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sábado, 13 de fevereiro de 2010


Estratégias para Combater o Pecado Sexual

John Piper

1. Reconheça que a sexualidade é um dom bom de Deus.

Gênesis 2:24-25

Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.

Provérbios 5:18-20

Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, como cerva amorosa e gazela graciosa; saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê atraído perpetuamente. E por que, filho meu, andarias atraído pela estranha e abraçarias o seio da estrangeira?

1 Coríntios 7:3-5

O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência. (Cf. 1 Timóteo 4:3)


2. Reconheça que as proibições pretendem proteger algo precioso, não negar algo prazeroso.

Êxodo 20:14

Não adulterarás.

1 Coríntios 6:18

Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.

1 Coríntios 7:2

Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.

1 Tessalonicenses 4:3

Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição,

Deuteronômio 10:12-13

Agora, pois, ó Israel, que é o que o SENHOR, teu Deus, pede de ti, senão que temas o SENHOR, teu Deus, e que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, com todo o teu coração e com toda a tua alma, para guardares os mandamentos do SENHOR e os seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem?


3. Creia que Deus é por você.

Salmo 84:11

Porque o SENHOR Deus é um sol e escudo; o SENHOR dará graça e glória; não negará bem algum aos que andam na retidão.

Romanos 8:32

Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?

Marcos 10:29-30

E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições, e, no século futuro, a vida eterna.


4. Pondere sobre o perigo eterno da cobiça.

Mateus 5:27-29

Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela. Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno.

Lembre-se da história do homem que cortou o seu pé para salvar a sua vida.



5. Pense freqüentemente que Deus já lhe deu muitas coisas boas.

Gênesis 39:7-9

E aconteceu, depois destas coisas, que a mulher de seu senhor pôs os olhos em José e disse: Deita-te comigo. Porém ele recusou e disse à mulher do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe do que há em casa comigo e entregou em minha mão tudo o que tem. Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus?


6. Pregue para você mesmo que há mais prazer na presença de Deus do que no pecado. Mude o foco do desejo.

Salmo 4:7

Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se multiplicaram o seu trigo e o seu vinho.

Salmo 16:11

Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há abundância de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente.

Salmo 73:25-26

A quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti. A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração e a minha porção para sempre.

1 Pedro 2:2

Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo.


7. Perceba que a cobiça mutila e enfraquece nossa capacidade para um mais alto prazer espiritual com Deus.

1 Pedro 2:11 (luta contra a alma)

Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma.

Marcos 4:19

Mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas, e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera.

8. Não pergunte: “O que há de errado com isso?”. Pergunte: “Isso maximiza minha experiência do poder de Cristo, meu prazer em Sua companhia, minha percepção de Sua beleza, minha reflexão de Sua glória?”.

Filipenses 3:12

Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus.


9. Cultive uma devoção apaixonada pela honra do nome de Deus.

2 Samuel 12:10,14

Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher...Todavia, porquanto com este feito deste lugar sobremaneira a que os inimigos do SENHOR blasfemem, também o filho que te nasceu certamente morrerá.


10. Desenvolva uma cosmovisão que veja absolutamente tudo em relação a Deus.

1 Coríntios 10:31

Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus.

11. (Para os solteiros) Reconheça que as relações sexuais não são essenciais para a plena personalidade e felicidade.

Jesus era solteiro e celibatário e plenamente humano.

Isaías 56:3-5

E não fale o filho do estrangeiro que se houver chegado ao SENHOR, dizendo: De todo me apartará o SENHOR do seu povo; nem tampouco diga o eunuco: Eis que eu sou uma árvore seca. Porque assim diz o SENHOR a respeito dos eunucos que guardam os meus sábados, e escolhem aquilo que me agrada, e abraçam o meu concerto: Também lhes darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles que nunca se apagará.

12. (Para os casados) Reconheça que Deus designou o casamento para ser uma parábola viva de Seu compromisso com a igreja.

Efésios 5:21-32

Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus. Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido. Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja; porque somos membros do seu corpo. Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.

13. Vigie os seus olhos. Evite estimulação desnecessária.

Jó 31:1

Fiz concerto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?

Romanos 13:14

Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.

2 Timóteo 2:22

Foge, também, dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor.

14. Olhe para o sexo oposto como pessoas eternas. Perceba que a cobiça inevitavelmente despersonaliza e desespiritualiza as pessoas.


João 5:28-29

Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação.

Mateus 25:46

E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna.

2 Coríntios 5:16

Assim que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora, já o não conhecemos desse modo.


15. Pense freqüentemente que Cristo sofreu agonia por sua pureza. Combata imagem com imagem. Cristo clamando em agonia.

Tito 2:14

Cristo se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniqüidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.

1 Pedro 1:18; 2:24

Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, [mas com o precioso sangue de Cristo]. Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.

2 Coríntios 5:15

E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.

Hebreus 10:29

De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?


16. Acautele-se de pressumir que o sucesso passado garante a pureza futura.

1 Coríntios 10:12

Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia.

Gálatas 2:13 [Contrastado com Atos 11:24 (Barnabé)]

Barnabé era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé (Atos 11:24).
E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação (Gálatas 2:13).



17. Acautele-se de se sentir acima da responsabilidade.

3 João 9 (Diótrefes, não submisso)

Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe.

18. Não seja excessivamente isolado.


19. Entre num grupo onde vocês exortem uns aos outros contra o engano do pecado.

Hebreus 3:12-13

Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado.


20. Memorize muitas partes das Escrituras.

1 João 2:14

Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.

Salmo 1:2

Antes, tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.

Salmo 119:11

Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti.


21. Encha seus pensamentos com coisas boas.

Filipenses 4:8

Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.


