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quarta-feira, 20 de abril de 2022

Não inverta a ordem

 Não inverta a ordem

achato3                                                                                        Milton Jr.

Se seu irmão pecar contra você, vá até ele e, se ele se arrepender, a questão está resolvida. Se não se arrepender, chame uma ou duas testemunhas e vá novamente a ele. Se ele não atender, diga à igreja e se, por fim, não ouvir também a igreja, considere-o gentio e publicano, ou seja, trate-o como se não fosse da igreja. De forma resumida, é este o ensinamento de Jesus em Mateus 18.15-17 sobre o que fazer quando somos alvo do pecado do irmão.

Ainda assim, muitos teimam em inverter a ordenança do Senhor.

Consideremos um exemplo hipotético: José peca contra Manoel. A primeira atitude de Manoel é considerar José gentio e publicano, pois começa a evitá-lo. Ele não faz mais parte de “sua” igreja. Pode até freqüentar o mesmo local de culto, mas não faz parte de sua igreja particular. Depois disso, Manoel começa a campanha de falar aos outros o que José lhe fez e o quão pecador ele é. Talvez um dia, Manoel venha saber que José estava magoado com ele e se arrependa ou acabe também se chateando, e algo que poderia ser resolvido seguindo os passos bíblicos se torna um grande conflito onde o que interessa é saber quem pecou primeiro.

Na primeira vez que li sobre a ordem de Jesus fiquei a questionar: Porque o ofendido é quem tem de procurar o ofensor? A obrigação de procurar deveria ser de quem ofendeu e não o inverso.

Hoje entendo que é porque muitas vezes ficamos ofendidos e o irmão nem sabe o que nos causou. Pode ser que ele não tivesse a intenção de nos magoar e acabou magoando, mas nunca saberá disso, a não ser que, cumprindo a ordem de Jesus, o procuremos para que a paz se estabeleça e Deus seja glorificado.

Infelizmente, o que muitas vezes nos impede é o orgulho pecaminoso, é achar que quem nos ofende não é digno de que o procuremos, é nos achar melhores que os outros e que não existe a mínima possibilidade de fazermos algo semelhante.

Da próxima vez que nos sentirmos ofendidos, humildemente sigamos o padrão estabelecido pelo Senhor, se não temos feito isso até então. Certamente, essa é a única e melhor maneira de resolver os nossos problemas. Lembremo-nos de que o pecado do nosso irmão não autoriza ou justifica o nosso pecado de deixar de lado o que o Senhor nos ensinou.

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sexta-feira, 25 de março de 2022

Maldição hereditária ou pecado pessoal?

 Maldição hereditária ou pecado pessoal?

                                                                                                                Ewerton B. Tokashiki 
Há alguns anos o meio evangélico perpetua uma confusa e prejudicial doutrina. Este ensino diz que: "apesar de você ter Jesus como o seu Salvador, e ser salvo, é possível que existam maldições hereditárias, ou seja, maldições por causa dos pecados de algum antepassado que não foram confessados e perdoados, e que conseqüentemente, ainda recaem sobre a sua vida". Então, com esta doutrina se conclui que "por isso, você não é abençoado, não prosperá, e por causa disso você tem doenças e males que não consegue se livrar, apesar de ser salvo", e quando ainda não insistem que há demônios dominando a vida do sujeito. Quem viveu, ou conhece alguém que crê nisto sabe do prejuízo que este falso ensino causa.

Seus defensores, geralmente, usam como base bíblica a passagem em que Deus declara que "visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem" (Êx 20:5). Li anos atrás um texto do Rev. Júlio A. Ferreira em que dizia que: a Bíblia mal interpretada torna-se a mãe das heresias! Façamos justiça ao significado do texto, interpretemos o texto dentro do seu contexto. Sabemos que esta ameaça pronunciada por Deus se refere aos que não eram salvos, e permaneciam na idolatria, desprezando ao único Deus vivo e verdadeiro, revelado o Deus da aliança - Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. A Escritura não está declarando que apesar de convertidos Deus ainda assim persistirá em amaldiçoar por causa dos pecados dos pais! A maldição é para aqueles que aborrecem ao Senhor, e não sobre os que o amam; porque sobre os que amam o Senhor, a misericórdia perdurará até mil gerações! (Keil & Delitzsch, Biblical Commentary on the Old Testament, pp. 117-118).

É verdade que alguns textos nas Escrituras declaram que o pecado dos pais tem influência sobre a vida dos seus filhos (Lv 26:39; Is 55:7; Jr 16:11; Dn 9:16; Am 7:17). Mas, isto deve ser bem entendido, pois não é uma referência à maldição hereditária, mas à persistência dos filhos de não abandonar os pecados dos pais. Quando uma cultura familiar se torna pecaminosa, dá-se origem a vícios que são aprendidos e reproduzidos. Sendo fiéis ao contexto histórico de toda a narrativa, perceberemos que estas passagens são exortações ao arrependimento, porque a punição era por pecados que tiveram origem nos pais, ou antepassados mais remotos, mas eram pecados ainda perpetuados e praticados por eles mesmos. Nisto percebemos que o cultivo duma cultura familiar corrompida por vícios, idolatria e imoralidades, pecados que são cometidos em família, ensinados pelos pais aos filhos trará a ausência das bençãos pactuais de Deus, mas, cada um será responsável por si, e enquanto não houver verdadeiro arrependimento não haverá transformação.

Esta idéia de maldição hereditária se fazia presente no meio do povo de Israel durante a antiga Aliança. Certamente eles aprenderam com o paganismo das nações vizinhas muitas práticas e crenças que eram abomináveis ao Senhor. Por isso, o profeta Ezequiel denuncia o pecado do povo por acreditar "que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este provérbio, dizendo: os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram?" (Ez 18:2). Entretanto, após a repreensão segue a intrução do Senhor dizendo: "tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, jamais direis este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá (Ez 18:3-4). A argumentação do profeta continua em todo o contexto posterior, deixando bem claro que cada um é responsável pelos seus próprios pecados, e não será o filho punido por causa do pai, nem o pai por causa do filho (versos 5-22).

Até mesmo os discípulos de Cristo necessitaram ser corrigidos deste erro. Numa certa ocasião encontraram um jovem cego de nascença, e questionaram: "mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?" (Jo 9:2). A redundante resposta de Jesus fechou o assunto, ao dizer que: "nem ele pecou, nem os seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus" (vs. 3). Os males físicos e temporais são instrumentos da providência de Deus, para que a Sua glória se manifeste no meio do Seu povo escolhido, e assim, a Sua vontade se torne conhecida (Jo:9:35-39; Rm 8:28).

Quando os verdadeiros crentes caem em pecado, mesmo pecados graves e escandalosos, eles não são abandonados por Deus. Deus nunca desiste deles (Rm 8:31-39). Como um Pai restaura os seus filhos, os disciplina “porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos”(Hb 12:6, ARA). O apóstolo Paulo afirma esta mesma verdade dizendo que “quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo” (1 Co 11:32). É possível cair em pecado, mas é impossível cair da graça de Deus. O teólogo inglês J.I. Packer declara que "às vezes, os regenerados apostatam e caem em grave pecado. Mas nisto eles agem fora de seu caráter, violentam sua própria nova natureza e fazem-se profundamente miseráveis, até que finalmente buscam e encontram sua restauração à vida de retidão. Ao rever sua falta, ela lhes parece ter sido loucura."[Teologia Concisa, p. 224]. O pecado é corrigido individualmente.

