segunda-feira, 25 de maio de 2009



Blasfêmia contra o Espírito Santo

 

Pr. Cleverson de Abreu Faria

 

De acordo com a mentalidade judaica, blasfemar era cometer uma ofensa séria, porquanto negava ou tratava levianamente a soberania de Deus, bem como a dignidade do homem como criatura de Deus. Além disso, os nomes de Deus eram revelações pessoais do Senhor. Difamar ou degradar o Nome sagrado, o tetragrama YHWH (por exemplo – Iavé) equivalia a rejeitar ou tratar desprezivelmente Sua soberania, Sua misericórdia e Seu poder.

 

A “blasfêmia contra o Espírito Santo” consistia em atribuir a Satanás a obra do Espírito Santo. Veja o verso 12.24, onde está bem claro isto. Este pecado era imperdoável por causa das circunstâncias incomuns de sua rejeição de Cristo. Este seríssimo pecado dos fariseus foi o clímax de sua contínua negação da verdade óbvia que os milagres de Jesus representavam o poder de Deus (veja por exemplo Mateus 9.33-34), de modo que a mensagem de Jesus era autenticada pelo céu. Sua loucura em apostatar deliberadamente, atribuindo ao diabo as poderosas obras de Cristo operadas pelo Espírito Santo, é resumida pelo Senhor Jesus Cristo em Mateus 23.13-36 e Lucas 11.52. Qualquer um que esteja preocupado com sua rejeição de Cristo, obviamente, não cometeu este “pecado imperdoável” e ainda pode vir a Cristo.

 

Existem pecados para a morte espiritual, que é a condenação eterna, se não houver arrependimento. No entanto, o “imperdoável” fere frontalmente o caráter do Espírito Santo. Uma pessoa que peca contra a autoridade e a santidade divinas, por ignorância, fraqueza moral, resistência, tentação, etc., é perdoada. Porém, quando blasfema conscientemente, com conhecimento de causa, para este pecado não há perdão.

 

Mateus 12.31,32. Este pecado parece ser o pecado mais lamentável de todos, pois o Mestre afirma que não há perdão para este pecado. Os pecados contra o Senhor Jesus Cristo podem ser perdoados porque seria muito possível (por causa do Seu humilde nascimento, parentesco insignificante, etc.) questionar as reivindicações que Ele apresentou quanto à Sua divindade. Mas, quando, depois do Pentecostes, veio o Espírito Santo e apresentou à consciência de cada homem evidências suficientes para comprovar a verdade dessas reivindicações, o homem que se recusasse a submeter-se às reivindicações de Cristo era culpado de resistir, insultar e, assim, blasfemar contra a testemunha de toda a Trindade, da qual o Espírito Santo é o Executivo.

 

Vejamos uma análise detalhada de todo o contexto da passagem:

O contexto histórico da passagem demonstra a causa que obrigou Jesus Cristo a revelar tão hediondo pecado. A cura de um homem cego, mudo e endemoninhado provocou o ódio e a inveja dos fariseus. Então, afoitamente, acusaram Jesus de ter expulsado aquele demônio com o auxílio de Belzebu (Mateus 12.24). Esta acusação leviana levou Jesus a falar do pecado imperdoável.

 

Vamos analisar os pormenores do texto e o seu contexto:

 

Os amigos de Cristo tentam segurá-lo - Marcos 3.21.

 

1)      Enquanto Cristo entrou numa Casa uma multidão chegou.

 

2)      Em 3.21, seus amigos parecem estar fazendo um ato caridoso. Prenderam Jesus significa que O estavam refreando, confinando ou limitando. A frase “fora de si” em grego quer dizer, louco.

 

3)      A multidão pergunta: É este porventura o filho de Davi?  - Mateus 12.23. Eles  não puderam explicar seu trabalho, então disseram que era louco. Realmente, o debate aqui é: “É Cristo o Messias ou não?” No original a pergunta é feita de uma maneira que espera uma resposta negativa, ou seja: “Este não pode ser o Messias”.

 

4)      Os fariseus dão sua resposta sobre o poder de Cristo – 12.24

 

A)    O Senhor tinha lançado for a os demônios - Lucas 8.3, e tinha poder sobrenatural em Cristo, mas dão a resposta: “Este poder é satânico”. Eles sabem que há somente dois poderes sobrenaturais: Deus e Satanás, portanto sua escolha é a de que Ele seja um demoníaco e louco.

 

B)    O Senhor Jesus Cristo dá 3 razões porque seus atos não podem ser por poder demoníaco:

a)      Mateus 12.25 - Se Satanás lançasse for a os demônios pelo poder sa tânico, estaria trabalhando contra si mesmo para a destruição de si mesmo.

b)      Mateus 12.27 - O Senhor reconhece que, em Israel, alguns tinham o poder de exorcismo. Por isso seu argumento é: “Por que vocês me acusam de ter o poder demoníaco quando não acusam seus próprios filhos de terem o mesmo poder?”

c)      Mateus 12.29 - Satanás tem um guarda que impede qualquer um de en trar em seu reino para libertar algum que esteja sob seu jugo. Então sou mais forte porque lanço for a os demônios.

 

C)    No versículo 28, Jesus dá a conclusão lógica: “Se, porém eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós”. Em lançando for a os demônios estão oferecendo o Reino de Deus. O reinado mais forte já chegou e é oferecido por um maior, e Rei.

 

5)      Cristo previne-os - Blasfema contra o Espírito Santo:

 

A)    É chamado o pecado sem perdão. Hoje em dia os evangelistas dizem com frequência que quem rejeitasse seu apelo, cometeria esse pecado.

 

B)    Olhe Mateus 12.32 e compare com Marcos 3.29. O Senhor está se refe rindo, primeiramente, a Sua apresentação da Sua própria Pessoa.