22. Leia muitos livros sobre devoção, biografia, etc.

Quando eu leio as histórias de como muitos outros sofreram, lutaram, se esforçaram e alcançaram medidas de alegria, santidade e abundância de frutos na comunhão com Deus, isto me faz querer dar o meu tudo para buscar e alcançar nada menos do que tudo que um pecador salvo pode ser para a glória de Cristo.


23. Nunca assuma que você está acima do sofrimento ou que você merece alívio através do pecado. O perigo da poderosa auto-piedade.

Atos 14:22

[Paulo ia às suas igrejas] confirmando o ânimo dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus.

Lucas 9:58

E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.

2 Timóteo 2:3

Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.

2 Timóteo 4:16-17

Ninguém me assistiu na minha primeira defesa; antes, todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado. Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que, por mim, fosse cumprida a pregação e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão.


24. Esteja ocupado com alguma tarefa.


25. Ore em todo tempo, no Espírito, pelo livramento de Deus.

Mateus 6:13

E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém!

Lucas 22:40

E, quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação.

Salmo 119:18

Desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei.


26. Encoraje-se; Deus é paciente.

Êxodo 34:6-7

Passando, pois, o SENHOR perante a sua face, clamou: JEOVÁ, o SENHOR, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão, e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração.

Neemias 9:17

E recusaram ouvir-te, e não se lembraram das tuas maravilhas, que lhes fizeste, e endureceram a sua cerviz, e na sua rebelião levantaram um chefe, a fim de voltarem para a sua servidão; porém tu, ó Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te, e grande em beneficência, tu os não desamparaste.

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terça-feira, 16 de junho de 2009


A Importância da Sexualidade no Casamento


Pr. Elinaldo Renovato de Lima


Quando Deus fez o primeiro casal, incluiu em sua estrutura emocional e física, os órgãos e o instinto sexual. E o fez com propósitos muito elevados, como tudo que o Criador realizou. Dessa forma, a sexualidade faz parte da vida de qualquer ser humano. Dela, ninguém pode se afastar. Quando alguém diz que é homem ou mulher, está implícita a idéia de sexo, de modo natural. No casamento, a sexualidade exerce papel fundamental, indispensável para o bom relacionamento entre os cônjuges, dentro do plano de Deus para o matrimônio. Vamos refletir um pouco sobre esse importante assunto.


1. VISÃO BÍBLICA DO SEXO


1.1. O SEXO FOI FEITO POR DEUS

- Deus fez o homem, incluindo o sexo, e “viu que tudo era bom” (Gn 1.31). As mãos que fizeram os olhos, o cérebro, também fizeram os órgãos sexuais. Aquele que criou a mente, também criou o instinto sexual.

- Jesus, mesmo em sua missão divina, era homem normal, incluindo a sexualidade, santificando-a na pureza e santidade de seu corpo. Ele foi circuncidado ao oitavo dia. Lc 2.21-23. “E o Verbo se fez carne...” (homem) Jo l.l.1

1.2. O PLANO DE DEUS EM RELAÇÃO AO SEXO

- Deus quis, na sua soberania, que o homem participasse DIRETAMENTE da obra da Criação, através da procriação, dando-lhe instrumentos maravilhosos que são os órgãos e o instinto sexual. Nesse plano, observamos os seguintes aspectos, dentro da vontade de Deus:

- O USO DOS ÓRGÃOS SEXUAIS É PRIVATIVO DOS CASADOS.

- A ordem de crescer e multiplicar não foi dada a solteiros, mas a casados. Gn 1.27,28. - Deus não quis que o homem vivesse só. Gn 2.18,24; Sl 68.6;113.9.

- Deus exorta o homem a desfrutar o sexo com a esposa e não com a namorada ou a noiva. Em Cantares de Salomão, tem-se a exaltação do amor conjugal e não entre solteiros. Ct 4.1-12; Ef 5.22-25.


2) A RELAÇÃO SEXUAL DO CRISTÃO

1) SUA NATUREZA

* Prevista por Deus (Gn 1.27-28; 2.24)

* Não era, nem é e nem será pecado (dentro dos princípios de Deus): Hb 13.4;

2) SUA FINALIDADE

o Procriação (Gn 1.27, 28). “De um modo maravilhoso...” (Sl 139.13-16);

o Ajustamento mútuo entre marido e mulher (1 Co 7.1-7);

o O princípio da prevenção (v. 2);

o O princípio do direito mútuo (ou do dever) (v.3);

o O princípio da autoridade mútua (v. 4);

o O princípio do hábito (v. 5).

o Satisfação (bem-estar, prazer): Pv 5.18-23; Ec 9.9; Ver Livro de Cantares de Salomão (4. 1-12;7.1-9);

o Deus valoriza a união sexual entre marido e mulher (Dt 24.5).

3) COMO DEVE SER, NO PLANO DE DEUS

o Exclusiva (Gn 2.24; Pv 5.17);

o Alegre (Pv 5.18);

o Santa (1 Pe 1.15; 1 Ts 4.4-8);

o Natural (Ct 2.6; 8.3);

o Observar o significado do Corpo para Deus como TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO PROPRIEDADE DE DEUS (1 Co 6.19-20).


