sábado, 23 de julho de 2011

O Deus da Aliança Odeia o Divórcio


Rev. Gildásio Reis

"Não agüento mais viver com ele(a)!"

Em 16 anos como Pastor, tenho ouvido esta frase algumas vezes. Ela vem de casais, que após várias discussões, brigas e tentativas inglórias de salvar o casamento, entregam os pontos e partem rumo à separação. As estatísticas afirmam que dez anos atrás, havia menos de 100.000 divórcios no Brasil. Hoje são cerca de 200.000, e de cada dez casamentos em pelo menos um deles um dos cônjuges está se casando pela 2ª vez. Neste artigo, quero refletir com o leitor sobre o divórcio e gostaria de fazê-lo respondendo a três perguntas:

I) O que é o casamento aos olhos de Deus?
II) O que Deus pensa do divórcio?
III) Quais as causas do divórcio?



I - O que é o casamento?

Não há como discutir a questão do divórcio, sem antes entendermos biblicamente o casamento. Podemos afirmar que ele é uma instituição que nasceu no coração de Deus. Este é um princípio bíblico sobre o casamento - ele foi ordenado por Deus, não se trata de uma opção.

Pensamentos limitados do que seja o casamento:

O casamento é uma cerimônia pública realizada na Igreja.
O casamento é uma exigência legal do país e do meio social.
O casamento é um contrato entre duas partes.
O casamento é uma instituição.

O casamento aos olhos de Deus deve incluir tudo isto, porém vai além. O casamento é uma aliança. Aliança é o termo Bíblico que descreve a relação homem e Deus no processo de salvação. Nas Escrituras, uma aliança é um pacto solene que envolve um soberano e um vassalo. A aliança é imposta ao segundo pelo primeiro e acarreta bênção quando cumprida e maldição quando quebrada.

Quando alguém entra numa aliança, assume um inescapável compromisso. A Bíblia fala que Deus fez uma aliança conosco. E essa aliança é um vínculo inquebrável com Deus. Deus não quebra aliança e não nos permite quebrá-la também. Quando alguém que está em aliança com Deus, desobedece e não aceita as condições estipuladas por esta aliança, a conseqüência é a maldição, mas Deus não quebra Sua aliança.

O casamento, portanto, é nada menos que uma aliança estipulada por Deus. Malaquias 2:14 se refere ao casamento como uma aliança "E perguntais: Por que? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança" e é por isto que Ele odeia o divórcio. No livro de Provérbios (2:17), Deus adverte contra a adúltera que lisonjeia com palavras, que "deixa o amigo da sua mocidade e se esquece da aliança com Deus". Note bem, ao deixar com quem ela se casou, é acusada de quebrar sua aliança.

O casamento é uma aliança, e por isto não podemos tratá-lo a nosso próprio gosto.



II - O que Deus diz sobre o divórcio?

O pensamento correto sobre a natureza do casamento dá o alicerce para sabermos o que Deus pensa do divórcio. Se o nosso Deus é um Deus de aliança, e Ele não quebra nem permite quebra de aliança, também não permite que o casamento seja quebrado. Como Deus não se divorcia do seu povo, assim ele não permite que marido e mulher se divorciem. Divorciar-se é quebrar o matrimônio da Aliança - Lemos em Ml 2:16 "Porque o Senhor Deus de Israel diz que odeia o divórcio...”.

Precisamos compreender o texto de Mt. 19:1-7 em que Jesus diz que o divórcio é proibido, mas que foi permitido por causa da dureza do coração. Deus nunca intencionou o divórcio, pois este contraria a essência do casamento como uma aliança que nunca deverá ser quebrada, anulada. Você então pergunta: Por que foi dada a permissão para o divórcio conforme Mt. 19:7?

Jesus responde em 19:9 - "Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério...". Note bem que a única razão para o divórcio conforme Jesus é o adultério, e isto para proteger a parte inocente, e não para dar às pessoas uma maneira fácil de cair fora de um relacionamento desagradável. Fora do adultério, o casamento só pode ser dissolvido em honra, somente pela morte. Divórcio é o atestado do pecado humano.

O casamento é para todo o sempre - Em Mt 19:6 Jesus afirma que “... aquilo que Deus ajuntou não separe o homem”.

Ele permitiu, mas não deu a Sua bênção. Mesmo no caso de adultério, devemos perceber que o caminho de Deus não é o divórcio, mas o perdão. Embora permitido, não é Seu desejo.



III - As causas do divórcio:

Se divórcio é o atestado do pecado humano, precisamos agora colocar algumas das mais freqüentes razões humanas para a separação. Quais são as razões ou causas da separação entre os casais? Gostaria de mencionar pelo menos quatro causas:

Descuido da vida cristã dos cônjuges
Ausência do perdão
Indisposição à mudanças necessárias
Ausência do amor

1 - Descuido da vida espiritual dos cônjuges:
Um escritor do século passado, certa ocasião disse à sua esposa: "Minha querida, quando amo mais a Deus, amo você da maneira como deve ser amada". Quanto há de verdade nesta afirmação! Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais nos aproximamos do nosso cônjuge.

A crise em um casamento já é sintoma de que há uma crise espiritual. Lemos nas Escrituras que "se o Senhor não edificar o lar em vão trabalham os que o edificam" Sl 127:1. Nosso casamento precisa ser regado à oração e leitura da Palavra. Qual foi a última vez que você orou com seu cônjuge? Quando foi que vocês sentaram juntos para estudar a Palavra de Deus?

Se não damos lugar a Deus no relacionamento marido-mulher, não há muito o que fazer para resistir à crescente degradação e enfraquecimento da relação a dois.

2 - Ausência de perdão:
Sem a disposição para o perdão, nenhum casamento consegue sobreviver por muito tempo. Quantos comentários negativos que aparentemente são inofensivos, mas vão penetrando sorrateiramente no relacionamento infligindo mágoa e ressentimento e destruindo os sentimentos mais ardorosos. Quantos problemas antigos e mal resolvidos sempre voltam às discussões atuais. Quando o cônjuge permite que os fantasmas do passado continuem assombrando o presente, reavivando antigas amarguras, eles fazem com que as cicatrizes e feridas passadas não se fechem e se curem.