 

C)    “Se algum proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado”. Então essa é a rejeição do Senhor sobre a Sua pessoa. Se um homem ouvisse Jesus falar e dis sesse: “eu não aceito seu testemunho'”, poderia ainda ser trazido à fé em Cristo por aceitar os sinais do Espírito Santo. Mas se um homem rejeitasse a ambos, palavras e obras, não haveria nada para ele fazer. Está confirmado no seu peca do. Esse então, é o pecado de Israel, porque rejeita os dois métodos da sua revelação. A prova é esta: “Israel seguirá o testemunho de Jesus Cristo ou dos fariseus? Se rejeitasse o testemunho das palavras e das obras, não haveria outro testemunho para dar. Então o pecado sem perdão é o pecado de Israel uma rejeição final de Jesus Cristo. É uma rejeição da sua própria vontade. A nação é chamada para decidir sobre a Pes soa de Jesus Cristo e essa é a sua decisão - REJEIÇÃO”.

 

Portanto: “A blasfêmia contra o Espírito Santo” em Mateus 12.31 demonstra que este pecado, a rejeição propositada de Cristo e Sua salvação é o único que, pela natureza priva o homem da possibilidade de perdão. Veja Números 15.27-31, onde há referência à oferta para expiação do pecado cometido por ignorância e não do pecado intencional. Cometer pecado intencionalmente era blasfêmia contra o Senhor (Veja Marcos 3.28-29, conforme Lucas 12.10). O versículo 32 apresenta um contraste que à primeira vista parece estranho. A explicação é que o Espírito Santo é Quem oferece a salvação ao coração do homem. “Pelo fruto se conhece a árvore” (12.33). O argumento aqui é que as boas obras de Cristo eram evidência de sua bondade e em consequência não deram lugar à blasfêmia cometida pelos fariseus. A ilustração da árvore é de sentido duplo, porque o versículo 34 mostra tanto a malevolência dos fariseus quanto a bondade de Cristo. “Por tuas palavras” (12.37). Palavras não são a causa, mas a evidência de justificação ou de condenação.

 

Perceba, então que o maior pecado realmente é a rejeição de Jesus Cristo. Quem rejeita a Cristo não tem perdão. Semelhantemente ao que foi ensinado acima.


.

domingo, 24 de maio de 2009


O Cristão e os Problemas Financeiros


Gary Fisher


Você está enfrentando problemas financeiros? Faturas que você não consegue pagar? Cheques que você não pode cobrir? Necessidades que você não tem dinheiro para suprir? Vergonha? Frustração? Excesso de trabalho? Tensão? Problemas financeiros são excessivamente preocupantes e conduzem a muitos pecados: descontentamento, ingratidão, Ira, desonestidade, impaciência, ansiedade e negligência das responsabilidades espirituais. A Bíblia ensina-nos como enfrentar muitas situações diferentes na vida, incluindo as dificuldades financeiras. A chave para enfrentar problemas financeiros está na atitude da pessoa. Para responder bem precisamos permitir que a palavra de Deus opere em nosso coração e mude nosso modo de ver as coisas.


Atitudes


Gratidão: Paulo insiste em que sejamos gratos. Precisamos estar "... Transbordando de gratidão" (Colossenses 2:7). "Dêem graças em todas as circunstâncias..." (1 Tessalonicenses 5:18). Não devemos nos queixar nem sentir pena de nós mesmos, mas antes devemos considerar cuidadosamente todas as razões que temos para sermos agradecidos e louvar a Deus por suas bênçãos a nós. Os israelitas no deserto estavam se queixando constantemente, mas tinham se esquecido da Grande libertação que Deus lhes tinha dado havia apenas pouco tempo. Temos que atentar para o que o Senhor nos tem dado e não para as coisas que não temos.


Contentamento: "Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: ‘Nunca o deixarei, nunca o abandonarei’" (Hebreus 13:5). A presença de Deus com seu povo deveria dar tanta alegria e segurança que poderíamos facilmente nos contentar com qualquer padrão de vida. Paulo estava contente na fome ou na abundância (Filipenses 4:10:13). Por outro lado, as Escrituras estão repletas de advertências contra a ganância e a avareza (veja Lucas 12:15, por exemplo). Por qualquer razão, nunca parecemos reconhecer o desejo desordenado por coisas em nossas próprias vidas. Pensamos que todas as coisas que queremos são necessidades e que a dívida que acumulamos ao buscar adquiri-Las é perfeitamente aceitável. Poderia ser que poucos de nós admitem a ganância em nossas vidas porque nos cegamos e deixamos de perceber o verdadeiro estado de nosso coração? Paulo exortou: "Por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos" (1 Timóteo 6:8). Estamos satisfeitos somente com isto?


Sobriedade: Muitos textos nos exortam a sermos sóbrios (1 Tessalonicenses 5:6, 8; 1 Pedro 1:13; 4:7; 5:8). A pessoa sóbria encara os fatos e não deixa seus desejos colorirem sua percepção da realidade. Muitas pessoas tratam das finanças num mundo de sonho, sempre imaginando que tudo dará certo magicamente. Mas fugir de um problema ou negá-lo não ajuda e não está de acordo com o caráter de Cristo. Temos que reconhecer nossa situação atual, não importa quão triste seja, e ser "homens de coragem" (1 Coríntios 16:13). Ignorar os problemas não os extingue. Lutas financeiras não desvanecem sem mais nada, mas precisam ser resolvidas por disciplina séria e perseverante.


Honestidade: A honestidade é parte do caráter cristão (2 Coríntios 8:21; Tito 2:5). Pessoas honestas aceitam suas limitações financeiras e não tentam ser uma coisa que não são, vivendo num estilo de vida que suas condições não permitem. Pessoas honestas admitem que há muitas coisas que outras em torno delas têm ou podem fazer que elas não podem porque não têm dinheiro suficiente para isso. E pessoas honestas não fazem dívidas que não têm capacidade para pagar (veja Romanos 13:8).


