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domingo, 15 de maio de 2022

Olhe-se no Espelho e Encontre a Resposta

 Olhe-se no Espelho e Encontre a Resposta


                                            Pr Samuel Vitalino

Pode parecer estranho, mas acho que não precisamos procurar muito para encontrarmos nosso pior inimigo. Via de regra o crente joga essa alcunha para Satanás, como se ele, sozinho, pudesse fazer alguma coisa concreta contra nós, além de urdir seus planos e ‘tentar’ nos devorar.

Outra tendência do nosso coração é eleger as circunstâncias como nossa grande vilã. Note que não é incomum nos nossos arraiais vermos pessoas justificando pecados atrás de família, criação, ambiente e essa lista poderia ser interminável.

Mas o que a Bíblia diz? Quem é o nosso inimigo mais próximo, perigoso e cruel? Com quem devemos ter mais cuidado na nossa luta incessante contra o pecado, já que sem a santificação ninguém verá o Senhor?

Achei que nunca fosse dizer isso tendo um bom significado, mas aqui vai: olhe-se no espelho e encontre a resposta[1].

Quando Paulo escreve aos Gálatas e nos manda andar no Espírito, afirma: Porque a carne milita contra o Espírito e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que porventura seja do vosso querer (Gl. 5:17). Não fazer o que se quer não é algo fácil, por isso a grande luta do mesmo Paulo em Romanos 7.

Tiago, quando fala sobre tentação, não aponta para a figura do conhecido Tentador, mas ao falar da origem do pecado, declara que cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando essa o atrai e o seduz. Note que a coabitação entre a minha cobiça e eu mesmo faz com que eu gere um filho que tem duas vezes o meu DNA e isso é algo que preciso me desvencilhar, pois é o que me matará; então a cobiça, depois de haver concebido, dá a luz o pecado, e o pecado, uma vez consumado, gera a morte (Tiago 1:14,15).

Pedro também trata do assunto ao ordenar que não devemos nos entregar às nossas próprias paixões, como fazíamos antes e na continuação desse argumento, ele nos exorta, como peregrinos e forasteiros, que nos abstenhamos das paixões carnais que fazem guerra contra a alma.

Não é fácil. Mas os Apóstolos acima aprenderam essa lição com o próprio Mestre. Eles foram convocados negarem-se a si mesmos, e instruídos a entrar pela porta estreita.

Você não consegue deixar o pecado e está procurando o culpado? Enquanto muitos falsos mestres tentarão achar um álibe para a o seu pecado, deixe-me conduzi-lo ao espelho para que você veja, cara a cara, quem é o verdadeiro problema, e se quiser reclamar de alguma coisa, aprenda com Jeremias: Queixe-se cada um dos seus próprios pecados (Lamentações 3:39).

Pelo Reino e com amor,



[1] Não são batidos os textos que falam da corrupção do nosso coração, mas como já são tão conhecidos, trarei alguns outros que se somam a Jeremias 17:9, Provérbios 6:14; 12:20 e outros.

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quinta-feira, 7 de abril de 2022

DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?

 DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?

O Brasil tem testemunhado a violência que muitas crianças sofrem nas mãos de babás ou das creches. São filhos e filhas cuja mãe não possui mais tempo de estar com eles, pois optou por auxiliar o marido nas finanças do lar. Isso tem demonstrado que muitas criaças tem sofrido violência de todos os lados ou perdem a vida por um descuido ou displiscência. Houve o famoso caso em 2008 quando três casais perderam o filho no momento em que estavam numa creche. Na época o noticiário mostrou o sofrimento atroz e a busca de uma resposta para a tragédia impiedosa e desesperadora por parte dos pais. Como pai que sou sinto-me solidário para com essas famílias enlutadas.

Mas além da perplexidade, também refleti um pouco sobre o caso do pequeno Gabriel de 7 meses que possuía Refluxo Gastroesofágico, problema que provoca o vômito ou regurgitação do alimento. Era uma criança que requeria cuidados especiais e uma vigilância ininterrupta, principalmente quando estava dormindo. Não quero de forma nenhuma criminalizar os pais ou os funcionários da creche, isso cabe aos investigadores. Meu objetivo é pensar um pouco sobre de quem é a responsabilidade de cuidar de uma criança, principalmente nos primeiros anos de vida.

Hoje o mundo ocidental vive o frenesi do consumo fazendo com que o indivíduo busque mais e mais a prosperidade financeira. O desejo de ter para ser proporciona horas de trabalho exageradas, além de impulsionar a mulher ao mercado de trabalho juntamente com o marido. É aqui que esbarramos no dilema da criação dos filhos. É justo deixá-los a mercê das creches ou dos parentes próximos ou a responsabilidade cabe aos pais? Pensemos um pouco no que são os nossos filhos:

1. Filho é incompatível com o trabalho desenfreado. Não estou aqui condenando o trabalho pelo sustento. Até mesmo mães e pais solteiros ou divorciados precisam proporcionar o mínimo para a sobrevivência digna e honrada dos filhos. Mas acredito que não é correto abandoná-los em nome de encargos que tomam muitas horas do dia. Nesse contexto é que entra o papel da mãe como aquela que está próxima para proteger e criar. Infelizmente muitas mães sequer possuem um tempo reduzido com os filhos. O contato só ocorre quando a criança já está dormindo. Até mesmo os pais negligenciam o tempo de qualidade com a família em nome dos serões ou dos encontros com os amigos no final do expediente. A ausência certamente acarretará em problemas emocionais e sociais graves à criança no futuro.

2. Filho é prioridade das mães. Esse raciocínio é tão contundente que o Estado proporciona uma licença compulsória para que as mães possam exercer a maternidade sem interrupção. Muitas não sabem do sofrimento que os filhos vivem por conta da ausência diária que resulta num sentimento de desprezo. Quando se está diante da carreira e, ao mesmo tempo, da criação de um filho, não há como negar a prioridade deste filho acima das pretensões profissionais. Ninguém é obrigado a se tornar mãe, ninguém é obrigado a conceber, ninguém é obrigado a abandonar o trabalho para cuidar de crianças. Se alguém quer se dedicar ao trabalho e prosperar na vida financeira deve então, nesse caso, optar por não ter filhos. Se um casal procria, logo estão estabelecendo prioridades. Assim como Paulo afirmou que para o evangelista o melhor é continuar solteiro, eu afirmo que para as mulheres que preferem trabalhar na busca da realização pessoal ou para melhorar a renda do marido o melhor é não ter filhos. Parece uma afirmação dura, mas perceber o sofrimento de tantas crianças, adolescentes e jovens pela ausência dos pais, principalmente da mãe, isso sim é algo duro e chocante.

3. Filho é o nosso campo educacional. Muitos imaginam que a responsabilidade educacional do filho cabe à escola e à igreja. Isentam-se de ensiná-los a Lei do Senhor que direciona todo o olhar para o mundo em que vivemos. A cosmovisão cristã sempre é abafada pela mídia, pelo evolucionismo ateu e pela criação impessoal proporcionada pelas empregadas domésticas, creches ou professores. A disciplina, privilégio restritíssimo dos pais, é um bem negligenciado hoje em dia. Como o tempo com o filho é reduzido aos mirrados finais de semana, os pais, com crise de consciência, não aplicam a disciplina, ao contrário, oferecem uma tolerância prejudicial, desafeiçoada e desamorosa. Filhos que são entregues a si mesmos não desenvolvem o princípio de autoridade, noção que em muito prejudica o relacionamento com Deus. Não esqueçamos, a responsabilidade de evangelizar, de doutrinar, de transmitir conhecimento e de moralizar é prioritariamente dos pais. A igreja, a escola, o sábio conselho dos amigos e parentes são ferramentas periféricas que consolidam a educação no lar.