Como individualmente pecamos, também somos chamados ao arrependimento! Não posso me arrepender por outra pessoa; entretanto, devo interceder por ela, se ela estiver viva. Não é possível pedir perdão pelos pecados dos meus filhos, nem irmãos, pais, avós ou qualquer outro antepassado. Pecado é confessado, e somente é perdoado pessoalmente. A Bíblia diz que as bençãos da Aliança acompanharão os nossos filhos, pois eles são filhos da promessa. Se você é filho de Deus, você é co-herdeiro com Cristo Jesus do amor de Deus (Rm 8:16-17), e esta é uma promessa para os seus filhos (At 2:39). Mas a Palavra de Deus não ensina que os nossos pecados serão cobrados dos nossos descendentes. Deus haveria de puní-los por uma irresponsabilidade nossa? A doutrina da maldição hereditária nega tanto a suficiência de Cristo, em perdoar graciosamente os nossos pecados, como a fidelidade de Deus em cumprir as promessas da Sua Aliança conosco e com os nossos filhos.

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

UMA PALAVRA AOS PASTORES DESANIMADOS


James A. Thomson

Os ministros que têm uma atitude desanimada para com seu trabalho deveriam ler novamente estas palavras: “acaso é para vós outros cousa de somenos que o Deus de Israel vos separou da congregação de Israel, para vos fazer chegar a si, a fim de cumprirdes o serviço do tabernáculo do Senhor e estardes perante a congregação para ministrar-lhes?” (Nm 16.9). O que tinha feito o Senhor a estes homens?

Primeiro, o Senhor “separou” os ministros da congregação do povo do Senhor. O Senhor os colocou a parte, quando os escolheu dentre os seus irmãos.

Segundo, “para vos fazer chegar a Si”. Todo o povo do pacto de Deus habitava na sua presença e usufruía da sua comunhão. Mas de um modo especial, o Senhor trouxe estes ministros para perto de Si. Eles foram privilegiados em pôr de lado seus trabalhos normais e devotar-se a buscar a sua face, a conhecer a sua palavra. “Nos consagraremos à oração e ao ministério da Palavra” (At 6.4).

Estas coisas o Senhor fez aos ministros. Qual então, deveria ser sua função? Era basicamente dupla. Primeiro, eles deviam “cumprir o serviço do tabernáculo do Senhor”. Sob a disposição da Velha Aliança, isto significava as várias cerimônias, oferendas e deveres ligados ao tabernáculo.

Depois, em segundo lugar, “deviam estar perante a congregação para ministrar-lhe”. O ministro recebia a Palavra do Senhor e então a entregava fielmente ao povo. O ministro ficava como mensageiro de Deus e pregava a palavra viva de Deus. Ele diligentemente aplicava aquela Palavra para eles em seus casos e vidas específicos.

O problema era que os “ministros” a quem se refere Números 16 tinham tudo isto como “uma pequena coisa”. Eles eram escolhidos pelo Senhor, separados para o seu serviço, incumbidos da administração do tabernáculo, encarregados da pregação da Palavra de Deus – tudo isso, e eles consideravam “coisa de somenos!” O episódio sugere lições importantes para nós hoje.

Uma visão pobre do ministério não é precisamente culpa da igreja ou da sociedade. Sugerimos que os ministros do evangelho devem recordar seu honroso chamado com mais freqüência. Como Paulo, eles fariam bem em “Glorificar seu ministério” (Rm 11.13). Possa o Senhor da igreja que é o Senhor de tudo, renovar seus servos em seu alto e nobre chamado! Possa ele encher seus corações com fogo e suas colunas dorsais com aço! Possam os ministros não verem a si mesmos, “ajudantes de carreira” na sociedade, nem como “gerente de pessoal” na igreja, mas possam eles verem-se a si mesmos como escolhidos, ungidos e honrados pelo Senhor.

O ministério é uma honra advinda do Senhor Jesus Cristo. Uma visão bíblica do ministério da Nova Aliança deve começar com Efésios 4.11: “E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres”... “Para o trabalho do ministério”. O pastor–mestre é um dom do Senhor que ascendeu, para a Sua igreja. Como I Tm 1.12 coloca: ”Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério“. Que honra advinda de Cristo Jesus, ser colocado no ministério e depois ser habilitado para realizar a obra da sua graça! John Brown podia dizer que o ministro é ”por Cristo designado, dirigido, sustentado e recompensado“. Que honra inexprimível ser tão completamente dependente do Senhor da Glória!

Um dos ministros da Nova Inglaterra olhou para trás com humildade quando se comparou a Davi no Salmo 78.70: “Também escolheu a Davi, seu servo, e o tomou dos redis das ovelhas”. “O idoso pregador não viu qualquer razão por que o Senhor o teria tirado do seu ”aprisco“ e o honrou com um ministério frutífero para muitas almas. Se qualquer ministro mantiver este avançado conceito, que o Senhor o elevou ao ministério por sua graça, isto fará muito para mantê-lo afastado de uma visão pobre do pregar.

Jonathan Edwards pregou um memorável sermão, “A Verdadeira Excelência de um Ministério do Evangelho”. Ali ele mostrou como Jesus havia honrado João Batista, (Jo 5.35): “Ele era a lâmpada que ardia e alumiava”. E assim, solicitou Edwards, todo ministro deve lutar para brilhar, pois Cristo “aprecia grandemente” seus ministros. Edwards também chamou a atenção para os filhos de Eli que não cumpriram seu ofício. “Eu o escolhi dentre todas as tribos de Israel para ser meu sacerdote, para subir ao meu altar, para queimar o incenso e para trazer a estola sacerdotal perante mim; Por que pisais aos pés os meus sacrifícios?” (I Sam2. 28,29 a). Vemos nestes filhos de Eli o mesmo coração existente em Coré, o coração que vê levianamente a grande honra do serviço para o Senhor.

O ministro de Cristo deveria olhar para o seu ofício com o mesmo apreço com que o próprio Mestre o faz. Fazer qualquer coisa menos é desonrar seu nome e ter uma visão pobre do privilégio que lhe é conferido. O ministério é um nobre chamado. Paulo não hesitou em dizer: “Eu magnífico o meu ofício”. Jeremiah Burroughs escreveu: “A obra do ministério é uma grande obra... Cristo a considera uma coisa importante... oh, que aqueles, então, que estão no ministério considerem isto uma obra poderosa e importante, como uma tarefa solene”. Se Moisés diz que é uma grande coisa, e Paulo supremamente, Cristo, então quem somos nós para ter visão pobre do ministério cristão? Dr. Martin Lloyd –Jones deixou um exemplo encorajador para os ministros. Ele deixou uma carreira médica promissora e ainda testificou ao longo de sua vida que não viu isto com sacrifício. Ao contrário, sentiu-se profundamente privilegiado em ter sido chamado para ser ministro do evangelho. Através dos anos, muitos pregadores desanimados chegaram à sacristia da capela de Westminster e saíram com uma visão elevada do ministério e não menos do seu próprio ministério.

Em sua exposição de Efésios, Dr. Lloyd–Jones afirma: “Este é o significado e o propósito do ministério. Esta é a minha função como um pregador e mestre, fui chamado para fazer isto. Passei meu tempo lendo este livro e tentando expô-lo. Esta é a razão porque vocês devem vir e ouvir”. Oh, que todos os ministros possam manter esta atitude com relação ao ministério e não hesitar em dizer assim ao seu povo! Faria um grande bem para nós relembrar o que Latimer disse uma vez para um homem que cinicamente afirmou que pregar “de nada adianta”. Latimer replicou: “Esta é uma resposta perversa, mui perversa”.

