muito se fala em paz, especialmente nas mensagens de felicitações por conta da virada do ano. Há manifestos públicos e desejos privados por paz em todos os níveis de relacionamentos. Mas qual a paz que se procura?

Em 2009 acompanhamos estarrecidos as manchetes sobre morte, guerra terrorismo de ambos os lados. E o que todos querem? Paz.Paz por meio da violência é a pior ironia que nós seres humanos criamos.

Jesus disse: Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo., (João 14.27).

Nós cristãos cremos que a paz tem nome, JESUS! A paz, portanto, só pode ser real quando o Senhor da Paz promovê-la no solo do nosso coração inclinado para a guerra. A paz verdadeira nos relacionamentos, quaisquer que sejam, começa quando o nosso coração se encontra com Cristo e passamos a gozar da paz de Deus! - Romanos 5.1.

Que a paz de Deus encha seu coração em 2010!

O Senhor te abençoe e te guarde;

O Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti;

O Senhor sobre ti levante o Seu rosto e te dê a paz!.


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quarta-feira, 28 de outubro de 2009



Hamilton Petito

“Tudo tem Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu” (Ec 3.1)

Esse versículo nos faz lembrar que não há acasos, pois Deus tem um propósito para cada acontecimento. Nem mesmo o sofrimento ocorre por acaso. Também ele tem um propósito.

Para os ímpios, os propósitos seriam:
1) Manifestar o caráter Santo de Deus. As dores e angústias ocorrem como conseqüência das transgressões praticadas pelos ímpios.
(Sl 107.17) “Os estultos, por causa do seu caminho de transgressão e por causa das suas iniqüidades, serão afligidos”.
2) Levá-Los a viver uma vida reta. O sofrimento que Deus permite aos ímpios tem essa finalidade.

(Is 26.9) “Com minha alma suspiro de noite por it e, com o meu espírito dentro de mim, eu te procuro diligentemente; porque, quando os teus juízos reinam na terra, os moradores do mundo aprendem justiça”. (sublinhado meu),

Em relação aos propósitos do sofrimento entre os cristãos, objeto principal desta reflexão, podemos considerar os seguintes:


1) Levar o crente de Volta ao caminho reto.
(Pv 3.11-12) “Filho meu, não rejeites a disciplina do SENHOR, nem te enfades da sua repreensão. Porque o SENHOR repreende a quem AMA, assim como o pai, ao filho a quem quer bem.”

Quando sofremos devemos pedir a Deus para nos mostrar o caminho reto a seguir, para nos ajudar a reencontrá-lo.

O sofrimento não representa que Deus nos abandonou, mas sim que, por nos amar, quer que reencontremos o melhor caminho, o caminho da vida.


2) Desenvolver nos cristãos a capacidade de compaixão pelos outros.
(2 Co 1.4-5) “É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus. Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em Grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo.”

Esse texto de Paulo nos ensina que é Deus quem nos conforta no sofrimento. Nós cristãos sabemos que em algum momento iremos passar por tribulações (Jo 16.33), porém é com Deus que esse sofrimento é aliviado; afinal, “Deus é o Pai das Misericórdias e o Deus de toda consolação”.

Em relação aos outros, o sofrimento nos ensina a consolar e a confortar, assim como Deus faz conosco. Diferentemente de Deus, que tudo conhece sem ter experimentado, nós humanos necessitamos aprender a sentir o sofrimento para entendermos como o sente o nosso irmão.

Deus enviou Cristo para que a nossa consolação transborde por meio Dele.


3) Confirmar o valor da fé.
(1 Pe 1.6-7) “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo;”

O sofrimento do cristão é o meio que Deus USA para fazer o crente crescer na própria fé. Pedro compara o sofrimento à ação do fogo. A ação do fogo é múltipla, pois destrói, consome, aniquila, porém a Escritura se refere a ele como elemento purificador, que torna o objeto aprovado, aperfeiçoado, confirmado.

O nosso “fogo” está representado pelo sofrimento e está longe de ser uma experiência agradável.
Esse sofrimento para confirmação da fé vem quando necessário; nem todos cristãos precisam experimentá-lo, pois, poderemos “... Ser contristados por várias provações...". O sofrimento não é algo inevitável, obrigatório ou necessário e quando ocorre não dura para sempre.