Quem não perdoa está matando aos poucos o sonho do casamento (Cl. 3:13).

3 - Indisposição à mudanças necessárias:
Se formos bem honestos, teremos que admitir que nem tudo em nosso cônjuge nos agrada. Há hábitos, manias, comportamentos que nos irritam e nos tiram do sério. Porém isto é normal em qualquer casamento. Precisamos aceitar o fato de que somos diferentes do nosso cônjuge em muitas coisas, afinal viemos de famílias diferentes, de costumes e valores que nem sempre são os mesmos. Não obstante termos diferenças que são de nós mesmos, há muitas coisas em que precisamos ser mudados, e o que causa tensão no casamento é que os cônjuges não querem mudar, não se dispõem a mudanças necessárias para o bom convívio entre marido e mulher; pelo contrário, concentram grande esforço em tentar mudar o outro. Tal atitude cria fortes resistências, o cônjuge não muda e começa a cobrar mudanças no outro, acentua os defeitos e minimiza as qualidades.

4 - Ausência de amor:
"Eu não o amo mais". Esta é uma frase comumente usada pelos cônjuges em crise para dar plausibilidade e legitimidade ao divórcio. Mas como tudo o que é dito nas Escrituras, o amor também sofre de má compreensão. O amor não é um sentimento para ser vivido apenas em bons momentos a dois, ou só na lua-de-mel. Conforme Cristo disse, o marido tem que amar a esposa como Cristo amou a Sua Igreja - dando sua vida por ela. Amor é a decisão de agir em favor do outro. Temos que abandonar aquele tipo de amor-fantasia, amor de novela, amor emocional. Amar é desempenhar atos de amor. Amar é ser gentil com o cônjuge, é procurar atender às necessidades do outro, é saber ouvir, é ser paciente, é não procurar seus próprios interesses, é não ser egoísta, é não mentir ao outro, é ter palavras de elogio e não de crítica, etc... A ausência destas atitudes sufoca e estrangula o casamento.

O divórcio não oferece uma oportunidade fácil de começar uma vida nova. Lembre-se que sempre que desobedecemos a Deus sofremos conseqüências. Você leva cicatrizes do divórcio consigo para sempre.

Note as palavras de um irmão após alguns anos de seu divórcio:

"Acho que a morte é mais fácil de suportar do que um divórcio, porque nela existe um fim. O divórcio simplesmente não acaba”.

A Bíblia afirma inegociavelmente: "aquilo que Deus ajuntou não separe o homem". Ferir este princípio é atrair desastrosas conseqüências.

Alguma coisa a mais ainda poderia ser dito aqui sobre este assunto; talvez algumas medidas de prevenção. Contudo, entendo que a melhor maneira para se prevenir ao divórcio é começar combatendo as suas causas: Monitore sua vida espiritual e comece a levar Jesus para dentro de seu casamento, aprenda a perdoar ao invés de guardar ressentimentos, esteja disposto a promover mudanças significativas em seu relacionamento, ao invés de cobrar mudanças, e tome a decisão de amar seu cônjuge.

Que o Deus da aliança abençoe seu casamento! E lembre-se: Ele odeia o divórcio.

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quinta-feira, 5 de maio de 2011


Conselhos para Quem Quer se Casar





Pr. Nélson R. Gouvêa

"Ao homem pertencem os planos do coração; mas a resposta da língua é do Senhor. Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos; mas o Senhor pesa os espíritos. Entrega ao Senhor as tuas obras, e teus desígnios serão estabelecidos. O coração do homem propõe o seu caminho; mas o Senhor lhe dirige os passos" Pv. 16: 1-3, 9.

Hoje eu quero passar algumas informações principalmente aos juvenis e jovens que pensam em se casar um dia e querem ser felizes e abençoados por Deus.

Em dias que os valores estão distorcidos, onde existe tanta irresponsabilidade na área de formação de famílias. Em dias em que a mídia sem escrúpulos coloca como atores principais adolescentes em cenas de nudez e perversão sexual, ou novelas do tipo Malhação, onde um tempo atrás uma médica aconselha a uma mãe a deixar que o filho transe com a namorada dentro de sua própria Casa.

Eu gostaria como prevenção aos nossos jovens e adolescentes apresentar uma seqüência de princípios que aos ajudarão refletir sobre os verdadeiros valores que valem realmente a pena serem observados e praticados.

1. JOVEM, NÃO SE PRECIPITE.
Deixe as coisas acontecerem naturalmente. Você é especial para Deus e Ele tem preparado aquele (a) que irá compartilhar com você os seus sonhos, os seus anseios.

Se você já está namorando alguém, deve lembrar que no período de namoro deve-se ter um comportamento Santo, evitando ao máximo as carnalidades, os contatos físicos, porque esta atitude está na contra mão da espiritualidade. Embora a idade da adolescência, da juventude a pessoa esteja biologicamente com a sua sexualidade a flor a da pele. Deve-se buscar em Deus o equilíbrio, o controle.

Eu fico estarrecido quando vejo na mídia, nas instituições religiosas e governamentais estimularem e orientarem os nossos jovens a praticarem o sexo com segurança; Isto é, usando preservativo como se o sexo livre fosse opcional. Else passam à mensagem de que você deve se soltar e só fazer sexo com alguém que você AMA para se sentir seguro (a). Etc. A Bíblia condena claramente a prática do sexo, for a do casamento. Definitivamente não existe sexo seguro for a do casamento. Não devemos esquecer que camisinhas furam. Por isso você jovem não deve se precipitar. Deixe o afã das carícias para ser desfrutado após o casamento.

Se você estiver namorando gaste tempo para conhecer esta pessoa que você diz amar. É bom tirar tempo no sentido de conversar sobre os gostos e o futuro de vocês evitando ao máximo contatos físicos.