Eu sei que um texto como esse está na contramão da sociedade em que vivemos. Mas acredito que o futuro dos filhos dirá quem está com a razão. Não tenho medo de errar ao afirmar que vale muito mais um filho equilibrado e crente diante das dificuldades financeiras do que uma vida abastada com o filho desequilibrado e longe do Senhor. É por isso que a pergunta continua no ar: de quem é a responsabilidade?

Sola Scriptura.

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sexta-feira, 25 de março de 2022

Maldição hereditária ou pecado pessoal?

 Maldição hereditária ou pecado pessoal?

                                                                                                                Ewerton B. Tokashiki 
Há alguns anos o meio evangélico perpetua uma confusa e prejudicial doutrina. Este ensino diz que: "apesar de você ter Jesus como o seu Salvador, e ser salvo, é possível que existam maldições hereditárias, ou seja, maldições por causa dos pecados de algum antepassado que não foram confessados e perdoados, e que conseqüentemente, ainda recaem sobre a sua vida". Então, com esta doutrina se conclui que "por isso, você não é abençoado, não prosperá, e por causa disso você tem doenças e males que não consegue se livrar, apesar de ser salvo", e quando ainda não insistem que há demônios dominando a vida do sujeito. Quem viveu, ou conhece alguém que crê nisto sabe do prejuízo que este falso ensino causa.

Seus defensores, geralmente, usam como base bíblica a passagem em que Deus declara que "visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem" (Êx 20:5). Li anos atrás um texto do Rev. Júlio A. Ferreira em que dizia que: a Bíblia mal interpretada torna-se a mãe das heresias! Façamos justiça ao significado do texto, interpretemos o texto dentro do seu contexto. Sabemos que esta ameaça pronunciada por Deus se refere aos que não eram salvos, e permaneciam na idolatria, desprezando ao único Deus vivo e verdadeiro, revelado o Deus da aliança - Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. A Escritura não está declarando que apesar de convertidos Deus ainda assim persistirá em amaldiçoar por causa dos pecados dos pais! A maldição é para aqueles que aborrecem ao Senhor, e não sobre os que o amam; porque sobre os que amam o Senhor, a misericórdia perdurará até mil gerações! (Keil & Delitzsch, Biblical Commentary on the Old Testament, pp. 117-118).

É verdade que alguns textos nas Escrituras declaram que o pecado dos pais tem influência sobre a vida dos seus filhos (Lv 26:39; Is 55:7; Jr 16:11; Dn 9:16; Am 7:17). Mas, isto deve ser bem entendido, pois não é uma referência à maldição hereditária, mas à persistência dos filhos de não abandonar os pecados dos pais. Quando uma cultura familiar se torna pecaminosa, dá-se origem a vícios que são aprendidos e reproduzidos. Sendo fiéis ao contexto histórico de toda a narrativa, perceberemos que estas passagens são exortações ao arrependimento, porque a punição era por pecados que tiveram origem nos pais, ou antepassados mais remotos, mas eram pecados ainda perpetuados e praticados por eles mesmos. Nisto percebemos que o cultivo duma cultura familiar corrompida por vícios, idolatria e imoralidades, pecados que são cometidos em família, ensinados pelos pais aos filhos trará a ausência das bençãos pactuais de Deus, mas, cada um será responsável por si, e enquanto não houver verdadeiro arrependimento não haverá transformação.

Esta idéia de maldição hereditária se fazia presente no meio do povo de Israel durante a antiga Aliança. Certamente eles aprenderam com o paganismo das nações vizinhas muitas práticas e crenças que eram abomináveis ao Senhor. Por isso, o profeta Ezequiel denuncia o pecado do povo por acreditar "que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este provérbio, dizendo: os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram?" (Ez 18:2). Entretanto, após a repreensão segue a intrução do Senhor dizendo: "tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, jamais direis este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá (Ez 18:3-4). A argumentação do profeta continua em todo o contexto posterior, deixando bem claro que cada um é responsável pelos seus próprios pecados, e não será o filho punido por causa do pai, nem o pai por causa do filho (versos 5-22).

Até mesmo os discípulos de Cristo necessitaram ser corrigidos deste erro. Numa certa ocasião encontraram um jovem cego de nascença, e questionaram: "mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?" (Jo 9:2). A redundante resposta de Jesus fechou o assunto, ao dizer que: "nem ele pecou, nem os seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus" (vs. 3). Os males físicos e temporais são instrumentos da providência de Deus, para que a Sua glória se manifeste no meio do Seu povo escolhido, e assim, a Sua vontade se torne conhecida (Jo:9:35-39; Rm 8:28).

Quando os verdadeiros crentes caem em pecado, mesmo pecados graves e escandalosos, eles não são abandonados por Deus. Deus nunca desiste deles (Rm 8:31-39). Como um Pai restaura os seus filhos, os disciplina “porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos”(Hb 12:6, ARA). O apóstolo Paulo afirma esta mesma verdade dizendo que “quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo” (1 Co 11:32). É possível cair em pecado, mas é impossível cair da graça de Deus. O teólogo inglês J.I. Packer declara que "às vezes, os regenerados apostatam e caem em grave pecado. Mas nisto eles agem fora de seu caráter, violentam sua própria nova natureza e fazem-se profundamente miseráveis, até que finalmente buscam e encontram sua restauração à vida de retidão. Ao rever sua falta, ela lhes parece ter sido loucura."[Teologia Concisa, p. 224]. O pecado é corrigido individualmente.

Como individualmente pecamos, também somos chamados ao arrependimento! Não posso me arrepender por outra pessoa; entretanto, devo interceder por ela, se ela estiver viva. Não é possível pedir perdão pelos pecados dos meus filhos, nem irmãos, pais, avós ou qualquer outro antepassado. Pecado é confessado, e somente é perdoado pessoalmente. A Bíblia diz que as bençãos da Aliança acompanharão os nossos filhos, pois eles são filhos da promessa. Se você é filho de Deus, você é co-herdeiro com Cristo Jesus do amor de Deus (Rm 8:16-17), e esta é uma promessa para os seus filhos (At 2:39). Mas a Palavra de Deus não ensina que os nossos pecados serão cobrados dos nossos descendentes. Deus haveria de puní-los por uma irresponsabilidade nossa? A doutrina da maldição hereditária nega tanto a suficiência de Cristo, em perdoar graciosamente os nossos pecados, como a fidelidade de Deus em cumprir as promessas da Sua Aliança conosco e com os nossos filhos.

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sábado, 5 de março de 2022

COMO ESCOLHER O FUTURO CÔNJUGE?

 COMO ESCOLHER O FUTURO CÔNJUGE?

                                            Pr Alfredo de Souza

Quero mais uma vez tratar sobre namoro, tema bastante discutido aqui neste espaço. Primeiramente, desejo dizer que sou contra o modelo utilizado por nossa cultura brasileira, ou seja, um relacionamento recheado de beijos bucais e abraços eróticos que só promovem a excitação sexual e a defraudação. Recomendo as demais postagens sobre o assunto escritas por meus colegas aqui mesmo neste espaço virtual.

É preciso dizer que por namoro entendo aquele período de diálogo, oração e comunhão com os pais, período este destituídos de qualquer contato físico que promovam, por menor que seja, a excitação sexual.