Diligência: Algumas vezes, porém nem sempre, os problemas financeiros resultam da preguiça. "Tirando uma soneca, cochilando um pouco, cruzando um pouco os braços para descansar, a sua pobreza o surpreenderá como um assaltante, e a sua necessidade lhe sobrevirá como um homem armado" (Provérbios 6:10-11). "Por causa da preguiça, o telhado se enverga; por causa das mãos indolentes, a Casa tem goteiras" (Eclesiastes 10:18). Problemas financeiros devem ser esperados quando nos mimamos com descanso e sossego, e não trabalhamos esforçadamente. Um homem deve sustentar sua família (1 Timóteo 5:8) mesmo que isso possa envolver trabalho difícil ou empregos desagradáveis, ou mesmo se o trabalho disponível é relativamente mal pago.


Espiritualidade: Precisamos manter nosso foco principal em Cristo, não em coisas materiais. "Ninguém pode servir a dois senhores: pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro... Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas" (Mateus 6:24, 33). Nossas posses, nossa posição e nosso sucesso nesta vida são matérias insignificantes para o verdadeiro cristão. Ele se vê como meramente passando através desta vida como um peregrino e portanto relativamente desinteressado nas suas condições. Ele nunca faz da prosperidade material uma meta séria (veja Lucas 9:57-58). O homem espiritual percebe que seu dinheiro e sua posição financeira não são as coisas importantes da vida.


Altruísmo: O servo do Senhor está sempre buscando dar, em vez de gastar consigo mesmo. Ele vê o dinheiro que ganha trabalhando como uma bênção que ele pode aplicar servindo a outros: "O que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo algo de útil com as mãos, para que tenha o que repartir com quem estiver em necessidade" (Efésios 4:28). Discípulos verdadeiros vêem a prosperidade material não tanto como algo para si mesmos, mas como algo útil para servir outros (2 Coríntios 9:8-11). Enquanto o cristão for egoísta, ele sempre sentirá frustrações ao lidar com assuntos financeiros.


Humildade: A humildade para admitir enganos e buscar corrigi-los é básica. Muitos de nós temos tido atitudes impróprias e não temos administrado bem nosso dinheiro. Nunca mudaremos até que admitamos que temos estado errados. Precisamos também ter a humildade de examinarmo-nos à luz da palavra de Deus e fazer as coisas que aprendermos (Tiago 1:21-24). Esta seria uma boa hora para parar de ler este artigo e rever as oito atitudes que precisamos ter e tentar honestamente avaliar-nos e resolver mudar nossa atitude nas áreas necessárias. Como Deus nos vê em cada uma destas atitudes?


Mudanças Específicas


As coisas específicas que precisamos fazer ao lidar com problemas financeiros dependem de nossa mudança e adoção das atitudes mencionadas acima. Sem perspectivas corretas, os passos seguintes terão pouca validade.


1) Avalie honestamente sua situação. Encare os fatos. Talvez ajudasse pegar uma folha de papel e lançar todas as suas dívidas e anotar os valores de todas. Então, lançar sua renda e suas despesas mensais. Qual é, exatamente, sua situação financeira.


2) Comece a pagar suas dívidas. "Não devem nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros..." (Romanos 13:8). Calcule quanto dinheiro por mês é necessário para pagar todos os juros e, também, comece a pagar o principal (o valor original do empréstimo, antes do acréscimo de juros). Se suas prestações e obrigações mensais forem mais do que tem disponível no orçamento da família, ha três coisas que poderia fazer de modo a ter dinheiro para pagar as dívidas: (a) Gastar menos. Quando for necessário, as despesas podem ser reduzidas às mínimas necessidades de comida e lugar para viver (veja 1 Timóteo 6:6-10). (b) Ganhar mais. Às vezes há oportunidades para trabalhar mais horas, ter um segundo emprego, ou encorajar os filhos adolescentes ou adultos que estejam vivendo no lar a trabalharem. (c) Vender coisas. Os cristãos primitivos vendiam casas e terras para aliviar as necessidades de seus irmãos (Atos 4:32-37); certamente não é irracional esperar que um discípulo de Cristo venda coisas para poder pagar o que deve.


3) Viva dentro dos limites de seu orçamento. A Bíblia adverte sobre a loucura de fazer dívidas: "O rico domina sobre o pobre; quem toma emprestado é escravo de quem empresta" (Provérbios 22:7). A escravidão aos credores é muito penosa; é melhor esperar pacientemente e comprar somente aquelas coisas que se pode pagar.


4) Comece a aplicar sua renda no sentido de metas espirituais. Temos que chegar a ver tudo o que temos como pertencendo ao Senhor e começar a usar nossos recursos para servi-lo. O Novo Testamento exorta-nos a dar generosa e abundantemente (2 Coríntios 8-9). Conquanto seja verdade que não estamos mais obrigados ao dízimo, não devemos usar isso como uma desculpa para sovinice. Não devemos permitir que nossa oferta seja diminuída pela avareza (2 Coríntios 9:5).


Conclusão


m todas as áreas da vida, a palavra do Senhor nos fornece a orientação perfeita. Da mesma maneira, no campo financeiro devemos dar ouvidos à sabedoria de Deus revelada na Bíblia. Quando obedecemos os mandamentos do Senhor, recebemos tanto "a promessa da vida presente" como a da vida "futura" (1 Timóteo 4:8). Que sigamos estas instruções!

.


A FAMÍLIA E O NOVO MILÊNIO

 

Pr. Josué Gonçalves


 

Recasamentos e famílias misturadas

Novos ideais para mulheres

Juventude mais velha – Mais cedo

Amizades – Desejo e Desapontamento

Sozinhos na multidão

 

Definindo o papel da igreja em relação da família neste novo milênio

 

Enquanto nos afastamos do entendimento tradicional dos papeis e responsabilidades dos pais, é provável que a igreja se torne a última maior instituição a advogar em favor do modelo convencional de família.