O ministro deve clamar ao Senhor para revigorá-lo com um devotamento paciente para a grande obra. Se existe uma porção da Escritura inerrante para a qual ele deve voltar-se, é I Co 4: “Assim, pois importa que os homens nos considerem como ministros e despenseiros dos mistérios de Deus... nos tornamos espetáculo... somos loucos por causa de Cristo... desprezíveis... sendo injuriados... caluniados... escoria de todos” (I Cor 4.1-13). Aqui está um ministro que sabe, ele próprio, ter sido designado por Cristo e comissionado com os mistérios do evangelho. Que grandiosa coisa! E, contudo, que coisa pequena é aos olhos do mundo – algumas vezes também aos olhos da igreja. Que pode fazer e dizer o ministro? “O que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel”.

No final, o que importa é a fidelidade ao Senhor. “Quem é, pois o servo fiel e prudente, a quem o senhor confiou os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim” (Mat 24.45,46).

O ministro, porém, pode perguntar: “Senhor, se tu tens me enviado e eu estou falando fielmente, por que esta grande obra parece não ser bem sucedida?”. Aqui o ministro deve permanecer com Paulo: “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus... cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho” (I Cor 3.6,8). O Senhor da seara o enviou para plantar, mas não para ver uma vasta colheita? Então, seja devotado à honra de plantar e regar para o Senhor. Spurgeon uma vez colocou assim: “Sua esfera pode ser muito limitada. Isto não importa; mas importa que você seja fiel ao Senhor”. Ministro seja devotado a sua grande obra, pois não há “coisa pequena” a ser encontrada, fazendo o que o Senhor o enviou a fazer.

Como em nossos dias veremos um retorno a uma visão elevada do ministério? Deveria começar com o próprio ministro. Ele deve ter a ousadia dada por Deus para permanecer diante do povo de Deus, sabendo em sua própria consciência que ele é um ministro de Cristo. “Ele me enviou para falar e mostrar para vocês grandes coisas da sua Palavra. Por isto é que vocês devem ouvir”.

Hoje não vemos o parlamento sentado aos pés de um Owen. O povo de Boston não se extasia mais com as palavras de um Jonh Cotton. Mas, os ministros ainda são honrados quando verdadeiramente servem a Cristo. Possam os servos do Senhor magnificar seus ofícios por suas vidas santas, por sua pregação poderosa e por seu devotamento à maior obra de todas! Possam as igrejas apreciá-los altamente, em amor, por causa do trabalho que realizam (I Ts 5.13)!



terça-feira, 4 de maio de 2010


O Cristão e os Problemas Financeiros


Gary Fisher

Você está enfrentando problemas financeiros? Faturas que você não consegue pagar? Cheques que você não pode cobrir? Necessidades que você não tem dinheiro para suprir? Vergonha? Frustração? Excesso de trabalho? Tensão? Problemas financeiros são excessivamente preocupantes e conduzem a muitos pecados: descontentamento, ingratidão, ira, desonestidade, impaciência, ansiedade e negligência das responsabilidades espirituais. A Bíblia ensina-nos como enfrentar muitas situações diferentes na vida, incluindo as dificuldades financeiras. A chave para enfrentar problemas financeiros está na atitude da pessoa. Para responder bem precisamos permitir que a palavra de Deus opere em nosso coração e mude nosso modo de ver as coisas.

Atitudes

Gratidão: Paulo insiste em que sejamos gratos. Precisamos estar "... transbordando de gratidão" (Colossenses 2:7). "Dêem graças em todas as circunstâncias..." (1 Tessalonicenses 5:18). Não devemos nos queixar nem sentir pena de nós mesmos, mas antes devemos considerar cuidadosamente todas as razões que temos para sermos agradecidos e louvar a Deus por suas bênçãos a nós. Os israelitas no deserto estavam se queixando constantemente, mas tinham se esquecido da grande libertação que Deus lhes tinha dado havia apenas pouco tempo. Temos que atentar para o que o Senhor nos tem dado e não para as coisas que não temos.

Contentamento:
"Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: ‘Nunca o deixarei, nunca o abandonarei’"
(Hebreus 13:5). A presença de Deus com seu povo deveria dar tanta alegria e segurança que poderíamos facilmente nos contentar com qualquer padrão de vida. Paulo estava contente na fome ou na abundância (Filipenses 4:10:13). Por outro lado, as Escrituras estão repletas de advertências contra a ganância e a avareza (veja Lucas 12:15, por exemplo). Por qualquer razão, nunca parecemos reconhecer o desejo desordenado por coisas em nossas próprias vidas. Pensamos que todas as coisas que queremos são necessidades e que a dívida que acumulamos ao buscar adquiri-las é perfeitamente aceitável. Poderia ser que poucos de nós admitem a ganância em nossas vidas porque nos cegamos e deixamos de perceber o verdadeiro estado de nosso coração? Paulo exortou: "Por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos" (1 Timóteo 6:8). Estamos satisfeitos somente com isto?

Sobriedade:
Muitos textos nos exortam a sermos sóbrios (1 Tessalonicenses 5:6, 8; 1 Pedro 1:13; 4:7; 5:8). A pessoa sóbria encara os fatos e não deixa seus desejos colorirem sua percepção da realidade. Muitas pessoas tratam das finanças num mundo de sonho, sempre imaginando que tudo dará certo magicamente. Mas fugir de um problema ou negá-lo não ajuda e não está de acordo com o caráter de Cristo. Temos que reconhecer nossa situação atual, não importa quão triste seja, e ser "homens de coragem" (1 Coríntios 16:13). Ignorar os problemas não os extingue. Lutas financeiras não desvanecem sem mais nada, mas precisam ser resolvidas por disciplina séria e perseverante.

Honestidade:
A honestidade é parte do caráter cristão (2 Coríntios 8:21; Tito 2:5). Pessoas honestas aceitam suas limitações financeiras e não tentam ser uma coisa que não são, vivendo num estilo de vida que suas condições não permitem. Pessoas honestas admitem que há muitas coisas que outras em torno delas têm ou podem fazer que elas não podem porque não têm dinheiro suficiente para isso. E pessoas honestas não fazem dívidas que não têm capacidade para pagar (veja Romanos 13:8).

Diligência:
Algumas vezes, porém nem sempre, os problemas financeiros resultam da preguiça. "Tirando uma soneca, cochilando um pouco, cruzando um pouco os braços para descansar, a sua pobreza o surpreenderá como um assaltante, e a sua necessidade lhe sobrevirá como um homem armado" (Provérbios 6:10-11). "Por causa da preguiça, o telhado se enverga; por causa das mãos indolentes, a casa tem goteiras" (Eclesiastes 10:18). Problemas financeiros devem ser esperados quando nos mimamos com descanso e sossego, e não trabalhamos esforçadamente. Um homem deve sustentar sua família (1 Timóteo 5:8) mesmo que isso possa envolver trabalho difícil ou empregos desagradáveis, ou mesmo se o trabalho disponível é relativamente mal pago.

Espiritualidade:
Precisamos manter nosso foco principal em Cristo, não em coisas materiais. "Ninguém pode servir a dois senhores: pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro... Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas" (Mateus 6:24, 33). Nossas posses, nossa posição e nosso sucesso nesta vida são matérias insignificantes para o verdadeiro cristão. Ele se vê como meramente passando através desta vida como um peregrino e portanto relativamente desinteressado nas suas condições. Ele nunca faz da prosperidade material uma meta séria (veja Lucas 9:57-58). O homem espiritual percebe que seu dinheiro e sua posição financeira não são as coisas importantes da vida.