4) Aperfeiçoar o caráter cristão.
(Rm 5.3-4) “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança”.

Nesse texto Paulo afirma que o sofrimento é um meio que Deus USA para aperfeiçoar o caráter dos cristãos. A palavra “perseverança”, em grego, pode também adotar o sentido de paciência, persistência, constância.

Em geral crescemos e amadurecemos quando estamos sob dificuldades, sob tribulações. O sofrimento termina por desencadear uma reação em cadeia:

Sofrimento - perseverança - experiência (caráter provado) -
Firmeza - constância - paciência - esperança

Para o cristão o sofrimento faz surgir o poder da esperança, ligando o presente ao futuro vitorioso e duradouro, pois não podemos esquecer da duração curta do sofrimento, da provação, em contraste com a alegria eterna da vida espiritual daquele que é salvo.

Devemos nos lembrar da promessa de Deus: que o sofrimento do cristão durará pouco, como disse o salmista (Sl 30.5) “... Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã”.

Para finalizar, todo cristão diante do sofrimento, das dificuldades e das aflições, deve repetir com convicção e junto com o salmista: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu”. (Sl 42.5).


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terça-feira, 16 de junho de 2009


O Pão de Lágrimas

Qual é o pão que Deus nos oferece? O salmista fala de um pão no salmo 78 e de outro pão no Salmo 80. O primeiro parece maravilhoso: é o pão dos céus, também chamado de pão dos anjos."... Fez chover maná sobre eles, para alimentá-los, e lhes deu cereal do céu. Comeu cada qual o pão dos anjos; enviou-lhes ele comida a fartar. (Salmo 78.24-25). O segundo parece amargoso: é o pão de lágrimas. "Dás-lhe a comer pão de lágrimas e a beber copioso pranto".(Salmo 80.5). Tão diferentes assim, podem sair do mesmo Padeiro?

Embora sejam muito diferentes quanto ao gosto, ambos são fabricados pelo mesmo Deus, mas com propósitos diferentes e em circunstâncias diferentes. O segundo pode não ser muito agradável ao paladar mas é extremamente necessário em certas ocasiões.

O pão de lágrimas, também chamado pão da adversidade ou pão de dores ou pão deangústia. "Embora o Senhor vos dê pão de angústia e água de aflição, contudo, não se esconderão mais os teus mestres..." (Isaías 30.20), tem propriedades terapêuticas e é indicado em caso de profunda crise de fundo religioso a moral. Esse pão de lágrimas dissolve o orgulho, o compromisso pecaminoso, a incredulidade, a rebelião. E recoloca o paciente nos caminhos do Senhor.

Pão de lágrimas nada mais é do que aquele pequeno ou longo período de confusão mental, de desassossego, de tristeza íntima, de medo, de desalojamento, de enfermidade, de reveses sérios na família, de apreensões econômicas bastante aflitivas, de incerteza. O próprio salmista sabe o que é comer o pão de lágrimas ou beber o copo de lágrimas: "Minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia a de noite" (Salmo 42.3). Depois de produzir os efeitos necessários, a medicação é sempre suspensa, voltando-se, então, para o pão dos anjos!

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Texto Extraído da Revista Ultimato

Medite:
"Declarou-lhes, pois, Jesus:
Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome..."
(João 6:35)

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sábado, 16 de maio de 2009


Os Passos de Neemias Rumo ao Sucesso

 

Clever Guth de Freitas


 

 

"Ou você vai, ou você racha."

Você já se deparou com situações onde "ou você vai, ou você racha." Pois é, Neemias "foi" e não recuou, sabe porquê? Porque ele conhecia o problema que lhe afligia e por isso não teve medo de lutar contra ele. Ao esperar no Senhor pôde encarar sua realidade e seguir uma estratégia de fé, mas uma fé prática, tapando as brechas, lançando fora o medo, repreendendo o inimigo, vigiando e etc. Por isso, mesmo após ter vencido seus adversários e problemas, continuou no alvo, sem descansar, e aínda celebrando ao Senhor !!