 

O foco central da nossa reflexão é a família e pensar em família, é pensar no mais sublime projeto de Deus para a vida do homem. Esse grau de importância da família, deve-se ao fato de ela ser a base de todas as relações interpessoais onde as soluções ou os problemas que afetam a ordem social são determinadas. Um dos maiores desafios neste novo milênio, é preservar a unidade da família em meio a uma guerra onde forças (influências) contrárias pressionam dentro e for a, visando sempre a sua destruição. Esta é uma realidade que não podemos ignorar e que precisa ser confrontada principalmente pela igreja, a coluna e firmeza da verdade (1 Tm 3:15). O apóstolo Paulo ao escrever a sua última Carta canônica ao seu filho na fé, Timóteo, disse: “Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus” (2 Tm 3:1-4).

 

A família e a modernidade no Novo Milênio

A família e a influência da mídia neste Novo Milênio

 

O instrumento mais poderoso dentro da modernidade tecnológica neste novo milênio, quando se discute sobre influência positiva ou negativa na família, é a mídia televisiva. Nossos avós jamais poderiam imaginar, que hoje estaríamos assistindo tudo o que acontece no mundo dentro da nossa sala. Isso significa dizer que o avanço da ciência, a modernidade tecnologia trouxe para perto o que estava longe, facilitou em muitos aspectos a vida, porém, ao mesmo tempo que o avanço tecnológico trouxe para perto que estava longe, levou para longe o que estava perto. É fácil entender isso, pense em uma casa onde um filho está navegando na Internet, o outro está jogando vídeo game, a filha assiste um DVD, o pai vê seu time jogar e a mãe acompanha a sua novela preferida, todos ocupam o tempo que passam em casa com esses entretenimentos. Percebam que eles estão ligados, porém como família estão desconectados. É nessa brecha que o grande adversário da família tem tido acesso livre para vulnerabilizá-la. Além do tempo excessivo que a família gasta diante da TV, temos que admitir que a qualidade dos programas em termos educacionais em nosso país, é da pior qualidade. Se nós somos resultado daquilo que vemos, pergunto: O que será de uma sociedade que na sua maioria faz a opção por programas estão saturados de mentiras, adultérios, que estimulam a infidelidade, ocultismo, feiticismo, satanismo, violência e tudo o que se pode pensar de anti-Deus. A influência negativa da mídia televisiva, é uma das principais causas da desestruturação da família. Se os pais não atentarem para a necessidade de estabelecer limites bem definidos no uso disciplinado da televisão em Casa, com certeza, estarão facilitando a ação do diabo na vida da família (Jo 10:10).

 

A família e a revolução sexual no Novo Milênio

 

O homossexualismo – Desde a queda (Gn 3), o homem tem navegado pelas águas apodrecidas de toda sorte de imoralidade, perversão sexual. Nunca se viu o espírito de sensualidade operar como nestes dias, onde a disseminação do erro extrapola todos os limites. Eis o grande desafio deste novo milênio, a sobrevivência da família e a manutenção dos valores estabelecidos na Bíblia, como regras de conduta diante deste espírito de sensualidade que luta para possuir vidas e destruir lares. Em algum lugar, ouvi um pregador dizer que nós estamos vivendo dias piores do que de Sodoma e Gomorra (Gn 18.20). Nunca o homossexualismo foi tão defendido, propagado e apoiado até pelos pais, como estamos assistindo hoje. As paradas “gays”, tem reunido milhares de homens e mulheres com apoio até do governo ao redor do mundo. Fiquei chocado quando visitei a Bélgica e a Inglaterra, onde vi homens se beijando publicamente com uma naturalidade impressionante, o que já esta acontecendo também no Brasil.

 

A liberação sexual e os nossos filhos – Na revista Época n./ 206 de 29 de abril do ano 2003, a jornalista Edna Dantas, fez uma matéria com o titulo: “Licença Para Fazer Sexo na Casa dos Pais”. Ela começa seu texto dizendo que: “uma jovem gaúcha C.K., ao fazer 18 anos não ganhou um carro, como é costume entre as famílias de classe média alta. Seu pai empresário e sua mãe cirurgiã-dentista preferiram Dar-lhe algo mais útil - uma cama de casal, acompanhada da autorização para dormir em casa com o namorado”. O ibope mostra que, um em cada três adolescentes de classe média, tem permissão para dormir com o namorado. Segundo uma pesquisa, nos anos 70 a primeira relação sexual ocorria aos 20 anos de idade, hoje ocorre entre os 13 e os dezesseis anos. O que antes era abominável, pecado, vergonhoso, impróprio, indecente e reprovável, até mesmo entre os que estavam fora do contexto evangélico, hoje é tido como moderno, legal, seguro, sinal de maturidade etc. O pior disso tudo, é que muitos filhos e pais dentro da igreja evangélica, estão pensando do mesmo jeito. Estes em vez de ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5), estão sendo terra da terra e mundo do mundo. Esse é o grande desafio para família cristã no novo milênio educar os filhos na disciplina e admoestação do Senhor (Ef 6:4) preservando-os moralmente, em meio a toda essa pressão da sociedade descomprometida com princípios, onde os valores estão deturpados.

 

Casamento aberto - Fui convidado para dar uma palestra para um grupo de funcionárias de uma empresa, sobre Relacionamento. Quando abordei a fidelidade como base de uma relação saudável, fiquei surpreso quando as mulheres me questionaram, dizendo: Qual é o marido que não “pula a cerca” de vez enquanto? Elas estavam afirmando que não há homem fiel. Como realidade absurda do novo milênio, já existe o “casamento aberto”, onde marido e mulher são livres para ter seus “casos extraconjugais”, sem perder o vínculo que os une conjugalmente. A Bíblia fala do casamento como um “um jardim fechado” (Ct 4:12) e diz ao marido: “bebe a água da tua própria cisterna e da corrente do teu poço” (Pv 5:15). O casamento aberto é uma profanação daquilo que é sagrado e digno de honra entre todos, o matrimonio (Hb 13:4). A mensagem de Paulo, o apóstolo, escrita para a igreja em Roma, precisa ser pregado hoje: “Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos do seu coração, para a degradação do seu corpo entre si. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém. Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão. Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; são insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis. Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam” (Rm 1.27-32).