A reflexão proposta aqui é sobre a escolha do futuro cônjuge, uma vez que muitos jovens cultivam dúvidas quanto ao assunto. Dúvidas que promovem a seguinte pergunta: “como saber a vontade de Deus para saber com quem devo me casar”?

Ao contrário daquilo que muitos pensam, esta importante escolha não ocorre por uma revelação vinda do alto ou por um sonho de uma noite de verão. Ela ocorre por uma utilização da inteligência que possui como lastro as Sagradas Escrituras e a confiança na ação de Deus que responde a nossa oração conforme o amor, a justiça e a misericórdia.

Indo direto ao assunto, quero propor aqui quatro critérios para a escolha daquele ou daquela que caminhará conosco até o fim da vida:

Compatibilidade de fé: Para que duas pessoas pensem em casamento devem, a rigor, saber que iniciar um relacionamento com descrente é, indiscutivelmente, estar em pecado diante do Senhor Deus. A Lei divina é clara quanto a isso: é proibido o ajuntamento entre um crente e um descrente. Muitos tentam relativizar este princípio indelével e caro ao Senhor que adotou para si mesmo a exclusividade de seus filhos. Mas o jugo desigual é abominação. Isto posto, também acredito que devemos pensar em jugo “desigual” (aspeado mesmo) entre duas pessoas que se denominam evangélicos. O ponto a se ponderar é a teologia envolvida que, via de regra, são opostas em aspectos que envolvem a eclesiologia (visão de igreja, liturgia, forma de batismo etc.) e pneumatologia (doutrina que trata do Espírito Santo). Não tenho dúvidas que o casamento entre um arminiano e um reformado ou entre um conservador e um pentecostal certamente gerará problemas no relacionamento salvo quando um abre mão completamente de suas convicções, pelo menos quanto às práticas. Quando alguém busca sua outra metade deve ter certeza de que a teologia envolvida é semelhante.

Anuência dos pais: A participação dos pais nesta escolha não se limita a um pequeno detalhe ou prática de somenos. Todo jovem crente deve pedir autorização do pai e da mãe, bem como dos sogros em potencial. A lógica é muito simples, trata-se dos futuros avós dos filhos que virão no futuro. Ambos serão parte ativa da família neste convívio que durará até a morte. Neste contexto alguns perguntam “e quando os pais não são crentes e proíbem movidos por motivos mesquinhos?” Bem, isso não dá liberdade para a desobediência. Lembremos aquilo que Salomão afirma: Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR, que o inclina a todo o seu querer” (Pv 21: 1). Isso significa dizer que assim como um humilde agricultor pode mudar o curso das águas de um riacho para regar a sua plantação, o Senhor Deus possui o coração do homem mais importante e temido da sociedade em sua mãos. Quando os pais, mesmo descrentes proibem, independente de suas motivações, o jovem deve orar ao Senhor para que mude o coração de ambos. Se for da vontade do Pai, haverá mudança, caso contrário, é melhor desistir.

Visão de futuro: Imaginemos o seguinte: a moça possui chamado para trabalhar no Camboja como missionária, já o rapaz pretende ser um profissional liberal na cidade onde vivem. Muitos diriam: “mas o importante é que se amam muito e, no final das contas, acertarão as arestas, certo?” Errado! Este critério deve ser descoberto com muita conversa, pois, das duas, uma, ou um desiste numa boa de seus projetos de vida, ou haverá grande frustração ao longo da vida. O período denominado de namoro não deve ser utilizado para contato físico, deve ser utilizado para muita conversa e oração para que venham a tona estas questões.

Tempo de namoro: Quando sinto fome, procuro comida. Quando sinto sede, procuro água (ou um refrigerante light). O mesmo princípio se aplica ao namoro pois quando desejo me casar, devo procurar alguém de Deus para isso. É absolutamente pouco inteligente alguém iniciar um namoro tendo como prioridade um curso acadêmico com duração de cinco anos ou a construção de uma casa pelo período de seis anos. Se alguém inicia um namoro significa que o casamento é sua prioridade zero num curto espaço de tempo. Ninguém deve namorar por um período menor que dois anos e mais de três anos. A falta de objetivos promove o relacionamento perigoso que, com o passar do tempo, leva ao pecado sexual (que vai do beijo bucal ao coito). Ninguém deve namorar por namorar, se se inicia o namoro, isso significa que o casamento passou a ser a minha prioridade zero quanto ao meu futuro. Lembro também que ninguém deve namorar com pouca idade. O correto é ele ter 21 anos e ela 20 anos no mínimo.

Concluo esta postagem fazendo os seguintes acréscimos: primeiro, em um relacionamento, a paixão deve ser o último critério a ser considerado, aliás, nem deveria ser critério para a escolha. Quando falo paixão, sentimento que se baseia apenas na atração física, isso não deve ser confundido com o amor, sentimento que inclui e ultrapassa a atração física, abrangendo todo o ser. Este amor completo, sim, deve ser utilizado como critério na escolha. Segundo, o homem deve sempre demonstrar maturidade com Deus maior ou semelhante a da mulher, nunca aquém. E, terceiro, sempre deve haver o acompanhamento e aconselhamento feito por um pastor ou um casal experiente.

Acredito que se os jovens crentes seguirem estes princípios, certamente terão grandes chances de constituir um matrimônio maduro e abençoado pelo Senhor Deus.

Sola Scriptura.

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quarta-feira, 2 de março de 2022

Amar a quem?

 Amar a quem?

eu                                                                                            Milton Jr.

Em nossos dias a palavra “amor” tem perdido o seu sentido e isso ocorre porque a compreensão sobre ela é equivocada. Um poeta secular, ao falar sobre esse assunto, expressa sua compreensão dizendo que o amor não é imortal, posto que é chama, mas deve ser infinito enquanto durar. Juntemos a isso um agravante que é a compreensão também errônea sobre o alvo do amor. Muito temos ouvido falar sobre a necessidade do amor próprio e de como o homem deve cultivá-lo. Há inclusive uma música da década de 80 celebrando o amor-próprio. Na última estrofe e no refrão temos:

“Foi tão difícil pra eu me encontrar

É muito fácil um grande amor acabar, mas

Eu vou lutar por esse amor até o fim

Não vou mais deixar eu fugir de mim

Agora eu tenho uma razão pra viver

Agora eu posso até gostar de você

Completamente eu vou poder me entregar

É bem melhor você sabendo se amar

Eu me amo, eu me amo

Não posso mais viver sem mim”[1] (grifos meus)

A Escritura, porém, caminha na contramão de tudo isso. Vemos no Evangelho que, ao ser questionado por um intérprete da Lei sobre qual seria o grande mandamento, Jesus respondeu que o principal era amar a Deus de todo o coração, alma e entendimento e que o segundo era amar ao próximo como a si mesmo. Disse mais ainda: “Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mt 22.40). Devemos notar que Jesus não fala em momento algum de amor próprio, ainda que muitos tentem enxergar no texto este “terceiro mandamento”.

O mais triste é que raciocínio dos cristãos que pensam assim é semelhante ao do autor da música citada acima: se alguém não se ama não conseguirá amar o próximo.

Esse “terceiro mandamento” não está no texto por uma simples razão: o homem, por natureza, já se ama demais e não precisa ser estimulado a se amar mais ainda. Jesus parte do princípio de que esse amor por si mesmo já existe. As palavras de Paulo corroboram esse pensamento. O apóstolo afirma: “Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida” (Ef 5.29).

Quando a Escritura menciona o amor próprio, trata-o como um problema: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas (amantes de si mesmos na versão Revista e Corrigida de Almeida)” (1Tm 3.1,2), afirma Paulo a Timóteo.