Altruísmo:
O servo do Senhor está sempre buscando dar, em vez de gastar consigo mesmo. Ele vê o dinheiro que ganha trabalhando como uma bênção que ele pode aplicar servindo a outros: "O que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo algo de útil com as mãos, para que tenha o que repartir com quem estiver em necessidade" (Efésios 4:28). Discípulos verdadeiros vêem a prosperidade material não tanto como algo para si mesmos, mas como algo útil para servir outros (2 Coríntios 9:8-11). Enquanto o cristão for egoísta, ele sempre sentirá frustrações ao lidar com assuntos financeiros.

Humildade:
A humildade para admitir enganos e buscar corrigi-los é básica. Muitos de nós temos tido atitudes impróprias e não temos administrado bem nosso dinheiro. Nunca mudaremos até que admitamos que temos estado errados. Precisamos também ter a humildade de examinarmo-nos à luz da palavra de Deus e fazer as coisas que aprendermos (Tiago 1:21-24). Esta seria uma boa hora para parar de ler este artigo e rever as oito atitudes que precisamos ter e tentar honestamente avaliar-nos e resolver mudar nossa atitude nas áreas necessárias. Como Deus nos vê em cada uma destas atitudes?

Mudanças Específicas

As coisas específicas que precisamos fazer ao lidar com problemas financeiros dependem de nossa mudança e adoção das atitudes mencionadas acima. Sem perspectivas corretas, os passos seguintes terão pouca validade.

1) Avalie honestamente sua situação. Encare os fatos. Talvez ajudasse pegar uma folha de papel e lançar todas as suas dívidas e anotar os valores de todas. Então, lançar sua renda e suas despesas mensais. Qual é, exatamente, sua situação financeira.

2) Comece a pagar suas dívidas. "Não devem nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros..." (Romanos 13:8). Calcule quanto dinheiro por mês é necessário para pagar todos os juros e, também, comece a pagar o principal (o valor original do empréstimo, antes do acréscimo de juros). Se suas prestações e obrigações mensais forem mais do que tem disponível no orçamento da família, ha três coisas que poderia fazer de modo a ter dinheiro para pagar as dívidas: (a) Gastar menos. Quando for necessário, as despesas podem ser reduzidas às mínimas necessidades de comida e lugar para viver (veja 1 Timóteo 6:6-10). (b) Ganhar mais. Às vezes há oportunidades para trabalhar mais horas, ter um segundo emprego, ou encorajar os filhos adolescentes ou adultos que estejam vivendo no lar a trabalharem.(c) Vender coisas. Os cristãos primitivos vendiam casas e terras para aliviar as necessidades de seus irmãos (Atos 4:32-37); certamente não é irracional esperar que um discípulo de Cristo venda coisas para poder pagar o que deve.

3) Viva dentro dos limites de seu orçamento. A Bíblia adverte sobre a loucura de fazer dívidas: "O rico domina sobre o pobre; quem toma emprestado é escravo de quem empresta" (Provérbios 22:7). A escravidão aos credores é muito penosa; é melhor esperar pacientemente e comprar somente aquelas coisas que se pode pagar.

Comece a aplicar sua renda no sentido de metas espirituais. Temos que chegar a ver tudo o que temos como pertencendo ao Senhor e começar a usar nossos recursos para servi-lo. O Novo Testamento exorta-nos a dar generosa e abundantemente (2 Coríntios 8-9). Conquanto seja verdade que não estamos mais obrigados ao dízimo, não devemos usar isso como uma desculpa para sovinice. Não devemos permitir que nossa oferta seja diminuída pela avareza (2 Coríntios 9:5).

Conclusão

m todas as áreas da vida, a palavra do Senhor nos fornece a orientação perfeita. Da mesma maneira, no campo financeiro devemos dar ouvidos à sabedoria de Deus revelada na Bíblia. Quando obedecemos os mandamentos do Senhor, recebemos tanto "a promessa da vida presente" como a da vida "futura" (1 Timóteo 4:8). Que sigamos estas instruções!

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sábado, 13 de março de 2010


10 Dicas para Melhorar Seu Casamento

Pr. Josué Gonçalves

Se você deseja melhorar o seu casamento, diariamente precisa tomar atitudes nesse sentido. Veja algumas atitudes que você poderia tomar a partir de hoje no seu casamento. Se cada cônjuge fizer a sua parte, ambos experimentarão uma relação conjugal bem melhor.

1.TRATE O SEU CASAMENTO DE FORMA SINGULAR.

Não existe nenhum outro igual ao seu. É preciso, porém, determinar o que é o casamento e o que queremos do casamento.

2.JOGUE FORA, DE VEZ EM QUANDO, O RESTO DE LIXO DO SEU CASAMENTO.

Nosso problema nesse sentido consiste em juntar até não caber mais, queixas, mágoas, até se tornar insuportável. Viva o seu presente.

3.AJUSTE AS FINANÇAS COMO UM BEM COMUM.

Aprenda a manusear o dinheiro como sendo da família, e não de um em particular. Cuidado com as ambições e o secularismo. Ponha Deus em primeiro lugar nas suas finanças.

4.REVIGORE A COMUNICAÇÃO FAMILIAR.

Desenvolva o senso de humor como uma necessidade diária. Relembre o seu estilo galanteador, e renove a alegria da sua casa todas as manhãs. Cuidado com o 'nunca' e 'sempre'.

5.DESCUBRA A ALEGRIA DO LAZER FAMILIAR.

Trabalhar é importante, mas não se esqueça do lazer. Passeio com o seu cônjuge ou com sua família. Faça aquele passeio que há muito tempo estão planejando. Descubra formas criativas de lazer na sua própria casa ou na sua cidade.

6.EXERCITE O DIÁLOGO CONJUGAL ATÉ O FIM.

Evite o desabafo com vizinhos e colegas. Faça tudo que puder porque o divórcio é muito 'caro'.

7.REALIZEM NOVAS LUAS DE MEL SEM OS FILHOS

Use a sua imaginação indo a um lugar próximo ou a um hotel mais barato ou por poucos dias. Desvencilhe-se do excesso de apego aos filhos. Mantenha sempre a diferença entre a relação paterno-filial.

8.APRESENTE A SUA VOLUNTARIEDADE NOS SERVIÇOS DOMÉSTICOS

Antes de pensar que é o homem ou a mulher, lembre-se que são uma só carne. Descubra o prazer da ajuda mútua. Isto equilibra as forças de poder e mando e as relações afetivas.

9.CONTINUE INCENTIVANDO SUA RELAÇÃO AFETIVO-SEXUAL.

A relação sexual está para o casamento como a calda de ameixa está para o pudim. Em muitos lares é como se o fogo da paixão afetiva já estivesse apagado. Lembre-se dos dias do fogão a lenha, um abano mantinha o fogo aceso e portanto a chama mais duradoura. Contudo a relação sexual depende da felicidade da relação afetiva e permanente.

10.PARTILHE COM O CÔNJUGE E SEUS FILHOS TODA EXPERIÊNCIA DO SEU CRESCIMENTO ESPIRITUAL BÍBLICO.