 

Divórcio e as novas famílias - É comum hoje em uma festa de família, haver o encontro de ex-marido com a ex-esposa e cada um trazendo seu novo companheiro(a) e os filhos do primeiro, segundo e as vezes do terceiro casamento. Pior ainda, é quando o pai é homossexual e traz o namorado ou a mãe a namorada. Isso não é ficção, já está acontecendo na sociedade onde o que é sagrado está sendo banalizado. A igreja precisa estar preparada para enfrentar situações como estas que vão surgir ou melhor, já estão surgindo. Lembro-me de um fato que ocorreu em uma igreja, onde o pastor se viu diante de uma situação muito delicada. Duas famílias se converteram na sua igreja, e as duas eram formadas por ex-marido e esposa, cada um trazendo seus filhos do primeiro e segundo casamento. Queiramos ou não, precisamos estar preparados para enfrentar esta realidade, que vai ser cada vez mais freqüente na igreja.

 

A família e as drogas no Novo Milênio – A disseminação das drogas, é um dos maiores desafios para a família neste novo milênio. Drogas que no passado eram desconhecidas como o crack e outras, hoje faz parte da modernidade do mundo das drogas. A cocaína que só era usada por gente que tinha muito dinheiro e difícil de ser encontrada, hoje se compra até pela internet, por telefone, na porta ou dentro de muitas escolas. É comum ser surpreendido com garotos comprando drogas em uma esquina qualquer da cidade. Esta é uma realidade que já saiu do controle. A maldição de Deuteronômio 28 está sobre nós: "Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do Senhor, teu Deus, não cuidando em cumprir todos os seus mandamentos... virão todas estas maldições sobre ti e te alcançarão..." (Deut. 28:15). "Então, o Senhor fará terríveis as tuas pragas... grandes e duradouras pragas, e enfermidades graves e duradouras; fará voltar contra ti todas as moléstias do Egito... e se apegarão a ti... fará vir sobre ti toda enfermidade e toda praga que não estão escritas no livro desta lei, até que sejas destruído." (Deut. 28:59-61).

 

A família e a igreja no Novo Milênio

 

Do ponto-de-vista religioso, a Bíblia já não tem sido mais o alimento e o balizamento para a vivência pessoal, e, por extensão, familiar, o que é mais grave. Além disso, a modernidade centraliza a sociedade no homem, e não em Deus. Como se não bastasse, perdeu-se o senso da presença de Deus. A família, sem afetividade, vivendo sob o paradigma da superficialidade, fragmentada e, agora, presume-se não mais precisar de Deus. A pergunta que se faz é: Como trazer a família ao seu devido lugar?


.

sexta-feira, 22 de maio de 2009


JUSTIFICAÇÃO E OBRAS DA LEI

 

 

Pr. Cleverson de Abreu Faria

 

Justificação é o ato judicial de Deus através do qual Ele declara justamente  e trata como justo aquele que crê em Jesus Cristo. A pessoa culpada fica isenta da punição merecida por causa da morte substitutiva de Jesus Cristo.

 

“A justificação significa realmente a reintegração do homem, na sua verdadeira relação com Deus. É, então, considerado como justo, aceito perante Deus como reto com respeito à lei divina, sendo, portanto, restaurado a  sua primitiva posição. E deste modo a justificação é muito mais do que o perdão, embora o perdão seja, necessariamente, uma parte da justificação”. [1]

 

O tempo da justificação consiste desde toda a eternidade; presente, passado e futuro da nossa vida: “Quem já se banhou (justificação), não necessita de lavar senão os pés (perdão) (Jo 13.10). (Sl 25.6; 103.17).

 

Os termos usados para justificação, no grego, são: Dikaios (justo); Dikaiosis (justificação, defesa, reclamação dum direito); Dikaioo (ter ou reconhecer como justo).

 

            TERMOS BÍBLICOS PARA JUSTIFICAÇÃO:

            No Velho Testamento: o termo é hitsdik, declarar judicialmente que o estado de alguém está em harmonia com as demandas da lei (Ex 23.7; Dt 25.1; Pv 17.15; Is 5.23).

 

            No Novo Testamento:

1)      o verbo dikaioo, declarar justo uma pessoa. As vezes se refere a uma declaração pessoal de que o caráter moral de alguém está em conformidade com a lei (Mt 12.37; Lc 7.29; Rm 3.4).

2)      a palavra dikaios é usada a alguém quando segundo o juízo de Deus, sua relação com a lei é a que seja conveniente, ou quando a vida que leva é tal como requer a relação judicial que guarda com Deus.

3)      Dikaiosis, justificação (Rm 4.25; 5.18), denota o ato de Deus que declara que os homens estão livres da culpa, e são aceitáveis diante dEle. “Justificar” no sentido bíblico é executar uma relação objetiva, um estado de justiça, mediante sentença judicial. O sentido usual de justificação no Novo Testamento é: mediante imputação a uma pessoa a justiça de outra, é dizer, contanto, como justo, mesmo que anteriormente seja injusto.

 

A NATUREZA E AS CARACTERÍSTICAS DA JUSTIFICAÇÃO: a justificação é um ato judicial de Deus no qual Ele declara, sobre a base da justiça de Jesus Cristo que todas as demandas da lei estão satisfeitas com respeito ao pecador. Os que são justificados tem “paz com Deus”, “Segurança da salvação” (Rm 5.1-10) e uma herança entre os que são santificados (At 26.18).

 

ELEMENTOS DA JUSTIFICAÇÃO:

1)      O elemento negativo: a remissão dos pecados sobre a base de obra expiatória de Jesus Cristo. Este elemento se baseia em forma mais particular, se bem que não de maneira mais exclusiva sobre a obediência passiva do Salvador.