Devemos sempre agir de forma bíblica, e, para isso, precisamos entender o que a Palavra de Deus ensina sobre o amor e o que ela requer que façamos. Somos alvo do amor maior, o amor do Senhor demonstrado na cruz do Calvário, e, por isso, podemos e devemos amá-lo da forma correta, colocando-o em primeiro lugar em nossas vidas e também dispensando esse amor ao próximo.

Segundo Paulo, “o amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba” (1Co 13.4-8). Esse amor deve ser sem hipocrisia (Rm 12.9), cordial, fraternal, preferindo o próximo em honra (Rm 12.10), edificante (1Co 8.1), demonstrado de fato e de verdade (1Jo 3.18).

Diante de tudo isso, devemos deixar de lado o que o mundo nos ensina sobre o amor egoísta (amor próprio) e viver o amor bíblico, por Deus e pelo próximo, para a glória daquele que nos amou primeiro.



[1] Música: Eu me amo; Banda: Ultraje a rigor.


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Casamento: Bênção ou Pressão?

 Casamento: Bênção ou Pressão?

                                                                                                                                  Pr. Samuel Vitalino
A vida é um drama. Se por um lado existe a pressão da sociedade (família, amigos, você mesmo) para que sempre tenha um relacionamento, por outro existe a idéia que não há pessoas compatíveis com as exigências de Deus para tal relacionamento (isso eu digo presumindo que você se importe com a vontade de Deus).

Gostaria de opinar nos dois lados desse drama: primeiro, eu quero continuar minha luta em lhe livrar da pressão por estar se relacionando, pois, ser solteiro (temporariamente) é uma bênção de Deus; mas também quero lhe ajudar a abrir os olhos da fé, pois Aquele que determinou o que quer em termos de relacionamentos também governa os meios que nos levam à obediência.

I – Livre-se das Amarras

Não, amigos! Isso não é coisa de pentecostal! Creio que a maior parte dos erros nos relacionamentos de jovens crentes se dá porque eles são arraigados aos rudimentos do mundo da mesma forma que os incrédulos; mas Cristo se entregou para nos desarraigar desse mundo perverso (Gálatas 1:4).

Não tenho dúvidas que muitos jovens crentes mantêm relacionamentos errados porque ainda estão amarrados ao pecado e não conseguem se livrar dele; mas o grande problema disso é que Cristo, segundo o texto de Gálatas não morreu apenas para PERDOAR os nossos pecados, mas para nos LIVRAR deles. (Como viveremos ainda no pecado, nós que para ele morremos? Romanos 6:2).

Deixem-me dar alguns exemplos para ser mais prático. Note que eu não falarei de coisas distantes da realidade de muitos jovens que se dizem cristãos; mas se você for realmente crente e quer viver em obediência a Ele, buscará saber se essas expressões que estou usando são realmente Bíblicas. Então vou embasá-las agora:

  1. Se você ainda não tem condições de casar porque ainda não reúne as condições financeiras para isso, mas insiste em se relacionar com alguém você está em pecado diante de Deus.

Levante a bandeira vermelha! Diga não a toda e qualquer tentação que venha a interferir no seu crescimento profissional, intelectual e financeiro. Essa é a melhor preparação possível para seu futuro casamento (falo nesse ponto principalmente aos homens que devem assumir o papel de provedores de suas futuras famílias).

Se textos como (I Tess. 4:10-12; Pv. 13:11; II Tess. 3:6-13) não fossem suficientes, veja a especificidade de Paulo em I Tim. 5:8 quando instrui sobre o cuidado financeiro que se deveria ter com as viúvas. Nesse caso, ele parte do geral para o específico dizendo: se alguém não tem cuidado dos seus, especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé e é pior que o descrente. Não queira depender de ninguém, senão unicamente do Senhor!

  1. Se você ainda não casou, mas seu relacionamento (namoro) permite carícias íntimas que incitam a libido você está em pecado grave diante de Deus.

Não apenas levante a bandeira vermelha, mas corra como José da mulher de Potifar. Não imagine que você terá forças para não cair nos laços do Diabo caso mantenha carícias no seu namoro.

O escritor aos Hebreus diz que é bendito entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula. Chegar ao casamento ileso (no sentido de se guardar totalmente para o seu cônjuge) pode parecer utopia para a época presente, mas é um sonho que tenho como Pastor e pai para essa geração.

Que cada jovem entenda que dizer não àquilo que queremos é mais extraordinário que seguir o curso da massa que não consegue entender o que é a verdadeira liberdade cristã. Se Hebreus diz que sem a santificação ninguém verá o Senhor, Paulo se torna claro no que significa santificação em I Tessalonicenses 4:3-8: Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição (porneia – toda defraudação do corpo, sexual), que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo, em santificação e honra, não com deseja de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus, e que, nessa matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão, porque o Senhor, contra todas essas coisas... é o vingador, porquanto Deus não vos chamou para a impureza, e, sim, em santificação, destarte, quem rejeita essas coisas, não rejeita ao homem, e sim, a Deus.

  1. Se você está se relacionando com alguém que professa outra fé que não a exclusiva fé em Cristo segundo a Bíblia, você está cometendo um verdadeiro suicídio espiritual.

Levantar a bandeira e correr ainda é pouco. Nesse ponto você precisa compreender a loucura absoluta de entrar num relacionamento misto. Não é apenas ilícito nas Escrituras, mas se constitui uma agressão à razoabilidade e à inteligência (Pv 1.7).

Não fossem as perguntas nada retóricas de Paulo: que união pode haver entre o crente e o descrente? Que vínculo entre a luz e as trevas?, por isso ele diz no mesmo contexto: não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos (II Coríntios 6:14-18); não fosse ainda o grito de Neemias 13:23-29 ao declarar que por causa do jugo desigual: contendi com eles e os amaldiçoei e espanquei alguns deles, lhes arranquei os cabelos e os conjurei por Deus, dizendo: não dareis mais vossas filhas a seus filhos, e não tomareis mais suas filhas nem para vossos filhos e nem para vós mesmos (citando Êxodo 34:12-17); teríamos a expressão direta da Palavra de Deus para o crente: case somente no Senhor! (I Coríntios 7:39) .

O espaço não deu para o segundo ponto, que será: Confie no Senhor! Quando falarei sobre o aspecto positivo dessas três teses defendidas aqui. Mas creio que já há razões suficientes para que você reveja seus conceitos por não querer ser pior que o descrente (1), como os gentios que não conhecem a Deus (2), nem se por em jugo desigual com eles (3).

No Temor do Senhor.

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sábado, 19 de fevereiro de 2022

Pais e Filhos, companheiros de peregrinação

 Pais e Filhos, companheiros de peregrinação


                                                                                                                                            Pr. Alan Kleber

imagesA última vez que postei alguma coisa (e isso já faz um bom tempo!) compartilhei com vocês algumas questões práticas acerca da comunicação no casamento (publicado aqui no blog). Vimos que embora a batalha pela boa comunicação seja milenar, é possível que o casal cristão alcance vitória nessa importante área do casamento se ouvir a palavra do Senhor e praticá-la.

Respondendo alguns comentários, prometi escrever no futuro alguma coisa sobre o relacionamento entre pais e filhos. Confesso que o desafio se não for igual é ainda maior, pois do mesmo modo que a relação conjugal, o relacionamento entre pais e filhos está em crise. Crise de liderança da parte dos pais. Crise de rebeldia da parte dos filhos. O resultado? Problemas sérios de comunicação na família. Acho que por isso demorei a escrever sobre o assunto!