  1. Conhecer os problemas

    Descobrir a origem – Ne 1:3
    Encarar a realidade – Ne 1:4
    Lembrar aonde caiu - Ne 1:5
  2. Não ter medo de lutar

    Seguir uma estratégia – 2:6
    Não desistir – 2: 10
    Não ouvir conselhos errados – Ne 2:18-19
    Não se impressionar com os opositores – Ne 4:1-3
  3. Esperar no Senhor

    Enquanto encara a realidade – Ne 4:4-5
    Enquanto segue uma estratégia – Ne 4:6
    Enquanto ora e recebe oração – Ne 4:9
  4. Praticar a Fé

    Tapando as brechas – Ne 4:13
    Não Ter medo – Ne 4:14
    Repreendendo o Inimigo - Ne 4:15
    Vigiando - Ne 4:16
    Tendo comunhão com os irmãos – Ne 4:19
    Buscando o Reino de Deus em primeiro lugar – Ne 4:22
    Permanecer na Palavra – Ne 4:23
  5. Continuar no alvo

    Não descansar nunca – Ne 6:1-4
    Celebrando ao Senhor - Ne 8:5-7

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quarta-feira, 13 de maio de 2009

 

40 Anos, 40 Dias,
1 Minuto

                                                                           Ariovaldo de Arruda Ferraz


Aos 40 anos, no dito popular,  vive-se  a idade do lobo. Na Bíblia 40 anos é  preparo de Deus, presença, revelação e poder, 40 dias é fortalecimento de Jesus no deserto, tempo para os espias contemplarem a nova Canaã, tempo de tarefa, tempo de Deus com Moisés no Sinai, tempo de transformação dos discípulos após a ressurreição. Tempo de orar e jejuar, tempo de retiro, tempo para mudar como Jonas em Nínive. Em minutos, um ou quarenta anos, perde-se a vida, ganha-se a eternidade, perde-se a moral, conclui-se a vitória; declara-se um Grande amor, diz-se um sim, ou não, talvez em segundos, abrindo um sorriso ou iniciando tempo de dor.

 

O povo de Israel saindo do Egito, peregrina quarenta anos no deserto, por vales e montes. Para uns ao olhar para frente é tempo de mais, para quem já viveu passou tão rápido, "quarenta anos é a velhice dos jovens, depois disso vem a juventude dos velhos"...

 

Se você não passou, vai passar; se já atravessou o deserto, em quarenta anos ou mais, sabe o desafio da aridez, caminhos difíceis, tempestades, tribulações, desafios. Alguns murmuram por achar a caminhada da vida pesada, mas bebem água tirada das pedras, sentem o vale e sua profundidade, outros observam encima dos montes, os que  falam com Deus  vendo, "...sarça que arde e não se consume. Passado o tempo, não faltou sandália para os pés, as vestes não rasgaram. A nudez foi coberta. A comida diminuiu, mas nunca acabou. Como povo do Deus vivo, e Ele guardados no deserto da existência, lembramos que já fomos aquecidos de tantas formas: de noite, o fogo do Senhor aquecendo, de dia a nuvem refrescando a alma.

 

Aos quarenta dias, anos ou minutos, queridos, precisamos lembrar o vislumbre e vicissitudes  da  eterna Canaã. Ainda no compasso da espera chegamos até aqui e, como Josué e Caleb, somos convidados a não desanimar, pois até aqui nos ajudou o Senhor. Alguns com martírio e pouca honra, vindos ou ainda  no deserto, no tempo de inconformismo, lágrimas, injustiças, trazem no peito onde se lê: "caminho e combato o bom combate estou guardando a fé...". Que visão tem do seu deserto e que expectação da glória cativa seu coração na luta do sobreviver?

 

Em quarenta anos Israel murmurava e perguntava: "E agora Senhor, exército por traz, montanhas ao lado, mar pela frente?". - Já sentiu assim alguma vez? Então, Deus  fez abrir o mar Vermelho... Mas não bastou! - "Não temos alimentos!". Receberam codornizes e maná que os nutriam.

Poderá o Senhor nos livrar dos perigos e inimigos (divida, desamor, incompreensão, desprezo, perdas)? Muitos foram os livramentos quando já em Canaã, tendo mel, provido pelas abelhas do Senhor, leite abundante,  havia os que diziam e ainda hoje dizem, Mas realmente pode Deus prover? Pode Deus ouvir-nos?  Deus quer lhe Dar tanto. Por isso diz: "Provai-Me nisto, se Eu não vos abrir as janelas do Céu e não derramar sobre vós benção sem medida", (Mal. 3:10). Ele provê tudo, dizendo: "Sou o Deus de doação e amor - mas tão poucos receberão de Mim. Pois não Me permitem que lhes seja, Deus!"