Cultive um relacionamento de harmonia, de Paz e de autocontrole, de amor puro. Não façam nada que venham a se envergonhar mais tarde. Vale a pena esperar o casamento. Vocês terão muito tempo, uma vida inteira para se relacionarem sexualmente

2. ESTEJA SEMPRE DEBAIXO DAS ORIENTAÇÕES DE SEUS PAIS

Há uma tendência e prática no meio da juventude de pensar que já são livres em suas ações e que os pais não devem se intrometer. A obediência às determinações dos pais com certeza é o fundamento básico para a benção enquanto estão juntos a else e obedecendo-os com certeza estarão sendo preparados para que no futuro saibam administrar a sua própria família. O quinto mandamento com promessa deixa bem claro: “Honra a teu pai e a tua mãe, como o senhor teu Deus te ordenou, para que se prolonguem os teus dias, e para que te vá bem à terra que o Senhor teu Deus te dá”. (Dt. 5:16).

Com certeza os seus pais querem o melhor pra você e a interferência deles é sem dúvida nenhuma saudável e necessária para as devidas correções de rumo em sua vida.

Leve a sério as sua orientações, observações e conselhos. Siga sempre os horários pré–estabelecidos. Conviva somente com amizades reconhecidas pela sua família.

Infelizmente, quero destacar que existem modelos de pais por aí que, muitas vezes não correspondem com uma realidade cristã e, por conseguinte deixam a desejar no que diz respeito na formação de caráter de seus filhos, porém mesmo assim a sua atitude para com else deve ser de testemunho bom e saudável. Busque em Deus e na sua Palavra às orientações seguras. O seu pastor poderá ajudá-lo (a) nestas horas de conflito, para que o seu futuro não esteja comprometido e você esteja fazendo exatamente a vontade de Deus.

3. LEMBRE-SE: QUANDO ESCOLHER ALGUÉM PARA NAMORAR, ESTA PESSOA DEVE SER UM CRISTÃO LEGITIMO.
A Bíblia diz: “Andarão dois juntos se não estiverem de acordo”. (Am. 3:3).

A Bíblia também fala em II Co. 6:14 sobre o jugo desigual. “Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos; pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? Ou que comunhão tem a luz com as trevas”?

Imagine você já casado (a) e o seu cônjuge começar a pensar e agir totalmente contrário aos princípios bíblicos. Você vai querer ir à Igreja no Domingo na Escola Dominical – Ele (a) vai querer ir ao clube e ainda por cima levar as crianças.

Você como um bom cristão que ama Deus não vai querer bebida alcoólica dentro de casa. Ele (a) além de trazer bebida pra casa, ainda vai trazer os amigos inconvenientes. Estes e tantos outros motivos são fatores pelos quais os casamentos se desfazem. Com certeza muitas pessoas ignoram em tempos de namoro estes pequenos porem importantes detalhes e por isso passam por situações muitas vezes constrangedoras

O bom mesmo, para um relacionamento ser estável é começar certo. O bom é que ambos sejam cristãos genuínos, nascidos de novo, conhecerem verdadeiramente Jesus Cristo, ter uma experiência com um poder restaurador de Deus.

4. ANTES DE SE ENVOLVER EMOCIONALMENTE COM ALGUÉM NO NAMORO, SE ENVOLVA ESPIRITUALMENTE COM CRISTO JESUS.
Jesus Cristo deve ser a prioridade de sua vida. A Bíblia diz que você deve buscar a Deus em primeiro lugar e a sua justiça e as demais coisas serão acrescentadas por Ele em sua vida. (Mt. 6:33).

Gaste tempo, tendo prioridade na leitura, estudo da Bíblia e na oração.

Leve a sério à vida cristã. Tenha compromisso com a sua igreja local. Não fique pulando de Igreja em Igreja. Se identifique com os projetos de sua Igreja local.

Ame o seu pastor, as lideranças que Deus tem colocado sobre a sua vida.

5. NÃO NEGLIGENCIE NOS ESTUDOS SECULARES
Estude e estude muito. Há um conceito errado que têm se formado no meio de jovens cristãos, que Jesus está voltando e por isso não se precisam de ensinos seculares somente os que a Bíblia ensina. Muitos jovens abandonam os estudos para ir para Seminário. Eu creio que esta não é a vontade de Deus. Todas as coisas têm o seu tempo certo. A um tempo de estudar e se preparar e usar a própria profissão no futuro em função do Reino de Deus.

Moças e rapazes se envolvem emocionalmente em namoros e antes do termino dos estudos resolvem se casar. Comprovadamente é um transtorno, pois não estão preparados ainda para este tipo de desafio. Se a pessoa que você está namorando te respeita e te ama verdadeiramente saberá esperar o tempo certo.

6. NAMORO É COMPROMISSO
Nada de ficar. Respeite você próprio. Respeite o seu corpo. Sua família. Estes relacionamentos de paixão, superficial e ligeiro trocando de parceiro sempre que se tem vontade pode trazer sérios problemas de desvio emocional e de afirmação em sua vida, além de trazer conseqüências terríveis na formação de caráter. A sua auto-imagem com certeza vai ficar comprometida. No futuro, quando você estiver por dentro de casamento precisará afirmar-se e você pode ter problemas de relacionamento com seu marido ou esposa. Além de tudo isso deve ser terrível, passar a ter sentimentos de rejeição e de frustração, quando você for alvo de piadas, comentários e fofocas feitas por pessoas do seu relacionamento.

Se pretenderem se casar, antes analisem bem a situação financeira. Há um ditado que diz: “Quem casa quer casa” A Bíblia diz: “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á à sua mulher e será os dois uma só carne”. (Gn. 2:24)

Este negócio de casar e morar com os pais não funciona, por melhor que eles sejam. Quando você faz isto, quebra-se um princípio da Palavra. Você deve deixar a casa paterna e este Deixar significa em todos os sentidos: Financeiro, geográfico, emocional, íntimo, etc. Isto não quer dizer que você deixará de amar, de honrar os seus pais. Apenas se afastarão para a formação de uma nova família e a farão com a benção deles.

Por parte dos pais deve haver esta compreensão, ou seja, o de liberar os filhos para serem felizes. A função dos pais após o casamento dos filhos é de intercessão, é estar presente quando convocado pelos filhos. Estarão sempre prontos para oferecerem conselhos com discernimento e sabedoria.