Relembre a decisão de Josué e o testemunho de Noé e ponha Deus em primeiro lugar na sua família. Seja um sacerdote como Jó que apresentava seus filhos em oração a Deus porque podiam ter pecado (Jó 1:5). Relembre Deuteronômio 6 e ensine e pratique a vontade de Deus na sua palavra, sem materialismo, farisaismo, hipocrisia ou fanatismo, mas a palavra pura e simples, de Deus.


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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010


CRIANDO FILHOS À
MANEIRA DE DEUS

Pr. ALBERTO MATOS

PREÂMBULO

Um dos mais conhecidos pregadores da Inglaterra foi Richard Baxter. Quando jovem foi chamado à pastorear uma grande igreja, cujos membros eram ricos e instruídos. Achou-os, porém, frios e carnais. Por isto ficou desapontado e deixou-se levar pelo desânimo . No auge da crise, declarou: “O único meio de salvar a igreja e circunvizinhança é estabelecer a religião nos lares, e levantar o altar familiar”.

Passou três anos visitando casas e estabelecendo o culto doméstico. Seus esforços foram coroados de êxito . E assim o culto doméstico serviu de base a um movimento que trouxe à igreja, milhares de pecadores.

Richard Baxter provou que o altar familiar é indispensável para se estender as estacas do Reino de Deus.

CRIANDO FILHOS À MANEIRA DE DEUS - João 5.17-23

Introdução

1. Por vários dias busquei uma orientação de Deus acerca do que falar nesta palestra. Numa madrugada, tive um sonho. Eu pegara uma apostila e ao abri-la encontrava toda a palestra pronta, já escrita. Quando acordei procurei entre o meu material de pesquisa, se eu já tinha algo assim. Apesar de encontrar vários materiais, sabia que não era nenhum deles. Foi aí que veio à minha mente esta passagem bíblica que descreve muito claramente a relação entre o Pai Celeste e o Seu Filho Unigênito.

João – Cap. 05
Propósito Contínuo - 17 E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. 18 Por isso pois os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não se quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo se igual a Deus.

Capacitação - 19 Mas Jesus respondeu, e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer ao Pai; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente.

Amor - 20 Porque o Pai ama o Filho, e mostra-lhe tudo o que faz; e ele lhe mostrará maiores obras do que estas, para que vos maravilheis

Dom da Vida - 21 Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer.

Poder para Julgar - 22 E também o Pai a ninguém julga mas deu ao Filho todo o juízo;

Honra - 23 Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou.


2. Como criar filhos à maneira de Deus ?

3. Entendo que há só uma melhor maneira de saber: observando a paternidade exercida pelo Pai Celeste.

4. Para efeito didático, permutaremos o termo “pai” para pais (pai e mãe).

5. Analisemos o texto supracitado.

I. PROPÓSITO CONTÍNUO

A. “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”. Por esta expressão , entendemos que há uma continuidade de propósito; propósito transmitido de Pai para Filho. Este propósito está ligado à essência que constitui a ambos – a mesma natureza.

B. Aplicando esta verdade a relação humana entre pai e filho, seria isto relativo ao fato de ambos terem a mesma natureza como salvos.

C. A salvação é uma dádiva de Deus, mas cabe aos pais o desenvolvimento do ensino sobre a mesma aos filhos.

D. Analisemos as observações da Palavra de Deus quanto a este assunto:

1. Abraão - Porque eu o tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para obrarem com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado. Caberia a Abraão a responsabilidade de ordenar a seus filhos e casa, objetivando que eles guardassem o “Caminho do Senhor” e obrassem com justiça e juízo. Essa era a condição sine qua non para que o Senhor fizesse vir sobre Abraão o que acerca dele tinha falado. Deus havia prometido fazer dele “Pai das Nações”, mas havia uma aliança neste sentido, onde ambos haveriam de cumprir com suas respectivas partes.

2. Orientação paulina acerca do bispo – “ Convém pois que o bispo ... Governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia” (I Tim.3.2,4). O bispo deveria ter como característica o fato de governa bem a sua casa e ter seus filhos em sujeição.

3. Orientação paulina acerca do diácono - Os diáconos sejam maridos de uma mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas. Aos diáconos não foi pedido menos do que aos bispos.

4. Confissão de Josué – “... Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”- Js.24.15.

5. Relato de Jó – “Sucedeu pois que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Porventura pecaram meus filhos, e blasfemaram de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente” – Jó 1.5.

Por estas passagens bíblicas compreendemos a importância de termos em boa mente, como pais, o cumprimento da responsabilidade em transmitirmos aos nossos filhos – o Propósito Contínuo.

Neste cenário, surge a indagação: Como transmitirmos o Propósito Contínuo aos Filhos ?

Vejo que há um só caminho: Através do Sacerdócio.

A função do “sacerdote”é apresentar Deus aos homens e os homens a Deus. Os pais precisam exercer o sacerdócio diante de Deus e dos Filhos.

Vejamos as orientações bíblicas quanto à responsabilidade dos pais:

1. Prov.1.8 - Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes a doutrina de tua mãe.

2. Prov.22.6 - Instrue ao menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.

3. Ef.6.4 - E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.

O ensinar dos pais aos filhos deve ser algo natural, corriqueiro. Entretanto, os pais têm falhado neste processo educacional diante para com os filhos.

Ainda pouco vimos o seqüestro de Patrícia Abravanel e a ameaça enfrentada pelo Empresário Silvio Santos oriundos de uma pessoa, o Fernando Dutra, que fora criado dentro de uma igreja evangélica.

Devido a fatos como estes entendemos que há fatos na educação dos filhos que são da nossa alçada como pais, mas que há coisas que são da alçada de Deus.

Há momentos em que fazemos a nossa parte de pais, mas os filhos não cumprem a parte deles.

R. A. Torrey conta que, embora ainda muito jovem, deu asas à imaginação e incredulidade e passou a zombar de Deus, de Cristo, da Bíblia e de tudo que se referia às coisas espirituais. Sua mãe, porém o amava. E , diante de Deus orava e suplicava por ele o tempo todo.

Torrey, por seu lado, continuou cada vez mais rebelde, até que um dia disse à mãe : “Estou tão aborrecido que vou embora para não lhe perturbar mais”. Ela o seguiu até o portão, chorando disse: “Meu filho, ao chegares à hora mais escura de todas, quando não houver mais esperança, se clamares ao Deus de tua mãe. Ele te ouvirá”.

Torrey, assim mesmo saiu para as trevas do pecado, onde se embrenhou sem pensar nas conseqüências. Muitos meses depois, achava-se hospedado num hotel, a mais de 600 Km da casa de sua mãe . Sem poder dormir, enojado de tanto pecar e já cansado de viver, levantou-se de madrugada com esta resolução : Pegarei o revólver, colocá-lo-ei à testa e findarei com este drama redículo chamado vida humana”. No entanto, lembrou-se das palavras de sua mãe: “Meu filho, ao chegares à hora mais escura de todas, quando não houver mais esperança, se clamares ao Deus de tua mãe. Ele te ouvirá”. Ele caiu de joelhos e orou: “Ó Deus da minha mãe, quero luz, e se me deres, segui-la-ei”. Não demorou muito a receber a tão almejada luz. Apressou-se, então, e foi para a sua casa. Planejou surpreender a sua mãe, porém, ela chegou ao portão sorrindo, e chorando de gozo , disse: “Ó meu filho, sei porque voltaste e sei o que tens para dizer-me. Tens achado o Senhor. Deus me disse”.

Todo o mundo cristão conhece a longa e ardente vida de R.A. Torrey. Através dele, milhares de vida foram levadas ao Salvador.