 

A jornada do deserto, uma caminhada de quarenta anos, podia ter sido feita a pé em alguns dias; foi tempo demais, porém necessário para que o duro entendimento do homem pudesse esquecer as cebolas do Egito e desfrutar Leite e Mel de Canaã. Que não se precise de 40 anos para se curvar, mesmo quarenta dias, mas que em um minuto reconheçamos: Bebemos da água da Rocha, sobrevivemos ao deserto abrasador, vimos a coluna de fogo, comemos do maná do Céu, as nuvens nas mais diversas formas guardaram-nos, atravessamos o mar com pés secos, por isso, e muito mais aceitamos o que Paulo diz: Quem era a Rocha da qual a água veio? Quem era a coluna de fogo? O maná? A serpente de metal? Tudo que Deus fez por Israel foi através de Jesus! Isto mesmo - Jesus foi cada uma destas Dádivas!

"Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar... E beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a Pedra era Cristo", (ICor. 10:1,4).  

 

 
 
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segunda-feira, 11 de maio de 2009


 
Rumo ao Norte
                                                                    
Elbén L.César
      
 
*** " Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto" (Isaias 55:6) ***

Veja para que lado você caminha. Não perca a direção. Não fique desorientado. É desagradável ter de voltar a trás. Pode ser que não haja mais tempo nem ânimo. Não hesite. Siga para o Norte. O Norte é a direção correta. A bússola aponta para o Norte. As Escrituras Sagradas indicam o Norte.
 
O Norte é Deus. Pois o fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Você não veio à existência só para comer, beber, dormir, divertir-se, amar, multiplicar-se, vestir-se, plantar, colher, poupar, viver e gozar dos bens que o trabalho e Deus lhe dão. No íntimo você precisa de Deus. Sua alma tem sede de Deus.
 
O Norte é a santidade. O certo não é descer, mas subir. O certo não é apagar de vez o que resta da imagem e semelhança de Deus em você, mas recuperar a imagem perdida. O certo não é o retrocesso, mas o avanço. O certo não é amoldar-se às paixões, mas tornar-se Santo como é Santo aquele que o chama para o Norte.
 
O Norte é a glória. A glória pode parecer mui distante, mas ela existe. Os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a glória por vir a ser revelada em você, no seu corpo, na sua mente, no seu habitat. A glória que se enconta ao Norte não é mero sucesso na vida. É muito mais. É alegria, satisfação, é comunhão, é ausência de maldade, é pureza, é explicação, é esquecimento, é participação da vitória de Jesus sobre tudo e sobre todos.
 
Ande, amigo, vamos para o Norte! Consulte a bússola agora. Acerte a posição. Leve junto a sua família. E não se esqueça: O desnorteado é aquele que perdeu o Norte.

 
 
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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Preciosa Insignificância



Rev. Ricardo César

 "Quem é o homem mortal, para que Te lembres dele, E o filho do homem, para que o visites" (Salmos, 8.4)


Onde estava Deus quando algo terrível nos abateu? Será que Ele não percebe que temos tentado ser  bons filhos, amando-O de verdade, trabalhando na Sua obra? Que temos buscado uma vida ao Seu lado, dia após dia? Por que será que, sendo Ele Bom, não age logo para conosco e nos  protege de tanto sofrimento? Ou será que, sendo Bondoso, não age porque não É tão Poderoso como se diz? Ou ainda, é exatamente o contrário que acontece - pode todas as coisas mas não age porque não É tão Bondoso quanto diz a Bíblia? Afinal, por que há tanto desalento em nosso meio? Por que o nosso Deus muitas vezes parece não estar ao nosso lado?

Talvez estas sejam algumas das inúmeras questões que têm inquietado os nossos corações em horas difíceis. Vivemos um tempo em que a felicidade parece estar de malas prontas para partir (ou já partiu), e não podemos fazer nada; um tempo em que só nos resta assistir o abater do infortúnio sobre os sonhos e vida...