Bom eu quero orar por você juvenil ou jovem que acabou de ler estas considerações nesta oportunidade. Eu não conheço você, nem os seus problemas. Mas conheço Jesus que pode solucionar as suas dificuldades. Deus entende você. Quem sabe você está frustrado (a) chateado (a). Quem sabe aquele namoro que não deu certo, porque você quebrou princípios que não poderia ter quebrado. Eu quero lhe dizer que Deus lhe ama e se preocupa com a sua felicidade.

Oração: Deus e Pai. Tu conheces este jovem, esta jovem, e pode com certeza avaliar melhor do que ninguém suas reais preocupações nesta fase de sua vida. Tenho certeza que o Senhor o (a) ama e quer vê-lo (a) feliz e abençoado. Coloque em seu coração vontade de conhecê-lo melhor. Mesmo que este mundo esteja cheio de opções contrarias a sua vontade, trabalhe em sua vida diariamente fortalecendo o seu coração e indicando o caminho que ele (a) deve seguir. Resolva os seus problemas diários, o seu relacionamento com seus pais e abençoa-o (a) com toda sorte de bênçãos espirituais. Faço esta oração em Nome de Jesus Cristo a quem dou toda a honra e Glória, hoje e sempre, Amém.



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sábado, 9 de abril de 2011

PLANEJAMENTO FAMILIAR

Fundamentos bíblicos

Walter Santos Baptista

Temos diante de nós uma tarefa hermenêutica: trazer para hoje a interpretação de algo sobre o qual a Bíblia é muito econômica.

Há todo um quadro sociológico, psicológico, de valores espirituais, e determinantes teológicas que não é o nosso à luz da clareza do evangelho, dos ensinos de Jesus e da Igreja apostólica.

Temos dois diferentes problemas que se entrançam: o da contracepção e o do planejamento familiar. O primeiro não é novo. As Escrituras Sagradas mencionam o caso de Onã, neto de Jacó, filho de Judá com uma mulher cananéia (Gn 38.1-9). Tendo morrido seu irmão Er, Onã assume o seu lugar junto à viúva, com o objetivo legal de deixar descendência para o irmão Diz o texto "que toda vez que se unia à mulher de seu irmão, derramava o sêmen no chão para Dar descendência a seu irmão" (v.9). Realizava ele o que é chamado "coito interrompido", considerado no texto como um mal. Aliás, a análise dos métodos anticoncepcionais considera como "um dos menos eficazes" . Quanto ao caso seguinte, ou seja, de planejamento familiar, a Bíblia menciona em Gênesis 30.14 algo nos domínios da medicina popular, "saiu Rúben nos dias de ceifa do trigo e achou mandrágoras no campo, e as trouxe a Léia, sua mãe. Então disse Raquel a Léia. Dá-me, peço das mandrágoras de teu filho".

Também Oséias 1.8 relata algo que se enquadra ao que a medicina ensina a respeito da esterilidade por ocasião do aleitamento:
"ora depois de haver desmamado a Lo-Ruama, concebeu e deu à luz um filho",
Onde, além de nutrição do recém-nascido, era forma de controle da natalidade e de planejamento da família. Nesse sentido, o problema é novo:
"As trinta mil gerações humanas que nos precedem sempre consideraram que a procriação freqüente era a primeira garantia da família e da sobrevivência do grupo. Nosso problema não preocupou mais que as últimas doze gerações da espécie humana. Não nos deve estranhar, portanto, que seja difícil mudar um hábito mental e moral tão antigo".

O QUADRO BÍBLICO

A Bíblia não fala de controle de nascimentos. Discute, sim, sobre filhos, responsabilidade familiar e questões de sexualidade.


Relações sexuais entre os cônjuges são perfeitamente corretas: "Honrado seja todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará"(Hb 13.4). E, "Seja bendito o teu manancial; e regozija-te na mulher da tua mocidade. Como corça amorosa, e graciosa cabra montesa saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê encantado perpetuamente" (Pv. 5.18,19).

O relacionamento sexual no casamento é um dever e um privilégio. Dessa forma, "O marido pague à mulher o lhe é devido, e do mesmo modo a mulher ao marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido; e também da mesma sorte o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não vos negueis um ao outro senão de comum acordo por algum tempo, a fim de vos aplicardes à oração e depois vos ajuntardes outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência" (I Co 7.3-5).

O sexo há de ser apreciado e valorizado:
"O meu amado é para mim como um saquitel de mirra, que repousa entre os meus seios. A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua mão direita me abrace" (Ct 1.13; 2.6).

Mas o problema proposto é "quantos filhos?" A Bíblia não responde, apenas diz: "Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão. Como flechas na mão dum homem valente, assim são os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta" (Sl.127.3-5);

E, também: "Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre os animais que arrastam sobre a terra." (Gn. 1.28; (Cf. Gn 9.1; Sl. 128 3,4).

Daí em diante, entra a inteligência nossa no discernimento, e de outros na orientação e ajuda. É deduzir do estudo da Palavra de Deus, e nos conduzirmos nos seus parâmetros.

Não podemos esquecer a origem nômade do povo hebreu. Nesse quadro, havia um caráter tríplice que tornava a geração de filhos um dever sagrado:
  • caráter pastoril,
  • O tribal, e
  • O patriarcal.
Crescia o clã, crescia a tribo e a importância da nação. Havia, portanto, necessidade de renovação e ampliação. Por isso: "Então o levou para fora, e disse: Olha agora para o céu, e conta as estrelas, se as podes contar, e acrescentou-lhe: Assim será a tua descendência" (Gn. 15.5), E,
"Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão." (Sl. 127.3)

Como resultado, vinha o respeito ao homem rico, à mãe de família numerosa, ao idosos, às pessoas de vida longa. E o conseqüente desprezo ao pobre, às mulheres estéreis, e ao doente. É ler, "E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se puder ser contado o pó da terra, então poderá ser contada a tua descendência" (Gn13.16);

"Disse Deus a Abraão: Quanto a Sarai, tua mulher, não lhe chamarás mais Sarai, porém Sara será o seu nome. Abençoá-la-ei, e também dela te darei um filho; sim, abençoá-la-ei, e ela será mãe de nações; reis de povos sairão dela. Ao que se prostrou Abraão com o rosto em terra, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? Dará a luz Sara, que tem noventa anos?" (Gn 17.15.17);

"E Abraão expirou, morrendo em boa velhice, velho e cheio de dias; e foi consagrado ao seu povo" (Gn 25.8).