3. O SEXO FORA DO CASAMENTO É PECADO

a) FORNICAÇÃO: prática do sexo entre solteiros ou entre casado e solteiro (Enc. Bíblica Boyer). O fornicário não entra nos céus. Ef 5.5a; 1 Tm 1.10a; Ap 21.8a.

b) ADULTÉRIO: Relação sexual entre pessoas casadas com pessoas que não são seus cônjuges. Mt. 5.27; Mc 10.9; Rm 13.09. É perigoso. Pv. 5.1-5. Grave pecado.

c) PROSTITUIÇÃO: Num sentido geral, envolve todo o pecado do sexo; num sentido estrito, é a relação com prostitutas. Deus proíbe. Dt. 23. l7. Grave pecado: 1 Co 6.l6. É falta de juízo. Pv 7. 4-10;21, 22,23-27; 1 Co 6.15-18.

d) HOMOSSEXUALISMO: - Relação entre pessoas do mesmo sexo. É abominação ao Senhor. Lv 20.13; 18.22; Dt 23.17,18. Vício de Sodoma (Sodomia) Gn 19.5. Deus destruiu cidades por causa disso. Dt 23.17. - Não entram no Reino de Deus os que praticam tais atos abomináveis. l Co 6.9,10. É considerado no NT como “paixão infame”. Rm 1.24-27. O Homossexualismo feminino chama-se LESBIANISMO. Ver Rm 1.26 comparado com 1 Co 1.27: “Semelhantemente...” Desonra a Deus; - Usa o corpo de modo animalesco; desvia a finalidade do corpo; não permite a reprodução do ser humano. Só busca o prazer pelo prazer. É egoísta. A AIDS é uma conseqüência dessa perversão. Infelizmente, o homossexualismo tem chegado até ao meio de diversas igrejas.


4. A SEXUALIDADE NA MEIA-IDADE

- A partir da meia-idade (40-55 anos), começam a surgir dificuldades área sexual. Há uma série de crises: mudanças físicas, emocionais, nervosas, etc.

- A maneira de enfrentar os problemas dessa fase da vida depende da atitude mental de cada um: se confiar em Deus, encara com naturalidade, e vence; se não confia, encara como uma tragédia, e é derrotado;

- O que para uns é o fim, para outros é o começo de uma nova fase da vida, cheia de experiências, realizações e expectativas positivas.

4.1. MUDANÇAS PRÓPRIAS DA MEIA-IDADE

- O aspecto físico muda bastante; o espelho parece CRUEL: gorduras onde não gostaríamos que houvesse; barba ficando cinzenta; pele flácida; rugas; calvície, etc.; isso afeta a sexualidade;

- As energias físicas diminuem, mas a resistência pode permanecer e até aumentar, com o uso proveitoso das energias mentais, levando ao equilíbrio emocional;

- Se ficar preso à juventude, querendo parar o tempo, o homem fica frustrado;

- Se tiver visão espiritual, vai ser grato a Deus por estar na meia-idade, encarando as mudanças como algo normal em sua vida;

- O homem passa a ver a mulher mais velha, menos atraente a seus olhos; há homens que se desesperam, se deprimem, e outros dão lugar à tentação, caindo em pecado de adultério, prostituição, etc. há quem busque refúgio na pornografia, filmes e revistas eróticos, mas isso só aumenta o problema. Grandes homens de Deus caíram na armadilha do sexo.

4.2. OS CUIDADOS NECESSÁRIOS A UMA VIDA SAUDÁVEL

Na meia-idade, mais do que em outro período da vida, é importante que se utilize um plano adequado de desenvolvimento emocional e físico. Não se deve querer competir com os jovens, mas importante uma alimentação apropriada, o exame médico regular, de acordo com a idade; controle emocional, descanso sistemático, bom senso, disciplina, além da saudável prática de exercício físico adequado (caminhadas são as mais recomendáveis).

A Bíblia não condena o exercício físico. Apenas mostra que, em relação à piedade, para pouco aproveita (1 Tm 4.8).


CONCLUSÃO

O homem cristão precisa compreender o valor da sexualidade, e ser grato a Deus por isso. Faz-se necessária uma visão abrangente do tema, de modo a não se deixar levar por conceitos e preconceitos que só fazem prejudicar o bom relacionamento entre as pessoas, principalmente entre marido e mulher, a quem Deus concedeu a bênção da união conjugal, como algo belo, santo e agradável, não só com finalidade procriativa, mas como meio de obter um relacionamento estável, rico em alegria e prazer.


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SANTO SEXO

Pr. Walter Santos Baptista

"Que o marido cumpra os seus deveres a mulher e, do mesmo modo, a mulher para com o marido. Não é a mulher que é dona do seu próprio corpo, mas sim o marido. De igual modo, não é o marido que é dono do seu próprio corpo, mas sim o marido. Não se privem um do outro, a não ser de comum acordo e para se dedicarem durante algum tempo à oração. Depois, voltem outra vez à vossa vida conjugal, para que Satanás vos não faça cair na tentação, por não se saberem dominar" (1Co 7.3-5)

São necessidades básicas do ser humano entre outras: alimentar-se quando tiver fome, beber quando tiver sede, ar quando a respiração fica difícil, descansar quando fatigado, dormir quando com sono, abrigar-se do frio ou do calor, livrar-se da dor, fugir quando for ameaçado e satisfazer o instinto sexual.

Tem-se criado uma verdadeira arte para se satisfazer a fome: a gastronomia; sofisticam-se os anestésicos para o alívio da dor; que se dirá dos confortos térmicos? E com respeito à sexualidade, que se diz? Que ensino é repassado acerca deste fato?

Escapa à imaginação o que já se pensou e ensinou sobre esse tema. Graciano, monge italiano que viveu no final do século 11, pregava que o Espírito Santo saía do quarto quando o casal praticava o ato sexual.

Quanto à abstinência do sexo, era ensinado:

  • Abstinência nos dias santos;
  • E em certos dias úteis, como:
    • Na quinta-feira porque Jesus fora preso numa quinta-feira;
    • Em respeito à crucificação, não se podia ter relações nas sextas-feiras;
    • Não no sábado, porque tradicionalmente é o dia dedicado a Virgem Maria;
    • Naturalmente, no domingo também não seria possível, porque Jesus ressuscitou num domingo;
    • Nem na segunda-feira em respeito aos falecidos.
    • Sobravam a terça e a quarta-feiras.