O rei Davi um dia se sentiu assim, insignificante - "Quem é o homem...?" -, mas nunca questionou o seu Deus, nunca deixou que se embaçassem os olhos ante a beleza do seu Senhor, nunca duvidou do Seu permanente cuidar, nem do domínio que exerce sobre absolutamente tudo - "Ó Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o Teu Nome!" (Salmos, 8.9).Precisamos entender urgentemente que o amor de Deus por nós não é simplesmente para que nos sintamos bem, mas principalmente para que nos sintamos guardados n'Ele, especialmente quando estamos "desamparados e sozinhos".

Precisamos acreditar que o nosso Pai está ao nosso lado em qualquer situação, da mesma forma que estava quando Seu próprio Filho padecia na Cruz do calvário. Graças ao fato de Ele agir na hora certa, não livrou Jesus da Cruz, mas ressuscitou-O ao terceiro dia. Precisamos confiar o comando das nossa dores ao Senhor do refrigério; a direção das nossas encruzilhadas, ao Deus da direção; as impossibilidades dos nossos problemas, ao Deus dos impossíveis... Ele não É Omisso, mas Preciso no Seu agir; nós é que temos dificuldade em esperar "três dias" para vê-Lo agir. Jesus esperou; e Ele agiu, ressuscitando-O!

Não somos insignificantes, mas preciosos; não estamos desamparados, mas guardados. Portanto, aquietemos os nossos corações, pois o Senhor jamais Se omite em nos socorrer e tem reservado dias melhores; mas para que isto aconteça, é necessário descansar n'Ele durante as tribulações do presente...


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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Lições que Deus Ensinou a Moisés - e a Nós Também


Pastor Raúl Ariel Jiménez Cortés


A vida de Moisés é sem dúvida, entre muitas outras biografias bíblicas, a mais rica em lições espirituais. A forma como Deus trabalhou na vida desse grande líder do passado, pode também nos ensinar a forma como Deus pode tratar com nossa própria vida.

Desde o livramento e preservação da vida ao nascer, quando o povo de Israel enfrentava uma crise; sua educação na corte de Faraó, até sua morte no Monte, são vislumbres de como Deus trata com seus eleitos.

A maioria dos biógrafos bíblicos concorda numa questão, o ponto culminante na vida de Moisés é o seu chamado, razão essa, pela qual iniciamos refletindo sobre as lições que Deus ensinou a Moisés quando o chamou para a liderança de Israel.

Sem Ovelhas (Êxodo 3:1).

Você já se sentiu solitário, no abandono, desalentado e frustrado, sem expectativas para o futuro? Moisés estava assim! Não eram quarenta dias, eram quarenta anos! E esses anos se alastravam um após outro e nada mudava, um ano após outro Moisés continuava cuidando das ovelhas que não eram dele. Se nos acreditamos que Moisés foi o autor de Êxodo, então, ele faz questão de deixar para a posteridade o registro de que ele era pastor, um pastor sem ovelhas, elas eram de Jetro, seu sogro. Ele era um pastor que não tinha rebanho. O que ele não sabia era que Deus lhe daria não um rebanho, mas um povo.

Quantas vezes, no deserto de nossa vida, contemplamos à nossa Volta e não vemos outra coisa senão as pedras do deserto, e sentimos apenas o Sol escaldante da solidão e o desespero de não encontrar uma saída. Os anos se alastram, um após outro e a visão não muda, os sonhos não se realizam, a noite do deserto cai sobre nós como um manto fechado e escuro. A depressão começa a tomar conta de nossa vida. Então o desalento, o desânimo e a frustração invadem a alma como uma tormenta de areia no deserto, vemos tudo em preto e branco, a vida perde sua razão de ser e não entoamos mais as velhas canções que alegravam o coração.

A Visão de Deus (Êxodo 3:2-5)

No deserto, Deus deu a Moisés uma visão! E ele viu! O que ele viu mudou sua vida! Você precisa ter essa nova visão de Deus, saber que Deus não está preocupado com sua história para mudar a sua vida!