Para o hebreu que morresse sem deixar filhos, foi criada a já mencionada lei do levirato encontrada em Deuteronômio 25.5-10.

O Antigo Testamento insiste no dever de gerar filhos, ou seja, na bênção divina que representa um nascimento (Cf. Gn. 13.16; 12.3b). Rico em filhos, rico em força de trabalho, prestígio social, autoridade no presente, segurança no futuro. Por isso, a suprema miséria, é não ter filhos ou propriedade. A esterilidade é um drama teológico. Segundo o Talmude da Babilônia, a esterilidade da mulher aos dez anos de casamento dava ao marido o direito do divórcio. E, no entanto, o "tema da mulher estéril" é freqüente no Antigo e no Novo Testamentos, haja vista as esposas dos patriarcas - Sara (Gn 11.30; 16.2), Rebeca (Gn 25.21) Raquel (Gn 29.13) - e também a mãe de Sansão (Jz 13.24), Ana (1 Sm 1.6), Isabel (Lc 1.7). Tão importante é a descendência que há bênçãos que atingem até a quarta geração.

Quanto ao cristianismo, o Novo Testamento não tem textos que falem sobre planejamento familiar e/ou controle da natalidade. Na verdade, a fé na vinda do Messias mudou a perspectiva da necessidade de descendência. No judaísmo, a mulher queria filhos para ser mãe do Messias, mas no cristianismo, a doutrina era que os tempos se haviam cumprido. Então, para que prolongar a espécie humana? Para que filhos? Deu-se o contrário: a abstinência, ou como colocou André Dumas, teólogo protestante francês: "a abstinência veio por entusiasmo escatológico".

Há no entanto, dois versículos no Novo Testamento em que é feita recomendação às esposas cristãs de terem filhos, visto que estavam demasiadamente tendentes a se libertarem da condição de mães:
"... a mulher... salvar-se-á, todavia, dando à luz filhos..." (1 Tm 2.15);
"Quero pois que as mais novas se casem, tenham filhos..." (1 Tm 5.14).

A geração de filhos antes do nascimento de Jesus era uma sagrada esperança; depois depois de Cristo era dever para calar, os que acusavam os cristãos de abandonar a família e o trabalho. Nada disso, porém, ensina sobre o controle da natalidade, ou mesmo o planejamento da família, e especialmente sobre as motivações atuais.

O Novo Testamento combate o exagero da continência (1 Co. 7.5), o menosprezo do casamento.

"Mas o Espírito expressamente diz em tempos posteriores alguns apostarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrina de demônios,... proibindo o casamento,..." (1 Tm 4.1,3a), e exorta contra perversões (adultérios, fornicação, homossexualidade, prostituição). Nem ascetismo nem libertinagem carnal. As heresias gnósticas condenavam a procriação porque significava criar corpos materiais que eram maus e que encarcerariam as almas que eram boas.

O DESPERTAMENTO PARA O PROBLEMA

A reforma Protestante do século XVI trouxe mudanças na compreensão cristã da sexualidade e do casamento. A ética protestante sempre foi mais favorável à natalidade por ver no casamento uma vocação religiosa preferível ao celibato. Daí porque, enquanto os católicos romanos louvam a virgindade e o celibato (veja-se o ministério religioso entre os padres, freiras, frades, eremitas), entre os evangélicos, olha-se com desconfiança o pastor não casado, a não ser que haja vocação para isso (Cf. 1 Co. 7.7; Mt. 19.12b)


Também não há entre os evangélicos o tom sacramental que caracteriza o casamento católico romano.
Igualmente está modificada a doutrina dos fins do casamento que ensina ser unicamente para a procriação. Afirmamos os evangélicos que a procriação acompanha e coroa a companhia mútua dos cônjuges (esse o sentido de Gênesis 2.24: 'Portanto, deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e uni-se-á à sua mulher, e serão uma só carne".

O consenso nas Igrejas Protestantes e Evangélicas é sobre a legitimidade do controle de nascimentos sem distinguir, em princípio, entre os diversos métodos, desde que os casais o pratiquem de modo responsável e em comum acordo.

Algumas importantes datas são:
1910 - Lançado em Nova Iorque o movimento para o Planejamento Familiar por Margaret Sanger.
1923 - Fundada em Londres a primeira clínica de controle da natalidade, e autorizada pela Câmara dos Lordes o ensino do mesmo nos centros comunitários da Grã-Betanha (os Welfare Centres).
1930 - A Assembléia de Lambert da Igreja Anglicana (Epscopal) expressou o reconhecimento do conceito de limitações da família (a partir de 1930 houve consenso favorável nas esferas protestantes sobre a geração responsável de filhos).

1958 - realização de outras Assembléias de Lambert que emitiu uma declaração instituída A Família do Dia de Hoje, que, entre outras coisas diz:
"É preciso voltar a insistir sobre o Planejamento Familiar como resultado de uma decisão cristã pensada em oração. Assim, os maridos e mulheres cristãos não devem vacilar em oferecer humildemente sua decisão a Deus e seguí-la com clara consciência"(Cit. Dumas, p.54)

Lambert utilizou o conceito de "paternidade responsável", evitando expressões como "controle da população", "regulação da fertilidade", "prevenção da natalidade", entre outras. A expressão "paternidade responsável" nasceu no meio protestante-evangélico, falando do papel central do casal, papel que não pertence ao estado, às Igrejas, ou a um só cônjuge.

PATERNIDADE RESPONSÁVEL

O conceito é pertinente, autêntico, nobre e bíblico. Afinal, os pais são admoestados na Bíblia a fazer provisão para a sua família:

"Se alguém não cuida... da sua família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo." (I Tm 5.8),
e daí as lições:
"Instrui o menino no caminho em que deve andar, até quando envelhecer não se desviará dele" (Pv. 22.6; cf. Dt. 6.6,7).