A Reforma Protestante do século 16 desenvolveu uma Teologia da Sexualidade, observando que o homem e a mulher têm necessidades de ordem sexual a nível físico, emocional e espiritual. A ignorância, a desinformação e a má orientação das idéias, no entanto, foram tamanhas que em algumas comunidades cristãs havia senhoras idosas que eram verdadeiras "evangelistas da frigidez", visitando as noivas antes do casamento para informá-las acerca do que se chamava "os fatos da vida", bem como que o ato sexual era do casamento a parte mais desagradável e detestável. Entretanto, diziam, todas as esposas tinham que se conformar com tal situação. Com esse tipo de iniciação, que moça poderia esperar alegria na vida conjugal?


OS QUATRO AMORES

Os gregos têm uma variedade de palavras para o que traduzimos como "amor": Philia, Storge, Eros e Agape.

Philia é o amor social, amor de amigo, de afinidade, patriótico, cívico. É a necessidade de compartilhar algo com alguém. Envolve afeição, e é o que chamamos "amizade".

Storge é o amor familiar, amor natural de pai para os filhos, do tio para o sobrinho, e vice-versa. Envolve reciprocidade e homogeneidade.

Eros é o amor biológico, físico, sensorial, hormonal, visceral, sensual. É o amor que é atraído pelo charme, beleza, elegância, graça, delicadeza, pelas formas. É boa palavra e define bem o aspecto das diferenças sexuais. O Eros atrai o homem para a mulher e a mulher para o homem. Fora disso é perversão: homem + homem, mulher + mulher, desvios que recebem o nome dehomossexualismo; adulto + criança é pederastia ou pedofilia; ser humano + animal tem o nome de bestialismo. Todas essas perversões encontram reprovação na Escritura Sagrada: Levítico 18.22,23; 20.13,15,16. Eros é o instinto sexual. Paulo apresenta os reclamos do Eros em 1Coríntios 7.2-5 e 1Tessalonicenses 4.3-8.

Agape é o amor que pode salvar o eros da perversão porque o transforma e dá ao amor humano e biológico sua verdadeira dimensão no santo sexo. É o amor como o de Deus, o amor-que-se-dá, o amor-sacrifício, o amor-entrega, o amor eterno, imutável e perfeito. Está nos lábios de Jesus em João 3.16; Paulo o cita em Romanos 5.5; 1 Coríntios 13; e João, o Evangelista, o menciona em 1João 4.16,18. Jesus Cristo é o supremo exemplo de agape, entrega total para a salvação da esposa que é a Sua Igreja (cf. Ef 5.25-33).

Já dá para entender que a soma Storge + Agape é a fórmula ideal para o amor paterno, materno, fraternal, filial e familiar.

E Eros + Ágape, por sua vez, é a receita perfeita para o santo sexo, o casamento do cristão.


UMA TEOLOGIA DA SEXUALIDADE

Uma coisa é o que os médicos, os sexólogos, os psicólogos, os psicanalistas e os terapeutas de casal pensam do sexo. Outra é o que Deus pensa (cf. Gn 1.31).

Muita gente não diz que o corpo veio do Diabo, mas acha que o sexo é mau, sujo e indigno dos filhos de Deus. Olha o exemplo do monge Graciano... Realmente, a sexualidade nunca foi suja e mundana na visão da Bíblia (cf. Ec 9.9). No projeto do reino de Deus, o sexo é expressão da vontade do Pai Celeste.

Gênesis 1.27,28 mostra indivíduos perfeitos, sadios, criados à imagem de Deus, e seus corpos incluem a sexualidade e a capacidade de se reproduzirem, bem como a ordem direta para fazê-lo. De fato, sendo cada ser humano uma imagem criadora, um reflexo do Deus Criador, apresenta no sexo bem praticado, no santo sexo, esse dom de um Deus que ama, cria, recria e faz criar. Os crentes em Jesus Cristo, aliás, devemos ser os mais inteligentes, melhores e mais criativos amantes porque, por trás de tudo os outros seres humanos têm, temos a unção do Agape de Deus.

Pois é; em Gênesis 1.31 "viu Deus que tudo era bom", mas o produto final no seu teste de qualidade deu como resultado"Aprovado! Muito Bom!", porque a masculinidade e a feminilidade são ótimas!

Gênesis 2.24,25 mencionam a expressão "uma só carne" (basar no hebraico; sarx no grego). Entre outros sentidos, basar é a totalidade da pessoa humana (cf. Sl 16.9); sarx é o "corpo" como em 2Coríntios 12.7; Filipenses 1.24 e Gálatas 4.13,14. "Uma só carne" é, assim, união de corpos e de naturezas daqueles que formam o casal.

O ato sexual não é só uma função biológica, é, igualmente, de fundo espiritual (1Coríntios 6.16). Une-se o soma (corpo), com asarx (o mais humano em nós). Por esse motivo, o adúltero peca contra o ser-que-se-forma-no-casamento (1Co 6.18) e viola o seu destino que é glorificar a Deus (vv. 20; cf. v. 13).

Na realidade, a Escritura exalta a felicidade sexual (cf. Pv 5.15-19; Ec 9.7,9; Ct 6.6-12). É o erotismo no contexto do santo sexo, do casamento dos filhos de Deus. 1Coríntios 7.2-5 é, sem dúvida, a mais clara passagem sobre o assunto. Dela, três idéias podem ser extraídas:

  • Os santos têm necessidades sexuais idênticas e definidas. Sexo não é prerrogativa do homem, sendo a sua parceira apenas submissa, passiva , acomodada e silenciosa. Isso viola a natureza, pois, ao contrário do que muitos podem pensar, 1Coríntios 7.3a faz a esposa valer seus direitos.
  • A responsabilidade do marido é satisfazer as necessidades emocionais, sexuais e espirituais da sua santa esposa, e vice-versa. É uma experiência solidária.
  • A satisfação das necessidades sexuais dos santos não entra em conflito com a piedade da vida espiritual. Pelo contrário, vida sexual equilibrada é boa mordomia. Paulo fala, mesmo, em oração no seu comentário sobre esse importante tema (cf. v.5).