Se Deus se preocupasse com a história de Moisés, Ele teria visto que esse homem era um assassino procurado pela justiça do Egito, ele tinha matado um cidadão desse país. Se Deus se preocupasse com o sucesso de alguém, veria que Moisés era um fracasso como empreendedor, ele não tinha conseguido nem uma ovelha sequer para começar seu próprio rebanho, isso em quarenta anos. Se Deus olhasse para nós como o mundo moderno escolhe seus líderes, Deus veria que um homem de oitenta anos está velho demais para começar alguma coisa. Moisés tinha ultrapassado a terceira idade! Por que Deus não procurou um jovem no vigor e entusiasmo dos vinte anos? Sabe porquê? Por que Deus nos surpreende!

Quando o Senhor mostrou a Moisés a visão da sarça, Ele estava desejando lhe ensinar, e a nós também, ensinar a lição de que nada para Deus está dentro do que muitas vezes nos parece “normal”. Normal seria a sarça se queimar até virar cinza. Mas os milagres que transformam vidas estão marcados pelas surpresas de Deus. É dessa forma que Ele nos surpreende.

Pensemos um momento: Se Moisés apresentasse seu curriculum para o pastorado de uma Igreja moderna, seria ele aceito? Com 80 anos? Sem recursos, nem uma ovelha sequer? Assassino fugitivo? Com dificuldades para falar? Sem eloqüência? -- Vamos perguntar a opinião da esposa. O que ela diria de seu marido: “Certamente me és um esposo sanguinário” (Êxodo 4:25-26). Até a esposa achava que Moisés era sanguinário!

O que tinha Moisés? Nada! Ele tinha apenas uma velha ferramenta de trabalho, sem valor nenhum, uma velha vara de pastor. Muitas vezes nós esperamos ter grandes coisas para oferecer para Deus. Esperamos ter talentos, educação, dinheiro, e por AI vai... O mundo de hoje escolhe jovens talentosos; Deus escolhe os idosos solitários. O mundo apela para a barganha: O que você pode Dar em troca? O mundo espera que você seja alguém na vida. Deus escolhe àquele que perdeu a esperança na vida e o torna alguém. O mundo tem seus padrões, valores e a forma de medir as pessoas que lhe serão úteis para lhe oferecer uma oportunidade. Deus nos oferece uma oportunidade para crescer com Ele. Deus nos surpreende!

Deixe-se surpreender por Ele! Se aproxime da sarça e veja! Este pode ser o dia em que Deus fará você pisar em lugar Santo. O dia de tirar as sandálias de seus pés e se aproximar do Deus que está na sarça. Veja o fogo de Deus a sua frente e abandone todo seu passado de deserto e solidão, anos de fracasso ficarão para trás. Veja a sarça, veja o fogo, avance para a oportunidade de Deus.

Quem eu sou? O que eu tenho? Por que tenho esperado tantos anos? Ainda essas são suas perguntas? Esqueça! Deus é Aquele que não olha para quem você foi ou ainda é. Não! Não, Deus, pelo contrário olha para ver em você o líder que pode ser! Não tem ovelhas? Deus lhe dará um povo! Você tem apenas uma velha ferramenta? Deus poderá usar ela para abrir o mar e libertar o povo.

Em certa oportunidade um homem solitário, desalentado e triste, pensando que Deus o tinha abandonado, sentou-se à beira da praia, de fronte de um muro, e falou: “Deus, eu acreditarei em ti se novamente abrires este mar na minha frente, voltarei a ter esperança se derrubares novamente este muro, como aconteceu em Jericó e se agora fizeres chover como aconteceu com Elias”.

E o homem esperou, e esperou, esperou pela resposta de Deus.

E Deus respondeu para o homem, abriu, não o mar, mas muitas oportunidades de crescer. Derrubou, não o muro, mas derrubou as muralhas de impedimentos que atrapalhavam a vida do homem. Deus fez chover, não água sobre a cabeça do homem, mas choveu bênçãos e mais bênçãos sobre a vida dele.

O homem esperava, e continuou a esperar, depois de dois dias, mais desalentado ainda, levantou os olhos para o céu e perguntou: “Deus, ficastes surdo, que não ouves minha oração?”.

E Deus respondeu: “E tu estás cego?” – Eu abri o mar, derrubei o muro e fiz chover! Mas, não tens conseguido enxergar!

Uma nova visão! Precisamos olhar mais para a sarça de oportunidades e ver como Deus trabalha em nossa vida. Este é o dia de pisar em lugar santo.


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