Por isso, a paternidade deve ser planejada, e deve-se prover o bem-estar dos filhos financeira, acadêmica, social (através da disciplina e amor) e espiritualmente. Se não pode fazê-lo, deve considerar seriamente se está realmente honrado a Deus colocando filhos no mundo. E porque a Bíblia não fala especificamente sobre o Planejamento Familiar, deu-nos a responsabilidade de usar a inteligência, porque os casais têm problemas e sensibilidades diferentes. Não é nossa responsabilidade julgar, mas ensinar e instruir.

São condições que o casal deve possuir para a paternidade consciente e responsável: felicidade e harmonia (espiritual, psicológica e sexual) que assegurem ambiente emocionalmente equilibrado nas relações familiares; saúde física e psíquica; disposição para uma preparação constante tanto para a paternidade quanto para a educação; capacidade de modificar psicossocialmente o pensamento para assimilar novas idéias.

Interessante aplicação do verso cinco do Salmo 127 ("Bem-aventurado o homem que enche [de filhos] a sua aljava...") pode ser feita nos seguintes termos: a aljava (depósito de flechas) era proporcional ao tamanho e peso do portador. Assim, o pai deve colocar no mundo tantos filhos quantos possa sustentar, criar e educar adequadamente. Cada casal cristão responsavelmente dará a resposta à pergunta "quanto filhos?" que corresponda a suas possibilidades. Quem tem capacidade para cinco filhos, cinco; para dois, dois para um, um. O princípio bíblico a ser adicionado será o de Lucas 12.48a: "a quem muito é dado, muito se lhe requererá", pois que o planejamento familiar e a Paternidade Responsável levam em conta não só o número de filhos e sua educação, mas também o próprio relacionamento familiar e suas necessidades morais e religiosas. Ao casal com uma consciência bem orientada compete decidir quanto ao tamanho da família, e qual o método a ser adotado.

Por outro lado, a Paternidade Responsável leva em consideração a qualidade de vida familiar. Ou seja, é melhor cinco filho que dez, e dois, que cinco. Não podemos, então esquecer a espiritualidade da procriação, quando o ser humano é co-criador (cf. Gn 1.26-28).

O Planejamento Familiar deve nascer a rigor no namoro porque será sábio o casamento sem que haja temor de gravidez prematura, seja emocional ou economicamente. E visto que os meios de Planejamento Familiar são, em grande medida, questão de escolha médica e estética, desde que admissível à consciência cristã, impõe-se a formação da consciência. Quer dizer que a privação voluntária da relação sexual por parte de um dos cônjuges não pode ser aprovada porque nega as intenções do casamento; meios que interrompam ou impeçam o cumprimento do ato sexual, e assim que ele chegue ao seu apogeu, também; o aborto provocado, o feticídio, a não ser que seja imperativo para a vida da mãe e por inegável necessidade médica. O uso de método contraceptivos deve honrar o vínculo do matrimônio e enriquecê-lo moral e espiritualmente, porque o Planejamento Familiar deve ser meio de ajudar a família a encontrar seu equilíbrio.

O AMOR...

Não haverá família de verdade senão onde reinar o amor entre marido e mulher. Por isso, São Paulo ensina, "Todos os vossos atos sejam feitos com amor" (1Co 16.14 AR).


O filho deve ser desejado, recebida com alegria, bem-vindo, pois há diferença entre controle da maternidade e o controle consciente da natalidade, caso em que são levados em consideração os valores humanos.


Fontes Primárias
1. DUMAS, André. El Control de los Nascimentos en el Pensamiento Protestante. Buenos Aires, La Aurora, 1968. Tead A F. Sosa, 191p.
2. HAVEMANN, Ernest et al. (orgs). Control de la Natalidad. Países-Baixos, Time-life, 1967. 118 p.
3. KELLY, George A. Manual do Matrimônio Católico, São Paulo, Dominus, 1963. 219 p.
4. NARRAMORE, Clyde M. A Christian View of Birth Control, 3ª impr 1961. 30 p.
5. RODRIGUES, Walter. Planejamento Familiar, 2ª ed. Rio, Departamento da Infância e Educação (Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil), s.d. 60 p.


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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Conheça o Camelo

Bob Devine

Se alguma vez você duvidou da existência de Deus, conheça um projeto extremamente técnico e de construção complexa: o camelo dromedário.

 
Quando estou com fome, como qualquer coisa que encontro - uma correia de couro, um pedaço de corda, o tenda do meu dono, ou até um par de sapatos.

Minha boca é extremamente grossa por dentro e nem mesmo um pedaço de cacto chega a incomodar. Mas o que eu gosto mesmo é de comer grama e outras plantas que crescem no deserto na Arábia.

Sou um camelo, um dromedário, mais exatamente. Vivo nos desertos do Oriente Médio. Meu nome científico é Camelus dromedarius, de modo que você pode me chamar de uma forma ou de outra, que não me incomodo. Tenho um primo chamado Camelus bactrianus e muitas pessoas nos confundem. Eu só tenho uma corcova. Meu primo é que tem duas.

Minha corcova, que chega a pesar trinta e seis quilos, contém gordura, o combustível para meu organismo, e não água, como algumas pessoas imaginam. Meu Poderoso Criador mê deu essa corcova pois sabia que nem sempre eu conseguiria encontrar vegetação para comer ao atravessar os desertos. Quando não encontro nada para comer, meu organismo automaticamente consome a gordura que está armazenada na corcova, alimenta meu corpo e eu continuo forte e posso caminhar. A corcova é meu suprimento de energia de emergência.

Se eu não conseguir encontrar nada para comer, meu corpo vai consumindo a gordura que está na corcova, até que ela fica murcha e começa a cair para um dos lados do meu corpo. No entanto, assim que chego a um oásis e começo a comer novamente, rapidamente a corcova volta à forma normal.

Sou famoso porque consigo beber quase cem litros de água em apenas dez minutos. Meu Projetista criou-me de uma forma tão fantástica que em questão de minutos toda a água que bebo chega aos bilhões de células microscópicas que formam meu corpo.