É recomendável e altamente conveniente ver com os olhos do outro, pensar com a cabeça do outro. O marido precisa entender o que se passa no coração, cabeça e corpo da sua mulher quanto ao sexo, e ela, por seu lado, necessita compreender que significado tem o sexo para seu esposo. Mulheres que se queixam de que os maridos só pensam em sexo, muitas vezes espelham problemas como a não apreciação das relações, ou a não compreensão das necessidades de seu santo, ou, ainda, a preocupação mais com elas mesmas que com o bem-estar do casal.

Vamos entender: o ato sexual é importante porque satisfaz o instinto do marido. Deus o colocou em nós, portanto pecado não pode ser. O instinto sexual no homem é constante, o que significa que ele não precisa de muito estímulo para ficar preparado.

É importante porque satisfaz o senso de feminilidade da esposa. Nos primeiros dias de casada apresenta-se a insegurança, mas agora isso passou, o ritmo da vida, inclusive o sexual, já é normal ou relativamente normal. Mas é preciso entender o coração da mulher que quer ser amada, vista e sentida como mulher. De fato, as mulheres mais frustradas do mundo são as que abafam sua feminilidade, o que não pode acontecer com uma santa filha de Deus. Uma esposa vai além de mãe e dona de casa: é parceira sexual do marido. Se o ato conjugal não for bom para ela, será muito difícil ter sucesso como mãe e dona de casa.

É importante o ato sexual para o marido porque faz aumentar o amor pela esposa, reduz as tensões no lar e proporciona uma experiência emocional sem par.

Para sua esposa dá segurança quanto ao amor do companheiro: amor de companhia, de compaixão e de romance.

E ainda: satisfaz o instinto sexual da santa, que é diferente do instinto sexual do homem. A imagem do fogão a gás e do fogão a lenha para descrever a prontidão do homem e da mulher para o sexo é corriqueira porém verdadeira: a lenha (às vezes verde) demora a pegar fogo, mas quando queima...

Sexo e reprodução foram ordenados por Deus, e nada têm de pecaminoso (cf. Gn 1.28). Mas o ato sexual tem se tornado um martírio, um tormento para algumas pessoas. Por quê? Ora, o casamento (e o conseqüente ato sexual) são aprovados pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo. O Pai o estabelece em Gênesis 1.28; o Filho dele fala em Mateus 19.5, e o Espírito Santo pela inspiração de Hebreus 13.4, texto que fala com extrema clareza do santo sexo, pois que a palavra "leito" que nele aparece é em grego koite, da mesma raiz da palavra latina coitus, descritiva do ato sexual.

A Bíblia condena, no entanto, o abuso sexual, chamando-o de "fornicação" (sexo entre solteiros) e "adultério" (sexo pago). Deus criou a sexualidade e colocou os instintos em nós, não para nossa tortura, mas para a satisfação do casal em santo sexo e senso de realização. Como é significativo o uso da palavra "conhecer" ( yada em hebraico) para designar o ato sexual (cf. Gn 4.1; Mt 1.25). O ato sexual é o conhecimento mais íntimo que se pode ter de uma pessoa. Mas é um ato santo, reservado, por ser conhecimento sagrado, pessoal, íntimo. O Cântico dos Cânticos é incrivelmente franco sobre o assunto (cf. 2.3-17; 4.1-7).

Provérbios 5.18 fala de prazer total, e não só para reprodução. Por outro lado, Deus não planejou um sexo pervertido, barateado, comercializado com vem acontecendo em outros arraiais. Deus planejou um santo sexo que fica bom com o tempo, com o casal mais amadurecido no amor e nas artes amorosas.


DIFICULDADES SEXUAIS

Conflitos sexuais são criados por mil e duas razões. Reservamo-nos algumas poucas:

  • Problemas no namoro e no noivado trazidos para o casamento. Os antigos já diziam que "o que começa errado termina errado".
  • Conflitos na lua-de-mel. Ou será na "lua-de-fel"? Uma senhora que teve péssima experiência na lua-de-mel com um marido vinte anos mais velho dizia que "o casamento é a legalização do estupro".
  • Traumas de infância. A esposa evita carícias, tem horror até em pensar, o ato sexual é um martírio. Aliás, convém lembrar que ninguém está só, mas talvez seja necessário buscar ajuda profissional de um médico ou terapeuta de casal.
  • Sexo sem amor O amor é uma atitude mental, e o sexo é uma entre muitas expressões dessa atitude mental. Sexo sem amor equivale a uma vida de miséria.
  • Falha em bem aproveitar os jogos amorosos. É falta de sabedoria não preparar a esposa para o ato conseqüente.
  • Coisas de que um não gosta no outro. Idéias, hábitos, sentimentos de competição. E quando o marido chega, e encontra em vez da esposa, um espantalho? Rolinhos no cabelo, desarrumada pensando que com isso sensibiliza o marido? Pouca higiene, falta de asseio adequado. Cuidado com os odores, meus santos! Uma coisa é o cheiro do corpo masculino ou feminino estimulantes das funções sexuais, outra é cheiro de suor e mau hálito. Dentro de certos parâmetros o odor pode ser um estimulante sexual, qualquer sexólogo ou terapeuta o reconhece e pode informar.
  • Conflitos em outras áreas: diferença acentuada de idade ou de nível acadêmico; comparações com a mãe, com o pai, com o irmão, etc.