2)      O elemento positivo: a obediência ativa de Cristo. Se distingue em duas partes:

a)      adoção de filhos, todos os crentes são filhos de Deus por adoção (Jo 1.12; Rm 8.15,16; Gl 3.26,27; 4.5,6);

b)      o direito da vida eterna (Jo 8.17,23,29,30).

 

A ESFERA EM QUE OCORRE A JUSTIFICAÇÃO:

1)      a justificação ativa ou objetiva, consiste em uma declaração de Deus a respeito do pecador e que se pronuncia no tribunal de Deus. O perdão dos pecadores.

2)      A justificação passiva ou subjetiva, tem lugar no coração ou consciência do pecador. A justificação passiva é consequência da fé; somos justificados pela fé.

 

JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ: o ato da fé é o instrumento pelo qual nos apropriamos a Cristo e sua justiça (Rm 3.25,28,30; 5.1; Gl 2.16; Fp 3.9).

 

BASE DA JUSTIFICAÇÃO:

1)      negativamente, esta não pode encontrar-se em nenhuma virtude do ser humano e nem em suas boas obras. As Escrituras nos ensinam que o homem é justificado pela graça de Deus (Rm 3.24), e que não é possível ser justificado por obras da lei (Rm 3.28; Gl 2.16; 3.11);

2)      positivamente, a base da justificação pode fundamentar-se em nada mais que a justiça perfeita de Jesus Cristo (Rm 3.24; 5.9,19; 8.1; 10.4; 1Co 1.30; 6.11; 2Co 5.21; Fp 3.9).

 

CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA JUSTIFICAÇÃO: trata-se de um ato divino (Rm 8.33); ela vem pela fé, independentemente das obras (At 15.1; Rm 3.28); ela é imputada, lançada na conta (Rm 3.22); é conferida ao homem mediante a expiação pelo sangue (Rm 5.9); ela produz a bem-aventurança espiritual (Rm 4.6-8); ela estabelece a paz com Deus (Rm 5.1).

 

A justificação é um ato declarativo de Deus (Rm 3.25,26).

 

O QUE ESTÁ ENVOLVIDO NA JUSTIFICAÇÃO?

A Manifestação da Justiça Divina (Rm 3.21,22a). Por meio da lei, os pecadores nunca poderiam ter conseguido a sua justificação. Somente Deus pode atribuir a Sua justiça ao homem: “De mim se dirá: Tão-somente no Senhor[e não na lei] há justiça e força; até ele virão e serão envergonhados todos os que se irritarem contra ele. Mas no Senhor será justificada toda a descendência de Israel, e nele se gloriará”(Is 45.24,25). E ainda: “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma, e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si”.

 

A Imputação da Justiça Divina (Rm 3.22b,25a). A justificação trata-se de um ato declarativo. O único meio para isso é que Jesus Cristo levou sobre si a culpa do pecador. Há duas coisas aqui a considerar: 1) nossos pecados são colocados na conta de Cristo, sendo assim, a nossa condenação e culpa são inteiramente removidos; e 2) a justiça de Deus é colocada em nossa conta, podendo assim então obtermos a posição de justos. “Como que lá no Céu, em nossa conta corrente, tivéssemos uma dívida – por causa de nossos pecados. Mas Cristo pagou essa dívida; contudo, nada havia em nosso crédito enquanto Deus não colocou ali toda a Sua própria justiça. Agora, temos exatamente aquilo que Deus exige de nós – justiça perfeita, a justiça de nosso Senhor Jesus Cristo!”[2]

 

A Vindicação da Justiça de Deus (Rm 3.25b,31). Pela morte de Cristo podemos reclamar a justificação de Deus. Se esta justificação viesse através da observância da lei, ela só poderia ser obtida por aqueles que tivessem a lei. Mas, não é isso o que ocorre, pois ela é por meio da fé, o que indica que todos tem uma oportunidade, mesmo judeus como gentios, sem qualquer tipo de preferência ou parcialidade.

 

RESULTADOS DA JUSTIFICAÇÃO: vemos isso claramente em Romanos 5.1 e 2:

1)      Jesus Cristo é a base da justificação;

2)      Fé é a condição essencial exigida na justificação;

3)      A remissão da pena traz a paz com Deus;

4)      A restauração na graça, pela fé, por uma nova atitude para com Deus.

 

DEVEMOS OBEDECER À LEI DO ANTIGO TESTAMENTO OU DESPREZÁ-LA? Gl 3.1-25

A resposta a essa pergunta não é simples. A lei consistia nos mandamentos que Deus dera a Moisés, cerca de 430 anos depois de firmar aliança com Abraão. Paulo observa que Deus havia declarado Abraão justo antes de a lei existir. A lei, no entanto, foi dada com o propósito de definir o pecado.  Foi dada para “revelar” e não “remover” o pecado. Portanto, sustenta Paulo, obedecer à lei não podia ser a base do relacionamento com Deus. A fé é a única base desse relacionamento.

 

A única coisa que a lei podia fazer era “amaldiçoar”. Ela exigia obediência completa, íntegra, irrepreensível. Aquela pessoa que se desviasse dela era passível do maior rigor. As obras feitas por meio da lei não podiam sequer justificar a pessoa, porque simplesmente não se conseguia cumprir toda a lei, logo todos foram amaldiçoados.

 

A justificação então, por meio das obras da lei é impossível, porque a lei traz somente maldição para aqueles que a desobedecem.

 

É somente pela obra de Cristo, e não pelas nossas obras ou méritos que somos justificados. O homem sempre tem procurado estabelecer a sua própria justiça (Rm 10.1-3), mas sempre tem falhado  e demonstrado a sua incapacidade. A Bíblia diz: “Pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós, não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9)

 

A lei nunca pretendeu tomar o lugar da fé. Nunca foi destinada a dar aos israelitas uma lista de regras pelas quais pudessem alcançar a salvação. Antes, servia apenas para mostrar-lhes como estavam longe dos padrões de Deus (v.19).