Então, pensei em escrever sobre o tema baseado no que Paulo ensina aos Efésios sobre a relação entre pais e filhos (Efésios 6.1-4). Paulo acredita que entre aqueles que ouviriam a leitura de sua carta nas várias igrejas estariam os filhos. Mas por quê? (1) Porque eles são parte importante do Pacto (Gn 17.7; At 2.38, 39). (2) Porque o Senhor Jesus os ama. Ele mesmo disse que dos pequeninos é o reino dos céus (Mc 10.13-16). É por isso que a Bíblia tem uma mensagem importante sobre esse tema.

UMA PALAVRA AOS FILHOS (6.1-3)

1. Uma mensagem simples e direta aos filhos (6.1). Eles devem obedecer a seus pais, e esta obediência deve ser motivada não somente pelo amor, gratidão e estima por eles. Embora tais motivações sejam muito importantes, a obediência deve ser “no Senhor, porque isto é justo”. Em outras palavras, porque eu amo ao meu Senhor Jesus Cristo, eu obedeço àqueles que ele escolheu para me pastorear. A ordem bíblica para a harmonia dos relacionamentos familiares é sempre a mesma. O meu amor e devoção a Cristo irá moldar o meu amor e honra para com meus pais.

2. Paulo fortalece o seu ensino por meio de uma referência à Lei de Deus (6.2, 3). Ele lembra aos filhos o 5º Mandamento para lhes explicar que honrar pai e mãe significa:

a) Amar. A Bíblia nos ensina que o amor e a obediência caminham juntos. O filho demonstra verdadeiro amor para com seus pais quando os honra.

b) Aceitar suas determinações com obediência. O amor é fruto da graça de Deus em nossas vidas, enquanto a obediência é a resposta de gratidão a esse amor. A submissão que um filho deve aos seus pais quando exercida no Senhor se fundamentará sempre em Deus e em sua Palavra.

c) Mostrar um espírito de respeito e consideração. O filho deve sempre respeitar seus pais, nunca envergonhá-los ou zombar de suas fraquezas e deficiências.

d) Demonstrar tudo isso tanto para o pai como para a mãe, porque ambos são iguais em autoridade para com seus filhos. Diante de Deus, amor, obediência, respeito e consideração são iguais quando um filho olha para seu pai e sua mãe.

Por que este é um mandamento tão importante? Porque Deus promete longevidade àqueles que honram a seus pais. A resposta se acha na promessa ligada a ele: “para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra”. O que acontece quando fazemos o contrário? Apresento pelo menos algumas consequências:

a) A Desobediência aos pais indica uma vida indisciplinada.

b) Conduz ao vício e a destruição.

c) Associado a outros pecados semelhantes, diminui a expectativa de vida. O grande número de mortes entre os jovens brasileiros é uma terrível prova disso.

Filhos indisciplinados representam a ruína para a família, para a igreja, para uma nação. A grande causa da desestruturação familiar, crise de autoridade na igreja e toda quebra de valores morais e éticos que enfrentamos em nosso país resultam de uma geração de filhos desobedientes e indisciplinados. Porque todos os problemas começam em casa, Paulo continua sua admoestação se dirigindo agora aos pais.

UMA ADMOESTAÇÃO AOS PAIS (6.4)

1. Paulo também apresenta uma orientação aos pais (6.4). Ele se volta em particular para os pais (embora com aplicação também as mães) e diz, “… não provoqueis vossos filhos à ira”. Paulo se dirige especialmente aos pais por duas razões: (1) porque como pastores de seus lares são responsáveis pela educação de seus filhos. (2) porque na maioria dos casos, os pais necessitam muito mais do que as mães desta admoestação bíblica. Na maioria das vezes, nós pais somos os principais culpados por provocar a ira no coração dos nossos filhos. Como assim?

(1) Quando protegemos excessivamente. Nada em excesso faz bem. Superproteger um filho irá estragá-lo. Não são poucos os que dizem: “Ah! Se meus pais não tivessem me protegido tanto, eu saberia andar de bicicleta ou nadar!”.

(2) Quando preferimos mais um filho a outro. O exemplo de Isaque e Rebeca servem como ilustração. Ele favoreceu mais a Esaú; ela preferiu mais a Jacó. O resultado? Você já sabe não é? (Gn 25.28).

(3) Quando desestimulamos e oprimimos. Nós somos muito bons em corrigir, mas duros e frios em reconhecer as coisas boas que nossos filhos fazem. Conheço um pai (que se diz cristão) que não aceita que seus filhos cheguem a casa com uma nota abaixo de 9,5. Seus filhos vivem oprimidos e desestimulados. Definitivamente, isso não é pastorear o coração dos filhos segundo Efésios 6.

(5) Quando somos negligentes. No conflito entre Davi e seu filho Absalão, quem você acha que falhou primeiro? A falha era somente de Absalão? Não foi também Davi parcialmente culpado por negligenciar seu filho (1 Sm 14.13, 28)?

(6) Quando usamos palavras ásperas e violência física direta. A disciplina física quando necessária deve ser feita em amor, nunca com violência. Crueldade e palavras ásperas cheias de humilhação são pecaminosas e criminosas.

2. Paulo conclui seu ensino confrontando o aspecto positivo com o negativo. Ele diz que ao invés de provocar em nossos filhos à ira devemos educá-los “… na disciplina e admoestação do Senhor”. O que aprendemos com isso?

a) Que antes de sustentarmos os nossos filhos com comida, boa educação e lazer, nossa obrigação é educá-los e discipliná-los para que temam ao Senhor. A provisão espiritual deve vir antes da material. Se jogamos mais bola ou vídeo game do que oramos e lemos a Bíblia com nossos filhos; se trocamos o Dia do Senhor pela praia, ou Shopping Center, estamos invertendo as prioridades.

b) Que a educação dos nossos filhos deve ser cheia de amor e brandura. Contudo, isso não exclui a firmeza (ver Hb 12.11). “Disciplinar” diz respeito especialmente ao que se faz ao filho, enquanto, “admoestar” envolve primariamente o que se diz ao filho. Admoestar é educar com eficiência por meio da comunicação, seja ela ensino, advertência ou estímulo.

c) Toda a disciplina e admoestação ao filho devem ser “do Senhor”, ou seja, toda a atmosfera em que a educação é dada deve ser tal que o Senhor possa colocar sobre ela sua benção aprovadora.

CONCLUSÕES PRÁTICAS

(1) Uma palavra aos filhos: Honrem seus pais como vocês honram ao Senhor. Amem a seus pais como vocês amam ao Senhor. Obedeçam a seus pais como vocês obedecem ao Senhor. Se fizerem isso os problemas de comunicação serão superados.

(2) Uma palavra aos pais: Cuidem para que seus filhos sejam criados com amor segundo a Palavra de Cristo. Exercitem a boa comunicação. Disciplinem e admoestem com um santo desejo de que eles sejam crentes e não se percam. O próprio coração da educação cristã é conduzir o coração da criança ao coração de Seu Salvador.


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sábado, 12 de fevereiro de 2022

Quero Casar! Basta Ser Crente?

 Quero Casar! Basta Ser Crente?

                                                                            Pr. Samuel Vitalino
Se você não conhece a Jesus Cristo como Salvador e Senhor de sua vida, não há nada mais importante para você ouvir: Cristo é o maior problema que você precisa enfrentar, uma vez que Ele vem para julgar todas as pessoas que não se submetem a Ele nesse mundo. Minha palavra para você é que busque conhecer o que é a cruz de Cristo, pois é muito mais que uma simples história religiosa.