Pense mais em qualidade que em quantidade de relações sexuais; pense em integralidade do sexo, e, sobretudo, que o amor é uma extraordinária fonte de poder nas adversidades e dificuldades da vida.

Sem receio de ser mal-compreendido, a experiência do ato sexual, do santo sexo discreto, reservado e exclusivo, pode ser comparada à da oração em Mateus 6.6:

"Entra no teu quarto, fecha a porta..." Resultado: "...te recompensará".


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terça-feira, 12 de maio de 2009


Uma Perspectiva Cristã do Sexo

Samuele Bacchiocchi


A atitude da sociedade quanto ao sexo tem ido de um extremo ao outro. "A pessoa da época vitoriana," escreve Rollo May, "procurava ter amor sem cair no sexo; o humano moderno procura ter sexo sem cair no amor."1 Do ponto de vista puritano do sexo como um mal necessário para a procriação, chegamos à concepção popular do sexo como algo necessário para recreação.

Ambos os extremos estão errados e deixam de cumprir a intenção divina quanto ao sexo. A opinião negativa faz os casados se sentirem culpados quanto a suas relações sexuais; a opinião permissiva transforma as pessoas em robôs, entregando-se ao sexo sem muito sentido ou satisfação.

Como deveria o cristão relacionar-se com o sexo? Que diz a Bíblia sobre a sexualidade? Como cristão que crê na Bíblia, achei os sete princípios seguintes úteis para a compreensão de como deveríamos nos relacionar com o sexo.

 

Princípio nº 1: A Bíblia fala da sexualidade humana como boa

Comecemos com o começo: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gênesis 1:27). Depois de cada ato de criação, Deus disse "que isso era bom" (Gênesis 1:12, 18, 21, 25), mas depois da criação da humanidade como homem e mulher, Deus disse "que era muito bom" (Gênesis 1:31). Esta avaliação inicial da sexualidade humana como algo "muito bom" mostra que a Bíblia vê a distinção sexual macho/fêmea como parte da qualidade boa e perfeita da criação divina original.

Note também que a dualidade sexual humana como macho e fêmea é dita explicitamente ter sido criada à imagem de Deus. Como as Escrituras distinguem os seres humanos de outras criaturas, os teólogos têm usualmente pensado que a imagem de Deus na humanidade se refere às faculdades racionais, morais e espirituais que Deus outorgou a homens e mulheres.

Contudo, há um outro modo de compreender a imagem de Deus, implícita em Gênesis 1:27: "À imagem de Deus o criou: homem e mulher os criou." Assim a masculinidade e a feminilidade humanas refletem a imagem de Deus no sentido que o homem e a mulher têm a capacidade de experimentar uma unidade de companheirismo semelhante à que existe na Trindade. O Deus da revelação bíblica não é um Ser solitário e único, que vive em alheamento eterno, mas sim um companheirismo de três Seres unidos de um modo tão íntimo e misterioso que nós Os adoramos como um só Deus. Esta unidade misteriosa da Trindade reflete-se como uma imagem divina na humanidade, na dualidade sexual de homem e mulher, misteriosamente unidos em casamento como "uma só carne".

 

Princípio nº 2: A relação sexual é um processo pelo qual dois tornam-se "uma só carne"

O companheirismo íntimo entre homem e mulher é expresso em Gênesis 2:24: "Por isto deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne." A frase "uma só carne" refere à união de corpo, alma e espírito entre cônjuges. Esta união total pode ser experimentada especialmente através da relação sexual, quando o ato é a expressão de amor, respeito e devoção genuínos.

A frase "tornando-se os dois uma só carne" expressa a estimativa divina do sexo dentro da relação conjugal. Diz-nos que Deus vê o sexo como um meio pelo qual o marido e a esposa podem atingir nova unidade. É digno de nota que a imagem "uma só carne" nunca é usada para descrever a relação de uma criança com seu pai ou mãe. O homem precisa deixar seu pai e mãe para se tornar "uma só carne" com sua mulher. Sua relação com sua esposa é diferente de sua relação com os pais porque consiste de uma nova unidade consumada pela união sexual.
Tornar-se "uma só carne" implica também que o propósito do ato sexual não é apenas procriativo (produzir filhos), mas também psicológico (satisfazendo a necessidade emocional de consumar nova relação de unidade). Unidade implica na disposição de revelar ao outro do modo mais íntimo seu eu físico, emocional e intellectual. Ao se conhecer do modo mais íntimo, o casal experimenta o significado de tornar-se uma só carne. A relação sexual não garante automaticamente esta unidade. Antes consuma a intimidade de uma participação perfeita que já se desenvolveu.

 

Princípio nº 3: Sexo é conhecer um ao outro no nível mais íntimo

Relações sexuais dentro do casamento permitem a um casal chegar a conhecer um ao outro de um modo que não pode ser experimentado de nenhum outro modo. Participar da relação sexual significa revelar não apenas seu corpo, mas também seu ser interior um ao outro. É por isto que as Escrituras descrevem a relação sexual como "conhecer" (ver Gênesis 4:1), o mesmo verbo usado no hebraico em referência a conhecer a Deus.