 

A lei desmascarou o pecado para que as pessoas fossem conduzidas a Cristo como a única resposta ao pecado. De fato, Cristo nasceu debaixo da lei e foi O Único que conseguiu cumpri-la em todos os caminhos. Por isso, ele podia morrer por nós, a morte não tinha poder sobre Ele. O Justo sofreu e morreu pelos injustos. Ele se fez maldição em nosso lugar. Tudo isso, para que pudesse justificar aqueles quanto cressem. Paulo chamou à lei santa, espiritual (Rm 7.12,14) e boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo (1Tm 1.8). Porém, se a lei for usada de modo indevido – como para alcançar a salvação ou impressionar os outros – somente servirá para impor maldição (v.10).

 

            Em Romanos 4, Paulo trata sobre Abraão. Ele está se referindo ao que está escrito em Gênesis 15. Tiago também fala de Abraão, porém se refere aos acontecimentos ocorridos no capítulo 22, o que aconteceu 25 anos depois. Nesse espaço de tempo, Abraão fora um homem que foi justificado por sua fé (Gn 15.6), ficando isso demonstrado quando finalmente chegou o dia da grande prova para este grande homem de Deus (Gn 22), onde, a sua fé fora manifestado por meio de suas obras. Paulo escreveu tendo em vista os não-cristãos  e usa o capítulo 15 para evidenciar a necessidade da fé, com isso, procura demonstrar que obras são as que vem da fé. Tiago, ao contrário, se dirige aos cristãos e faz uso do capítulo 22 para provar as necessidades das obras, com isso, faz ver que a fé é provada pelas obras. Paulo faz realçar a base da justificação, ao passo que Tiago, a prova.

 

Todavia, não devemos desprezar a lei do Antigo Testamento. Ela mostra o que Deus considerou importante. Grande parte da lei contém princípios perenes para um viver correto. Certas partes ainda são úteis para quem quiser levar uma vida santa. Mas os cristãos não são obrigados a obedecer à lei do Antigo Testamento para alcançar o favor de Deus. Eles levam uma vida de obediência a Cristo e aos ensinos do Novo Testamento como ato de gratidão.

 

“Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20)

 

“Concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei” (Rm 3.28)

 

“Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei; tropeçaram na pedra de tropeço” (Rm 9.32)

 

“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada” (Gl 2.16)

 

“Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” (Gl 3.2)

 

“Aquele pois que vos dá o Espírito, e que obra maravilhas entre vós, fá-lo pelas obras da lei, ou pela pregação da fé?” (Gl 3.5)

 

“Todos aqueles pois que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” (Gl 3.10)

 

“Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus” (Rm 4.2)

 

 

 

 

 

Livros Utilizados na Pesquisa:

 

Bíblia de Estudo Vida, Almeida Revista e Atualizada – Editora Vida

Bíblia com anotações de Scofield, Almeida Revista e Atualizada

Bíblia Interativa

A Sã Doutrina, Pentecost, J. Dwight.

Teologia Sistemática, Berkhof, L.

Dicionário Bíblico Universal, Buckland A. R.

Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, Champlin, Russel N.

Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, Brown, Colin.

Esboço de Teologia Sistemática, Langston, A. B.

A Lei e a Graça, Keen, C. M.

Chave Linguística do Novo Testamento Grego, Rienecker, Fritz.

Dicionário Grego-Português e Português-Grego, Pereira, Isidro.

Teologia Elementar, Bancroft, E. H.

A Justiça de Deus, Vol. 1, Gilder, H. O. Van.



[1] Dicionário Bíblico Universal, Buckland, p.258

[2] A Justiça de Deus, Gilder, H. O. Van. Vol. 1, p.49

.


Como Ser Um Jovem Crente?


Estevão Domingos de Oliveira Neto


“Quanto aos moços, de igual modo, exorta-OS para que, em todas as coisas, sejam criteriosos” (Tt 2.6)


Ter um compromisso sério com Deus – Isto é fundamental para o jovem cristão. O compromisso com Deus é demonstrado através da sua fé, da sua confiança no Senhor e do seu modo de viver. A leitura constante da Bíblia, a vida de oração, o prazer pelos momentos de culto, o bom testemunho diante de Deus, da Igreja e do mundo, a obediência a Deus e à sua palavra, a fidelidade às doutrinas bíblicas, o respeito e obediência aos pais e superiores, “no Senhor” (Ef 6.1; 1Ts 5.12-13). Tudo isso ilustra o alcance do compromisso que o jovem, deve ter com Deus. Ele deve assumir e viver este compromisso com alegria, coragem, determinação e ousadia. É verdade que as barreiras são muitas, mas a Palavra diz: “maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1Jo 4.4).

Ter cuidado com os amigos – Gosto das palavras do pastor J.C.Ryle, que escrevendo aos jovens, exorta: “Nunca ter como amigo íntimo alguém que não seja amigo de Deus” (leia Pv 17.17). Seguir o exemplo de Davi: “Companheiro sou de todos OS que te temem e dos que guardam OS teus preceitos” (Sl 119.63). Ler também Pv 13.20 e 1Co 15.33.

Ser obediente aos pais ou responsáveis, no Senhor – Nenhum jovem deve sair de casa, para realizar qualquer tarefa, sem a bênção e aprovação dos pais. Os pais têm o direito e o dever de participar das decisões importantes na vida dos filhos. Os filhos que honram os pais, serão honrados por Deus (Ex 20.12; Ef 6.1-3; Pv 10.1; 23.22). Por outro lado, os pais ou responsáveis que não conhecem o Senhor podem não compreender as decisões de um jovem cristão comprometido Nessas situações, o jovem deve ser prudente, paciente e confiar inteiramente na ação de Deus (1Pe 1.13), mas só obedecer “no Senhor” *(Ef 6.1; 1Ts 5.12-13). Obedecer “no Senhor” é agir sempre de forma a agradá-lo. Os pais ou responsáveis não têm o direito de obrigar OS filhos a praticarem atos ímpios e pecaminosos.