Conhecendo a história dele, podemos dizer: “Tudo pode a oração de uma mãe, pai, irmão, irmã, esposa, esposo, filho; tudo pode se não fizerem menos do que o seu melhor.

Você está fazendo o seu melhor na criação dos seus filhos ?

Na 1a. Guerra Mundial, quando Enrico Caruso estava no ápice da fama, chamaram-no para cantar num show beneficente.

Com o propósito de que ele não recusasse o convite lhe informaram de que ele não precisaria se esforçar muito, bastaria cantar qualquer coisa que não lhe requeresse esforço e habilidade, pois só o seu nome já atrairia uma enorme multidão.

Prontamente, ele respondeu: “Caruso, nunca faz menos do que o seu melhor”.

Assuma o compromisso diante de Deus agora: “Na criação dos meus filhos nunca farei menos do que o meu melhor”.

Tiago Taylor , bisavô de Hudson Taylor, antes do seu casamento passou horas em oração, na manhã de seu casamento, tomado pelas palavras de Josué : “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”.

E Deus honrou a firme resolução de Tiago Taylor e deu-lhe um lar que produziu um missionário dos que mais honraram à Igreja, Hudson Taylor.

O Propósito Contínuo é o Supremo Alvo dos pais: Todos Nós Dentro da Casa Celestial!

“Querido, está anoitecendo ?”, perguntou a velhinha de 97 anos.

Vendo o marido que ela estava morrendo, inclinou-se para responder: “Sim, Marta, está anoitecendo”.

No seu delírio, ela pensava achar-se, como no passado, com os seus queridos no culto doméstico, por isto insistiu: “Os filhos estão todos em casa” ?

Sim, todos os filhos estão em casa, Marta.

O último filho fora chamado à Casa Celestial, havia três anos.

Depois de algum tempo, ela comentou:

- Vou já à casa, também.

- Sim , Marta, tu vais agora.

- E , tu, querido, irás também ?

- Sim , pela Graça de Deus, irei!

Ela estendeu as mãos e, colocando-as ao redor do pescoço do marido, fez com que ele se abaixasse ao seu lado e balbuciou:

- “E Deus fechará todos nós dentro da Casa Celestial”.

II. CAPACITACÃO

a. Os pais precisam capacitar aos filhos, no que diz respeito a parte da responsabilidade que lhes cabe.
b. Foi assim com vários personagens bíblicos:

1. Lídia – At.16.15 – “E depois que foi batizada, ela e a sua casa...”

2. Cornélio – At.10.24 - E no dia imediato chegaram a Cesaréia. E Cornélio os estava esperando, tendo já convidado os seus parentes e amigos mais íntimos.

3. Carcereiro de Filipos – At.16.34 – “E na sua crença em Deus, alegrou-se com toda a sua casa”.

c. A capacitação ( nos dias de hoje) dá-se-á nas esferas:

1. Espiritual;
2. Acadêmica;
3. Lingüística;
4. Musical;
5. Atlética;
6. Profissional;
7. Social.

d. Além desta capacitação humana, existe a divina: Deus se revelando a eles e capacitando a eles.

III. AMOR

Não há arma mais poderosa do que o AMOR! Deus nos alcançou através do AMOR! Não iremos alcançar os nossos filhos, a não ser pelo AMOR!

Quando eu estava no Exército Brasileiro, encontrava-me distante do Caminho do Senhor. Muitas vezes impossibilitado de comer a alimentação fornecida pela caserna devido a má qualidade dos alimentos, recebia de minha mãe quando ela se deslocava para ir à firma da família, um sanduíche e uma carteira de cigarro. Ela não gostava de que eu fumasse , mas por amor ela deixava no quartel a ambos.

Quantas e quantas vezes, eu comia aquele sanduíche, sentado na calçada com as lágrimas escorrendo na minha face. Ela me conquistou e alcançou para o Senhor através do AMOR!

No ano seguinte, minha mãe e uma tia começaram uma reunião de oração pelos filhos. Quando eu chegava do trabalho e asencontrava em oração , ficava na casa de um amigo em frente ao nosso lar até que a mesma acabasse ou entrava de fininho, tomava banho, trocava de roupa e saia sem fazer zoada.

Foi com AMOR que ela continuou orando e assim me alcançou!

IV. DOM DA VIDA

a. Celebrar a vida.
b. Compartilhar a vida.
c. Encarar a vida.
d. É preciso fazer festa com as pessoas da família!

V. PODER PARA JULGAR

a. Quem recebe capacitação, pode receber poder para julgar.

b. Devemos dotar aos filhos com autoridade para escolher o caminho em que deve andar, tal qual o alpinista que vai soltando a corda devagarzinho para que outra pessoa chegue ao seu alvo.

c. Teimamos em mantê-los como crianças!

d. Precisamos prepara-los para a vida!

e. Julgamos eles o tempo todo e não ensinamos a eles a julgar corretamente!

f. Temos que faze-los pensar!

g. Precisamos entregar as rédeas deles a eles!

VI. HONRA

a. É importante honrar aos filhos, fazer com que eles se sintam dignos!

b. Ver seu filho sendo honrado é ver a aprovação da obra de suas mãos, como pai ou mãe.

c. É saber que você deu conta do recado!

d. É saber que você cumpriu com a sua responsabilidade diante do Pai Celeste!

e. É saber que o seu Projeto vingou!

f. É saber que você colocou um ser idôneo no Reino de Deus!

g. É saber que você está trabalhando por uma família, igreja e sociedade melhor!

h. É saber que você valorizou a eles!

i. E se valorizou a eles, certamente, valorizou ao Senhor da Herança!

Conclusão

1. Criar filhos sem depender do Pai Celeste não é agir como filho de Deus e, sim, como bastardo!

2. Criar filhos no patamar natural e isenta-los do sobrenatural é oferecer a eles um futuro natural e medíocre.

3. Devemos como filhos de Deus buscar a inteira dependência do Pai, dando exemplo, para que nossos filhos aprendam a depender também de Deus.

4. Devemos fazer a nossa parte natural na criação dos filhos e encaminha-los para o Sobrenatural de Deus.

5. devemos fazer a nossa parte para que o Senhor tenha o ambiente necessário para fazer a parte d‘Ele.

6. “Se Deus colocasse um diamante em tuas mãos, ordenando-te que gravasses nele uma frase para ser lida no último dia, como índice de tuas idéias e sentimentos, com que cuidado escolherias as palavras ? É justamente isto que Deus fez quando colocou cada um dos teus filhos, puros e imaculados, nas tuas mãos. O que estás escrevendo nestes diamantes, pela oração, por teu espírito e exemplo, hora após hora, dia após dia, ano após ano, é para ser lido e exibido no grande dia.


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domingo, 13 de dezembro de 2009


O Jovem/Adolescente e a solidão

Pr. Jaime Kemp

Em um mundo tão povoado, onde em muitas cidades as pessoas vivem quase amontoadas, há milhares de seres humanos em completa solidão.

Cristiane é uma garota assim. Ela nasceu em uma cidade do interior de Minas Gerais e desde muito pequena vivenciou os problemas conjugais de seus pais.

O pai, um homem ausente e desinteressado pelo lar e pela própria filha, praticamente nunca assumiu o fato de ser casado.

Quando Cristiane completou quinze anos enfrentou a dor do penoso e inevitável processo de divórcio dos pais. Logo em seguida, mudou-se com sua mãe para outra cidade, mas levou com ela muitos sentimentos de tristeza, desesperança e solidão.