Mas se você já é um(a) crente, e solteiro(a), então, a decisão mais importante da sua vida é com quem você vai se casar. Quem será aquela pessoa com a qual você pretende passar o resto de sua vida, morando no mesmo teto, dividindo a mesma cama?

I – A Bênção de Ser Solteiro

O mundo é composto por duas classes de pessoas: solteiras e casadas. Como em várias áreas do pensamento e prática da humanidade, aqui há uma clara inversão de valores. Os solteiros sentem um enorme desejo de viverem como se casados fossem, e, em contrapartida, os casados querem viver uma vida sem abrir mão dos privilégios de ser solteiro.

Deus dá algumas bênçãos aos solteiros para que essa época na vida de cada um seja vivida da melhor e mais santa forma possível. Por exemplo, o solteiro não precisa dar satisfação ou prestar compromisso a ninguém mais além de seus pais (falo de relacionamentos afetivos), não precisam dar explicações dos seus atos, não precisam ter preocupações ou responsabilidades que apenas os casados precisam ter e responder.

No início dessa análise, observamos que o namoro se transforma num mini-casamento. Onde não apenas esses preceitos criados por Deus são trocados, mas os solteiros terminam por, além dessas coisas, invadirem o que chamaremos de privilégios dos casados.

Quais sejam: o toque no corpo do outro, a beijo na outra boca e coisas do gênero que terminam por fazer com que as afeições sejam mudadas com base no desejo sexual e produzam uma falsa sensação que muitos erradamente acreditam ser e até chamam de amor.

A tolice disso é que as pessoas se tornam vulneráveis e, como não ouvem o que a Bíblia ensina sobre o assunto, terminam por constituir o outro em seu próprio deus.

Jovens, todas essas coisas Deus as criou para serem deliciosamente aproveitadas por nós, mas ele criou a instituição do casamento para isso (e só depois dele). Analizem esses textos apenas para iniciar esse debate: I Tes. 4:3-8; I Cor. 7:1,2.

Minha primeira palavra aos solteiros é essa: aproveite o tempo que Deus deu a vocês para não entrar em relacionamentos instáveis como o namoro, que, ao invés de preparar pessoas para o casamento, tem preparado nossa geração para o divórcio, pois ensina que as pessoas são tão descartáveis quanto a instabilidade do nosso próprio coração.

II – Qualificações para um Pretendente

Muitos acham que esse ensino faria com que ninguém casasse, mas ao contrário, a idéia é que essa geração resgate o verdadeiro valor de uma boa preparação para o casamento. Isso certamente precisará ser objeto de outros posts e palestras (tenho várias palestras preparadas sobre Relacionamento Pré-Nupcial Bíblico), mas aqui vamos nos ater apenas a algumas qualificações que direcionarão, de maneira objetiva e pensada, nessa que é a escolha mais importante para o jovem crente.

• O que deve chamar atenção de uma moça em um rapaz?

Vou me abster de falar em ser um crente, pois a Bíblia é não apenas clara, mas extremanete dura em colocar esse preceito de forma direta tanto no Velho (Nee. 13:23-27) como no Novo Testamentos (I Cor. 7:39, II Cor. 7:14-18).

Então, vou direto a alguns outros pontos. Nem sempre uma profissão de fé garante que o sujeito é crente. Jesus ensina que somos conhecidos pelos frutos e não pela mera declaração que somos crentes. Paulo parece ensinar a mesma coisa aos Coríntios quando diz que o Reino de Deus não consiste em palavra, mas em poder. O poder demonstrado na integridade pessoal é mais forte que muita coisa. Como isso pode ser percebido?

Como ele trata as meninas ou você mesma? Normalmente um galanteador não está pensando no futuro de responsabilidades que o espera, pois o que ele precisa conquistar é mais que o coração de uma garota, mas segundo a Bíblia, ele precisa ser provedorprotetor e pastor.

Ele precisa dar provas que não dependerá de ninguém para sustentar e proteger sua futura família. Precisa liderar como Cristo lidera a sua Igreja, por isso não pode ser egoísta, mas despojar-se de si mesmo. (Uma boa dica aqui é ver como ele trata a mãe, os mais velhos, e até mesmo as crianças... queria ter mais tempo de falar sobre isso!).

• O que deve chamar atenção de um rapaz em uma moça?

Claro que a maior responsabilidade recai sobre as costas do homem, por isso mesmo ele precisa ter discernimento para saber escolher. Nada melhor que os conselhos de Paulo a Tito para essa ajuda.

Paulo intrui Tito a que ensine as mulheres mais velhas as seguintes características às mais novas: serem amorosas (a maridos e filhos, mas no caso de uma pretendente, que seja a seus pais, idosos e crianças), dedicadas, honestas, sejam boas donas de casa, sujeitas (aos pais e às autoridades da Igreja, dessa forma dão prova de que serão ao futuro marido) [Tito 2:4,5].

Há muito mais, mas aqui vai apenas uma pequena demosntração de como essa escolha precisa ser mais racional e objetiva do que a maneira emocional e ligada ao coração corrupto como tem sido nos nossos dias.

III – Se Não Achar Alguém Assim, o que Fazer?

Esse ensino é tão desconectado dos nossos dias que não tenho a pretenção de achar que todos aceitarão e aplaudirão o seu conteúdo, entretanto, corro o risco por advogar que a busca pela santidade nunca é grande como deveria ser (Hb. 12:4).

Mais ainda: o mundo jamais apreciará esse ensino, mas nós estamos aqui para mudar o mundo (Rm. 12:1,2; Tg. 4:4; I Jo. 2:14-17), na verdade Paulo ensina a nos dessairagar desse mundo perverso (Gl. 1:4) e isso implica em luta contra a nossa própria vontade e pensamento.

A proposta é de uma mudança geracional e começa com o convencimento dos próprios pais das crianças de hoje para que homens e mulheres com essas características sejam facilmente achados no futuro, porque nossas crianças serão treinadas para isso.

Mas e agora? Como os jovens dessa atual geração perversa e corrupta podem agir se não acharem a pessoa com as características bíblicas de como o cônjuge deveria ser?

Bom, eu espero que você nos acompanhe até o próximo post para respondermos essa questão.



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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Mudança de comportamento: E a Bíblia com isso?

 Mudança de comportamento: E a Bíblia com isso?

correndo-atras-dinheiro                                                                                        Milton Jr.

1. O problema aparente

Thiago é um adolescente cristão, filho de um pastor evangélico. Foi criado segundo os princípios bíblicos e teve uma excelente formação cristã. Sempre foi atuante na igreja, e em seu lar estava acostumado com a rotina dos cultos domésticos. Costumava ser frequentemente citado por aqueles que o conheciam como um bom modelo a ser imitado, contudo, nos últimos tempos, depois de mudar de escola e fazer uma nova turma de amigos, Thiago não parecia mais o mesmo. Aquele que sempre foi um moço bem-educado agora vivia xingando. Os palavrões saiam de seus lábios com tanta naturalidade e frequência que era impossível não ficar incomodado e, tudo isso, já estava começando a “pegar mal” para o seu pai, afinal, filho de pastor não xinga.

Jair é diácono da igreja. Sempre foi muito responsável com o seu trabalho e, geralmente, era bastante polido no seu modo de falar. Porém, algumas pessoas da igreja já tiveram o desprazer de vê-lo irritado e, quando isso acontecia, aquela linguagem polida dava lugar aos mais terríveis palavrões. Em casa, sua esposa e filhos eram também, muitas vezes, insultados com xingamentos, o que levava a brigas ainda maiores.