Obviamente Adão tinha chegado a conhecer Eva antes de sua relação sexual, mas através dela chegou a conhecê-la mais intimamente do que antes. Dwight H. Small observa a propósito: "Revelação através da relação sexual encoraja revelação em todos os níveis da existência pessoal. Esta é uma revelação exclusiva e única para o casal. Eles se conhecem como a ninguém mais. Este conhecimento único equivale a reclamar o outro num pertencer genuíno... A nudez e a ligação física é simbólica do fato de que nada é oculto ou retido entre eles."2

O processo que leva à relação sexual é um de conhecimento crescente. Do conhecimento casual inicial ao cortejo, casamento e relação sexual, o casal cresce no conhecimento um do outro. A relação sexual representa a culminação deste crescimento recíproco e intimidade. Como Elizabeth Achtemeier o expressa: "Sentimos como que a mais oculta profundidade de nosso ser é trazida à superfície e revelada e oferecida um ao outro como a expressão mais íntima de nosso amor."3

 

Princípio nº 4: A Bíblia condena o sexo fora do casamento

Uma vez que sexo representa a mais íntima de todas as relações interpessoais, expressando uma unidade de devoção completa, tal unidade não pode ser expressada ou experimentada numa união sexual casual na qual o intento é puramente recreacional ou comercial. A única unidade experimentada em tais uniões é a da imoralidade.

Imoralidade sexual é grave porque afeta o indivíduo mais profunda e permanentemente do que outro pecado qualquer. Como Paulo afirma: "Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer, é fora do corpo; mas aquele que pratica imoralidade peca contra o próprio corpo" (I Coríntios 6:18). Alguém poderá dizer que até a glutonaria e a bebedice afetam uma pessoa no interior do corpo. Mas esses pecados não têm o mesmo efeito permanente sobre a personalidade como o pecado sexual.

Abuso no comer ou no beber pode ser vencido, bens furtados podem ser devolvidos, mentiras podem ser retratadas e substituídas pela verdade, mas o ato sexual não pode ser desfeito. Uma mudança radical, que não pode jamais ser desfeita, ocorreu na relação interpessoal do casal em questão.

Isto não significa que pecados sexuais sejam imperdoáveis. A Bíblia nos assegura por exemplo e preceito que se confessarmos nosso pecado, o Senhor é "fiel e justo para perdoar todos os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça" (I João 1:9). Quando Davi se arrependeu de seu duplo pecado de adultério e homicídio, Deus o perdoou (ver Salmos 51 e 32).

 

Princípio nº 5: O sexo sem compromisso reduz a pessoa a um objeto

Sexo fora do casamento é sexo sem compromisso. Tais relações casuais destroem a integridade da pessoa por reduzir a outra a um objeto de gratificação pessoal. Pessoas que se sentem feridas e usadas depois de encontros sexuais podem se retrair completamente de atividade sexual de medo de serem usadas novamente, ou podem decidir usar seus corpos egoistamente, sem consideração pelos sentimentos dos outros. De um modo ou de outro, a sexualidade é pervertida porque ele ou ela destruiu a possibilidade de usar sua sexualidade para relacionar-se genuina e intimamente com a pessoa que ama.

Sexo não pode ser usado como divertimento com um parceiro uma vez e como modo de expressar amor genuíno e compromisso com outro parceiro noutra ocasião. A perspectiva bíblica de unidade, intimidade e amor genuíno não pode ser realizada em sexo fora do casamento ou em sexo com parceiros múltiplos.

Noivos provavelmente dirão que estão expressando amor genuíno ao engajar em sexo pré-marital. De uma perspectiva cristã, noivos respeitarão um ao outro e considerarão o noivado como uma preparação para o casamento, e não como casamento. Até assumir os votos matrimoniais, existe a possibilidade de romper a relação. Se um casal teve relação sexual, comprometeram sua relação. Qualquer ruptura subseqüente deixará cicatrizes emocionais permanentes. É somente quando um homem e uma mulher desejam tornar-se um, não apenas verbal como também legalmente, assumindo responsabilidade por seu parceiro, que eles podem selar seu relacionamento através da união sexual.

Em nenhuma outra área tem sido a moralidade cristã atacada como na área de sexo fora do casamento. A condenação bíblica de atos sexuais ilícitos é clara, mas freqüentemente ignorada com subterfúgios. Por exemplo, a fornicação é chamada sexo pré-marital, com a ênfase sobre o "pré". Adultério é chamado sexo "extramarital", não como um pecado contra a lei moral divina. A homossexualidade passa de uma perversão grave para "desvio" e "variação gay".

Mais e mais, cristãos estão cedendo ao argumento especioso de que "o amor o justifica". Se um homem e uma mulher se amam profunda e genuinamente, é dito que eles têm o direito de expressar seu amor através da união sexual fora do casamento. Alguns argüem que sexo pré-marital libera as pessoas de suas inibições, dando-lhes a sensação de liberdade emocional. A verdade é que o sexo pré-marital aumenta a pressão emocional porque reduz o amor sexual a um nível puramente físico, sem o comprometimento total de duas pessoas casadas.

 

Princípio nº 6: Sexo é ao mesmo tempo procriativo e relacional

Até o começo de nosso século, os cristãos geralmente criam que a função primária do sexo era procriativa. Outras considerações, como os aspectos de união, relação e prazer do sexo eram vistos como secundários. No século XX a ordem foi invertida.

De um ponto de vista bíblico, atividade sexual dentro do casamento é tanto procriativa como relacional. Como cristãos, precisamos recuperar e manter o equilíbrio bíblico entre estas duas funções do sexo. União sexual é um ato prazenteiro de participação perfeita que gera um sentimento de unidade ao mesmo tempo que oferece a possibilidade de trazer um novo ser ao mundo. Precisamos reconhecer que o sexo é uma dádiva divina que pode ser desfrutada legitimamente dentro do casamento.

Paulo encoraja maridos e esposas a cumprirem seus deveres conjugais, porque seus corpos não lhes pertencem somente mas um ao outro. Portanto não deveriam privar um ao outro do sexo, exceto por acordo mútuo por algum tempo para se devotar à oração. Depois deveriam se ajuntar de novo para que Satanás não os tente por causa da incontinência (I Coríntios 7:2-5; ver também Hebreus 13:4).