Ter cuidado com os sentimentos – Ter cuidado com seus próprios sentimentos e com o das outras pessoas. O jovem precisa reconhecer que tem valor próprio e também que cada jovem, que vê ao seu lado, tem virtudes que são únicas e valiosas. Não zombar de ninguém, não fazer piadas e gracejos depreciativos com o fim de ridicularizar características e atitudes pessoais de qualquer pessoa. “Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles" (Lc 6.31).

Ser fiel cumpridor dos compromissos assumidos – Ser firme no cumprimento dos deveres é atitude que agrada e honra ao Deus que serve, como jovem cristão, além de ser uma postura de grande valor para a vida inteira. É triste saber de jovens – ou de qualquer outra pessoa – que não gozam da confiança dos outros ao redor. Ser honesto e sempre falar o que é verdadeiro (Ef 4.25, 28; Mt 5.37).

Ser vigilante com suas palavras e hábitos – As palavras refletem o que está na alma (Mt 12.34). Precisamos falar o que agrada ao Senhor. Expressões chulas e pornográficas, bem como palavras levianas e grosseiras não podem ser comuns nos lábios do jovem cristão (Sl 141.3; Mt 12. 36-37; Cl 1.6). Submeter seus hábitos à palavra de Deus. Levar em conta o bom-senso cristão. O desejo do Senhor é que todos sejamos uma luz que reflita a sua Glória no mundo (Mt 5.16; 1Co 6.12; 10.23).

Ter um namoro que agrade a Deus – Namorar é natural, é normal, mas deve ser um ato agradável ao Senhor. O namoro é uma experiência bonita, no entanto tem que ser coerente com os ensinos da palavra de Deus. O período de namoro serve para inspirar afeto, carinho e respeito entre os namorados. Por outro lado, longe da palavra de Deus, o namoro pode resultar em decepção, vergonha e traumas para a vida toda. Observemos alguns princípios que agradam a Deus:

A) não namorar por lazer – Namorar não é passatempo e o cristão consciente deve encarar o namoro como uma etapa importante na construção de um relacionamento duradouro e feliz;

B) não namorar alguém que não serve ao Senhor (2Co 6.14-18) – Iniciar um namoro com alguém que não tem temor a Deus e não é uma nova criatura, pode resultar em um casamento equivocado. É preciso cuidado até mesmo com as pessoas que freqüentam as igrejas, pois podem não ser verdadeiramente convertidas ou não levarem o relacionamento com Deus a sério;

C) impor limites no relacionamento – O namoro “moderno”, seguindo o padrão dos incrédulos, está deformado. Neste, a intimidade sexual ou as práticas que levam a uma intimidade crescente, são normais. Mas o namoro do cristão não pode ser assim. O aconchego excessivo é prejudicial, pois pode levar ao “abrasamento”, e é muito difícil que os jovens namorados “abrasados” não terminem por chegar ao ato sexual, coisa que é pecado diante de Deus, pois o sexo é bênção de Deus para os casados. Fora do casamento, as práticas sexuais são fontes de impureza, vergonha e pecado;

d) não usar o beijo como estímulo sexual – O beijo tem o seu lugar no namoro. É um instrumento de afeto e carinho. O beijo na face, nas mãos e até nos lábios, pode ser praticado sem que o respeito, o afeto, o carinho e a dignidade do testemunho cristão sejam atingidos e transformados em estímulos pecaminosos. Mas o beijo “ardente”, com “corpos colados”, “em oculto”, é – inevitavelmente – fonte de estímulo sexual. Neste caso, o beijo desperta a lascívia e é a porta de entrada para a fornicação (intimidade sexual entre não casados). O jovem cristão não pode seguir este modelo;

e) adotar práticas devocionais no namoro – O jovem deve conversar com Deus sobre sua vida, orar, ler a Bíblia, freqüentar os cultos e reuniões da Igreja. Muitos jovens, quando começam a namorar, param de ir à igreja, se afastam, se isolam dos irmãos na fé. O namoro cristão não pode ser assim;

f) namorar com dignidade e respeito – No namoro equilibrado prevalece o tratamento recíproco de dignidade, respeito, fidelidade e valorização do outro;

g) esperar o tempo certo e a pessoa certa para namorar e casar – Qual seria o tempo certo para namorar e casar? O tempo certo é o da maturidade. É quando há maturidade física e mental (ou psicológica), para assumir os compromissos com responsabilidade. Jovens muito novos são, potencialmente, imaturos para o namoro. Os pais e responsáveis não deviam estimular ou tratar com naturalidade os casos de precocidade no interesse de jovens – ainda crianças – pelo namoro. Por outro lado, cada jovem (ou cada solteiro) precisa esperar encontrar a pessoa certa para o namoro e casamento. Não basta ser cristão e agradar à vista. É preciso que Deus confirme essa aproximação e amizade. Também não é certo alimentar um sentimento de aflição e ansiedade pela demora em encontrar uma companhia para o namoro e, conseqüentemente, para o casamento, mas, sim, procurar confiar e esperar em Deus! (Sl 84.11).

Não desprezar as orientações do seu pastor – Conversar sempre com o pastor sobre seus planos, é fator importantíssimo para a vida do jovem. Ele é ministro de Deus e foi constituído para orientar o povo de Deus, segundo os princípios das Escrituras e do bom-senso cristão. É uma perda quando o pastor da Igreja não tem conhecimento dos planos, das dúvidas, das expectativas, das decisões, das experiências, dos namoros, relacionados aos jovens do seu rebanho. Os pais cristãos, por sua vez, devem recomendar que os filhos procurem o pastor sobre seus problemas (Hb 13.17), sem abrir mão do seu dever de orientar os filhos no caminho do Senhor (Ef 6.4).

Finalmente, o jovem cristão deve ser forte sempre, não desprezar a lei de Deus, não desistir da certeza de que Deus tem o melhor plano para sua vida, esperar nele com confiança e paciência. Guardar no coração a palavra do Senhor: “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra.” (Sl 119.9).

 .