O pastor Enoque, que já vinha se sentindo envergonhado por causa do linguajar do seu filho Thiago, começou a receber reclamações por parte dos membros ofendidos pelo diácono Jair. Além disso, a esposa do diácono também procurou o pastor para queixar-se do modo como o marido muitas vezes a tratava e de como estavam brigando em decorrência disso, estavam a ponto de separar-se.

Aparentemente o problema era o mesmo, um adolescente e um diácono que pecavam falando palavrões, e foi com esse entendimento que o pastor Enoque tentou tratar os dois casos.

2. Deus não é um mero extintor de incêndio

Primeiro o pastor chamou o filho e falou que por causa do seu linguajar, ele, como pastor da igreja, estava sendo envergonhado e sendo motivo de chacotas: “o pastor não sabe cuidar nem do filho...”. Abriu a Bíblia e, citando os textos de Efésios 4.29 e Tito 2.8, afirmou que dizer palavras torpes é pecado e que Deus puniria o seu pecado. Não haveria como fugir do juízo de Deus porque o homem colhe o que planta, esbravejou citando Gálatas 6.7. Se não quisesse experimentar o peso da mão do Senhor, Thiago deveria imediatamente parar de falar palavrões.

Com o “sermão” pronto, ficou fácil. O pastor convocou o diácono Jair, repetiu as mesmas palavras, incluiu alguns versículos que falam sobre o cuidado do marido em relação à esposa e afirmou que, caso acontecesse o divórcio, a culpa seria toda do diácono. Se não quisesse sentir o peso da mão do Senhor e perder a esposa, Jair deveria parar de xingar as pessoas.

Isso me faz lembrar de um programa a que assisti com o “Dr. Pet”, adestrador de animais. Nesse programa ele foi chamado para resolver um problema com alguns cachorros que viviam brigando. Eram uns cinco ou seis cachorros de porte grande que, ao serem soltos pelo dono, começavam a se morder, mesmo com o dono gritando para que parassem. A solução do Dr. Pet foi fantástica. Instruiu o dono dos animais de que, munido de um extintor de incêndios, se aproximasse dos cachorros no momento da briga. Ele teria de dar a ordem: pare!, e em seguida acionar o extintor em direção aos cães que dispersariam com medo daquele jato de pó. Isso deveria se repetir algumas vezes, até que os cães cessassem a briga simplesmente ouvindo o comando para parar. E foi o que, de fato, aconteceu. Ao ouvir a ordem “pare!”, os cães associavam ao extintor e, por medo de levar mais um jato, obedeciam.

Apesar de os personagens citados nos exemplos acima serem fictícios, as situações descritas não são diferentes daquelas que podemos perceber todos os dias no cotidiano de muitos cristãos. Pior ainda é saber que a forma como têm sido tratadas essas questões assemelha-se mais ao método do Dr. Pet para adestrar os cães que com a perspectiva bíblica para a mudança de comportamento. Muitos crentes têm evitado o pecado somente por medo da consequência e não por causa do entendimento de que devem viver para a glória de Deus (1Co 10.31; Rm 11.36). Para eles, a ideia de Deus é simplesmente a de um extintor de incêndio pronto para ser acionado. O pecado é então evitado por causa da consequência que se sofre e não por causa da ofensa ao Senhor.

O problema na abordagem descrita é que ela se limita a “tratar” os sintomas sem descobrir a causa. É como alguém que constantemente sente dor de cabeça e simplesmente toma um analgésico. Várias são as causas que podem levar alguém a sofrer com isso, mas, somente como exemplo, pense na hipertensão. Alguém que tenha “pressão alta” pode frequentemente sentir dor de cabeça e o analgésico será um simples paliativo, servindo para mascarar o verdadeiro problema, pois, se não há dores não há o que se verificar e o problema continuará lá até o momento de se manifestar de forma mais grave, como um AVC.

Conquanto os princípios bíblicos citados pelo pastor Enoque sejam verdadeiros, para que a mudança de comportamento honre ao Senhor ela deve ir além de regras cumpridas por medo da punição. Não é simplesmente parar de xingar, mas fazer isso por causa de uma motivação correta. Como então proceder de forma bíblica a fim de que a mudança seja duradoura e honre ao Senhor?

3. Um caminho bíblico: tratando o problema na raiz

A perspectiva bíblica quanto à mudança de comportamento está ligada à santificação. Como afirma Booth: “A Santificação é um processo contínuo pelo qual Deus, por sua misericórdia, muda os hábitos e o comportamento do crente, levando-o a praticar obras piedosas.”[1] Sabendo que “a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta par discernir os pensamentos e propósitos do coração (Hb 4.12), precisamos recorrer a ela para entender não só como agimos, mas por que agimos como agimos.

É muito importante entender que, na dinâmica da igreja, somos responsáveis por “admoestar uns aos outros” (cf. Rm 15.14). Como indica o excelente livro do Dr. Paul Tripp, somos “Instrumentos nas mãos do Redentor – pessoas que precisam ser transformadas ajudando pessoas que precisam de transformação”[2]. Para isso precisamos entender três princípios:

1. O homem é governado pelo coração – Ao advertir os discípulos que não procurassem ajuntar tesouros na terra, mas no céu, Jesus afirmou: “porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.19-21). O ensino aqui é evidente. Buscamos aquilo ao qual damos maior valor em nosso coração. Se os discípulos tivessem como “tesouro” os bens, era isso que governaria seus corações e motivaria as suas ações, mas se o “tesouro” fosse o Reino de Deus e sua justiça, agiriam em conformidade com a justiça do Senhor. Foi também o Senhor Jesus quem afirmou que do coração procedem os maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, falsos testemunhos, blasfêmias (Mt 15.19) e que a boca fala do que está cheio o coração (Mt 12.34).

Por causa de tudo isso é que o livro de Provérbios orienta: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23).

Se o pastor Enoque tivesse esse entendimento conseguiria verificar que o problema do seu filho e do diácono não era simplesmente o linguajar torpe, mas aquilo que estava governando seus corações em lugar do Senhor. No caso do filho o desejo de ser aceito no novo grupo de amigos, no caso do diácono, o desejo de ser ouvido e respeitado.

Mas como o pastor Enoque chegaria a essa conclusão? Observando o próximo princípio.

2. Pessoas e circunstâncias revelam o nosso coração – De um modo geral a tendência do homem, ao pecar, é colocar a culpa em outras pessoas ou nas circunstâncias. Porém, diante da verdade bíblica de que somos dirigidos pelo nosso coração, devemos entender que pessoas e circunstâncias simplesmente revelam o que está em nosso coração, elas servem como a antiga pomada de basilicão, usada em pessoas com furúnculos. Ao ser aplicada a pomada “trazia para fora” o carnegão[3] e, é lógico, isso só acontecia porque ele já estava lá. A pomada não produzia o carnegão, simplesmente o revelava.

Ao analisar os casos sob essa ótica, o pastor veria que a razão de o seu filho estar xingando constantemente era o medo de ser rejeitado pelo novo grupo de amigos. Ser aceito era tão “importante e necessário” que, nessa ânsia, ele deixava de lado todos os princípios bíblicos aprendidos outrora demonstrando, ao contrário da atitude dos discípulos em Atos 5.29, que importava obedecer aos homens que a Deus.