 

Princípio nº 7: O sexo permite ao homem e à mulher refletirem a imagem de Deus participando em Sua atividade criativa

Na Bíblia, o sexo serve não somente para gerar uma unidade misteriosa de espírito, mas também oferece a possibilidade de trazer crianças a este mundo. "Sede fecundos, multiplicai-vos," diz o mandamento de Gênesis (Gênesis 1:28).

Naturalmente, nem todos os casais podem ter ou são justificados em ter filhos. Velhice, infertilidade e enfermidades genéticas são alguns dos fatores que tornam a geração de filhos impossível ou desaconselhada. Para a maioria dos casais, contudo, ter filhos é uma parte normal da vida conjugal. Isto não significa que todo ato de união sexual deva resultar em concepção.

"Não fomos feitos para separar sexo da geração de filhos," escreve David Phypers, "e os que o fazem, de modo total e final, puramente por razões pessoais, estão certamente falhando quanto ao propósito divino para suas vidas. Correm o risco de que seu casamento e atividade sexual se tornem egoístas. Só consideram sua própria satisfação, em vez de levar em conta a experiência criativa de trazer nova vida ao mundo, nutrindo-a para a maturidade."4

Procriação como parte da sexualidade humana traz à tona a importante questão de medidas anticoncepcionais. Será que o mandamento de ser fecundo e multiplicar significa que devemos deixar o planejamento familiar ao esmo?

Não se encontra uma resposta explícita na Bíblia. Vimos que o sexo é tanto relacional como procriacional. O fato de que a função do sexo no casamento não é apenas de gerar filhos, mas também para expressar e experimentar amor mútuo e compromisso, implica a necessidade de certas limitações na função reprodutiva do sexo. Isto significa que a função relacional do sexo pode ser uma experiência dinâmica viável, se sua função reprodutiva for controlada.

Isto nos leva a outra questão: Temos o direito de interferir com o ciclo reprodutivo estabelecido por Deus? A resposta histórica da Igreja Católica Romana tem sido um claro "NÃO"! A posição católica tem sido moderada pela encíclica Humanae Vitae (Julho 29, 1968), do Papa Paulo VI, que reconhece a moralidade da união sexual entre marido e mulher, mesmo se não visa a geração de filhos.5 A encíclica, embora condenando medidas anticoncepcionais artificiais, permite um método natural de controle de natalidade conhecido como o "método do ritmo". Este método consiste em limitar a união sexual aos períodos inférteis no ciclo menstrual da mulher.

A tentativa da Humanae Vitae de distinguir entre medidas anticoncepcionais "artificiais" e "naturais", tornando a primeira imoral e a segunda moral, tem um ar de arbitrariedade. Tanto num caso como no outro, a inteligência humana impede a fertilização do ovo. O rejeitar como imoral o uso de medidas anticoncepcionais artificiais pode levar à rejeição do uso de qualquer vacina, hormônio ou medicamento que não é produzido naturalmente pelo corpo humano.

"Como quaisquer outras invenções humanas," escreve David Phypers, "a prevenção de gravidez é moralmente neutra; o que importa é o que fazemos com ela. Se a usarmos para praticar sexo fora do casamento ou egoistamente dentro do casamento, ou se por ela invadimos a privacidade do casamento de outros, podemos com efeito ser culpados de desobedecer a vontade de Deus e de perverter a relação matrimonial. Contudo, se a usarmos com o devido respeito à saúde e ao bem-estar de nossos parceiros e de nossas famílias, então pode aprimorar e fortalecer nosso casamento. Pela prevenção de gravidez podemos proteger nosso casamento das tensões físicas, emocionais, econômicas e psicológicas que poderiam advir de outras concepções, e ao mesmo tempo podemos usar o ato conjugal, reverente e amorosamente, para nos unir numa união duradoura."6

 

Conclusão
A sexualidade é parte da bela criação divina. Nada tem de pecaminoso. Contudo, como todas as dádivas de Deus aos seres humanos, o sexo caiu sob o plano satânico de desviar a humanidade da intenção divina. A função do sexo é de unir e procriar, dentro da relação de homem e mulher se unirem para formar "uma só carne". Quando esta relação é rompida, quando o sexo ocorre fora do casamento — tanto premarital como extramaritalmente — temos a violação do sétimo mandamento. E isto é pecado — pecado contra Deus, contra um ser humano e contra o próprio corpo.

Mas a Bíblia não nos deixa sem esperança. Ela nos oferece a graça de Deus e o poder de vencer todo pecado que nos assedia, incluindo o pecado sexual. Embora pecados deixem marca na consciência e prejudiquem a outra pessoa, o arrependimento genuíno pode abrir a porta ao perdão divino. Nenhum pecado é tão grande que a graça de Deus não possa curar e restaurar. Tudo de que precisamos é buscar aquela graça, pois é ela que nos habilita a alcançar todo potencial que o Criador pôs dentro de nós.

E isto se aplica também ao sexo. Numa época em que a permissividade e a promiscuidade sexuais prevalecem, é imperativo para nós cristãos reafirmarmos nosso compromisso com o ponto de vista bíblico acerca do sexo como uma dádiva divina para ser desfrutada somente dentro do casamento.

 

Notas e referências

1.            Rollo May, "Reflecting on the New Puritanism", em Sex Thoughts for Contemporary Christians, ed. Michael J. Taylor, S. J. (Garden City, New York: Doubleday, 1972), pág. 171.

2.            Dwight H. Small, Christian: Celebrate Your Sexuality (Old Tappan, N.J.: Revell, 1974), pág. 186.

3.            Elizabeth Achtemeier, The Committed Marriage (Philadelphia: Westminster, 1976), pág. 162.

4.            David Phypers, Christian Marriage in Crisis (Bromley: Marc Europe, 1985), pág. 38.

5.            Humanae Vitae, parágrafo 11.

6.            Phypers, pág. 44.

 

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