Logicamente, a água que bebo vai primeiro para meu estômago. Ali, os vasos sanguíneos sedentos absorvem e transportam rapidamente essa água para todo meu corpo. Alguns cientistas fizeram uma verificação no meu estômago dez minutos após eu beber setenta litros de água e constataram que estava totalmente vazio.

Em um dia inteiro de caminhada, consigo carregar uma carga de 180Kg por quase 150 quilômetros, atravessando um deserto seco, sem parar um minuto para beber ou comer coisa alguma. Na verdade, consigo ficar até oito dias inteiros sem beber água, mas então fico realmente esgotado. Perco mais de 100 Kg e fico magérrimo, no osso e na pele. Mesmo assim, ainda me aguento em pé! Emagreço porque bilhões de células no meu corpo perdem água e ficam sem gordura.

Normalmente, meu sangue contém 94% de água, exatamente como o seu. No entanto, quando não encontro água para beber, o calor do sol gradualmente me faz perder um pouco da água do meu sangue. Os cientistas descobriram que meu sangue pode perder até 40% da água, e mesmo assim continuo saudável. Somente para você ter uma idéia, se um ser humano perder 5% da água no sangue, a visão fica comprometida; se a perda for de 10%, a pessoa enlouquece; com 12%, o sangue fica tão espesso que o coração não consegue bombeá-lo mais e pára. Você morre.

No entanto, isso não acontece comigo. Por que? Os cientistas dizem que meu sangue é diferente. Meus glóbulos vermelhos são alongados, e não arredondados, como no ser humano. Talvez seja isso que faça a diferença.

Isso prova que fui projetado especificamente para o deserto, ou o deserto foi criado para mim. Alguma vez você já ouviu falar que pode existir um projeto sem que exista o projetista?

Quando encontro água, bebo sem parar por quase dez minutos e meu corpo magro começa a mudar quase imediatamente. Perco a magreza e recupero os 100 quilos que perdi.

Embora eu perca muita água no deserto, meu corpo a conserva da melhor maneira possível. Quando meu inteligente Engenheiro me projetou, ele me deu um nariz que poupa água. Quando expiro, meu nariz retém toda a umidade do ar que sai dos meus pulmões e absorve essa água nas membranas nasais.

Os vasos sanguíneos nessas membranas absorvem a umidade e devolve essa água para o sangue. É uma espécie de sistema de reprocessamento, como se diz na engenharia. Muito interessante, não acha? Ele só funciona porque meu nariz tem uma temperatura inferior a do corpo. Meu nariz transforma a umidade do ar que sai dos meus pulmões em água novamente. Mas, como meu nariz é mais frio? Respiro o ar quente e seco do deserto e ele passa pelos meus orifícios nasais umedecidos. Isso produz um efeito de resfriamento e a temperatura no interior do meu nariz fica vários graus abaixo da temperatura do resto do corpo.

Gosto de percorrer as belas dunas de areia. Na verdade, acho o trabalho fácil, pois meu Criador me deu pés especialmente projetados para caminhar no deserto. Minhas patas são bem largas e ficam ainda mais largas quando eu piso.

Cada um dos meus pés tem dois longos dedos revestidos de um couro bem grosso. Minhas solas são almofadadas. Elas não permitem que eu afunde na areia macia. Isso é bom, pois freqüentemente meu dono quer que eu o carregue por mais de cento e cincoenta quilômetros, atravessando o deserto em apenas um dia. (Caminho em um ritmo de aproximadamente quinze quilômetros por hora).

Algumas vezes, uma grande tempestade de areia acontece no deserto e ergue muita poeira no ar. Meu Projetista colocou músculos especiais nas entradas das minhas narinas, que fecham as aberturas nasais, mantendo a areia fora do meu nariz, mas ainda permitindo a passagem do ar para os pulmões.

Minhas pálpebras descem sobre meus olhos como telas, protegendo-me da areia e do sol, mas ainda permitindo que eu veja claramente. Se um grão de areia conseguir passar e entrar no meu olho, o Criador previu isso também, e me deu um colírio interno que automaticamente remove a areia dos meus olhos.

Algumas pessoas acham que sou orgulhoso só porque sempre ando com minha cabeça bem erguida e meu nariz empinado, mas isso é por causa da forma como fui criado. Minhas pestanas são tão espessas e grandes que preciso manter minha cabeça bem erguida para conseguir ver de cima para baixo. Estou contente com elas, pois protegem meus olhos da luz excessiva do sol.

Os povos do deserto dependem de mim para muitas coisas. Não apenas sou a melhor forma de transporte para eles, mas também sirvo como fonte de alimento. A dona Camelo produz leite muito rico em gordura que as pessoas usam para produzir manteiga e queijo. Eu troco minha pelugem uma vez por ano e ela pode ser usada para produzir tecido e roupas. Alguns camelos jovens também são usados para a produção de carne, mas não gosto de falar sobre esse assunto.

Por muito tempo, os camelos foram chamados de "navios do deserto" por causa do modo como balançamos de um lado para outro quando caminhamos. Algumas pessoas que montam sentem enjôos quando não estão acostumadas.

Balanço de um lado para outro ao caminhar por causa da forma como minhas pernas funcionam. Ambas as pernas de um lado movem-se para a frente ao mesmo tempo, elevando aquele lado. Meu movimento "esquerdo, direito, esquerdo, direito" dá à pessoa que está montada a impressão que está em uma cadeira de balanço mas que se move nas laterais.

Quando eu tinha seis meses de idade, uma joelheira especial começou a crescer nas minhas pernas dianteiras. O Criador sabia que eu precisaria delas. Elas me ajudam a levantar meu corpo de 450 Kg do chão. Se eu não as tivesse, rapidamente meus joelhos ficariam feridos ou inflamados e eu teria dificuldade para me abaixar. Talvez até morresse de cansaço.

É difícil para mim compreender por que algumas pessoas dizem que evolui de alguma outra forma para o que sou hoje. Sou um dromedário - uma criatura de constituição muita complexa e técnica. Criaturas como eu não aparecem do nada. Elas são planejadas em uma prancheta por Alguém muito brilhante, de uma mente muito lógica.