No caso do diácono, o pastor Enoque perceberia que o xingamento era a forma de “punir” aqueles que não o respeitavam como ele achava que merecia. Como diácono da igreja, entendia que não podia ser contestado e como chefe do lar, nunca questionado. Seu desejo por respeito passou a ser uma “necessidade” que ele agora exigia e qualquer um que o privasse daquilo que ele tanto queria logo era julgado e punido, no caso, com xingamentos.

Ao observar o princípio de que as pessoas e circunstâncias revelam o coração, o pastor Enoque teria condições de avaliar também a postura da esposa do diácono. Ao ameaçar deixá-lo, o que ela tentava fazer era manipulá-lo para que ele a tratasse melhor. Ela também, por causa do seu desejo, tentava mudar o comportamento do marido infligindo medo.

Mais ainda, o pastor poderia avaliar seu próprio coração e descobrir que sua motivação para corrigir o filho não estava sendo a glória de Deus, mas a vergonha a que ele estava sendo submetido por causa do seu mau comportamento.

Pessoas e circunstâncias são usadas por Deus para revelar o que controla o nosso coração e, com os desejos do coração expostos, podemos, com o auxílio do Espírito do Senhor, abandonar a nossa vontade e nos submeter à vontade do Senhor. Isso nos leva ao terceiro princípio.

3. Os ídolos do coração devem ser abandonados – No primeiro mandamento o Senhor ordena: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Costumamos pensar em idolatria somente no que diz respeito a imagens de escultura, mas a Bíblia nos adverte contra os “ídolos do coração” (Ez 14.1-9). Incorremos em idolatria todas as vezes que buscamos alegria, prazer, satisfação e realização fora do Senhor. Se pecamos para conseguir o que desejamos, ou pecamos quando não conseguimos o que desejamos, é porque esse desejo já se tornou um ídolo, um falso deus que faz promessas vãs acerca daquilo que achamos que nos trará satisfação.

O caminho bíblico é o de identificar a idolatria, arrepender-se por confiar em falsos deuses e voltar-se de todo o coração ao Senhor (Ez 14.6) buscando de coração fazer a sua vontade.

O adolescente Thiago deve rejeitar o ídolo da “aprovação dos homens” e entender que a alegria não é encontrada num grupo de amigos, mas no Senhor e, por isso, é a ele que precisamos agradar. O diácono Jair tem de abandonar o ídolo do “respeito” e entender que o pecado de outros ao não respeitá-lo não autoriza o seu pecado ao revidar as afrontas. Ao invés de revidar ele deve entregar tudo àquele que julga retamente (1Pe 2.23). De igual modo a sua esposa deveria abandonar o ídolo do “controle” e, ao invés de tentar mudar o marido manipulando-o pelo medo, deveria ganhá-lo sem palavra alguma, por meio de um honesto comportamento. Por último, o Pastor Enoque deveria entender que a motivação para corrigir o filho deveria ser exclusivamente a glória de Deus, abandonando o ídolo da “reputação”.

Conclusão

Entender os motivos do coração é essencial para uma mudança de comportamento que seja duradoura. Qualquer mudança externa, que não leve em conta a raiz do problema, será mero paliativo e servirá unicamente para produzir fariseus que não se preocupam com a glória do Senhor, mas com seus próprios desejos.

É bom salientar que os desejos não são maus em si mesmos. Pensando nos casos citados, não há mal em querer ser aprovado, ser respeitado ou ter uma boa reputação. O problema é quando essas coisas tomam uma importância tão grande que passam a governar o coração e nos levam a pecar.

Que o governo de nossa vida seja exclusivamente de Cristo Jesus, aquele que já nos redimiu e nos santificará para ele mesmo, até o dia final. Vivamos para sua glória e louvor.



[1] A. Booth. Somente pela graça. São Paulo, PES, 1986, p. 44-45.

[2] A obra do Dr. Tripp foi publicada no Brasil pela Ed. NUTRA e é um excelente livro-texto para aqueles que se interessam por aconselhamento bíblico.

[3] Regionalismo para “carnicão”, a parte central dos furúnculos e tumores (Dicionário eletrônico Houaiss).


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sábado, 13 de março de 2010


10 Dicas para Melhorar Seu Casamento

Pr. Josué Gonçalves

Se você deseja melhorar o seu casamento, diariamente precisa tomar atitudes nesse sentido. Veja algumas atitudes que você poderia tomar a partir de hoje no seu casamento. Se cada cônjuge fizer a sua parte, ambos experimentarão uma relação conjugal bem melhor.

1.TRATE O SEU CASAMENTO DE FORMA SINGULAR.

Não existe nenhum outro igual ao seu. É preciso, porém, determinar o que é o casamento e o que queremos do casamento.

2.JOGUE FORA, DE VEZ EM QUANDO, O RESTO DE LIXO DO SEU CASAMENTO.

Nosso problema nesse sentido consiste em juntar até não caber mais, queixas, mágoas, até se tornar insuportável. Viva o seu presente.

3.AJUSTE AS FINANÇAS COMO UM BEM COMUM.

Aprenda a manusear o dinheiro como sendo da família, e não de um em particular. Cuidado com as ambições e o secularismo. Ponha Deus em primeiro lugar nas suas finanças.

4.REVIGORE A COMUNICAÇÃO FAMILIAR.

Desenvolva o senso de humor como uma necessidade diária. Relembre o seu estilo galanteador, e renove a alegria da sua casa todas as manhãs. Cuidado com o 'nunca' e 'sempre'.

5.DESCUBRA A ALEGRIA DO LAZER FAMILIAR.

Trabalhar é importante, mas não se esqueça do lazer. Passeio com o seu cônjuge ou com sua família. Faça aquele passeio que há muito tempo estão planejando. Descubra formas criativas de lazer na sua própria casa ou na sua cidade.

6.EXERCITE O DIÁLOGO CONJUGAL ATÉ O FIM.

Evite o desabafo com vizinhos e colegas. Faça tudo que puder porque o divórcio é muito 'caro'.

7.REALIZEM NOVAS LUAS DE MEL SEM OS FILHOS

Use a sua imaginação indo a um lugar próximo ou a um hotel mais barato ou por poucos dias. Desvencilhe-se do excesso de apego aos filhos. Mantenha sempre a diferença entre a relação paterno-filial.

8.APRESENTE A SUA VOLUNTARIEDADE NOS SERVIÇOS DOMÉSTICOS

Antes de pensar que é o homem ou a mulher, lembre-se que são uma só carne. Descubra o prazer da ajuda mútua. Isto equilibra as forças de poder e mando e as relações afetivas.

9.CONTINUE INCENTIVANDO SUA RELAÇÃO AFETIVO-SEXUAL.

A relação sexual está para o casamento como a calda de ameixa está para o pudim. Em muitos lares é como se o fogo da paixão afetiva já estivesse apagado. Lembre-se dos dias do fogão a lenha, um abano mantinha o fogo aceso e portanto a chama mais duradoura. Contudo a relação sexual depende da felicidade da relação afetiva e permanente.

10.PARTILHE COM O CÔNJUGE E SEUS FILHOS TODA EXPERIÊNCIA DO SEU CRESCIMENTO ESPIRITUAL BÍBLICO.

Relembre a decisão de Josué e o testemunho de Noé e ponha Deus em primeiro lugar na sua família. Seja um sacerdote como Jó que apresentava seus filhos em oração a Deus porque podiam ter pecado (Jó 1:5). Relembre Deuteronômio 6 e ensine e pratique a vontade de Deus na sua palavra, sem materialismo, farisaismo, hipocrisia ou fanatismo, mas a palavra pura e simples, de Deus.


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