Sua mãe logo conseguiu um ótimo emprego, o que foi muito bom; mas ao chegar do colégio, Cristiane passava longas horas inteiramente só.

Todas essas circunstâncias transformaram a jovem em uma pessoa fechada, retraída, até o dia em que conheceu Francisco, um rapaz mais velho e experiente.

Ambos começaram a namorar e Cristiane passou novamente a sentir-se feliz, o que não acontecia há muito tempo.

Entretanto, depois que o namoro já estava firme, Francisco começou, incessantemente, a pedir uma prova mais real do amor da namorada. Segundo ele, ela só demonstraria o quanto o amava se concordasse em ter relações sexuais.

E foi assim que ela cedeu aos reclamos de Francisco, apesar de saber que estava fazendo algo errado. Para acalmar sua culpa, pensou nas amigas, para as quais era muito comum esse tipo de relacionamento.

Bem, Francisco obteve sua "prova de amor", o que não impediu de relacionar-se de forma semelhante com outras garotas, mesmo sabendo que magoaria profundamente Cristiane

Hoje ela continua só. Francisco ainda é seu namorado, mas ela não o tem verdadeiramente para si ou perto de si. A solidão, portanto, não a abandonou.

Solidão é o reconhecimento doloroso que inunda a vida de milhões de adolescentes e jovens, que não possuem um relacionamento significativo com outros.

De tempos em tempos, a solidão bate à porta de todos nós, mas jovens e adolescentes são um alvo fácil e frágil desse sentimento.

Para eles, ela é devastadora, uma onda cósmica que consome seus pensamentos, suas energias.

Na adolescência, a necessidade de aceitação social da turma, está no auge.

Eles não se consideram mais crianças e esforçam-se para ser independente dos pais, das famílias.

A ligação com aqueles que são de seu grupo é importantíssima e as pressões resultantes da luta por seu próprio espaço são muito fortes.

Tenho observado jovens que vivem em uma atmosfera familiar razoavelmente tranqüila, onde têm uma boa comunicação com seus pais, que são pessoas equilibradas, interessadas e ajustadas, mas mesmo assim sofrem de solidão porque não se relacionam com a turma.

CAUSAS
1. O Espírito da Época
Nossa atual obsessão pela eficiência, pelas conveniências e pela tecnologia têm inferiorizado as pessoas, causando sentimentos de inutilidade e falta de significado pois a máquina pode substituir o homem em muitas áreas.

O adolescente de hoje em dia não possui raízes profundas. A mobilidade da família brasileira, suas mudanças constantes, as separações e os divórcios cada vez mais freqüentes, provocam uma traumática ruptura de relacionamentos.

A urbanização massacrante gera medo e, por que não dizer, até quase um pavor de desconhecidos. O vizinho, em geral, é um estranho que deve ser evitado até que suas reais intenções sejam conhecidas.

Os jovens andam por aí, alienados com walkman em seus ouvidos ou com um mini vídeo-game em suas mãos, isolando-se mais e mais, incentivados pelos modismos da atualidade. A TV, sempre batalhando para sofisticar-se e liberalizar-se ainda mais, oferece dezenas de opções para todos os gostos, trancafiando garotos e garotas em suas casas durante horas seguidas.

Parece-me que centenas de adolescentes relacionam-se maravilho-samente bem com a tela de um computador em detrimento a olhar nos olhos das pessoas para curtir um bate-papo positivo, construtivo e saudável.

A sociedade tem perdido fontes de relacionamento que muitos anos atrás ajudaram o jovem a formar e manter amizades. Hoje, além de precisar lidar com os questionamentos e sentimentos normais que caracterizam essa fase de transição de suas vidas, eles têm que aprender a enfrentar a solidão.

2. Baixa-Estima
Ela inclui avaliações físicas (o corpo não é como desejariam que fosse). O mesmo ocorre em relação à saúde, sexualidade, aparência e comportamento. Tudo contribui para o adolescente ser vulnerável à rejeição, a qual provoca retraimento e este, solidão.

Quando o jovem tem pouca confiança em si mesmo é difícil sentir-se apto para criar relacionamentos com outros de sua idade.

3. Relacionamentos Familiares Inadequados
Quando aconselho adolescentes que padecem com a solidão, tento descobrir como foi seu relacionamento com os pais durante a infância. Creio que os primeiros dez anos da vida de uma criança é o período apropriado para solidificar a amizade, o companheirismo, a confiança, o respeito, a lealdade e o carinho entre pais e filhos. Se isso não acontece, essa criança chega à adolescência desestruturada; isto proporciona os motivos para ela sucumbir à solidão.

4. Medo
"As pessoas sentem-se solitárias porque constróem muros ao invés de pontes". As barreiras são erguidas para manter os outros afastados. Por quê? É por medo de intimidade, medo de deixar-se conhecer, medo de ser rejeitado ou de machucar-se novamente.

A solidão é dolorosa, porém mais suportável que o medo e a insegurança de ver cair a "máscara".

5. Desejo de Independência
Por natureza, os adolescentes anseiam por autonomia comportamental, moral, religiosa e por desenvolver suas próprias convicções e ideologias. Para alcançar esse tipo de liberdade cada um precisa depender de si mesmo. Por outro lado, tomar decisões sem conselhos ou interferência de outros, pode ser muito temerário e até causar afastamento daqueles que os rodeiam.

6. Circunstâncias e Mudanças Temporárias
O jovem torna-se vítima de uma circunstância imprevisível: a (o) namorada (o) o (a) abandona por outro (a); reprovação no vestibular; o amigo (a) muda-se para outra cidade, etc.

Denominamos esse tipo de solidão de situacional e temporal, porém, para os adolescentes, ela é arrasadora.

7. Inabilidade, Incapacidade ou Indisposição para Comunicar-se
A falta de comunicação pode ser uma das raízes da solidão pessoal. O adolescente cresceu em um lar pouco comunicativo e desconhece como fazê-lo ou, por uma razão qualquer, persiste em seu isolamento, mesmo tendo diversas pessoas a seu redor.

8. Repercussão Espiritual
Santo Agostinho orou da seguinte forma: "Tu nos criaste para Ti mesmo e o coração do homem se inquieta até encontrar o descanso em Ti."

A solidão é o resultado do distanciamento de Deus. O Senhor criou o coração do homem de um determinado formato o qual apenas Ele pode preencher.

A rebelião humana foi a causa parcial da solidão, pois ela ocasionou uma barreira entre o indivíduo e Deus. No sacrifício de Cristo Jesus no Calvário podemos reconstruir a ponte que fazia a ligação entre nós e Deus, e que foi destruída. Somente assim o problema da solidão espiritual é solucionado.

9. Outras Causas
Em seu livro: "Loneliness: a Social Development Analysis" , Craig W. Ellison aponta diversas e possíveis causas da solidão:

  • Timidez;
  • Rejeição;
  • Doença física;
  • Sentimento de não pertencer;
  • Separação física de um ente querido;
  • Conflito não resolvido;
  • Incompreensão;
  • Crítica de alguém a quem admire e exerça influência sobre ele;
  • Morte de um ente querido;
  • Desejo de possuir um relacionamento que nunca acontece;
  • Muita atividade.