João 1:1 diz, "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." O Verbo aqui significa "o Ser lógico e inteligente".
O verso 3 diz, "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez."
Quem era o Verbo? Veja o verso 14, "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória do unigênito do Pai."

Quem se fez carne? O Senhor Jesus Cristo, o Verbo que criou todas as coisas, inclusive o camelo dromedário.


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Lar Doce Lar
 
O VERDADEIRO AMOR DEVE SER PRÁTICO
 
 

Pr.Nélson R. Gouvêa

E por se multiplicar a iniqüidade, o amor de quase todos esfriará... (Mt. 24:12)

Por que será que observamos através dos tempos cada vez mais a falência do amor? Estou me referindo a um amor prático, ao amor de compromisso, a um amor de fidelidade, de cumplicidade. Um amor que resiste a idade, os problemas de doenças, tentações, que segundo as declarações do apóstolo Paulo em sua carta aos Coríntios, “Um amor que não se porta inconvenientemente, que não busca os seus próprios interesses, que não se irrita, que não suspeita mal”, ou seja, “Um amor confiável, um amor que é justo, que se regozija com a verdade. Que sofre, que crê, que espera e que suporta tudo”. Será que é possível vivenciar esse tipo de amor em nossos dias? Não um amor platônico ou aquele amor doentio que traz mais insegurança do que estabilidade nos relacionamentos. 
 
Quando penso no amor, a minha mente têm dificuldade em absorver o envolvimento pré-nupcial, onde o amor torna-se sinônimo de relacionamento sexual. Quando penso no amor entre duas pessoas fica difícil imaginar um relacionamento entre homossexuais onde a cumplicidade desenvolve-se no campo da malignidade e na falta do temor a Deus cometendo torpezas com seus próprios corpos, onde não somente estão absorvendo imundícies, como sua alma e seu espírito. 
 
Os poetas, os compositores ou pintores em todas as épocas, tentam de todas as formas passar para o papel relacionamentos entre pessoas, retratando com muita propriedade sentimentos negativos ou positivos; porém amar e ser amado só podem ser vivenciados porque quem consegue transformar os seus sonhos em realidade. Isto porque não vivemos somente de emoções. Temos que ser práticos. 
 
O amor de um casal legitimado pela benção do Senhor, pelos laços do matrimônio e testemunhado pela sociedade, pode e deve passar na prova do tempo. Infelizmente a durabilidade de um relacionamento conjugal hoje em dia está deixando e muito a desejar. A qualidade, a essência do verdadeiro amor não está sendo cultivada pelos casais. O romantismo é o elo de felicidade de ambos e é sumariamente colocado à prova todos os dias.  
 
Outro fator também que devemos considerar é a auto-suficiência que encontramos na vida de muitos casais que chegam a pensar que podem ficar distanciados de Deus. Jesus Cristo não faz parte de suas vidas. De fato o Senhor Jesus é convocado apenas, quando vez ou outra o casamento está por um fio. Logo os conselheiros entram em ação, os pastores são procurados para oração, as reuniões na Igreja passam a ser mais visitadas. Já no tempo do apóstolo Paulo, ele conseguiu detectar estas anomalias, isto é: desvios que têm sido cometidos nos relacionamentos quando se referem ao amor. E com simplicidade, deixa-nos um capitulo inteiro, o capitulo 13 de I Coríntios instruindo-nos com sérias revelações do que é a prática do verdadeiro amor. 
 
Gostaria de deixar com você duas histórias que eu e minha esposa Solange ouvimos no Seminário Betânia à alguns anos atrás, quando ainda estávamos nos preparando para o Ministério. Esta história foi contada pelo professor Patric Dugan. São verídicas e ajuda-nos a compreender o que é o amor, quando procuramos fazer o melhor para Deus e para o nosso próximo. 
 
A primeira história é sobre um casal, com aproximadamente dois anos de vida conjugal que foram passar um período de férias numa fazenda e entre as opções de lazer resolveram cavalgar. Tudo ia bem, até que o cavalo tropeçou e o rapaz caiu e bateu a cabeça numa pedra. Levado ao hospital, veio a notícia. Ele ficaria tetraplégico. Logo aquela jovem começou a ponderar os anos de vida que teria ao lado de um rapaz inválido. Afinal, ele não tinha mais nada para oferecer-lhe, a não ser trabalho e trabalho. Ela, jovem, fez a sua opção de separar-se dele deixando-o aos cuidados de seus familiares. Felizmente esta primeira história teve um final feliz, pois um tempo se passou e um milagre restaurou aquela vida. Aquele rapaz foi totalmente curado por um verdadeiro milagre de Deus e ficou sem seqüelas. Como podemos ver, era só uma questão de tempo, infelizmente a sua esposa não soube esperar.
 
A segunda história é também sobre outro casal. Eles já eram mais idosos, porém o marido havia contraído uma doença incurável de degeneração dos ossos e estava sendo tratado clinicamente em casa. Um leito hospitalar foi instalado na residência do casal. Era um compositor e compunha hinos sacros. Alguns deles fazem parte da coletânea de nossos hinários evangélicos. Ele compunha suas canções através de um gravador onde dizia as notas. Sua esposa do seu lado, cuidando dele com muito carinho e amor. Há cada duas horas sua cama tinha que ser virada para amenizar o seu sofrimento durante os anos. Ela ali do seu lado amando-o, sem receber nada em troca até o seu falecimento. 
 
Queridos, que tipo de amor você tem vivenciado em seu casamento? O Amor na base do troca-troca ou o amor na base do comprometimento, do compromisso e da fidelidade? O que você têm feito para manter a chama acesa do amor por seu cônjuge? 
 
Lembre-se: 
O amor é paciente é benigno;
 
Não é invejoso;
 
Não se vangloria;
 
Não se ensoberbece;
 
Não se porta inconvenientemente;
 
Não busca seus próprios interesses;
 
Não se irrita;
 
Não suspeita mal;
 
O amor não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade;
 
Tudo sofre;
 
Tudo crê;
 
Tudo espera;
 
Tudo suporta;
 
O amor jamais acaba. 
 
Estas são as características do verdadeiro amor que você tem por seu cônjuge?
 Se não está praticando, que tal começar a partir de agora...
 
 
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