CONSEQÜÊNCIAS
1. Físicas
Em seu livro, "Loneliness: the Fear of Love", Ira J. Tanner, registra vários efeitos físicos da solidão: "A solidão infecta todas as fibras do nosso ser, nossas esperanças, ambições, sonhos, vitalidade, desejos, tanto quanto nossos corpos. Nosso comer e dormir são afetados freqüentemente. Obesidade e ganância também podem ser sintomas. A miséria da solidão às vezes se manifesta com dores corporais. Não é incomum fraqueza nas pernas, proveniente do fardo pesado que o medo acarreta e que carregamos sobre os ombros. Ombros arcados, lábios caídos, andar vagaroso e arrastado, bem como silêncio e isolamento, são efeitos da doença da solidão."

2. Baixa-Estima
A baixa-estima tanto pode ser a causa como a conseqüência da solidão. Às vezes é muito difícil identificar quando é uma ou outra. Qualquer conselheiro necessita de uma boa dose de sabedoria e perspicácia nesse sentido.

O jovem solitário carrega consigo sentimentos de vazio, desesperança e desvalorização, que sempre são acompanhados da sensação de não ser amado. Ele encara sua dificuldade em fazer amizades como um fracasso pessoal. Não raro, a opção pelo isolamento culmina em autocomiseração e egocentrismo.

3. Dependência
O indivíduo tende a depender totalmente de outros. Ele se "agarra" a alguém dando a impressão que vai sugar todas as forças emocionais da pessoa.

Pessoas dependentes, em geral, seguem um processo em seus relacionamentos. Primeiramente, descrêem de sua capacidade em cuidar de sua própria vida emocional.

Em segundo lugar, elas esperam que os outros supram suas necessidades. Quando percebem que suas expectativas não foram atingidas ou satisfeitas, surge a terceira atitude desse processo, pois tornam-se exigentes.

O resultado não pode ser outro senão o afastamento deliberado daqueles que se sentem sufocados por elas.

Infelizmente, no final desse processo, a pessoa vê-se novamente, e ainda mais só.

4. Depressão
Outra conseqüência da solidão é a depressão. Em casos extremos, a depressão pode conduzir ao desespero e este, à tentativa de suicídio.

A tendência de um adolescente é permanecer trancado em si mesmo e não deixar transparecer, ou não expressar, seus sentimentos. Entretanto, é preciso considerar que muitas vezes ele simplesmente não sabe como fazê-lo, o que apenas contribui para acentuar seu sofrimento com a solidão.

Um jovem descreveu-me assim, o que carregava oculto em seu coração: "Sinto que estou num buraco escuro e profundo, sem esperanças."

5. Uso de Álcool e Drogas
Aquele que carrega o fardo da solidão, geralmente quer libertar-se através da bebida ou de drogas. Para tal, ele procura "amigos" que já têm experiência. Tal procedimento não soluciona o problema, mas pode ser uma das características dos que se sentem sós.

6. Reflexos Espirituais
Quando a pessoa não tem comunhão com Deus a solidão é mais forte. A consciência, também, pode já estar cauterizada pelo pecado, e isso pode fazer com que essa pessoa sinta-se abandonada pelo Pai. Esse sentimento pode provocar amargura contra o Senhor como se Ele a tivesse esquecido.

Acredito que, aquele sofre de solidão espiritual de forma crônica não é um cristão ou, se o for, não se apropriou e não compreende o poder da graça redentora de Deus.

SUGESTÕES
Os jovens são solitários não necessariamente porque se separam uns dos outros, mas porque estão alienados de si mesmos.

Pais e conselheiros devem ajudar os jovens e adolescentes a descobrirem-se. Mas como?

1. Sendo amigo

  • Para que isto aconteça, devem ter a habilidade de desenvolver entre ambos um relacionamento baseado em confiança. Pode-se fazer algumas perguntas:
  • Você poderia descrever-me seus sentimentos e lutas?
  • Em que situações você se sente mais só?
  • De que formas você procura tratar a solidão?

Nesse momento, conforme as resposta que ouvir, poderá determinar o grau da solidão e se é temporária ou crônica.

2. Enquanto estiver escutando a pessoa, aproveite para afirmar, encorajar e elogiar o jovem. Os solitários têm necessidade de compreender que possuem pontos fortes, habilidades, talentos e dons, bem como algumas falhas.

3. O jovem precisa entender quais são as causas básicas que o levaram a ser tão só. Os sintomas são alarmes, precisamos ouvi-los. Entretanto é preciso detectar as causas, as raízes que provocaram o problema e tentar eliminá-las.

Seguem-se algumas perguntas que podem auxiliar nesse processo:

  1. Sua solidão foi causada por alguma situação temporária?
  2. Sua solidão foi causada por alguma mudança, seja geográfica, familiar ou pela perda de alguém muito querido?
  3. Sua solidão advém de sentimentos, como: timidez natural, dificul-dade em fazer amigos, inabilidade de relacionar-se ou algum tipo de abuso físico ou verbal?

4. Levar a pessoa a conhecer Jesus. Sempre afirmo: "Jesus quer ser seu melhor amigo e Ele nunca vai abandoná-lo."

Se o adolescente sofre de solidão, ele precisa saber que Cristo pode viver em seu coração através do Espírito Santo, que esse Cristo tem um Corpo - a Igreja, com a qual ele deve se envolver. Também precisa saber que tem à sua disposição os poderosos recursos da oração e da graça de Deus.

Devemos sempre orar com o solitário por sua batalha contra a solidão.

Acho essencial que se desenvolva algum tipo de plano de ação simples, que o adolescente possa seguir. Exemplos:

  1. Desenvolver as disciplinas espirituais em sua vida: oração, leitura e estudo bíblico, confissão de pecados, amizades cristãs, etc.
  2. Estudar sob o ângulo bíblico um tema pertinente às necessidades do jovem.
  3. Desafiar o garoto/garota a tomar decisões concretas: "Vou deixar de 'hibernar' em meu quarto durante uma semana", etc.
  4. Incentivá-lo (a) a sair com um amigo (a), ir ao shopping, cinema, algo assim.
  5. Dar ênfase à importância de um retorno, de preferência mútuo, a respeito dos alvos estabelecidos. Se eles foram atingidos ou não.

PERSPECTIVA BÍBLICA
No alvorecer da história humana, quando Deus avaliou tudo que criara, Ele declarou em Gênesis 2.18: "Não é bom que o homem esteja só...". O Senhor sempre soube que o ser que criara seria como Ele, desejoso de relacionamentos, de companheirismo e comunhão. Um dos propósitos da criação do homem foi justamente esse: a comunhão com o Criador.

O pecado golpeia, abala e separa o relacionamento entre o Senhor e a pessoa, como fez com Adão e Eva. O maravilhoso e definitivo plano da redenção nada mais é do que Deus buscando resolver o impasse da separação entre Ele e sua criatura, exatamente a problemática da solidão que foi imposta ao homem por ele mesmo, como decorrência de seu próprio pecado.

Grandes homens de Deus experimentaram solidão, conforme nos é desvendado na Palavra: Jacó, Moisés, Jó, Davi, Neemias, Elias, Jeremias. São de Davi as seguintes palavras do Salmos 25.16: "Volta-te para mim e tem compaixão, porque eu estou sozinho e aflito." Eles correram para Deus, expuseram, verbalizaram seu problema e foram confortados, fortalecidos. Nele, encontramos suprimento, companhia e forças.

Há ocasiões em que precisamos ficar sozinhos, mas essa não deveria ser a condição permanente das pessoas. Sejam quais forem as causas e as conseqüências da solidão, mesmo que seja difícil ir até os outros e apesar das inevitáveis decepções, vale a pena ter amigos, a começar de Jesus.


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